Expliquei a situação para Sofia e pedi para que ela avisasse a polícia. Sofia mostrou-se incrédula, mas garantiu-me que faria o que eu pedi.

Ele saiu do banheiro e depois trouxe uma bandeja de comida, mas eu não quis. Diante disso, fui forçada a comer, Jorge apontava a arma para a minha cabeça.

Após um tempo, ele apareceu com uma habena e algemas e direcionou-me até seu quarto. Prendeu-me com as algemas na cabeceira da cama, dizendo que faríamos algo selvagem. Todavia, antes que aquela bizarrice começasse, ouvimos a campainha. O professor fingiu que nada estava acontecendo, até escutarmos uma voz masculina bradar:

— Jorge Fernando, nós sabemos que você está aí e que mantém uma menor em cárcere.

Jorge então se dirigiu até a sacada da residência. Ele voltou apavorado, soltou-me e arrastou-me até a sacada. Pude então ver que havia vários policiais na rua.

— Vão embora! Não se metam nisso. Se vocês fizeram algo, eu mato ela e depois me mato — vociferou.

A polícia tentou negociar durante dois dias, mas Jorge estava irredutível. Entretanto, num determinado momento ele tomou uma decisão inesperada: atirou contra si.

— Ele está morto — declarou um policial que havia entrado na casa após o disparo.