Um Horizonte Maior escrita por André Tornado


Capítulo 12
Uma frota renovada


Notas iniciais do capítulo

“O gigantesco torpedeiro estelar ocupava uma posição cimeira e temível na frota do imperador.”
In O Império Contra-Ataca, GLUT, Donald F., Publicações Europa-América



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O super star destroyer da classe Dreadnought designado Executor era uma nave imponente e grandiosa, que deslizava elegante pela vastidão do espaço com uma majestade inigualável. Apesar dos seus treze propulsores laborarem incansavelmente para fazerem mover aquela massa bruta de metal, maquinaria e passageiros, aquela era a maior nave alguma vez construída pelo Império Galáctico, os seus motores não faziam praticamente nenhum ruído, transformando a viagem a bordo numa experiência que se podia classificar de pacífica.

A calma da sua deslocação era impressionante e, ao mesmo tempo, avassaladora. A emulação perfeita de um predador de grande porte a esgueirar-se furtivamente no seu ambiente natural, farejando as presas, escolhendo as que iria abater daquelas que iria poupar, ignorando os fracos, subjugando os fortes, destruindo os descartáveis.

O casco media dezanove quilómetros, tinha a forma da ponta de uma seta e estava coberto por uma estrutura similar à silhueta de uma cidade, com edifícios altaneiros onde brilhavam luzes aos milhares. À ré situava-se a torre de comando, coroada por duas cúpulas destinadas às comunicações geodésicas e que orientavam os escudos defletores. No fundo do casco alinhavam-se os propulsores, sobre os quais se erguiam os vários sistemas de engenharia que permitiam que aquele colosso voasse.

A nave equipava-se com mais de cinco mil turbolasers e canhões de iões, o que fazia daquele um veículo de assalto imbatível e ameaçador, que dissuadia qualquer veleidade de um ataque direto. Para além do armamento próprio, possuía nos seus porões veículos terrestres de assalto e transportava tropas em número suficiente para assegurar a conquista de qualquer sistema que decidisse atacar. Era uma joia bélica que Darth Vader comandava e não lhe fora difícil aceitá-lo, conforme sugestão do Imperador, como o seu novo navio-bandeira, quando o tinha ido reclamar, ainda a ordens desse governante, aos estaleiros do sistema de Kuat onde fora construído.

O lorde negro observava a vastidão do vácuo espacial desde as enormes janelas panorâmicas da ponte, estendendo os seus dotes únicos de perceção através das estrelas, procurando leituras invulgares da Força, mas nada lhe era comunicado, revelado ou sequer escamoteado. Tudo estava anormalmente tranquilo naquele setor da galáxia o que, consequentemente, deixava-o mais suscetível ao mundo extrassensorial. Aprendera a dominar os seus sentimentos, ansiedades, humores e outras falhas de carácter tipicamente humanas para poder renascer no lado sombrio em completa comunhão com esse estado supremo de poder e de domínio, o que não significava, porém, que as suas ações seriam isentas. Tudo o que ele fazia podia classificar-se como malévolo, pernicioso, cruel ou insensível. Não se orgulhava de infundir terror aos que o rodeavam ou que trabalhavam sob as suas ordens, mas também não fazia por mudar essa sua característica, pois ao ser temido servia perfeitamente os seus objetivos. Procurava sempre o estoicismo à ostentação e quem o visse na ponte, de costas, corpo artificial coberto por uma longa capa pregueada e preta, diria que ele se distraía, quando ele procurava por aquele singular distúrbio na Força que só ele conseguiria identificar, pois já o tinha sentido antes.

Nada. Ainda nada… Continuava a fugir-lhe, elusivo, inocente, o jovem piloto.

Outro canto da sua mente pensava no que fazer ao almirante Harish Muitel que liderava a frota onde se incluía aquela nave-bandeira. Começava seriamente a fartar-se do homem e sabia que, naquela questão, tinha toda a liberdade para agir conforme lhe aprouvesse. Não se dava o caso de Muitel ter feito uma asneira de tal magnitude que o tinha desagradado na mesma proporção, no pouco tempo que conviviam na escada hierárquica da marinha imperial. O almirante era de facto competente, isento, meticuloso, escrupuloso, com um tato especial para tratar os seus subordinados e um faro infalível para detetar os elementos que estragavam o conjunto. Mas sucedia que ele e Muitel partilhavam um segredo melindroso e o lorde negro sentia a necessidade de continuar a alimentar a sua personalidade desumana. Talvez não passasse de um simples capricho ou a imperiosa vontade de obedecer ao seu mestre que lhe ordenara que fosse implacável.

A Executor não viajava sozinha, nem pretendia ser um navio solitário mesmo que transmitisse todo aquele imenso e inegável poder aos sistemas que visitava. Fazia parte de uma frota que liderava com toda a autoridade da sua envergadura monumental. Fazia-se acompanhar por cinco star destroyers da classe Imperial, sendo que uma dessas naves de apoio era a anterior nave-bandeira do lorde negro, a Devastator, que este utilizara como quartel-general antes de a ter trocado, temporariamente, pela estadia na Estrela da Morte. Atualmente quem comandava a Devastator era Kendal Ozzel. Não simpatizava particularmente com esse almirante, não lhe reconhecia qualquer predicado especial que o tornasse superior em relação aos demais almirantes, pelo contrário, era alguém rígido, teimoso, arrogante e pretensioso, mas a sua obtusidade poderia fazer dele um oficial fiel e obediente. O possível substituto de Muitel, refletiu Vader, distraindo-se com um aglomerado de estrelas que piscava na negrura do firmamento.

A calma era sempre aparente, os brilhos fugazes poderiam significar explosões massivas, destruição de mundos, obliteração de vidas. A Força dizia-lhe que havia uma variação, algures, e ele procurou unir-se a essa sensação que lhe escapava, que se queria evadir da prisão imaginária onde a tentavam conter. O lado sombrio debatia-se contra uma luz minúscula. Ele não tinha receios ou dúvidas, contudo. Sabia o que estava certo, sabia os significados mais importantes que nem sempre as palavras conseguiam exprimir, conhecia o verdadeiro poder. O conforto da verdade.

Um capitão acercava-se devagar, pisando o soalho brilhante da ponte com uma segurança fingida, num ritmo aparentemente regular, profissional, mas o receio que ocultava na alma encolhida como um pedaço de metal retorcido era facilmente percebível por quem estava treinado para ler as criaturas através da energia. Darth Vader sentia aversão por quem o temia. O medo abjeto que o rodeava e que provocava com as suas atitudes inumanas cansava-o, embora as reações não podiam ser diferentes, concordava com alguma relutância. Não apreciava a confrontação, punia sem hesitar as faltas de respeito, as ténues tentativas de insubordinação e os miseráveis que agiam com superioridade, mas detestava ferozmente a subserviência e abominava ainda mais o medo que transtornava até o carácter mais forte.

Se soubessem como ele odiava os miseráveis que o rodeavam, que o bajulavam! Se agisse conforme os seus humores, a morte haveria sempre de segui-lo, parceira incansável e compreensiva. Refreava-se porque sozinho não conseguiria cumprir os objetivos militares do Império. Havia que balançar instinto e dever, sempre, em todos os momentos, embora tivesse decidido baixar o seu nível de tolerância para cumprir a promessa feita ao Imperador.

O capitão parou próximo. Talvez tivesse ajuizado uma espécie de distância de segurança, um espaço predefinido que o mantivesse resguardado mas que permitia fazer-se ouvir. As precauções inventadas para o abordarem eram ridículas e inapropriadas.

— Lorde Vader, mensagem urgente do transportador tipo Lambda com a matrícula T-4a TV224566.

Inspirou e expirou, naquele ruído característico da máquina que o ajudava a respirar.

— Quem usa esse transportador? – perguntou sem encarar o capitão.

— O comandante Vikasterr, senhor.

O elmo de durasteel ergueu-se ligeiramente quando olhou para um ponto mais acima da zona estrelada que estivera a observar. Mais estrelas, outros aglomerados, outras sensações. Repetiu o nome que lhe tinha sido dado, arrastando as sílabas:

— Vikasterr…

O capitão ajuizou que ele tentava posicionar o nome no enorme quebra-cabeças dos oficiais do Império, tentando descobrir quem era o personagem e o que significava no esquema maior, e esclareceu com prontidão:

— Presentemente, o comandante Vikasterr encontrava-se estacionado em Dantooine, numa antiga instalação militar, em busca de provas e outros indícios que conduzissem a um conhecimento mais aprofundado sobre as movimentações da Aliança para a restauração da República.

Sabia falar, o capitão, quando se sentia menos ameaçado, mas Vader não se impressionou. A menção de Dantooine despertou-lhe a curiosidade e aguçou-lhe os instintos de predador. Ótimo! Eram excelentes notícias! Estava tudo a correr conforme os planos que o Imperador delineara em Coruscant, na sala do trono. Ele estava a comandar uma nova frota, à frente da armada estava a Executor, tinha os meios à sua disposição para uma perseguição acirrada à Rebelião, havia novidades de Dantooine, em breve se conheceria o destino da Estrela da Morte, já conseguia antever o choque, a incredulidade, mais medo.

Continuou voltado de costas e decidiu começar o seu inquérito. Queria dissecar a característica vital da informação que lhe estavam a transmitir tão prontamente. Todos os dias havia mensagens urgentes de naves imperiais. A galáxia era grande, nem todos os sistemas planetários tinham a inteligência e o pragmatismo de aceitarem o jugo da ditadura do Império Galáctico. As mensagens urgentes não chegavam todas ao seu conhecimento.

— Os rebeldes ocuparam durante algum tempo o sistema de Dantooine com a sua base secreta – enunciou com gravidade. – Trata-se dessa antiga instalação militar, a que referiste que estava ocupada pelo comandante Vikasterr e pelos seus homens?

— Sim, lorde Vader.

— Por que razão a urgência da mensagem enviada pelo comandante?

— O posto imperial foi recentemente atacado – esclareceu o capitão.

Se pudesse sorrir, Vader teria sorrido, triunfante.

— Pelos rebeldes?

— Sim, senhor. O comandante Vikasterr evacuou o posto militar, mas este, aparentemente, segundo o que foi apurado, foi conquistado pelo inimigo. Ainda estão a ser calculadas as baixas, de pessoal e de material. Senhor.

— Queres dizer… que Vikasterr fugiu cobardemente diante de um ataque daquela escumalha, mal preparada e mal equipada?

O capitão travou a voz, engasgou-se quando engoliu em seco. Deu uma resposta polida:

— Apenas… o comandante Vikasterr poderá responder a essa pergunta, senhor.

Não devia matar o mensageiro. Afinal, as novidades que trazia eram cruciais e em tudo relacionadas com a missão daquela frota renovada, da vontade suprema do Imperador, dos desígnios inalienáveis do próprio Império.

— Devo depreender dessa… mensagem urgente, que Vikasterr está a solicitar auxílio – afirmou, mas esperou uma confirmação à pergunta dissimulada.

— Sim, lorde Vader – respondeu o capitão. – O transportador tipo Lambda está com problemas nos propulsores depois de um salto mal calculado para o hiperespaço. Faz-se escoltar por quatro caças TIE com células de combustível quase esgotadas. Encontram-se atualmente em viagem errática em velocidade subluz num sistema não cartografado, na Orla Exterior, onde abundam campos de asteroides e mundos selvagens. Não conseguem encontrar um lugar de pouso relativamente estável e amigável. Por isso, a mensagem urgente.

— Enviaram as coordenadas da sua última posição?

— Sim, senhor. Estão neste cartão holográfico, senhor.

O capitão estendeu o braço, mas rapidamente o recolheu, temendo que o gesto tivesse sido inapropriado. E fora-o. Vader voltou-se, por fim. O homem estremeceu.

— Informem o comandante Vikasterr que procure pousar numa lua discreta para que nos seja possível enviar um grupo de resgate e que nos envie as novas coordenadas da sua localização. Não iremos ao seu encontro quando não se consegue decidir a alcançar um ponto seguro, quando a sua nave e os caças da sua escolta se apresentam com problemas dessa gravidade.

— Sim, senhor.

— E que apresente uma excelente razão para que nos incomodemos a ir buscá-lo, em vez de tentar desenvencilhar-se pelos próprios meios. Trata-se de um oficial do Império, um símbolo de autoridade que não deveria temer qualquer ralé desta galáxia!

As tremuras do capitão começavam a ser visíveis. Provavelmente considerava que se tinha esbatido a tal distância de segurança que estabelecera para si, pois Vader, conscientemente, elevara a voz e, nesse processo, dera um passo em frente, mostrando o seu desagrado.

O capitão acenou afirmativamente e disse, de rajada:

— O comandante Vikasterr afirma ter informações secretas sobre a Estrela da Morte.

Por fim, a revelação do preço a pagar pelo salvamento. Vader não se impressionou, já calculava que o infeliz tivesse isso para oferecer. Tinha estado a enviar um código secreto em busca da estação espacial, esperando ser o primeiro a apresentar aquela notícia importante e de proporções tão catastróficas que seria de imediato apontado para uma condecoração e promoção.

— Que informações? – quis Vader saber, ao mesmo tempo que sabia a resposta. Ele tinha estado lá, ao lado de Tarkin, na estação bélica quando fora atacada pelos rebeldes, ele tinha participado na batalha de Yavin, ele tinha ficado debilitado por causa dessa batalha.

— A estação de Dantooine tem tentado contactar secretamente a Estrela da Morte, enviando um sinal encriptado e até à data não tem recebido qualquer retorno. O comandante Vikasterr acredita que… – O capitão humedeceu nervosamente os lábios. Corrigiu: – O comandante Vikasterr supõe que a Estrela da Morte… já não existe.

E tornou ao gesto ousado, estendendo outra vez o cartão holográfico.

Vader já tinha suportado a presença insegura do capitão por demasiado tempo. Passou pelo homem e ordenou:

— Chame o almirante Muitel. Quero falar com ele.

— Sim, senhor!

Os passos do capitão, matraqueando o soalho, correndo ligeiramente para se afastar e para cumprir a ordem recentemente dada, soaram ligeiramente deslocados. Vader conteve-se para não emitir um aviso para puni-lo pelos sucessivos abusos de que fora testemunha. Conseguia ainda sentir-lhe as palpitações aceleradas, cheirar-lhe o suor que empestava a farda, quando Harish Muitel apresentou-se com uma subtil saudação militar.

— Lorde Vader.

— Almirante, vou incumbi-lo de uma missão urgente.

Contou-lhe brevemente que iria partir de imediato num dos star destroyers que acompanhavam a Executor e que lideraria a companhia que iria em socorro do comandante Vikasterr, que se debatia com uma série de imprevistos na Orla Exterior após uma fuga precipitada do planeta Dantooine. Notou o esforço de Muitel em manter a passividade afivelada num rosto que se enrijecia à medida que ia tomando conhecimento do que lhe estava destinado, nas próximas horas e dias, a indignação que lhe crescia e fervia no espírito por lhe estar a ser atribuída uma tarefa pouco digna da sua reputação, carreira militar e capacidades. Era notório, e Vader não se importaria de confirmá-lo se lhe fosse feita a pergunta diretamente, que estava a ser empurrado para uma situação degradante, destinada a humilhá-lo e a provocá-lo a tal ponto que faria o tal erro que provocaria a sua ruína.

Contudo, continuava a ter o seu orgulho, a sua postura, a possuir o seu sentido do dever intacto e Muitel aceitou as ordens sem pestanejar, fraquejar ou denunciar todo o seu mal-estar, que Vader percebia com os seus dotes místicos de leitor da energia das almas. Antes de o dispensar, concluiu exigente:

— Almirante, quando regressares à frota deverás entregar Vikasterr sob prisão.

— Compreendido, lorde Vader – respondeu Muitel.

Vader via que o almirante tentava ler algum sinal na inexpressiva máscara negra, um indício de que se pudesse valer para tirar alguma vantagem daquela situação ingrata. Esforço inútil, interesse fútil. Ainda que a máscara não existisse, o rosto outrora humano que esta protegia e ocultava também haveria de conseguir ser tão vazio.

O desprezo era mútuo. Era, de certo modo, reconfortante.

O almirante despediu-se com uma falsa cordialidade e abandonou a ponte. Vader seguiu o caminho oposto, deixando a indicação de que seguiria para os seus aposentos privados e que precisava de contactar Coruscant de imediato.

As vibrações do medo perpassavam os corpos dos soldados que ali operavam, fingindo-se discretos, concentrados, diligentes, mas não passavam de infelizes assustados que estremeciam tanto quanto o capitão que tinha desencadeado aquela cadeia de eventos quando ele passava, sem fazer ruído, percorrendo os longos passadiços brilhantes.

Se pudesse sorrir… Mais uma vez, se pudesse sorrir e desfazer a vacuidade do seu rosto escondido pela máscara negra.

Fora tudo previsto pelo Imperador Palpatine.

O ataque rebelde a Dantooine, a breve conquista dessa base militar, a fuga do comandante imperial, a fuga dos rebeldes. A Estrela da Morte estava destruída, a Aliança escondia-se amedrontada no sistema de Yavin. Novamente, o medo.

Em breve se conheceria por toda a galáxia o fim abrupto e terrível da arma mais fantástica e poderosa produzida pelo Império, a estação espacial que muito apropriadamente fora nomeada de Estrela da Morte. No seguimento dessa notícia, que geraria incredulidade no início, mas que se iria solidificar à medida que se verificasse a fonte da mesma e que se assegurasse que era oficial, haveria a eclosão de revoltas nos sistemas mais sensíveis, a estúpida esperança iria novamente ser alimentada pelos loucos idealistas, a Rebelião aproveitaria para realizar mais recrutamentos para a sua empresa clandestina, as movimentações de guerrilha iriam multiplicar-se, seguir-se-iam sabotagens, atentados, roubos. O Império tinha a obrigação de contra-atacar, ou a organização que mantinha a coesão política, a ordem social e a prosperidade económica iria colapsar e implodir.

O que ditaria o sucesso do Império Galáctico, o que traria a garantia de que nada fora comprometido e que aquela tempestade se transformaria numa borrasca inofensiva, era que o Imperador Palpatine tinha previsto o que iria acontecer e tomara as suas providências. E ele, o senhor negro, continuava a ser o principal agente imperial e, como tal, iria agir sem hesitações ou contemplações. O Lado Sombrio continuava, inexorável, a estender o seu manto perpétuo de trevas pelo Universo.

Darth Vader entrou nos seus aposentos privados e encaminhou-se para uma sala redonda que se situava no centro daquela série de compartimentos austeros, escuros e quentes onde ele aproveitava as curtas pausas no seu labor para se alimentar e fazer as verificações periódicas ao sistema computorizado complexo do seu fato mecânico que o mantinha vivo. Era desse modo que descansava, que se nutria, que se inflava de vontade para prosseguir, sempre fixado no seu magno objetivo de ser grande, gigantesco, obediente ao seu senhor e à Força, sem rival, eterno.

Ajoelhou-se diante do projetor holográfico que existia nessa sala, dobrou o pescoço. A volumosa capa negra estendeu-se em seu redor como uma asa protetora. Aguardou que a comunicação se estabelecesse, mantendo a posição reverencial, sugando os pensamentos para um vazio respeitoso, sabendo que durante o seu próximo exercício de buscas com o auxílio da Força já sabia para onde apontar e que, dessa vez, teria sucesso. Uma pequena vitória que lhe abriria as portas e que as deixaria escancaradas para conhecer, enfim, aquele com quem iria discutir a sua incontestada supremacia.

Surgiu a imagem azulada e tremeluzente do terrível Imperador. Vader anunciou-lhe, sem qualquer emoção:

— Meu mestre, sabemos onde está o piloto rebelde.


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Notas finais do capítulo

É bom estar de volta para o vosso convívio, queridas leitoras, caros leitores.
É muito bom voltar ao Star Wars clássico.

Arrancamos em 2018 com a publicação desta história e sob a égide do Mal: com um capítulo cujo cenário é o Império Galáctico!
Vader procura pelo piloto rebelde, a sua obsessão cresce e recebe as primeiras pistas. Nas cuidado com quem se atravessa no caminho do seu supremo objetivo. Muitel e Vikasterr estão marcados.

Lembram-se que deixámos Luke Skywalker a sair Dantooine à pressa a bordo da Millenium Falcon depois de cumprida a missão que ele liderou, pela primeira vez. No capítulo que se segue veremos o que aconteceu posteriormente.

Um bom ano novo de 2018!

Próximo capítulo:
Paragem forçada.