Lembranças escrita por Juh11


Capítulo 3
Tabuleiro de shogi


Notas iniciais do capítulo

Atrasadas? Sim. Eu me perdi no caminho da vida.
Brincadeiras à parte, sei que to atrasada com I desafio. Tive prova na terceira semana e não pude escrever, depois minha vida pessoal tiveram outros problemas que as meninas do grupo ShikaTema já sabem e estão me ajudando muit. Meninas, amo vocês ♥

Vou tentar não demorar com o próximo, mas não prometo nada.

Beijos e boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/744752/chapter/3

 

—Temari? - Karui perguntou pela terceira vez estalando os dedos, fazendo a loira recompor a postura e piscar três vezes. - Você está muito distraída hoje, aconteceu alguma coisa?

Elas estavam sentadas em uma mesa juntas discutindo a possibilidade de uma troca comercial entre as aldeias de Suna e de Kumo, porém, diferente da sempre séria e centrada Temari de sempre, hoje ela parecia completamente distraída.

—Não é nada. - a Nara respondeu recebendo um olhar duro da ruiva. Aqueles olhos âmbares em contraste com a pele escura conseguiam ser bem penetrantes quando queriam.

—Temari. - Karui começou a falar calma e pausadamente. - Não te conheço tem muito tempo, mas trabalhamos juntas e nossos maridos são melhores amigos. - mais uma pausa -Você não é distraída é muito menos fica corada quando é questionada. -Temari sentiu as bochechas esquentarem ainda mais e Karui deu um sorriso vitorioso.

—Certo, você venceu. - a loira murmurou derrotada, nunca havia tido esse tipo de conversa com ninguém, nem mesmo com Ino que tentava inteira-lá no meio social de Konoha. -Estou preocupada com uma coisa boba.

—E essa coisa seria… - a morena perguntou e Temari coçou a nuca de nervoso, um típico gesto do seu marido.

—Eu e Shikamaru faremos um ano de casados semana que vem e acho que ele não vai preparar nada, talvez até esqueça do dia. - confessou chateada.

—Você realmente acha que Shikamaru esqueceria uma data como essa? - Karui perguntou o que pareceria ser besteira, mas a carranca que Temari apresentou em seguida a fez perceber que não era. Ficou curiosa para saber o motivo da expressão da companheira, mas não ousou perguntar, sabia que Temari era uma pessoa fechada.

Derrotada, Temari decidiu contar o que havia acontecido na vez seguinte que ela foi a Konoha após o episódio da loja de dangos.

O dia estava lindo, era uma tarde de inverno e era a estação do ano favorita de Temari para visitar Konoha. No final do inverno, algumas árvores já apresentavam indícios de folhas verdes, só sol brilhava no céu mas não castigava sua pele como no deserto, além disso, o período de neve já havia passado e tinham menos chuvas do que no verão . Shikamaru já a esperava no portão da Vila como sempre, encostado no muro com as mãos no bolso e observando o céu.

Ela estranhou a mochila nas costas do rapaz porém não questionou, talvez ele estivesse para sair em uma missão longa ainda naquele dia. A possibilidade dele não a acompanhá-la pelo resto da sua estadia em Konoha a incomodou, seria estranho andar pela vila da folha junto a outra pessoa e ela não se sentia confortável com a ideia.

Shikamaru a acompanhou até o escritório da Hokage onde ela adentrou levando os documentos de Gaara. A Hokage não havia considerado que Suna havia traído a Vila de Konoha alegando que eles estavam sendo manipulados pelo Orochimaru, entretanto com essa confusão e com a subida de Gaara ao cargo de Kazekage, a relação entre as duas vilas havia se estreitado.

—Seu irmão não briga em serviço. - comentou Tsunade ao receber uma grossa pilha de documentos. -Fico com pena, tão novo e com tanta responsabilidade… Devo demorar pelo menos uns dois dias para analisar isso tudo, você irá permanecer em Konoha, certo? - Temari confirmou com um aceno de cabeça. - Ótimo. Tem mais uma coisa que gostaria que você fizesse.

—O que seria, Hokage-sama?

—Os outros kages já estão comentando que já faz tempo desde a realização do último exame chunnin. Se não for nenhum incomodo, será que você e Shikamaru não poderiam elaborar uma das provas?

Temari assentiu com a cabeça e se retirou. Gaara já havia comentado com ela sobre a programação do novo exame chunnin e ele mesmo havia proposto que ela trabalhasse com o Nara. Ela queria descobrir o motivo de quererem tanto que eles trabalhassem juntos, talvez fosse uma espécie de elogio acreditarem que a cabeça dela funcionava tão bem quanto a dele.

O encontrou parado na janela observando as nuvens e percebeu a mochila nas costas. Será que Tsunade havia esquecido que o enviaria em missão?

—Ocorreu tudo bem? - ele perguntou ao notar a presença dela, a mesma expressão cansada de sempre.

—Hokage-sama disse que irá demorar pelo menos dois dias para analisar a papelada de Gaara. - Temari se sentia incomodada em chamar ao próprio irmão de Kazekage, então reservava o título apenas durante as missões oficiais. -Ela esqueceu de me pedir para te chamar.

—Me chamar? - Shikamaru estranhou.

—Bom, você vai sair em missão, certo? - ele a olhou confuso. -Bom, por isso a mochila, não?

—Ah, isso. - ele disse coçando a nuca nervosamente. - Não, não vou sair em missão, apesar da Hokage ter me pedido para elaborar uma prova do exame chunin e sugeriu fortemente que você me ajudasse. - ambos desviaram o olhar por um instante, evitando que corassem. -Então, eu ainda sou obrigado a te levar naquela loja de dangos sempre que você estiver em Konoha? - ele abriu um sorriso tímido com a mão ainda atrás da nuca.

—Claro. - ela respondeu um pouco brincalhona. - Aquilo foi uma ordem.

Eles foram novamente até a lojinha azul de dangos e se sentaram numa mesa no canto. Ele pediu apenas um chá enquanto ela pediu três unidades de dangos, oras, já tinham uns meses que ela tinha ido a Konoha. Ficaram em silêncio enquanto ele bebericava o chá e ela se deliciava com os doces, e, coincidentemente, ambos terminaram seus pedidos ao mesmo tempo.

—O que você tem aí dentro? - ela perguntou quando tirava o último palito de dango de dentro da boca e o Nara abria a mochila.

—Bom, eu prometi que te ensinaria a jogar. - disse colocando o tabuleiro de shogi na mesa. - E vamos as regras…

Shikamaru começou a explicar como funcionava o jogo. Primeiro lhe explicou o que era cada peça e suas movimentaçōes, oito tipos diferentes e podendo algumas peças serem promovidas. A coisa ficou mais confusa ainda quando ele contou sobre a reintrodução de peças, mas Shikamaru afirmou que só se aprendia jogando e arrumou o tabuleiro para começar.

Temari não se sentia tão humilhada desde de o exame Chunin, onde só não havia perdido para um pirralho de doze anos porque ele desistiu. Certo, ela poderia aceitar a derrota, mas ela precisava ter vindo em quinze minutos?

—Você jogou bem para uma primeira vez, quer jogar mais uma? - ela concordou com a cabeça. Perderia de novo? Provavelmente, mas deveria aprender a jogar para um dia ganhá-lo. Ela o observou arrumar as peças no tabuleiro e ela notou o quanto ele havia crescido. Ele já tinha 15, mas quem os olhasse de longe, não perceberia que haveria uma diferença de três anos entre ambos. Shikamaru era alto e já estava na mesma altura que ela, que tinha 18. -Vamos começar? - ele perguntou e ela riu ao notar a voz do rapaz falhando, coisa típica da idade e que os dois irmãos dela estavam passando.

Meia hora, foi o tempo que Shikamaru levou para ganhar a segunda partida. Ela já estava mais esperta e conseguia ver alguns dos movimentos dele, talvez não fosse tão ruim e acabou propondo uma terceira partida.

O jogo seguinte demorou muito mais tempo e exigiu maior concentração de Shikamaru. O relógio marcava duas horas desde o início da partida e o céu do lado de fora já se encontrava negro. A temperatura havia caído drasticamente obrigando Temari a se enrolar em sua capa de viagem. Shikamaru separou suas mãos do seu típico gesto de concentração e abriu um sorriso ao repetir pela terceira vez ‘cheque’. Temari olhou preocupada para o tabuleiro atrás de uma saída, mas parecia não haver. Ela não queria admitir a derrota e pelo tempo desta partida, não daria para jogarem mais uma. Seus pensamentos foram interrompitudos ao ouvir uma voz grossa chamando Shikamaru e vendo o menino dar um pulo da cadeira.

—Pai, o que está fazendo aqui? - ele coçava a nuca de nervoso enquanto pai olhava dele para o tabuleiro e para Temari.

—Eu que pergunto. - a cópia mais velha de Shikamaru respondeu. Temari achava que Gaara se parecia com o pai, mas Shikamaru e Shikaku levavam a semelhança pai e filho para outro nível. -Encontrei com Ino no caminho para casa e ela me disse que você não passou na floricultura para pegar a encomenda. Comecei a procurar você pela vila toda e este era o último lugar que eu pensaria que estivesse, mas Anko te viu com a garota aqui mais cedo.

—Encomenda? - Shikamaru se perguntou distraído, então arregalou os olhos compreendendo a gravidade da situação. -Ah, não, o aniversário da mamãe. - bateu na própria testa. -Temari, se importa de voltar para o hotel sozinha? - ela negou, ficava apenas a duas quadras e nunca tinha visto Shikamaru tão preocupado. -Preciso correr para a floricultura dos Yamanakas. - ele colocou o tabuleiro na mochila e saiu correndo.

—Sinto muito. - disse Shikaku para a menina que foi deixada sozinha. -Mas a má d ele mataria nós dois se Shikamaru esquecesse do aniversário dela.


Karui arregalava os olhos sob o relato de Temari.

—Como assim ele esqueceu o aniversário das mães? - a loira concordou. -Vocês já namorávamos? - negou. -Você deve ter sido importante para ele desde sempre, ninguém esquece o aniversário da mãe porque estava jogando shogi com uma pessoa aleatoria.

Temari corou com o comentário da ruiva. Shikamaru sempre esteve ali para ela mesmo antes de qualquer envolvimento romântico entre eles. Talvez o aniversário de casamento não fosse algo tão grandioso como Ino estava dizendo no seu ouvido, o companheirismo, as idas a loja de dango e as intermináveis partidas de shogi significavam muito mais que todo o tempo juntos. De todo modo, ela decidiu que daria ao marido um presente simples, mas com bastante significado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lembranças" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.