Anoitecia. Os Malfoy estavam em uma das amplas varandas da ala oeste, esparramados sob uma namoradeira estofada em uma cor vibrante da preferência de Astoria. Ela estava distraída com um besante que girava entre os dedos. Draco nunca entenderia a estranha obsessão dela por moedas trouxas ou bruxas – de qualquer tempo e nacionalidade – mas havia algo de tranquilizante no movimento repetitivo, no modo como ela passava o pequeno círculo dourado por entre os dedos da mão esquerda e, em seguida, da mão direita, em uma afetação silenciosa de sua ambidestreza.

Eles estavam esperando pela chuva de meteoros e o enorme telescópio que descansava na beira da sacada esperava para ser usado por eles. Era verão, de modo que ninguém usava capa ou vestes pesadas e Draco podia passar a mão distraidamente pelo braço de Astoria. Ele não tinha como prever ainda, mas essa se tornaria uma lembrança vivida que o acompanharia para sempre.

Quando as estrelas começaram a despontar, revelaram a constelação de escorpião. Malfoy reconheceu e apontou Antares. Astoria entrou no jogo, ajudando a traçar o desenho no céu. Quando os dedos apontaram para a última estrela da pinça, eles murmuraram Scorpius, quase ao mesmo tempo. E foi quando os dois souberam.