Mary estava paralisada, em sua frente estava os corpos das pessoas nas quais mais amava. As únicas pessoas que haviam dado valor para um monstro como ela, e tratado ela como qualquer um. Sentia ódio, tristeza, desespero, medo, e era tudo isso que alimentava o assassino, Kuroha. Ela não conseguia acreditar. Se ao menos não tivesse conhecido e reunido eles, nada disso aconteceria. Era tudo sua culpa.

Mesmo em frente ao caos, Kuroha olhava para ela com um sorriso maligno e sombrio. Mary, paralisada pelo desespero, não sabia o que fazer e olhou para os corpos novamente, como se não pudesse acreditar no que via independentemente de quantas vezes ela olhava. "A culpa é toda sua, você é a rainha dessa tragédia". Assim, ela finalmente pôde aceitar que tudo aquilo era real, e não um pesadelo, sentiu mais desespero do que nunca. E assim foi tomada pelo seu sangue de monstro.

Nesse instante, Mary se transformou em uma aberração. Aquela era sua verdadeira forma como herdeira do sangue de um monstro. Nesse momento Kuroha riu insanamente.

—"Venha comigo, minha rainha", Disse Kuroha.

—"Não", Mary Respondeu Kuroha no mesmo instante, sentiu raiva e dúvida ao mesmo tempo.

—"Você foi a causa de todo esse sofrimento, se eu sou sua rainha e você meu servo, eu que irei pagar todos seus crimes e sua culpa. Dessa maneira eu também posso finalmente acabar com meus crimes de ter sido gananciosa e pedido demais."

Sem remorso em seus olhos, Mary com seus poderes, levitou o seu livro favorito da sua infância no qual carregava desde o início, e uma forte luz incandescente brilhava no livro, e assim as páginas se tornaram completamente brancas.

—"essas páginas em branco irão trazer um novo futuro, onde poderei salvar a todos e me reunir novamente com eles. Contos sempre terminam em um final feliz, e é assim que eu quero que seja. Eu quero que o futuro seja feliz, como um conto de fadas, mesmo que eu tenha que tentar várias vezes."

—"NÃO!!!" Gritava Kuroha.

E assim Mary levita seus pés fora chão, e sobe cada vez mais alto. Kuroha desesperado tenta parar Mary ao tentar alcança-la com suas mãos, porém antes disso tudo começa a tremer, e uma luz extremamente brilhante sai do livro e toma conta de todo o lugar, tornando tudo branco. O mundo todo parecia ter desaparecido, estava tudo branco, como um espaço vago e infinito. Mary parecia estar no meio desse branco vazio, sentada, segurando seu livro e derramando lagrimas.

"Nada será como antes, mas posso tentar fazer melhor do que nunca", dizia Mary. Ela abriu seu belo livro de capa azul, e com um sorriso no rosto e suas lagrimas descendo dizia: "Agora eu posso mudar tudo, e proteger a todos, vou reescrever essa história", e o tempo todo parecia ter parado. Aquele livro teria se tornado, O livro do tempo. Nesse momento uma de suas lagrimas havia caído naquele chão branco e vazio, e exatamente nesse momento parecia ter criado pequenas ondas, como se estivesse sentava em cima do mar. essas ondas se espalharam pelo local, e na parte de cima do vazio, surgia lentamente como mágica, o céu. 

Um belo e extenso céu azul brilhava, no qual o chão refletia. e Mary olhou para cima, com um leve sorriso de alívio. "Vou recriar o mundo através dos contos que sempre quis que tudo se tornasse, um mundo onde todos nós podemos ser felizes."