Aos poucos, a pele de Astoria foi deixando a cor de alabastro e retomando a tonalidade normal de gente viva. Gradativamente Scorpius também deixou de se parecer um animal fantástico ainda não identificado e começou a se parecer com um bebê. Draco não tinha ideia de como uma criança de apenas sete semanas conseguia ser mais valente e demonstrar mais força do que ele em qualquer um de seus dias em suas duas décadas e meia de vida, mas não tinha duvidas de quem ele havia herdado tais qualidades. Era ótimo que o bebê já se parecesse tanto com a mãe antes mesmo de falar, embora apresentasse inegáveis semelhanças físicas com ele. Acima de tudo era ótimo estar vivo, se sentir entorpecido de tanta sorte, sem saber como se tornara merecedor de uma família.

Não é como se ele fosse sozinho antes. Mas a configuração com Narcisa e Lucius nunca havia sido a ideal. Ele amava e incompreendia a mãe, da mesma maneira que respeitava e temia o pai. Era uma configuração estranha, amorosa de algum modo, mas cheia de silêncios e sombras.

Aquilo com Astoria, com o nascimento de Scorpius... era um dia tão ensolarado que chegava a doer os olhos.