Finalmente posso descansar em paz com a minha consciência.

Você não me odeia! Ah! Eu poderia gritar isso para o mundo, se o mundo não estivesse em absoluto silêncio às duas da madrugada.

Agora estou aqui, na varanda, observando o céu estrelado e o Bosque bem ao lado da minha casa.

As lembranças quase escapam da minha mente e se projetam, com se o menino tristonho e a ruivinha invocada estivessem brincando de detetive por entre aquelas árvores.

Uma das melhores decisões da minha vida foi ter aceito o pedido da sua mãe para cuidar de você depois da escola. Você era uma criança quieta e assustada, já eu era um furacão sem rumo, destruindo tudo ao redor. Apesar dessa diferença de personalidade, sua imaginação era como um navio pronto para sarpar, mas eu era sua âncora, sempre deixando seus pés firmes no chão.

Agora estou manchando o papel com essas lágrimas estúpidas! Mas não se preocupe, Bob. Nenhuma delas carrega tristeza. São apenas o reflexo do meu desejo de reviver aqueles dias tranquilos, em que os sorvetes pareciam mais saborosos e os quadros do Van Gogh, mais coloridos.

Você dava sabor e cor a eles. Sinto falta disso.