Tout de Moi escrita por Tris Pond


Capítulo 2
Secrets


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que comentaram, favoritaram e acompanharam a história! Fiquei muito feliz!
Agora vou admitir que eu buguei muito escrevendo essa fanfic. Nunca tinha pensando em como era difícil conseguir fazer Adrien gostar de Ladybug e Marinette e ela de Adrien e Chat Noir, ao mesmo tempo, sem parecer que eles estavam sendo pessoas ruins e que só estavam confusos. Mas também foi imensamente divertido e amo muito esse casal complicado.
Espero que gostem desse capítulo, a parte boa está quase toda nele :) Recomendo lerem ouvindo a música da citação.



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Eu não vou deixar nossos corações colidirem, até que o momento seja certo. Mas eu me sinto seguro aqui. Deite comigo, as estrelas nos observam esta noite e isso é okay por mim. Me diga todos os seus segredos, até que o sol surja. Saiba que eu irei guardá-los. Deite meu coração ao seu lado essa noite. Coloque minha mão sobre o seu coração esta noite. Sinta o seu coração bater enquanto nós fechamos nossos olhos.

(Secrets - Jacob Lee)

25 de dezembro, 1 hora

Chat Noir já estava no local quando Ladybug chegou. Ele tinha chegado antes dela; ansioso demais para esperar dar a hora certa. Também não era como se estivesse fazendo nada em casa, somente assistindo mais um episódio de The Mentalist — sim, ele tinha todos os episódios baixados no computador.

Discretamente, Ladybug colocou a caixa com o chocolate quente no chão assim como uma mochila, esperando que Chat estivesse distraído demais para notar.

“Boa noite” ela comentou, indo para perto dele.

Ele sorriu imensamente ao vê-la. Como ele conseguia nunca enjoar da companhia dela? Por que sempre queria ficar perto dela? Por que sempre ficava tão feliz? Sentimentos idiotas.

“My lady, o que houve?” ele perguntou preocupado, lembrando que não era uma situação comum o dia de hoje.

“Nada. Só queria estar com você. Feliz Natal” ela sorriu para Chat Noir e estendeu um embrulho na direção dele. “Este é o seu presente de Natal” acrescentou, quando ele a encarou confuso.

Ele pegou como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Não sabia o que era ainda, mas era um presente da Ladybug. Já era o suficiente para ele amar. Dentro do pacote, havia duas camisas e um desenho.

A primeira camisa era de manga longa, branca. Extremamente elegante, com cortes obviamente especialmente planejados e um tecido macio. O tipo de coisa que ele usava o tempo todo em suas sessões fotográficas - ele se perguntou por um segundo se ela havia descoberto quem ele era, entretanto, abandonou a ideia rapidamente.

Já a segunda blusa era preta, mas tinha um desenho de dois olhos verdes. Era ainda mais confortável do que a outra pelo que ele viu e ele gostou mais dela. Sabia que iria a usar o tempo todo.

O desenho era deles dois, não era exatamente um desenho profissional, mas dava para reconhecê-los. Eles estavam juntos na frente da Torre Eiffel e o desenhista tinha feito um bom trabalho em capturar a expressão exasperada de Ladybug e o sorriso atrevido dele.

“Eu mesma fiz tudo, então se não gostou…” Ladybug falou, o deixando surpreso. Ele não tinha a menor ideia que ela sabia desenhar e muito menos costurar. Como aquela joaninha o deixava cada mais apaixonado?

“Eu amei” ele disse. Colocou os presentes com cuidado no chão e a puxou para um abraço. "Feliz Natal, Ladybug".

Surpresa, ela demorou um pouco para relaxar. Mas a cada segundo foi sentindo-se mais confortável e logo colocou sua cabeça no ombro de Chat Noir, ficando surpresa ao ver quão relaxante era. Ele a abraçava com força, suas mãos nas costas dela, mas não era sufocante. Ela sentia-se segura ali.

Ele estava feliz também. Sua lady tinha lhe dado presentes excelentes, mostrando que tivera cuidado para preparar tudo, e ainda o deixava abraçá-la. Ele inspirou fundo e absorveu seu cheiro; era doce como ela.

“Chat Noir…” Ladybug disse em tom de aviso quando sentiu que a mão dele estava perto de uma região perigosamente baixa.

“Adoro quando você fica irritada” ele falou, mas subiu a mão.

Ela fechou os olhos, só aproveitando a sensação do corpo quente de Chat Noir perto do seu. Ladybug perguntou-se mais uma vez se o cabelo dele era tão macio quanto parecia e, sem pensar muito, ela levou as mãos ao cabelo dele. Devagar, ela o bagunçou mais ainda.

“Assim não é justo, joaninha…” reclamou Chat Noir, embora ele não se importasse nem um pouco. Era tão bom estar perto dela assim.

“Desculpe, gatinho” ela respondeu e então completou: “Você quer que eu pare?” sua voz tinha um tom de desafio. Essa noite, ela iria fazer o que queria.

Chat Noir a olhou chocado. Nunca imaginaria que sua lady fosse ser tão ousada assim depois de meses o recusando descaradamente. Ela realmente achava que seu coração aguentava toda as emoções que ela o fazia passar?

“Não, my lady...” ele falou baixinho.

Fechou os olhos por um segundo, aproveitando a sensação que sentia ao ter a garota tocando seu cabelo tão delicadamente. Era bom, mas não era o suficiente. Ele abriu os olhos e a encarou, sem se preocupar em esconder todo o desejo que sentia. Ela parou de mexer no cabelo dele e o encarou de volta. Ela parecia envergonhada, porém não desviou o seu olhar. Ele observou os seus lábios por um longo momento e a olhou novamente, para ter certeza que ela queria. Ela se aproximou ainda mais e ele finalmente a beijou.

Nada na vida prepara Marinette para esse momento. Quando Chat Noir a beijou, pareceu despertar algo nela que ela nem sabia que existia. Ela já tinha ficado com alguns meninos, porém nenhum deles tinha sido algo muito sério. Ela não sentia nada realmente por eles. Nem mesmo quando precisara beijar Chat para salvá-lo. Agora, era diferente. Ela queria tanto Chat Noir, não conseguia entender nem como o desejava tanto. O beijo fez com que seus desejos virarem realidade. Ela sentia-se no céu e seu coração parecia que iria explodir.

Adrien mal conseguia acreditar que estava beijando Ladybug. Ela estava o retribuindo, parecendo tão envolvida quanto ele. Nunca sentira nada tão bom quanto agora. Parecia que eles já haviam feito isso várias vezes, pelo modo como mexiam-se. Ela parecia saber exatamente o que fazia. Ele retribuiu mordendo de leve o lábio dela.

Marinette ficou surpresa com a ação do gato e mais ainda com o fato de ter gostado. Na verdade, acabara de soltar um gemido e o puxara para mais perto ainda.

O beijo continuou nesse ritmo até a necessidade de respirar fazer presença. Quando eles se separaram, Ladybug encarou os olhos de Chat, impressionada em como eles estavam intensos. Parecia que ele estava dizendo mil coisas com o olhar. Ela sentia o desejo dele, o carinho, a confiança. Ela sorriu, incapaz de se conter. Estava tão feliz.

“Chat…” ela começou a falar e parou. Queria dizer algo, mas não sabia o quê.

“Foi incrível, my lady” ele disse, entendendo. Ele sorria também. “Estava esperando por isso por bastante tempo” confessou.

“Só não fique convencido agora” ela disse.

“Não sonharia com isso” ele piscou para ela.

Um vento frio passou por onde eles estavam fazendo Ladybug tremer e se lembrar das outras coisas que trouxera.

Ela caminhou até a mochila e retirou dois lençóis e dois travesseiros.

“O que é isso, Bugaboo?” Chat perguntou confuso.

“Você não quer passar o resto noite em pé, quer? Venha me ajudar” pediu, jogando os travesseiros para ele. Ele aproximou-se e esperou ela colocar um lençol no chão, perto da parede que levava à escada. Ela estendeu a mão e ele entregou os objetos. “Obrigada” disse.

“Como assim o resto da noite?” Ele perguntou.

“Parece que você está preso a mim até terminar o Natal” ela informou e bateu no lençol mostrando que era para ele sentar ali. Ele o fez, absorvendo a sensação da parede fria contra o lençol quente.

Ela foi até a bolsa novamente e pegou os copos de chocolate quente. Levou para onde estava o lençol e os dois sentaram, encostando um no outro e na parede.

“Já deve ter ficado um pouco frio” ela comentou, culpada. Tinha planejado entregar logo, porém acabara ficando distraída.

“Não tem problemas, aposto que está perfeito” ele disse. Honestamente, ele não se importava se estava frio. Essa noite tudo parecia perfeito. “Como você sabia que eu gostava de leite?” perguntou irônico.

“Só um palpite, gatinho” ela riu.

Chat segurava o chocolate quente com uma mão. Com a livre, ele pegou a mão de Ladybug e ali os dois ficaram por horas, conversando e vendo a cidade escura de Paris. Eles não sabiam o quanto precisavam desse momento, de finalmente descobrirem mais sobre a vida um do outro, até agora. Como era bom poder só conversar, sem ter de se preocupar com Hawk Moth.

25 de dezembro, 3 horas

Ladybug sabia que estava chegando a hora. Ela e Chat já estavam quase dormindo, apesar de ambos estarem lutando para se manterem acordados. Se continuasse assim, eles não iriam combinar nada e suas identidades seriam reveladas sem ela ter certeza de que Chat queria isso. Ela não faria isso com ele.

“Eu vou te dar um último presente, gatinho” ela falou, interrompendo a frase dele.

“Assim você vai me deixar mal acostumado” ele falou, curioso demais para ligar de ter sido ignorado.

“Eu quero te conhecer. Totalmente. Cansei de não saber como você é por trás dessa máscara” Ladybug falou.

Adrien sentiu o coração parar de bater. Finalmente aconteceria o momento pelo qual ele tanto esperava. Irônico que ele se sentisse tão apavorado de repente. As coisas estavam indo tão bem que ele estava com medo de dar tudo errado de repente.

“Eu admito que eu tenho medo. Acho que não nos conhecemos, mas… ainda penso que você vai ficar desapontado com quem eu sou” ela falou em voz alta, como se lesse seus pensamentos.

“My lady, tu nunca conseguirias me desapontar” Ele falou sério. “Com ou sem máscara, você é incrível. Não gosto de você só porque consegue salvar as pessoas. Gosto porque você é inteligente e bondosa. Está sempre pronta para escutar os outros. Nada disso irá sumir por causa da ausência de uma máscara” prometeu e pegou nas mãos dela. “Eu que irei te desapontar. Sei que não parece para você, mas sou tímido e nem sempre tão autoconfiante. Só me sinto divertido quando estou contigo” falou.

Eles se encaravam, incapazes de desviarem o olhar, buscando confiança um no outro.

“My cat” ela o imitou carinhosamente, o fazendo sorrir. “Você também não me desapontaria. Eu não espero que você seja alguém perfeito por trás dessa máscara, eu só quero conhecer o rosto de uma das pessoas mais importantes da minha vida. Tu já me salvaste várias vezes, não precisa fazer mais nada. E, mesmo que você diga que não se acha engraçado, eu nunca vi alguém que é tão rápido em fazer trocadilhos. Ou alguém capaz de irritar outra pessoa tão rápido. Ou alguém que se sacrifica pelo que acha ser certo. Isso também não irá desaparecer sem uma máscara”.

“Okay, vamos fazer isso” ele falou, tentando soar confiante. Sentia que sua vida inteira iria mudar. Agora finalmente descobriria a identidade da sua parceira.

Depois disso, eles falaram um pouco mais, porém ambos estavam muito ansiosos para manter uma conversa real. Por fim, Chat falou que iria dormir. Ladybug disse que ia também.

Com frio, ela puxou o cobertor que os cobria um pouco mais para si. Chat Noir puxou de volta. Ela resmungou com ele e puxou mais uma vez. Ele colocou o seu corpo para mais perto dela, resolvendo o problema. Nenhum falou mais nada.

...

25 de dezembro, 9 horas

Adrien remexeu-se no chão, ainda inconsciente. Seu corpo reconhecia que havia algo de diferente com o local que estava, mas não de um modo ruim. Na verdade, ao abrir os olhos, Adrien percebeu que estava sentindo-se mais descansado do que havia estado por um bom tempo. O que era estranho, quando sentia o chão frio e lembrou-se que não tinha dormido em casa. Confuso, pensou na noite anterior e sentiu seus olhos arregalando. Ele havia beijado Ladybug. Ele havia dormido com Ladybug. Os dois estavam deitados juntos, sem máscaras.

Um braço de Adrien ainda estava agarrado à barriga da menina e à mão dela. Ele encarou os cabelos bagunçados da menina. Do jeito que ela estava, não via nada ainda. Mas se ela virasse agora, ele saberia quem ela era. Sabia que tinham decidido isso ontem - ou hoje? - mas ainda assim sentia-se nervoso. Por tanto tempo, ele insistira para ela revelar quem ela era e deixá-lo mostrar quem era. Mas e se ela arrependesse? E se algo desse errado? O que fariam?

Porém, o desejo de finalmente poder amar sua lady de forma completa era maior. Agora, podia saber quem ela realmente era, falar sobre as coisas que gostavam de fazer e até mesmo poderiam sair na rua juntos como pessoas normais, se ela permitisse.

Hesitante, Adrien moveu o braço. Ele saiu de perto do cobertor e observou enquanto a menina movia-se também, provavelmente acordando com a saída dele. Ela grunhiu, insatisfeita com a falta de calor. Ladybug puxou o lugar onde a mão dele estava segundos atrás, mas só encontrou o vazio.

Sem Adrien ver, Marinette abriu os olhos e processou aos poucos o que estava acontecendo. A noite anterior tinha sido fantástica e uma das melhores da sua vida, não se arrependia de ter mentido para os pais para poder passar o Natal com Chat Noir, embora ainda se sentisse culpada. Ela sentia-se feliz por finalmente poder contar a alguém quem era e descobrir quem era Chat Noir, apesar de estar nervosa.

“Bom dia, gatinho” ela falou, ainda virada de costas.

“Bom dia, my lady” ele falou e hesitante, aproximou-se dela novamente. Ele beijou o topo do cabelo dela. Ela fechou os olhos, enquanto usava a sensação do toque para se reassegurar que estava fazendo a coisa certa, e então os abriu novamente. Ela virou para ele.

Nenhum dos dois conseguiu conter o choque dos rostos deles. Não sabiam bem o que esperavam, mas com certeza não era reconhecer o rosto um do outro. Sabiam que havia a possibilidade que se conhecessem, porém nunca imaginaram que fosse ser tanto assim. Isso era chocante. Eles passavam boa parte do seu dia juntos e não haviam percebido. 

Por alguns segundos, só se encararam, absorvendo o que estavam vendo. Tentando fazer algum sentido sobre isso. 

 “Adrien?” murmurou Marinette incrédula, na mesma hora que ele dizia o nome dela em voz alta, como se estivesse confuso.

“Você é a Ladybug?” ele perguntou incapaz de acreditar. Embora gostasse de Marinette e Ladybug e conseguisse ver algumas semelhanças entre elas, as diferenças eram imensas também. A sua lady parecia não ter medo de nada, já a sua amiga parecia envergonhada sempre.

“Você é o Chat Noir?” ela respondeu de volta, confusa. Chat e Adrien eram adoráveis, contudo de jeitos diferentes. Adrien era a pessoa mais fofa que ela conhecera, um total cavaleiro. Já Chat era charmoso com o seu jeito extremamente direto e ousado. Ambos eram inteligentes e gentis, mas…

“Sim, my lady” ele respondeu, sorrindo. Ainda não estava recuperado do choque e não sabia bem o que dizer.

Marinette sentiu um arrepio. Era tão estranho ouvir Adrien a chamando assim, mesmo que soasse igual à quando Chat Noir fazia - a mesma voz, o mesmo ritmo. Até mesmo o sorriso de lado que ele deu era igual ao do gato. Tão diferente do sorriso tímido, contido, de Adrien.

“Estais decepcionada?” ele perguntou, preocupado ao observar a expressão dela. Marinette parecia confusa e magoada até. Não parecia nem um pouco animada. Será que ela esperava mais? Afinal, Chat Noir era um super herói ousado e ele, bem, não era corajoso assim normalmente.

Ela o olhou chocada e irritada com a pergunta. Ao pensar na pergunta, soube imediatamente que a resposta era não. Ela estava surpresa, claro. Mas desapontada? Adrien já era uma das pessoas mais incríveis que ela já tinha conhecido. Saber que ele era Chat Noir só o fazia parecia ainda mais impressionante e admirável. Como ele podia pensar em sequer sugerir isso?

“Não, claro que não, gatinho” falou sem pensar muito, corando depois ao perceber que chamara Adrien de gatinho. “Você é uma das melhores pessoas que eu conheço, Adrien. Fico feliz que seja você” ela disse. “Mas e você?” ela perguntou insegura. Saiba que Chat Noir era apaixonado pela Ladybug, então ele devia ter expectativas altas. E vê-la não deveria ter sido algo agradável.

Adrien sorriu, aliviado. Ladybug - Marinette - não havia o rejeitado. Ela gostava de quem ele era. Ela estava feliz que fosse ele. Assim, ele sentia que um peso havia sido retirado dele, um dos seus maiores medos não existia mais.

“Eu estou feliz que você seja a Ladybug” ele falou. “Na verdade, isso facilitou bastante minha vida“ ele confessou, ela o encarou confusa. “Sempre gostei da Ladybug e ainda gosto, mas nos últimos meses, tenho me sentido estranho. Comecei a notar que eu estava gostando cada vez mais de passar o tempo com você, Marinette. Isso me deixou confuso. Eu queria estar com você, porém ainda gostava de Ladybug. Eu queria estar com as duas e não sabia o que fazer. Descobrir que na verdade vocês são a mesma pessoa é algo melhor do que eu poderia sonhar, agora não preciso escolher quem eu quero mais e posso deixar de me sentir uma pessoa horrível por gostar de duas pessoas ao mesmo tempo” ele falou honestamente, observando com prazer como os olhos dela se arregalaram e um leve sorriso se formou.

“Você está falando sério?” ela perguntou, insegura.

“Sim, Marinette, my lady. Eu quero estar com você” falou confiante, evocando a parte que era Chat Noir dentro de si. “Eu quero te ajudar a derrotar Hawk Moth, quero continuar a lutar contigo. Quero te ver no colégio, quero sair com você depois da aula. Quero te levar para o cinema e ver como ri com o filme ou esconde as lágrimas. Quero que Alya e Nino saibam o quanto eu estou louco por você. Quero até que você me derrote no videogame“ ele falou, a encarando nos olhos. “Você quer isso também?” ele perguntou e esperou ansiosamente a resposta dela. Ele tinha entregue o seu coração; agora dependia dela. Marinette assentiu. Ele não hesitou antes de a beijar.

Marinette não conseguiria descrever como estava feliz depois, mesmo se tentasse. Há quanto tempo sonhara com o beijo de Adrien? Senti-lo ali, a beijando com tanta vontade, a fazia perder a capacidade de raciocinar direito. Era melhor ainda que ontem. Ela colocou as mãos no cabelo dele, sentindo como ele eram mais lisos nessa forma. Ele tinha as mãos na sua cintura.

“Adrien…” ela chamou, separando-se dele um pouco. Ele a olhou, relaxado. “Eu gosto de você como Chat Noir ou como Adrien” ela falou. “Lembra daquele menino que te contei, bem, quando você era Chat Noir, que eu estava apaixonada? Era você” ela disse.

Adrien sorriu. Nunca teria acreditado que Marinette fosse apaixonada por ele se não fosse ela quem falara. Era uma excelente surpresa.

“Não acredito que eu passei tanto tempo tendo ciúmes de mim mesmo” ele falou. “Você era a menina da escola que eu te falei, bem, para Ladybug” ele disse. “Somos dois idiotas” falou após alguns segundos.

“Somos mesmo” ela concordou e riu. “Mas agora venha para cá...” pediu.

Ele aproximou-se mais e ficou surpreso quando a menina acabou com a distância entre eles, o beijando novamente. Ele nunca iria se cansar disso. Je t’aime, ele pensou.

Tikki e Plagg observaram os dois, com um sorriso satisfeitos. Finalmente esses dois estavam juntos.

...

26 de dezembro, 9 horas

Alya olhou para Marinette curiosa. A amiga tinha dito que tinha algo para lhe contar desde que chegara ao colégio, mas não tivera a oportunidade de falar até agora. Ela parecia feliz. Alya se perguntava se isso tinha haver com a coisa que ela precisava fazer no Natal. Ela também notou que Adrien parecia mais feliz que o normal e não parava de dar sorrisinhos para Marinette, como se estivesse vendo algo inacreditável.

“Então, o que foi?” perguntou, quando as duas se sentaram em uma mesa só. Hoje, não ficariam com os meninos - por causa da conversa que teriam.

 “Por favor, não surte… Mas… Sabe o que eu disse que eu precisava fazer ontem?” Marinette perguntou. Tinha combinado com Adrien o que diriam para os amigos - não podiam simplesmente contar a verdade de como tinham ficado juntos, por mais que quisessem. “Então, eu fui ver o Adrien” e vendo a amiga lhe olhar com uma cara de pânico, continuou. ”Lembra quando ele disse que o pai tinha cancelado a viagem? Bem, era uma mentira. Eu sabia que ele ia ter que passar o Natal sozinho e me ofereci para encontrá-lo. Ele não quis no começo, mas depois ficou animado com a ideia. Estávamos conversando na casa dele e ele deixou escapar que gostava de mim. Perguntei se era verdade. Ele se declarou para mim e eu para ele. E... nós ficamos” ela falou empolgada. Talvez não fosse toda a verdade, mas era o mais perto da verdade que podia contar e sentia-se feliz em dividir as novidades com a amiga.

Alya a abraçou, contente. Sonhara por tanto tempo que Marinette e Adrien ficassem juntos e finalmente tinha acontecido! Parece que dera tudo certo no final, apesar da lerdeza dos dois.

“Como foi? O que ele disse? O que você disse?” perguntou, bombardeando a amiga de perguntas. E cada resposta fazia ainda mais perguntas.

Enquanto Marinette esforçava-se ao máximo para responder tudo, ela olhou para o lado e viu Adrien conversando com Nino. Seus olhos se encontraram e ele sorriu levemente. Puxou o amigo e começou a caminhar na direção deles.

Marinette sentiu o seu coração bater mais rápido. Ela ainda não tinha falado com Adrien hoje. Ela ficou nervosa de repente e a sensação que tudo estava perfeito desapareceu. O que ela faria agora? Como eles deveriam cumprimentar? Será que Nino já sabia? Adrien iria fingir que nada aconteceu?

“Oi” murmurou quando os dois estavam perto o suficiente, fazendo Alya se calar no meio de uma pergunta.

Adrien não parecia estar sofrendo do mesmo nervosismo que ela, pois ele se aproximou e deu um beijo na bochecha dela, perto da boca. Ele sorriu amplamente para ela quando se afastou. Ela relaxou.

“Parabéns, Marinette” comentou Nino. “Não aguentava mais esperar vocês ficarem juntos” comentou, fazendo a menina ficar vermelha e Adrien rir.

“Falando nisso, você quer ir comigo ao cinema hoje?” o loiro perguntou, ansioso.

“Eu iria adorar” respondeu, sorrindo.

...

26 de dezembro, 15 horas

“Marinette!” a mãe dela gritou. “O Adrien chegou!”

“Estou indo” ela gritou de volta.

Marintte olhou-se no espelho uma última vez. Usava um vestido branco com uma faixa curta azul e uma sapatilha. Sentia-se tão simples, mesmo sabendo que Adrien provavelmente não ligava muito para isso - pois ele sempre a via do mesmo jeito quando estava de Ladybug e ainda assim se apaixonou por ela.

“Estou bem mesmo, Alya?” perguntou insegura.

“Você está linda, Marinette” assegurou a amiga. Ela olhou divertida para Marinette, nunca tinha visto a garota tão agitada assim. A cada vez que ela colocava uma roupa, ela a tirava imediatamente. Alya tinha a sensação que tinha acabado de ver o guarda-roupa inteiro de Marinette. “Assim que vocês saírem, eu vou para casa” falou. Só não ia embora agora para não ficar na cara que ela estava ali ajudando a sua amiga desesperada.  

“Não precisa ter pressa” falou, já correndo para descer as escadas.

Encontrou Adrien parado ao lado da sua mãe. Ele estava um pouco corado, mas parecia feliz. Também estava imensamente lindo. Usava um jeans e a camisa social que ela dera, percebeu corando.

“Uau, você está linda” ele elogiou quando a avistou. Seu olhar dizia que o quê falara era verdade. Para Adrien, a sua parte Chat Noir acabava aparecendo em momentos inconvenientes. Mesmo tendo ficado com Marinette ontem, ele sentia uma necessidade absurda de a agarrar agora.

“Obrigada” ela disse. “Você está lindo também” comentou, parando perto dele. “Vamos?” falou ansiosa.  

“Obrigado por me fazer companhia, sra. Dupain-Cheng” Adrien disse, tentando agir como o menino educado que fora criado. Ela sorriu para ele.

Marinette sentiu-se um pouco mais calma quando sentiu a mão de Adrien pegando sua mão. Juntos, eles foram caminhando até o cinema, com Adrien fazendo um trabalho infernal de se controlar. Eles acabaram decidindo por uma comédia romântica e ele não a deixou pegar os ingressos. Marinette, então, comprou refrigerante para os dois… e queijo para Plagg - já Adrien insistiu em estar sem fome.

Eles se sentaram na sala e Marinette estava se concentrando para ver os trailers. Ou tentando. Era tão difícil ligar para o filme quando tinha algo muito melhor sentado ao seu lado.

“Mari” chamou Adrien, a fazendo sorrir com o apelido. “Eu realmente tentei me controlar, mas não consigo mais” ele disse e então a beijou. A única coisa que a menina podia reclamar sobre isso era de ele não ter feito antes.

Mais tarde, quando perguntados sobre o encontro pelos amigos disseram que tinha sido ótimo e que o filme era bom, na opinião deles. Era só uma pena que nenhum dos dois conseguisse lembrar muito bem de várias cenas, para diversão de Alya e Nino.

— FIM —


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Notas finais do capítulo

Eu quis colocar na capa Adrien e Marinette dormindo nessa posição (https://manualdohomemmoderno.com.br/files/2015/10/o-que-a-posicao-de-dormir-do-casal-diz-sobre-o-relacionamento-o-que-a-posicao-de-dormir-do-casal-diz-sobre-o-relacionamento-3.jpg), mas não achei e acabei colocando a imagem da capa, porque a achei muito fofa.
Okay, não sei se na França tem aula nessa época do natal, mas considerem que sim, por favor.
Como vocês devem saber, a segunda temporada de Miraculous está prevista para estrear dia 26 deste mês. Eu planejo fazer uma fic com ones de cada episódio a medida que for lançando, o que acham?



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