Shard escrita por Tris Ripe


Capítulo 2
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"E eu acho que a pior parte de tudo isso não foi o perder, e sim, me perder."

12 de Agosto - 2017

Caminhava com uma taça de vinho pelo o salão enquanto cumprimentava a todos que chegavam em grande escala. A minha empresa estava reinaugurando depois de exatamente um ano.

Um ano desde que minha vida mudou completamente.

12 de Agosto - 2016

Estava dirigindo o carro em alta velocidade pelas ruas de Los Angeles até o hospital mais próximo.

O bebê iria nascer, finalmente.

— Justin, dirige mais rápido, pelo o amor de Deus — Daniele disse se contorcendo de dor no banco ao meu lado.

— Estou fazendo o máximo que posso — disse acelerando ainda mais, já conseguia avistar o hospital de longe e, depois de cerca de dois minutos, chegamos.

Abri a porta do carro o mais rápido que eu podia, e fui correndo para abrir a do lado de Daniele e de lá ela saiu com dificuldade. Coloquei delicadamente seu braço em volta de meu pescoço e a conduzi em direção a entrada do hospital.

— Preciso de um médico, o bebê vai nascer! — gritei assim que entrei no hospital, e logo vieram alguns médicos e a colocaram numa maca, eu ia logo atrás, mas fui impedido por uma enfermeira.

— Preciso que você preencha a ficha da paciente primeiro — ela disse, assenti.

Depois de alguns minutos, quando terminei de preencher a ficha, aparece um médico com uma cara nada boa.

— Você é o marido de Daniele? — assenti. — Sinto muito, mas o senhor não vai poder assistir ao parto de seu filho, estamos tendo complicações sérias no parto — neste momento meu coração gelou.

— Isso não significa que ela vá morrer, certo? — perguntei com certo receio de sua possível resposta.

— Existem probabilidades da paciente não sobreviver, e eu não vou negar, as chances são grandes disto acontecer.

Dias atuais

— Olá, senhor Bieber — disse Steve, um sócio de minha empresa.

— Olá, senhor Thompson, vejo que trouxe sua família — eu disse assim que olhei para o lado e vi que com ele tinha uma mulher mais velha e uma garota bem bonita, deveria ser sua filha.

— Ah, sim. Essa é minha esposa Carol e minha filha, Querubim.

— Prazer, Justin — eu as disse, e elas sorriram em resposta. — Bom, eu tenho outros convidados para cumprimentar, se me dão licença — eu disse e ele logo assentiu, e fui cumprimentar os outros sócios.

Querubim Thompson

Ser a filha perfeita, que tira notas perfeitas, mas que fora da vista dos pais, não é exatamente isso.

Prazer, essa sou eu.

No momento em que eu vi Bieber, vi que precisava dele. Nem que fosse apenas por uma noite, ele precisava ser meu de qualquer maneira. Ou eu ser dele, tanto faz.

E eu teria que usar minhas táticas para que isto fosse possível. Todos sabem da fama dele de pegador, desde o meio do ano passado, e, eu não me importo nem um pouco de ser mais uma das que ele pegou e que tratou mal no outro dia. Eu também sou assim, de qualquer maneira.

— Onde você vai, Querubim? — minha mãe disse assim que eu me levantei da cadeira no qual eu estava sentada.

— Só vou ao banheiro — disse e segui meu caminho, logo indo a procura do tal banheiro. Ou o Bieber.

Assim que achei o banheiro, dei graças a Deus por não ter ninguém nele. Entrei e pus a bolsa que eu carregava em cima da pia, tirando de lá o meu celular.

Ele é ainda melhor do que nas fotos.

Digitei essa mensagem e mandei para Chelsea, minha amiga, que tratou logo de responder.

Aposto que sim — foi o que ela me respondeu.

Retoquei minha maquiagem, e principalmente o batom vermelho vinho que eu usava naquela noite. Saí do banheiro, ainda mexendo no celular olhei para frente, vendo que Bieber estava perto e que eu poderia trombar sem querer nele ele, de repente. E foi assim que eu fiz. Continuei mexendo em meu celular, ainda fingindo estar super concentrada no mesmo, e passei ao lado dele.

— Desculpe-me — ele disse assim que trombei nele. — Ah, você é Querubim, certo?

— Sim, como se lembrou de meu nome? — disse o encarando confusa.

— Eu não poderia me esquecer do nome de uma garota tão bonita — ele disse e eu sorri com isso.

— Então quer dizer que você me achou bonita? — disse dando um sorrisinho malicioso.

— Pode ter certeza disso — ele disse sorrindo da mesma forma.

— E você também — eu disse sussurrando em seu ouvido — pode ter certeza que eu achei o mesmo de você — disse e logo saí andando dali, olhei para trás e vi que ele sorria malicioso com minha atitude.

— Por que você demorou tanto? — minha mãe disse assim que cheguei na mesa em que estávamos.

— Demorei para encontrar o banheiro — disse revirando os olhos e pegando minha bolsa para guardar meu celular. — Céus, você não viu o quanto esta casa é imensa?

— Sim, eu vi — ela disse revirando os olhos e bebendo a bebida que tinha em seu copo.

— Posso pegar uma bebida? — perguntei.

— Pode, mas cuidado para o seu pai não ver.

Minha mãe é minha confidente, eu conto tudo o que eu fazia e ela ainda me apoia. Não posso negar, ela é a melhor mãe do mundo.

— Onde está papai? — perguntei logo depois que um garçom passou com algumas bebidas e eu peguei uma.

— Tratando de negócios, sei lá — ela deu de ombros. — Eu só vim nesta festa pois estava ansiosa para ver como Bieber estava.

— Em que aspecto? — perguntei sorrindo maliciosa.

— Físico, com certeza — deu de ombros. — E você, o que achou dele?

— Maravilhoso, como ele não deve ter igual.

— Concordo.

— Falando nele, encontrei ele na saída do banheiro, "sem querer" — disse fazendo aspas com os dedos.

— E o que ele te disse?

— Falou que eu sou muito bonita — dei de ombros. — Aposto que ele diz isto para todas.

— Com certeza, e você não vai perder a chance de ter esse homem na sua cama, né filhota?

— Pode apostar que não — disse levantando a taça em que eu bebia. — Um brinde ao sucesso, mamãe?

— Um brinde ao sucesso — ela disse levantando sua taça e brindando comigo. — Você tem todo o meu apoio até para casar com este homem. Eu como sogra dele estaria feita.

— Eu com um marido desses também. Mas, me conta, mamãe. O que aconteceu exatamente com ele?

— Ele não era esse homem mulherengo que é hoje em dia. Foi seu pai quem me contou tudo. Tudo começou com a morte de sua mãe, Patrícia, ele ficou desolado e apenas conseguiu seguir em frente por causa do apoio de sua falecida mulher, Daniele. E Daniele ficou grávida, uma gravidez normal, como qualquer outra, só que no parto, ela misteriosamente morreu. Ela e sua filha. Nem os médicos tiveram uma explicação concreta para a morte dela, e ele, não tinha ninguém que realmente se importasse com ele para o ajudar a seguir em frente, como na morte de sua mãe, e, até hoje, exatamente depois de um ano, ele não superou. Ele finge que está bem, fica com várias, bebe e se droga demais, quando na verdade, está desmoronando, principalmente hoje, que deveria ser o aniversário de um ano de sua filha.

— Nossa, que trágico — murmurei chocada. — Não sei se eu estivesse no lugar dele conseguiria fingir tão bem que está tudo bem. Como ele era, digo, antes de tudo?

— Ele e Daniele se conheciam desde a infância e começaram a namorar no ensino médio, fizeram faculdade juntos e se casaram depois da faculdade. Ele realmente a amava, você tinha que ver o jeito que ele olhava para ela.

P.O.V JUSTIN

Por dentro eu me corroía de dor e sofrimento. Na noite anterior, eu havia sonhado com Daniele e nossa filha, que não tinha nome pois nós queríamos escolher escolher nome depois que nascesse. Eu sonhei que comemorávamos o aniversário de um ano dela, e que ela se parecia muito com Daniele.

Eu daria tudo para que aquele sonho, se tornasse realidade.

— Você deve ser o Bieber, certo? — disse uma garota morena estendendo sua mão para que eu a cumprimentasse.

— Sim, sou eu mesmo — disse beijando sua mão.

— Ouvi falar muito de você, não coisas muito boas, mas eu ouvi falar muito de ti. Como está? Digo, depois de um ano, eu sei que você ainda não conseguiu superar aquele acontecimento — ela disse gesticulando com as mãos.

— É claro que eu não superei. Eu a amava — eu disse revirando os olhos. — E eu não quero falar sobre isso, não com uma estranha.

— Eu sou uma estranha sim, me dê uma noi... — ela disse se aproximando mais.

— Não, obrigada — eu disse a interrompendo. — Já tenho outros planos para essa noite — disse dando uma piscadinha e olhando para onde Querubim estava sentada conversando com sua mãe.

— Ah, certo — ela disse recuando, sem graça. — Bom, já vou indo.

— Dia difícil? — disse Querubim, que de repente estava do meu lado.

— De onde você surgiu? — disse assustado.

— Das profundezas daquela mesa ali — ela disse apontando para a mesa em que sua mãe estava sentada sozinha, mexendo no celular.

— Ah, certo.

— E eu sei que você está tendo um dia difícil, dá para ver pelo o seu sorriso que por dentro você está sentindo dor. Você tenta disfarçar, mas a mim você não engana.

— Está pensando em virar psicóloga?

— Talvez — deu de ombros. — Mas, me diz, como se sente nesta noite de junho?

— Estranho, o vazio que tinha em meu coração, parece doer mais hoje.

— Eu sei, eu sei. É difícil, pode ser uma comparação indelicada de minha parte, mas senti a mesma coisa quando meu cachorrinho morreu, Totó.

— Poxa, mas que nome original — disse ironizando. — Mas eu compreendo, me senti péssimo depois que meu primeiro cachorro morreu.

— Sabia que hoje é meu aniversário? — ela disse de repente mudando de assunto.

— E porque você não está comemorando?

— A festa vai ser amanhã, não sou muito de comemorar aniversários, mas meus pais insistiram em fazer pelo o menos uma festa — revirou os olhos. — Festas de aniversário são um saco, na minha opinião.

— Então você não gosta de festas?

— Eu amo festas, mas meu pai usa o fato de ser meu aniversário para fazer uma grande festa e convidar aqueles sócios dele, o que na minha opinião é um saco — bufou.

— Você nunca teve uma festa decente de aniversário então? — negou com a cabeça. — Bom, me siga — eu disse estendendo a minha mão, e ela logo pegou.

— Para onde você vai me levar?

— Você verá — eu disse e logo puxei seu braço em direção as escadas. Algumas pessoas olhavam, mas não davam importância. Inclusive aquela morena com quem eu fala anteriormente olhava para Querubim com certa repugnância em seu olhar.

Subi as escadas em direção ao terraço da casa, o caminho era longo, mas valia a pena.

— Espera aí — Querubim disse se soltando de minha mão e tirando seu sapato, e logo que tirou voltou a segurar minha mão. — Pronto — assim que ela disse isso, continuei subindo as escadas, estávamos quase lá.

Quando chegamos, vi que ela olhava para o céu estrelado com admiração.

— Que lugar lindo, aposto que você vem sempre aqui — ela disse se deitando no chão para olhar melhor para o céu sem se preocupar se sujava seu belo vestido azul celeste, o que em certo aspecto me lembrava de Daniele. — Sabe — ela disse assim que me deitei de seu lado — pensei que você era diferente, tratava as mulheres apenas como objeto, mas nesta noite eu percebi que acho que isto deve ser um grande equívoco.

— Não exatamente — eu disse respirando fundo. — Vou ser honesto com você, eu estrou abrindo uma exceção com você pois me lembra o jeito de Daniele.

— Como assim? — ela disse ainda olhando para o céu estrelado.

— Aquele jeito desleixado dela que eu amava, faz as coisas sem se preocupar com o que vão pensa de você.

— Depois eu que sou a pscicóloga — ela disse se virando e me olhando. — Sempre quis ter um amigo mais velho, rico e gato.

— Então é isso que você pensa que eu sou?

— Não, eu também te acho alguém forte e te admiro muito agora, mesmo eu achando que beber e se drogar não é a melhor solução, eu também não posso falar nada, já que eu faço o mesmo — deu de ombros como se aquilo fosse algo normal.

— Não estou aqui para te dar lição de moral, mas tem que ter cuidado. Quantos anos você está fazendo?

— Dezoito, este é meu último ano na escola, graças a Deus. E você, tem quantos anos?

— Fiz vinte e cinco esse ano.

— Você nem é tão mais velho do que eu, gostei — e logo fomos interrompidos pelo o celular dela. — É uma mensagem de minha mãe, meu pai está me procurando, e se ele souber que eu estou com você ele me mata — revirou os olhos. — Até qualquer dia — ela disse se levantando.

— Espera — eu disse também me levantando. — Seu pai me chamou para ir na sua casa amanhã, eu não ia mas agora eu vou.

— Obrigada, acho que  essa festa ficará muito menos tediosa com você nela — ela disse mexendo em sua bolsa e logo tirando um papel de lá. — Toma meu telefone, caso precisar — ela disse estendendo o papel, que eu logo peguei.

— Pode deixar — e logo depois que eu disse isso, ela saiu as pressas em direção as escadas.

P.O.V Querubim Thompson

— Onde você estava? — meu pai me perguntou assim que eu cheguei. — Já estamos indo embora.

— Problemas femininos — menti. — Vamos? — eles assentiram.

(...)

Depois que eu cheguei em casa e já estava indo dormir, alguém bate na porta de meu quarto, era minha mãe.

— E aí, o que houve?

— Eu disse para ele que era meu aniversário e ele me levou para o terraço de sua casa para vermos as estrelas. Foi lindo — disse enquanto sorria ainda encantada.

— Estranho — ela disse confusa. — Ele não é de fazer isso.

— Ele disse que eu lembrava o jeito de sua falecida esposa, desleixada e que não se importa com o que os outros pensam dela.

— Nisso eu tenho que concordar — disse revirando os olhos. — Ela era muito parecida com você, até fisicamente. Bom, agora eu vou dormir, estou cansada — ela disse e saiu do quarto, e assim que ela fez isso, recebi uma mensagem em meu celular, número desconhecido.

Boa noite. Justin.

Levantei com certo receio de minha cama. Segundo dia com dezoito anos, e, sinceramente, nada mudou. Calcei minhas pantufas e enquanto me dirigia ao banheiro, fiz um rabo de cavalo bem alto e fui escovar meus dentes.

Depois de fazer tudo o que eu tinha que fazer em meu quarto, desci as escadas. A casa estava uma verdadeira confusão. Haviam pessoas correndo para lá e para cá, a casa estava sendo decorada de maneira impecável, de modo que não se via nenhuma sujeira e nem vestígios da tal.

Eu já sabia que a casa não iria parecer a mesma de noite, e sim um salão.

Um grande e impecável salão, cujo a atração principal era eu, usada de cobaia pelos meus pais para tudo. Inclusive ganhar dinheiro as minhas custas.

Havia escutado o meu celular tocar, era uma mensagem.

Aposto que já acordou. Como vão os preparativos? – Justin.

Um saco, como sempre – Querubim.

— Com quem está falando, filha? — a voz de minha mãe me assustou, me fazendo guardar meu celular rapidamente pensando que era o meu pai.

— Nossa mãe, que susto — disse colocando a mão no peito. — Pensei que era o papai.

— Estava falando com ele, certo? — assenti. Sabia que se tratava de Justin.

— E tem algo que eu esqueci de te contar. Ele confirmou presença hoje a noite, disse que é por mim.

— Aposto que você está se sentindo muito especial, certo? — assenti. — Pois bem, filha, não sonhe muito alta que a queda pode ser muito brusca — ela disse e logo saiu dali, me deixando sem explicações.

Desci as escadas e fui em direção a cozinha, estava morta de fome.

— Bom dia, Rosita — disse para Rosita, uma das empregadas.

— Bom dia senhorita Querubim — ela disse assim que eu me sentei numa das cadeiras e ela me serviu uma vitamina de morando, tomava todos os dias.

— Dia puxado? — assentiu. — Bom, boa sorte para nós duas então. Odeio meus aniversários — revirei os olhos. — Papai acha que meu aniversário é uma grande oportunidade para um grande evento, e para grandes eventos ele não perde nenhuma chance, nem que para isso tenha que sacrificar a felicidade de as filha.

— Bom, essa é um grande motivo para você ser diferente com seus filhos. Você sabe como é.

— É, eu sei Rosita.

[...]

Já era noite, estava terminando minha maquiagem enquanto mamãe tagarelava o mesmo discurso de como se portar na frente dos convidados.

— Mãe, eu já sei — revirei os olhos pela a milésima vez naquele dia. — Todo ano é a mesma coisa, não precisa repetir.

— Me desculpe, querida. Se algo der errado você sabe que seu pai vai nos atormentar por um bom tempo, à mim principalmente.

— Eu sei, mamãe, não se preocupe — disse me levantando da cadeira em que eu estava e indo a abraçar —, vai dar tudo certo.

Depois de alguns minutos, finalmente eu estava pronta. Fui descer as escadas e o foco de todos se voltou para mim. Todos estavam com suas taças de Champanhe na mão e conversavam, com toda a certeza, sobre negócios.

Estava olhando para todos, para ver se havia algum rosto conhecido, até que me deparo com um par de olhos castanho-claros me encarando com certa admiração, me deixando ruborizada.

É, pelo o que eu percebi, ele é de cumprir suas promessas.

Dei um sorriso discreto em sua direção, e, logo depois desviando o olhar. Ele estava quieto em um canto, conversando com quem passasse, sem ao menos desviar seu olhar de mim.

Finalmente terminei de descer as escadas, que, naquele momento pareciam infinitas no segundo em que aqueles olhos se direcionaram para mim.

— Está linda, minha filha — papai disse assim que cheguei perto dele.

— Obrigado, papai. Agora, se me der licença, vou dar uma volta e comer alguma coisa, estou faminta — disse e ele assentiu.

Assim que saí de perto de meu pai, fui em direção a Bieber, que me encarava com um leve sorriso.

— Você veio — disse quando me aproximei.

— Eu sempre cumpro o que prometo — ri.

— É, percebi. E aí, tem algo em mente?

— Tipo o que?

— Me tira daqui, por favor. Eu quero desaparecer, pelo o menos nesta noite.

— A sua sorte é que, eu já tenho muitas coisas em mente — ele disse e deu uma piscadinha.

— Tipo o que? — disse dando um sorriso malicioso.

— Vem comigo, vou te mostrar alguns lugares da cidade que eu costumo a ir quando estou sozinho — ele disse estendendo a mão, que eu tratei logo de pegar.

— Vou me arrepender?

— Se você não vir, nunca saberás. Tem alguma saída escondida que ninguém nos veria passar?

— Ah, sim, pela cozinha que dá para o jardim. Deve estar uma bagunça, mas dá para passar.

E o arrestei por entre as pessoas até chegar na porta da cozinha, e lá dentro estava uma completa correria.

Até parece que gente rica come muito, mas, fazer o que, certo?

Todos estavam tão destraidos com seus deveres que nem notaram a minha presença e a de Justin.

A porta que dava para o quintal estava aberta, passamos por ela e finalmente, pela a primeira vez naquele dia eu pude sentir o ar de fora da casa.

— Onde está seu carro? — perguntei.

— Na esquina. A rua está cheia de carros, foi muito difícil achar um lugar para estacionar — revirou os olhos.

— Como se alguma dessas pessoas se importassem comigo — bufei.

— Ei, fica tranquila — colocou uma mecha de cabelo meu atrás da minha orelha. — Fique tranquila, eu estou aqui único e exclusivamente para ti — disse acariciando meu rosto.

— Como ficamos tão íntimos em um dia?

— Eu tenho um nome para isso, destino — disse brincalhão.

— Ah, para com isso — disse empurrando seu ombro de leve, havíamos começado a andar em direção ao carro.

— É sério, você não acredita em destino?

— Não sei — dei de ombros. — Só acredito vendo.

— Algumas coisas a gente não tem que ver, e sim sentir. Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se, Independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá se partir.

— De onde você tirou isso?

— Uma antiga crença chinesa. O fio vermelho do destino — ele disse assim que chegamos no carro.

— Para onde vamos agora? — perguntei quando eu já estava no carro, e ele também. E ele foi cavalheiro o suficiente para abrir a porta para mim

— Surpresa — ele disse abrindo um sorriso misterioso.


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