Tout de Moi escrita por Tris Pond


Capítulo 1
What About Now




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/744703/chapter/1

E se você estiver me tornando tudo que eu estava destinado a ser? E se nosso amor nunca acabou? E se estiver perdido em palavras que nunca conseguimos encontrar? Baby, antes que seja tarde demais, que tal agora? Agora que estamos aqui, agora que chegamos tão longe, apenas espere. Não há nada a temer, estou ao seu lado, por toda a minha vida, sou seu.

(What About Now – Chris Daughtry)

21 de dezembro, 23 horas

Ladybug e Chat Noir haviam derrotado mais um akumatizado, porém dessa vez eles conseguiram terminar muito mais rápido. Como ainda tinham tempo antes de se transformem de volta, aproveitaram a rara oportunidade para conversarem. Eles estavam sentados juntos num topo de um prédio, com ele deitado com a cabeça no chão e as pernas apoiadas na perna dela. Ele queria colocar a cabeça no colo dela, mas a conhecia o suficiente para saber que ela não iria deixar.

“Vai passar o Natal aonde, gatinho?” Ladybug perguntou curiosa. Normalmente preferia evitar essas conversas para não ter risco de Chat Noir descobrir a sua identidade ou ela a dele, mas estava relaxada agora.

Adrien suspirou. Não queria pensar nisso. Faltava somente dias para o feriado. Seria o segundo natal que passaria longe da mãe e mesmo com o primeiro tendo acabado dando certo, não era uma experiência que queria repetir. Para completar, seu pai tinha uma inadiável viagem a trabalho. Até Natalie o acompanharia.

“Em casa. Sozinho” confessou. Tinha dispensado o motorista, porque não faria sentido obrigar o homem a ficar afastado da família nesse dia e ser miserável como ele.

Ladybug sentiu um aperto no coração. Seu parceiro de crime não merecia ficar sozinho nesse dia. Natal era uma época de se passar com as pessoas que amava. Não gostava da expressão melancólica que seus olhos exibiam, tão diferente do usual Chat Noir.

“Agora você está parecendo um gatinho abandonado” ela provocou, sem saber o que dizer. Não sabia como o confortar, apesar de querer.

“Achei que a expressão era cachorro abandonado” ele respondeu com um leve sorriso.

“Precisei fazer algumas alterações” respondeu de volta, sentindo algo aquecer dentro de si com a expressão de Chat Noir. Ele ficava definitivamente melhor sorrindo do que triste.

“Mas eu não sou um gato abandonado, porque pertenço a my lady” ele falou, voltando a ser o mesmo gato de sempre.

Ladybug revirou os olhos, mas no fundo divertia-se. Nesses anos em que trabalhara com Chat Noir, acostumara-se com o seu senso de humor único e passara a esperar curiosa pelos seus trocadilhos. A maioria deles era ridículo. E estupidamente engraçado.

“E você, my lady?” ele perguntou, pegando as mãos dela. Ela puxou as mãos de volta e o olhou confusa. “Onde irá passar o Natal?” ele questionou curioso. Mesmo não sendo um tópico do qual gostasse muito, Adrien agarraria a oportunidade de perguntar um pouco sobre a vida pessoal da heroína.

Ela ainda se mantinha firme em esconder as aparências e ele não conseguira descobrir quase nada sobre ela. Basicamente só sabia que eles tinham a mesma idade e que ela tinha uma paixão por um menino que não tinha ideia disso - o que o deixava irritado toda vez que pensava nisso - e por essa razão, não, ela não podia ficar com o gato. Ele também já contara que tinha se interessado por Marinette, mas sem revelar o nome dela, claro.

A única coisa que o fazia ainda ter esperança para um relacionamento dele com Ladybug é que ela parecia estar desistindo desse menino às vezes e se aproximando mais dele. Porém, ele não tinha certeza de nada. Meninas eram complicadas.

“Vou passar com meus pais” ela confessou. “A mesma tradição de sempre”.

Interessante, ele pensou. Então ela ainda tinha dois pais e provavelmente eles ainda estavam juntos.

“O que você gosta de fazer no Natal?” ele perguntou, levantando as costas do chão para observá-la melhor.

Ladybug ficou pensativa, considerando. Chat Noir achou que ela ficava tão linda assim, ainda mais que o normal. Seus olhos pareciam brilhar com a onda de pensamentos que passava pela sua cabeça e um sorriso leve estava nos seus lábios. Mais uma vez, ele perguntou-se como seria beijá-la.

“Acho que não há nada que eu goste mais especificamente. Gosto do feriado todo. É bom ver como as pessoas ficam animadas antes da festa, todos parecem contagiados por uma energia positiva. No dia, relembro as coisas boas do ano, rezo e janto. A comida é deliciosa” falou. Seus pais eram donos de uma padaria, então comida de alta qualidade nunca faltava. Sempre havia alguma receita nova para provarem, também.

Chat Noir sorriu. Adorava ver como Ladybug se animava quando falava de algo que gostava. A imagem que ela criava do Natal era adorável, e ele podia perceber que ela adorava a data.

“Tem certeza que não está falando do Ano Novo?” provocou ele.

“Você é uma pessoa maldosa” ela disse, mas sem irritação nas palavras.

“É só minha natureza felina; não tenho culpa se sou esperto” Chat falou, sorrindo descaradamente. Ela o empurrou de leve. Ele ficou sério novamente. “Não tenho mais tradições de Natal. Costumava comemorar com uma pessoa…” ele parou, imensamente triste ao se lembrar da mãe. “Mas ela não está mais aqui”.

“Eu sinto muito” Ladybug disse, preocupada. Lá estava ela fazendo Chat Noir ficar triste de novo, em poucos minutos. Como ela conseguia magoar tanto o rapaz?

“Está tudo bem” ele disse, tentando sorrir. Não era culpa dela e não havia nada que ela pudesse fazer.

Ladybug agiu por instinto: o puxou para um abraço. Ele relaxou contra o seu corpo após alguns segundos de choque e deixou ela passar a mão pelas suas costas, fazendo lentamente um círculo. Ele a abraçava apertado, como se estivesse com medo que ela fosse desaparecer. Ele sentia-se tão seguro e confortável ali.

Infelizmente, o anel de Chat Noir os trouxe de volta a realidade. Era hora de ir ou a identidade dele seria revelada.

“My lady… eu posso...” ele começou a falar, afastando-se de Ladybug, com o coração partido. Nunca quis tanto ficar em um lugar.

“Não, Chat Noir, nós falamos depois” ela interrompeu, sabendo o que ele iria dizer. “É mais seguro assim” falou mais baixo. Não pela primeira vez, ela se odiou por sempre o impedir de revelar a sua própria identidade. Estava curiosa para saber quem ele era e, mais que isso, queria o conhecer totalmente. Ela balançou a cabeça, o observando ir embora. Estava assim só porque essa fora uma noite mais emocional que a maioria. Não podiam saber quem eram.

22 de dezembro, 9 horas

Marinette mexia-se na cadeira, inquieta. Sabia que devia estar prestando atenção na aula, porém toda vez que tentava se concentrar acabava por lembrar da expressão triste de Chat Noir ao falar do Natal. Ela nunca tinha o visto assim e não entendia porque isso a afetava tanto. Ela sabia que ela se preocupava com ele, já que eram amigos, mas parecia que a tristeza dele a causava dor. Não era só compaixão. A dor nos olhos dele parecia gravada em sua mente. Ela estava angustiada em saber que ele estava mal e queria fazer alguma coisa, qualquer coisa, para ele voltar a ser o gato irritante de sempre. E...

“Terra para Marinette!” chamou Alya, passando a mão na frente do rosto da amiga para acordá-la. “Já está na hora do intervalo” informou, preocupada. Ela estava junto a Nino e Adrien.

“Parece que está todo mundo disperso hoje” falou Nino divertido.

“O que você quer dizer com isso?” Marinette perguntou, sem entender.

“Adrien não está muito normal hoje” Nino comentou, como se o rapaz não pudesse ouvi-lo. Adrien mandou um olhar assassino para ele.

“Você está bem?” Marinette perguntou, preocupada, para ele. Adrien sorriu para ela.

“Estou bem, Marinette, obrigado por perguntar” ele respondeu.

Ela sorriu de volta para ele, sentindo-se relaxada. Se fosse um ano atrás, já estaria surtando a essa altura perto dele. Ainda o achava incrível, mas aos poucos conseguiu se acostumar com a presença constante dele, especialmente porque Alya os forçou a interagir várias vezes. Atualmente, podia afirmar sem dúvidas que eram bons amigos, tendo conhecido mais um ao outro e falando-se constantemente. Embora, no fundo, ela ainda quisesse algo mais. Ela nunca deixara de considerar que ele seria um namorado perfeito.

“Vamos” Marinette falou e eles saíram da sala, a fazendo abandonar momentaneamente os pensamentos sobre um certo gato.

22 de dezembro, 12 horas

“Adrien!” gritou Chloe com a sua voz estridente. “Você quer passar o Natal comigo? Meu pai dará uma festa no hotel, claro” perguntou chamando a atenção da sala inteira.

Adrien se mexeu, desconfortável. Não iria aceitar o convite da menina, mas não queria rejeitá-la na frente da turma inteira.

“Obrigado pelo convite, Chloe, mas infelizmente já tenho planos com meu pai’ falou.

Ela franziu a testa.

“Achei que ele estivesse viajando” ela comentou.

“Ele cancelou a viagem” respondeu o menino, irritado. Odiava mentir, porém não tinha outra escolha. “Sinto muito” forçou as palavras a saírem. Na verdade, preferia passar o Natal sozinho do que com Chloe. Ela era insuportável. Como ele tinha a aguentado todo aquele tempo?

“Qualquer coisa, apareça lá” disse a loira.

Marinette e Alya trocaram olhares. Chloe realmente nunca desistiria e estava cada vez mais óbvio que ela nunca teria uma chance com Adrien. Ele evitava falar com ela sempre que era possível. Ele só era educado demais para rejeitá-la diretamente.

....

22 de dezembro, 16 horas

Pelo resto do dia, Marinette conseguiu afastar mais a lembrança de Chat Noir da mente, concentrando-se nas aulas e nos amigos. Porém, bastou estar no seu quarto que se viu incapaz de impedir os pensamentos.

“Tikki, o que eu faço?” Ela questionou para o seu miraculous.

“Sobre o quê?”

“Chat Noir…”

“Você não precisa fazer nada, Marinette” falou Tikki com carinho. A sua dona tinha um bom coração, sempre pensando em ajudar os outros. Ainda que ela estivesse definitivamente mais distraída pelo problema do amigo que o normal.

“Eu sei, mas… Não posso deixar Chat Noir passar o Natal sozinho. Ele sempre salva Paris. E a mim… Ele não merece isso” disse desanimada. Odiava quando algo triste acontecia a alguém que não merecia. “Ele não devia ficar só nesse dia”.

“A única coisa que poderia mudar isso é se ele tivesse companhia, Marinette” falou Tikki, despretensiosamente. Ela arrependeu-se ao ver que tinha dado uma ideia para a adolescente.

“É isso! Vou fazer companhia a ele” falou empolgada.

“Mas você tem que passar o Natal com a sua família” lembrou a miraculous, preocupada.

“Se eu consigo ser a Ladybug e ter uma vida normal, eu também consigo passar o Natal com a minha família e com Chat Noir” falou decidida. Iria fazer isso. Só não sabia como ainda.

23 de dezembro, 9 horas

Alya e Marinette conversavam tranquilamente no intervalo das aulas. Desta vez, os meninos não estavam perto delas, já que estavam envolvidos em alguma discussão com a parte masculina da classe.

Marinette aproveitou a oportunidade para dizer o que estava desejando o dia todo. Esperava que desse tudo certo.

“Alya, eu preciso te pedir um favor” Marinette perguntou, ainda incerta. Não sabia se seria uma boa ideia, mas era a única que possuía.

“Fala, amiga” disse Alya, despreocupada.

“Se meus pais perguntarem… Você pode dizer que eu passei o Natal com você?” falou de uma vez, sabendo como isso iria soar.

Alya a olhou chocada. Certo, estava acostumada já com o desaparecimento da amiga e uma vez ou outra já tinha mentido por ela, porque confiava nela e sabia que ela não se meteria em problemas. Tinha curiosidade em saber o que ela fazia nessas horas, entretanto, havia aceitado que não iria saber. Mas agora preocupava-se; para onde ela iria em pleno feriado? O que seria tão importante que atrapalharia até o Natal?

“O que você irá fazer?” falou, desconfiada.

“Nada de ruim, eu juro…” ela hesitou. “É só que há algo que eu preciso fazer e meus pais não iriam entender”.

“Deixe-me adivinhar: você também não pode me contar” Alya falou. Marinette assentiu. “Ai, não sei, amiga” ela falou em dúvida. Seu primeiro instinto era ajudar a amiga, porém não se isso realmente iria ser bom para ela. Parecia muito estranho.

“Por favor” implorou Marinette desesperada. Precisava fazer isso. Não suportava a ideia de deixar Chat Noir sozinho no Natal.

“Okay” Alya falou derrotada e Marinette abriu um enorme sorriso.

...

23 de dezembro, 13 horas

Adrien observava Marinette com um sorriso curioso enquanto ela corria de um lado para o outro dentro da loja. Somente ela para perceber que o Natal já iria chegar e ainda não tinha comprado vários presentes ainda. Ela tinha entrado em pânico quando os amigos estavam falando sobre isso e contara a quantidade de coisa que ainda faltava fazer. Antes mesmo de pensar no que estava fazendo, Adrien se ofereceu para ir com ela. Ao ver o sorriso grato estampado no seu rosto, ele não se arrependeu.

Juntos, eles entraram na limusine dele e sentaram. Não conversavam muito, mas Marinette cantou um pouco, já que as suas canções preferidas eram as mesmas que ele escutava e estavam tocando no carro. Ela pareceu envergonhada, corando um pouco e explicou que foi sem querer, mas quando ele cantou junto com ela, os dois se divertiram. Ele sentia-se feliz que ela estava confortável o suficiente perto dele agora para mostrar esse seu lado.

Adrien sempre gostara de Marinette, porque ela sempre pareceu uma pessoa simpática e todos da sala - tirando Chloe e Sabrina - pareciam a adorar. Mas depois do dia em que eles se conheceram, ela passou a agir de uma forma estranha com ele. Parecia que sempre estava desconfortável perto dele. Ela sempre se atrapalhava com o que dizia.

Mas aos poucos ela foi mudando, provavelmente perdendo a timidez, ao conhecê-lo. Ele viu lados dela interessantes: a sua dedicação e talento como estilista era fenomenal, ela era bastante responsável com as coisas, preocupava-se com os amigos e não aceitava quando alguém fazia algo errado. E além disso tudo, ela era linda. Só não conseguia ser mais bonita que a Ladybug, mas ninguém conseguia. Adrien perguntava como nunca notara essas coisas antes.

Ela sempre estava de bom humor, pronta para ajudar quem fosse preciso. Ela parecia irradiar uma luz própria. Só de passar momentos ao seu lado, Adrien via-se feliz. Ele sempre acabava rindo quando ela o derrotava no videogame.

Claro, ele não amava Marinette. Não, absolutamente não era apaixonado por ela. Seu coração não tinha espaço para ninguém fora a Ladybug. Mas… Ele tinha que admitir que estava atraído por Marinette e algumas, muitas, vezes havia imaginado como seria estar com ela. Porém, sempre pensava na sua Lady e sentia-se culpado. Ele não a trairia assim.

Ele já tinha falado para Ladybug sobre Marinette, contando como ela era a melhor amiga da namorada do seu melhor amigo. Mas também falara que não a conhecia tão bem e que se manteria fiel a ela, Ladybug, porque também gostava dela. Em um ato que destruiu seu coração, a heroína somente revirou os olhos para ele. Ainda assim, ele tinha falado sério. Queria estar com Ladybug acima de todas as coisas. Mas...

Este era um dos raros - ou talvez não tanto - momentos em que Adrien se perguntava se estaria com Marinette caso não conhecesse a Ladybug. Ele sorriu ainda mais ao vê-la derrubar vários produtos de uma vez de uma estante e abaixar a cabeça, com vergonha. Ele aproximou-se dela e a ajudou a devolver os itens, acidentalmente encostando no braço dela, o qual ele puxou como se estivesse queimando. A emoção que tinha sentido só deveria acontecer com Ladybug. Era errado que um simples toque em Marinette provocasse tal reação nele. Por que ele se sentia tão vivo de repente?

“Ob… obrigada” Marinette falou corando. Adrien xingou-se mentalmente por fazê-la voltar para esse estado. Provavelmente ela achava que ele estava com raiva dela. “Eu… já estou acabando, quer dizer, só falta… alguns. Presentes, eu digo. Você pode ir, se quiser” ela falou envergonhada.

“Não, eu vou te esperar” ele respondeu tranquilamente. “Quer que eu veja algo?”

Marinette assentiu, depois de pensar um pouco. Ainda estava com os pensamentos confusos. Adrien quase nunca a tocava, então ainda não tinha se acostumado com isso. Estranhamente sua mente pensou no sorriso de Chat Noir quando ela se afastou dele.

“Ainda preciso comprar algo para Nino. Você sabe o que ele quer?”

Adrien balançou a cabeça, envergonhado. Essa coisa toda de dar presente era meio nova para ele. Todos os presentes que ele dava antes eram coisas sem graça, de lojas caras. Não sabia como dar algo especial, não entendia como deveria adivinhar o que a pessoa realmente queria.

“Também preciso comprar meu presente para ele. Podemos ir depois dessa loja” ele sugeriu.

“Okay” ela respondeu sorrindo.

23 de dezembro, 17 horas

Quando o pai saiu para ir olhar algo na padaria, Marinette aproximou-se da mãe, cada passo parecendo uma tortura.

“Mãe, eu preciso pedir algo para a senhora. Eu sei que você não irá gostar, porém quero passar o final da noite de Natal com Alya” falou nervosa.

“No Natal, Marinette? Por que isso?” Sabrine perguntou triste. Já tinha arrumado tudo e queria a presença da filha, contudo sabia que se a adolescente estava pedindo isso deveria haver um motivo. Sua filha era muito educada para simplesmente fazer uma coisa dessas.

“É só que Alya e Nino estão meio brigados” ela disse. “E, bem, Alya já tinha planejado de passar o Natal com ele, então já tinha feito muita coisa para ele. E agora ela está triste, porque ele não irá mais passar o Natal com ela e tudo irá a lembrar dele” falou, sentindo-se mal por mentir para a mãe. Evitava fazer isso sempre que possível - mas sua vida dupla não a deixava escapar por muito tempo.

“Certo. Vamos começar a comemorar mais cedo esse ano, então” a mãe disse. Marinette deu um beijo na bochecha dela e voltou para o quarto dela.

...

24 de dezembro, 6 horas

Hawk Moth havia criado outro vilão e Chat Noir e Ladybug se juntaram para impedir a destruição da cidade. Demoraram um pouco para derrotar o akumatizado, mas conseguiram.

Tudo completamente normal, se não fosse por ser véspera de natal e pela ansiedade de Ladybug. Essa era primeira vez que via Chat Noir desde a noite que conversaram sobre o Natal e estava sentindo-se nervosa.

“Você está bem?” ele questionou, preocupado. Tinha notado o quanto ela estava distraída naquele dia.

Ela olhou para o brinco e observou satisfeita que teria que sair dali. Ótimo. Não daria tempo para ele fazer perguntas.

“Chat Noir. Preciso falar com você depois. Sei que amanhã é Natal, mas preciso me encontrar com você amanhã de 1 hora da manhã. É a única hora que posso” ela implorou.

Ele olhou para ela surpreso e preocupado. Será que ela estava bem? Ele faria o que fosse preciso para ajudar-lá. Mas, se ela não estivesse bem, ela poderia ter lhe falado logo. Então não deveria ser algo sério, ainda que o pedido fosse misterioso.

“Com prazer, my lady.”

Chat Noir a observou afastando-se com um sorriso, feliz. Bem, seu Natal não podia ser tão ruim se ele encontraria a sua lady. Ele sabia que até lá iria ficar tentando imaginar o que sua lady queria dizer.

24 de dezembro, 19 horas

Marinette estava deitada na cama, pensando no sorriso de Chat Noir. Ele parecera mais animado hoje. De alguma forma egoísta, ela sentia-se feliz por ter sido a responsável por fazê-lo sorrir assim.

“Pensando no Adrien?” perguntou Tikki.

“Por que você diz isso?” falou Marinette confusa.

“Bem, essa cara de besta apaixonada… Só pode ser por causa do Adrien, certo?” comentou a Tikki.

Marinette a olhou em pânico. Não, Adrien estava bem distante da sua mente.

“Tikki, é possível se apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo?” perguntou a adolescente, insegura.

Tikki ficou em silêncio por um bom tempo. Não importava a idade que tinha, os problemas de amor continuavam sendo complexos para ela.

“Acredito que sim. Talvez goste mais de uma… Mas, sim é possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo” falou, por fim. “Isso quer dizer que você não estava pensando no Adrien?”

Marinette negou com a cabeça.

“Estava pensando no Chat Noir” confessou, culpada. “Nos últimos meses, eu tenho me sentido estranha perto dele e essa semana principalmente… Tudo que eu queria era passar mais tempo com ele” falou. “Queria lutar com ele, ouvir as piadas sem graças, acabar com a tristeza dele. Eu queria poder saber quem ele é. Eu sei que ele é um gato convencido, mas eu confio nele. Ele é especial para mim” disse, somente depois realizando o quão sérios estavam seus sentimentos por ele. Ela já tinha percebido que estava se sentindo mais atraída por ele, mas recusara-se a analisar os seus sentimentos até agora. “Eu gosto dele”.

“Parece que você está apaixonada por ele, Marinette”.

“Você acha?”

“Sim, eu tenho certeza. Já estava achando que isso estivesse acontecendo mesmo, porém queria que você chegasse às suas próprias conclusões.”

“Mas e o Adrien?” ela perguntou.

“Você pode gostar dele também. Você não precisa resolver os seus sentimentos agora” falou Tikki, querendo poder ajudar mais.

“Como eu posso gostar de alguém que eu nem sei que é, Tikki?” a menina perguntou.

“Você o conhece, só não como é o seu rosto ou seu nome. Você sabe bastante sobre ele, sabe o jeito que ele pensa, vocês trabalham em sincronia até já... Mas talvez seja a hora de descobrir quem ele é” sugeriu docemente. Entendia as preocupações da dona sobre querer a manter a identidade em segredo, porém, a esse ponto, estava fazendo mais mal do que bem.

Marinete olhou surpresa para Tikki. Ela normalmente era sábia. Será que ela estava certa? Certamente, a adolescente queria conhecer melhor Chat e poder fazer coisas normais com ele, ver como era o rosto dele. Queria se aproximar mais dele. Ele já queria saber quem ela era. Então seria realmente uma coisa tão ruim? O quão perigoso podia ser revelar para Chat? Hawk Moth não iria conseguir usar isso ao seu favor, certo?

“Marinette! A comida está pronta” chamou a mãe da menina, interrompendo o momento. Ela desceu para jantar com a família.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
A história originalmente ia ser um cap só, mas como ficou muito grande resolvi dividir. Já já saí o outro.
Também postei uma história sobre a Chloe:
https://fanfiction.com.br/historia/744449/Mon_Prince/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tout de Moi" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.