Calil se perguntava como Dara havia descoberto aquele lugar. Após passarem horas subindo morros, enroscando o pé e escorregando em barrancos, tinham chegado na ponta de uma falha natural, um desfiladeiro avermelhado e profundo.

— É uma escolha incomum para o local de um piquenique. – O rapaz comentou.

Dara encolheu os ombros, com um ar de inocência. Ela não era nada comum, então fazia sentido.

Ambos se sentaram relativamente perto da borda e passaram algumas horas apreciando a paisagem, a presença um do outro e a deliciosa comida que tinham levado para a ocasião. Dara tinha feito uma torta com carne salgada, de sabor puxativo, que imediatamente se tornou a comida preferida do rapaz. Infelizmente a única bebida que tinham era suco, mas ele havia levado algumas frutas conservadas no licor, que quebraram o galho, mas os deixaram zonzos e falando bobamente.

— Acho que eu quero passar o resto da vida fazendo essas coisas com você. – Dara confessou.

— Eu também quero. É o que mais quero. – Ele disse, com o rosto queimando pela ligeira embriaguez e pela vergonha.

— Vamos fazer isso então. – A moça encostou o rosto no ombro de Calil e fechou os olhos.

Eles estavam felizes.