Pós Amor: O que vem depois do amor? escrita por Usagui120


Capítulo 19
Desentendimentos




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— O semestre está acabando. Então vamos ver uma das últimas matérias do nosso fluxo de historia do segundo ano do ensino médio. — Anunciou Laura. — No primeiro ano passamos pela pré-história, depois pela Idade antiga que engloba dos estudos sobre Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma terminando coma idade média. Aqui no segundo, vimos toda idade moderna e contemporânea. O finalzinho da nossa matéria vai ser o conflito que ficou conhecido como Guerra Fria!

— Posso fazer uma pergunta? — Indagou Leonardo, um dos alunos de Laura.

— Claro que pode!

— Por que Guerra fria? Por acaso esse conflito aconteceu em algum lugar frio?

— Não tem nada a haver. — Respondeu Laura. — Os historiadores deram a denominação “Guerra Fria” porque foi uma guerra mais de influencia, persuasão e convencimento. Não teve um conflito em si, envolvendo brigas diretas.

— Envolveu espionagem também, né?

— Exatamente! A CIA, centro de espionagem dos Estados Unidos e a KGB, centro de espionagem soviética ganham destaque nesse momento. Os filmes do 007 ilustram bem esse momento da história mundial. Prontos para aprender mais, gente?!

— Sim!!!!!! — Exclamaram todos com entusiasmo e curiosidade.

Miguel estava na delegacia anisando alguns processos. Às vezes sentia falta da ação que tinha como agente federal. O trabalho burocrático de delegado era um pouco entediante às vezes. Um dos papeis era uma imagem de satélite da área de uma reserva ambiental denominada “Vale das Borboletas”. A área verde estava diminuindo a cada dia. Muito estranho! Será que o senhor Sebastião está envolvido nisso? Melhor investigar! Ele se levantou e ordenou:

— Camila, prepare a minha viatura. Tenho um caso para resolver.

Laura terminou a aula feliz. Os alunos se mostravam super interessados na matéria. Isso significa que estou fazendo um bom trabalho! Ela despediu-se de todos e ao sair do colégio viu que alguém a esperava. A garota se aproximou e perguntou timidamente:

— O que faz aqui Eduardo?

— Preciso da sua ajuda! Só você pode me ajudar!

O café Primavera tinha acabado de abrir. Era decorado rusticamente o que o tornava muito acolhedor. O café expresso saía na hora bem quentinho. O pão de queijo era uma delícia a parte. Sentados na varanda da cafetaria, Eduardo e Laura conversavam:

— Eu estava terminando uma reunião na empresa quando a secretaria me liga falando que tinha um indígena me procurando. Permiti que ele fosse até a minha sala e era o Taíu.

— Taíu?

— O cacique que cuidou de mim enquanto eu estava em coma.

— O que ele queria?

— Parece que a plantação de soja está começando a invadir centros ambientais. E parece que a aldeia logo vai sofrer também.

— Alguma coisa me fala que o Sebastião Ferreira tem algo a haver com isso!

— Essa é a minha suspeita também! Muita coincidência ele chegar à cidade e reservas ambientais estarem sendo danificadas desse jeito.

— Temos que fazer alguma coisa! — Exclamou Laura convicta.

— Por isso que eu pedi sua ajuda. Sei que você tem contato com movimentos sociais que combatem esse tipo de coisa.

— Na verdade, desde que comecei a trabalhar, não tenho muito me envolvido diretamente com esses assuntos. Mas, ainda tenho muitos contatos a minha época de militante. Vamos impedi-lo! Custe o que custar!

— Você não mudou nada. — Afirmou Eduardo sorrindo. — Continua defendendo seus ideais e convicções como nunca.

— Já eu não posso falar o mesmo. Você mudou completamente!

— Como assim? — Perguntou Eduardo intrigado.

— Você tinha certa consciência politica, mas, nunca foi de ser engajado. De defender causas e essas coisas.

— Esse tempo que fiquei lá na aldeia, conheci melhor a cultura indígena. Ela é rica demais. A relação que os povos indígenas tem com a natureza me encantou completamente. Uma preciosidade daquela não pode ser estragada pela ganancia cega do homem branco. Além de aprender que mais importante do que falar é fazer algo de concreto para mudar essa situação!

Laura sorriu por dentro. Eduardo tinha se tornado mais humano e mais cociente do seu papel de ator politico. A áurea dele também tinha mudado. Estava mais leve e tranquila. Seu tom de voz estava mais harmonioso e diplomático. Fico feliz que você tenha mudo Edu. Ela bebeu um pouco do café e perguntou:

— Tem algo em mente?

— Eu tenho, mas, vou precisar da ajuda do Miguel. Acha que ele topa?

  — Topa sim! Quando chegar em casa eu converso com ele.

— Foi bom te ver! Me senti como antigamente. Lembra como as nossas conversas rendiam?

— Como não lembrar? — Indagou Laura rindo. — Éramos dois tagarelas de carteirinha. Se deixassem... Conversávamos por um dia todo sem parar.

— Bons tempos!

— Verdade! — Concordou Laura levantando-se. — Vou indo. A gente se vê.

— Se cuide! — Pediu Eduardo a encarando.

Laura ficou com a face completamente corada. Aquele olhar de Eduardo tinha a deixado completamente sem graça. Estar perto dele a deixava nervosa. O que está acontecendo?

A professora de história chegou em casa e jogou sua bolsa no sofá. Se eu continuar carregando essa coisa pesada, vou ter sérios problemas de coluna. Ela foi até o quarto e viu Miguel deitado. Ela deitou ao lado do amado e perguntou:

— Como foi o trabalho hoje?

— Normal.

Laura estranhou o tom frio de Miguel. Ele deve estar mal humorado. Ela o abraçou e sugeriu:

— Que tal a gente pedir uma pizza? Faz tanto tempo que a gente não faz isso.

— Estou sem fome.

— O que você tem? Por que está tão irritado assim?

— Não tem nada para me contar não? — Retrucou Miguel irritado.

— Já entendi tudo. — Disse Laura indignada. — Está assim só porque me viu conversando com o Eduardo?

— Se você me visse com minha ex... Gostaria da cena?

— Para de ciúme bobo! Eu e o Eduardo somos amigos! Amigos! Entenda isso!

— Você só pode querer a amizade, mas, ele não! Uma das razões dele voltar foi você! Eduardo não vai desistir assim tão fácil.

— Antes de soltar fogo pela boca, ouve com atenção! — Pediu Laura tentando acalmar Miguel. — O Eduardo foi me procurar para pedir ajuda. O cacique que cuidou dele, enquanto estava em coma, foi até a empresa mais cedo. Parece que tem um agricultor que quer avançar pela reserva indígena. Eu e ele temos um plano e precisamos da sua ajuda!

— No que eu posso ajudar? — Perguntou Miguel ainda enfezado.

— Você podia fazer uma investigação. Estamos desconfiados que aquele Sebastião, nosso novo vizinho, tem alguma coisa com isso.

— Ele não tem nada haver com isso!

— Como pode afirmar com tanta certeza?

— Eu investiguei. Fui lá na fazenda dele. Nenhum sinal de ilegalidade. Parece que é outro fazendeiro.

— Tem certeza? Ele pode estar usando um laranja!

— Não vem com teorias conspiratórias não. Já disse que ele não tem nada haver.

— Investiga mais a fundo! Por favor!

— Já disse que fiz tudo que podia! Tenta entender!

— Parece que vou ter que fazer essa investigação por conta própria! — Afirmou Laura extremamente convicta.

— E tenho certeza que seu amigo Eduardo vai vir correndo te ajudar. — Ironizou Miguel.

— Não fiz nada de errado para você me tratar assim. — Disse Laura triste. — Só estou lutando pelos meus ideais. E não vou desistir! Além de toda iniciativa ser bem vinda, inclusive do Eduardo!

— Já basta por hoje! — Exclamou Miguel pegando o casaco e saindo da casa depois de bater a porta com força.

Laura sentou na cama com os olhos vermelhos. Lágrimas não paravam de percorrer seu pálido rosto. Quando penso que vou ter paz... Isso acontece! Puta que pariu! Será que nunca vou ter uma vida tranquila com o Miguel? Aliás, para onde ele foi?


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