“O que tá fazendo aqui?” – a carranca de Léo revelava seu mau humor.

“Oi gato” – Helena se aproximou, colando a boca no ouvido dele – “Sentiu minha falta?”

Ele se afastou dela, fechando a porta de sua casa.

“Já falei pra não vir mais”

“Por que tem uma nova amiguinha? Tá com medo que ela me veja aqui, que saiba de nós?” – ela perguntou cínica.

Léo a encarou.

“Ela me disse que você a acusou de ter sido responsável pelo pé na bunda que aquele mané te deu. Não quero mais saber de você indo falar com ela” – era uma ameaça.

“Vai defender ela agora?” – Helena leva as mãos à cabeça, sem acreditar – “Isso é ridículo!”

“Se era só isso que queria falar já pode ir embora” – ele disse friamente.

Ela cruza os braços. Seus olhos estão vermelhos, parecem uma represa prestes a estourar.

“Mas porque estou surpresa? Sempre tive que me contentar com os rebotalhos de amor que você dava” – lágrimas escorriam por seu rosto.

Ele vira as costas, encerrando a conversa. Mas Helena continuou...

“Um dia a gente cansa de ser tão mal-amada” – seus lábios formam um sorriso malévolo – “É por isso que contei tudo pra ele”