Rosa não sabe dizer se o monstro é realmente invenção da sua cabeça ou se ele virou a banheira que está no centro do quarto. Era uma respiração tão real e tão quente que ela se sente aliviada por não ter nada além da banheira. De repente a torneira liga sozinha e a água começa a cair.

Depois de retornar ao quarto anterior e pegar os produtos de banho, Rosa deixa a porta aberta para o caso do monstro retornar. A banheira já está quase cheia e a torneira fecha. Tira o vestido e entra com cuidado, sentindo a água molhar seu corpo.

No primeiro instante, Rosa permanece tensa e suspeitando da banheira se transformar no monstro. Entretanto, nada acontece.

—5 minutos e aí eu saio. - Diz para si, pegando o sabonete. Respira fundo. - Talvez menos de 5 minutos.

Começa a passar o sabonete em suas pernas, depois em seus braços. O aroma é puxativo e delicioso. Passa xampu no cabelo, fechando os olhos e imaginando a situação mais calma que já viveu.

Afunda a cabeça na banheira e encolhe o corpo. Nem percebe que a água está mudando. Antes incolor e morna, agora está rosa e muito quente.