O nadador e o assistente escrita por phmmoura


Capítulo 18
Capítulo 18




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/744572/chapter/18

Não acredito que… aquilo aconteceu…, pensou Nelson enquanto fechava a porta do quarto. Depois de se separar de Cris, ele caminhou da piscina interna até o dormitório masculino. Ele deu o melhor de si para tentar não pensar em nada, mas foi impossível; não importa o quanto quisesse, ele não conseguia impedir sua mente de reviver o momento.

Só de lembrar de Cris olhar para ele com aquela cara maliciosa e depois ficar de joelhos antes de colocar seu membro dentro da boca foi o bastante para fazer as maçãs do rosto do nadador vermelhas e seu colega lá embaixo se erguer. Pare de pensar nisso! Só porque foi tão bom…

Porra! Como um cara pode dar um prazer tão bom pra outro? Cris não estava mentindo quando disse que eu nunca esqueceria da boca dele… Aaaah! Pare de pensar no ora… nisso! Nelson balançou a cabeça e bagunçou o cabelo ao mesmo tempo.

Como é que vou olhar pra cara dele agora? Como vou encarar aqueles olhos quando toda vez que penso nele, só consigo ver ele de joelhos e com a boca no meu pau… ah, para de lembrar, merda! Vou ficar duro de novo!

O nadador tirou as roupas, com mais força que o necessário, jogou no cesto de roupa suja e foi para o banheiro tomar uma banho. Mas nem a água gelada foi o suficiente para tirar sua cabeça da imagem do assistente.

Porra… não consigo parar de lembrar… Mas o que realmente incomodava Nelson não era sua incapacidade em esquecer; e sim que ele desejava a boca de Cris novamente. A ideia fez surgir um pequeno sorriso nele. Como ele disse, não dá pra esquecer das habilidades dele…

Esfregando o rosto, Nelson balançou a cabeça e exalou até tirar todo o ar dos pulmões. Ele prendeu o fôlego até que o corpo necessitasse de mais oxigênio. Então respirou fundo. Repetiu o ato até clarear sua mente.

Embora eu quero que ele me chupe de novo, não sou gay… Mas tenho que admitir que o Cris é fofo e legal… Quero dizer, pra um cara. Só que essa noite, ele foi… odeio admitir, mas ele tava sexy demais… Tá certo um cara dizer que outro cara tava sexy?

Quando eu fiquei vendo ele se secar naquele maiô apertado, perdi o controle… Quer dizer que estou atraído por ele?

Ele faz meu coração palpitar algumas vezes, mas não é justo. Como é que um cara pode ser bonito como uma garota e ainda ter um lado legal ao mesmo tempo? Não é trapaça, vei?

Como se não bastasse… O Cris esteve do meu lado sempre que precisei muito de alguém. Ele é um bom assistente e amigo… mas tem mais coisa envolvida? Eu quero algo a mais dele? Quero mais… daquilo… ou eu quero… beijar… ele…?

Nelson parou para considerar. Após uma grande pausa, ele ainda não sabia a resposta. Ainda me sinto atraído por garotas… e não consigo imaginar deixar outro cara além do Cris fazer… aquilo comigo… Mas mesmo assim, quando penso no Cris… agora não posso parar de imaginar o cara se dobrando os joelhos e… Para de lembrar disso!

O nadador deitou nu na cama. Como me sinto por ele ou se quero fazer outra coisa com ele não importa agora. Não posso perder minha concentração por isso… embora tenha sido um prazer daqueles… para, Nelson! Você acabou de se recuperar de uma lesão grave. Precisa se focar na recuperação e começar a treinar de novo.

Ele se revirou de um lado para o outro, mas não importava o quanto tentasse, não conseguia dormir. Sua mente só pensava naquilo. Desistindo, Nelson colocou suas roupas de malhação, alongou-se e saiu para correr na noite.

Apesar de se esforçar para manter a mente vazia, o assistente e seu sorriso continuavam adentrando os pensamentos do nadador. Não sei como olhar na cara dele agora…

Após algumas voltas, ele desistiu e voltou para o quarto. Depois de tomar mais uma ducha e trocar de roupas, o celular dele tocou. Abrindo os olhos, Nelson se virou para o som. É o Cris? Ele pegou o aparelho na mesma hora. Mas ao ver quem ligava, deixou os ombros caírem.

— Fala, Marcelo — disse com a voz cansada.

— É assim que atende o seu melhor amigo? — A voz do outro lado estava cheia de energia, o completo oposto de Nelson.

— Foi mal. Só que… foi um dia longo…

— Tô ligado. Parabéns.

— Parabéns pelo quê? — Nelson arregalou os olhos e se sentou. A voz parecia mais nervosa do que ele queria. Ele sabe sobre o Cris e eu…? Sem chance.

— Pelo quê…? Sua recuperação, oxe. Queríamos fazer outra festa pra você, mas o clube descobriu…

Ah é. Aconteceu tanta coisa que esqueci disso… A ideia o fez sorrir. Ele é um idiota, mas um ótimo amigo. Queria saber o que ele diria se eu contasse do Cris… mas nem eu sei como explicar o que está rolando entre a gente…

— Ei, cara… Eu vi a entrevista… — A voz do Marcelo perdeu todo o entusiasmo. Também teve isso, pensou Nelson com um sorriso amargo. — Não dá pra dizer que sei pelo que você passou, mas digo que já passou. Não posso imaginar o quão difícil foi pra você, só que agora, pode parar de olhar pro passado. Encare o futuro, o seu sonho. Nosso sonho de competir juntos nas próximas Olimpíadas. Falhamos este ano, mas tem sempre o próximo.

Nelson se sentiu grato por ter um amigo daqueles, mesmo sendo um idiota. Antes que notasse, estava sorrindo.

— Valeu, cara. Eu precisava ouvir isso.

— De nada. — A voz voltou para seu entusiasmo normal. — Só espero que não fique depressivo quando eu te vencer no Rio.

— Pensei que o pessoal não tinha deixado ter festa, mas, olha, só bêbado pra você falar essas besteiras — bufou Nelson.

— Ao menos dá pra ver que seu senso de humor continua a mesma bosta — respondeu Marcelo antes de se despedirem.

Sorrindo, Nelson deitou na cama de novo. Tem muita gente me apoiando, mesmo depois de tudo… Eu não deveria… Não vou decepcioná-los. Por eles e por mim. Até o Cris… Ele está me ajudando tanto…

Embora não tivesse ideia de que cara faria quando o visse na manhã seguinte, não importa se estivesse sentindo algo estranho por ele, Nelson tinha certeza de algo: a última coisa que queria era evitar Cris.

Não importa o que aconteceu, ele é meu assistente e amigo… Ainda que seja meio desconfortável, quero ver ele de novo. Quero falar com ele. Não importa se… aconteceu… aquilo.

Mas, calma… amanhã é domingo… não tem treino nem nada marcado… não quer dizer que não vamos nos ver?

Nelson cobriu o rosto com as duas mãos. Quero vê-lo amanhã, admitiu para si mesmo, com o coração batendo mais forte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O nadador e o assistente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.