Twist of fate escrita por Littlefox


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hello Ladies, tudo bom com vocês? Mais um capitulo fresquinho hj hein rsrsrrrssrsrsrsrs



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2005

A morena esperava tranquilamente sua mala aparecer na esteira do aeroporto enquanto conversava com sua mãe no telefone

— Não mãe, eu ainda não fui assaltada! Estou bem, acredite em mim!

— Não brinque com isso Susana, a criminalidade aumentou muito de uns tempos para cá, tome cuidado enquanto estiver aí! Nada de sair a noite e...

— Nada de falar com estranhos, eu sei mamãe, vou ficar bem. Já estou indo para casa de Corin, fique tranquila!

— Ainda acho que essa coisa de surpresa não é uma boa idéia. Você devia ter avisado o menino! Vai que a casa está uma bagunça ou não tem comida na geladeira? Falando nisso eu botei alguns biscoitos na sua bolsa, caso sinta fome...

— Não tinha necessidade mãe, ele deve chegar mais tarde e nós devemos sair para comer, como sempre.

— Me ligue o tempo que você ficar aí, e não demore muito ok? Suas cartas de resposta das universidades devem estar chegando e não vou conseguir me conter se você demorar.

— Ok mãe, preciso ir! Estou vendo minha mala.

— Juízo e não fale com estranhos! Ah e mande um beijo para Lúcia, diga que estou com saudades!

— Tudo bem, tudo bem, apesar de você já ter dito isso! Tchau mãe.

Desligara o celular rindo. Sua mãe sempre se preocupava quando a mesma viajava, ainda mais quando ia visitar o namorado em Nova York. Eles se conheceram no colégio, Corin era um ano mais velho que Susana e saira da escola primeiro, entrando na faculdade com uma bolsa que conseguira por ser jogador de futebol. Era aquele velho conto de fadas, o jogador se apaixona por uma das meninas normais e eles vivem o romance perfeito, pelo menos era isso que ela costuma pensar.

Ela saira apressada do aeroporto na esperança de conseguir um táxi nos próximos quinze minutos, precisava aprontar o apartamento para quando Corin chegasse. Suas preces foram atendidas, quando cruzou as portas automáticas do aeroporto conseguira entrar no táxi parado em sua frente.

— Boa tarde! – falou entrando no táxi afobada

— Para onde, senhorita?

— Aqui – entregou o papel com o endereço anotado ao motorista enquanto digitava algo no celular. O carro logo arrancou em direção ao apartamento de Corin. A medida que as ruas passavam o coração de Susana palpitava mais rápido, fazia tanto tem que não se encontrava com Corin, imaginava como ele iria reagir quando abrisse a porta e desse de cara com ela em meio às pétalas de rosas vermelhas. Ele nunca fora bom com datas mas lembraria na hora que era aniversário de namoro dos dois.

Finalmente depois de muita espera o táxi parara em frente ao prédio antigo onde Corin morava. Parecia ser uma vizinhança tranquila, a rua estava estranhamente pouco movimentada para um fim de semana. Algumas lojas já haviam fechado, afinal já passavam das seis. Ela entrara apressada pela porta aberta do prédio indo direção as escadas. Estava ficando sem tempo para preparar a tal surpresa.

Subir uma escadaria de 4 andares com aquela mala nunca fora tão difícil, mas ela finalmente chegara em seu tão aguardado destino. Ela lembrava bem que ele costumava guardar uma chave reserva debaixo do tapete, em caso de emergência. Mas ao que pareceu, ela não precisara usar já que a porta estava aberta. Ela entrara um pouco desconfiada, afinal não era do feitio de Corin ser tão descuidado com a segurança de casa.

Logo ela pode ver o motivo, o som estava ligado com música preenchendo o ambiente, algumas peças de roupa,entre algumas dessas femininas que Susana não lembrava de ter deixado ali, formavam uma trilha que ia em direção ao quarto do mesmo. Quanto mais se aproximava do final da trilha mais ela conseguia ouvir os gemidos que saiam do quarto.

Sem mais delongas, ela abrira a porta se deparando com seu namorado e uma desconhecida nus na cama dele. O coração de Susana nunca se partira daquela forma desde que seu amigo de infância se fora, seus olhos já marejaram quando os dois finalmente notaram sua presença.

Ele parecia ter visto um fantasma enquanto tirava a loira de cima de si, tentando se cobrir. Os dois se encararam por alguns instantes enquanto a raiva da morena crescia cada vez mais. 

Ele não sabia o que fazer, muito menos o que falar quando viu a mesma dar as costas e ir em direção a porta. Ela estava saindo do apartamento quando ele conseguira alcança-la 

— Su, espera por favor! – falou tentando abotoar as calças, fazendo a cena ficar mais deplorável do que já era – Não é o que você está pensando – a péssima escolha de palavras fizera a morena gargalhar

— Não é o que eu estou pensando? Não é o que eu estou pensando, Corin? Então que porra eu estou pensando? – o tom de voz da mesma aumentava a cada momento

— Eu...eu não sei – ele falou nervoso – isso não significou nada para mim! Foi apenas um deslize, você precisa entender! Essas coisas acontecem e...

— Jura?! Pareceu significar muita coisa enquanto ela estava em cima de você, seu filho da puta! – disse socando seu peito

— Não joga fora o que nós temos, Su! São dois anos juntos! – era realmente lastimável o rapaz não se lembrar nem de quanto tempo estavam juntos, eram na verdade quatro anos de relacionamento. O erro fizera a morena ficar mais irritada desferindo um tapa tão forte na cara do rapaz que fez a cabeça do mesmo zunir

— É inacreditável que você não saiba quanto tempo estamos juntos! Você pelo menos sabe que dia é hoje? – ela esperara por uma resposta mas tudo que recebera fora uma expressão de dúvida no rosto do rapaz – É nosso aniversário de namoro, Corin – ela gritara em plenos pulmões – Mas você já estava comemorando, certo? – disse amargamente e por um momento pensou ter atingido seu objetivo de feri-lo – pode voltar lá e terminar de fuder a sua piranha, nós não temos mais nada! – e com isso a mesma deixara o apartamento.

A tranquilidade da vizinhança agora dava lugar a ruas mal iluminadas e desertas, mas no calor do momento ela não pareceu se importar. Queria sair logo dali o mais rápido possível. Não havia uma viva alma na rua enquanto ela caminhava pela calçada aos prantos. A cena era de causar pena em qualquer pessoa que olhasse, mas nenhum coração se partiria tanto quanto o dela. Era como se todo o conto de fadas que a mesma imaginara que seu futuro seria estivesse desmoronando em sua frente e ela não pudesse fazer nada para impedir. 

Susana

Se eu pudesse listar os piores dias de minha vida, este com certeza estaria em primeiro lugar. Caminhava sem a menor ideia de onde estava indo quando ouvi um pequeno barulho metálico e ,coincidentemente, senti a mala ficar mais pesada. Parei para analisar o que tinha acontecido e pude perceber que as duas rodinhas esquerdas se soltaram, provavelmente por causa do choque contra os diversos degraus da escadaria.

— Mais alguma coisa que você queira acrescentar para fazer essa merda ficar pior? – gritei  em plenos pulmões olhando para cima, como se estivesse falando com o universo. Pareceu que o mesmo me ouvira pois assim que terminei de perguntar uma grossa gota de chuva caira em meu rosto, seguida de outra e mais outra até que tivessem gotas o suficiente para encharcar minhas roupas – Muito obrigada! Era tudo que eu precisava agora. – gritei mais uma vez enquanto voltava a puxar a mala defeituosa. Nem me dera ao trabalho de recolher as rodinhas, chegando em casa eu iria me livrar de tudo que me lembrasse desse dia e de Corin.

Eventualmente, tive que pegar a mala no colo pois arrasta-la era uma tarefa extremamente complicada. Quando me virei no intuito de me abaixar e pega-la ,percebi que estava sendo seguida por um sujeito encapuzado. Ele devia ter um metro e setenta e parecia ser musculoso o suficiente para levantar um carro. Nessa hora as palavras de minha mãe voltaram a minha cabeça, me fazendo entrar em pânico. Não era possível que além de descobrir uma traição, estragar uma mala nova em folha e estar encharcada por conta da chuva, eu também seria morta. Tentei manter a naturalidade caminhando um pouco mais rápido, a esquina estava a poucos metros e eu tinha certeza que conseguiria despista-lo assim que virasse. Parecendo notar que eu caminhava mais rápido, ele apertou o passo também, fazendo meu coração disparar. Quando dei por mim estava correndo e ele também, a esquina estava a poucos centímetros e eu tinha certeza que ia conseguir, afinal ele ainda estava consideravelmente distante. Virei a esquina olhando para trás para ver se o mesmo continuava em meu encalço e tudo que senti foi um baque,  e quando vi estava no chão. Tecnicamente, eu havia caído em cima de alguém e o cara que estava atrás de mim logo virou a esquina.

— Moça, suas rodinhas! – ele disse me fazendo sentir um misto de alívio e vergonha – Eu tentei chamá-la para avisar, mas a senhora não ouviu!– disse entregando-me as rodinhas da mala e continuou caminhando, um pouco assustador, eu diria. Boa, Susana! Você conseguiu assustar quem estava te assustando. 

— Ah, obrigada! Boa noite. – disse sorrindo amarelo e ouvindo um pigarreio embaixo de mim. Eu ainda estava em cima do estranho que havia derrubado – Meu deus! Me desculpe, eu sinto muito mesmo! – disse me levantando e o ajudando logo em seguida

— Está tudo bem – o desconhecido disse rindo – acontece com as melhores pessoas.

— Eu sinto muito mesmo! Olha, eu pago o estrago no seu sobretudo – disse procurando um pedaço de papel e uma caneta para anotar meu nome é meu número, ele caira em cima de uma gigantesca poça de água, deixando o belo sobretudo preto que usava arruinado

— Não precisa, não foi nada! – sorriu tentando me tranquilizar – se me permite perguntar, o que faz sozinha a essa hora da noite? – perguntou deixando uma deixa para saber meu nome

— Susana, – sorri – é uma longa e triste história. – fiz o mesmo na intenção de saber seu nome

— Caspian – retribuiu o sorriso. Parei para analisá-lo procurando qualquer semelhança com o Caspian que um dia conhecera, já que era muita coincidência achar alguém com um nome tão incomum quanto o dele, e o resultado fora surpreendente. Os cabelos negros antes cortados bem rente a sua cabeça agora passavam de seu queixo, as bochechas antes gordinhas estavam magras definindo seu rosto, a barba por fazer quase tornará seu rosto irreconhecível. A única coisa que não mudara foram seu par de olhos negros que me olhavam curiosamente.

Ele me analisava da mesma forma que eu o analisara e pude ver um lampejo de reconhecimento em seus olhos que pareciam perguntar se era eu mesma parada em sua frente, só pude assentir sorrindo o abraçando logo em seguida

— Pensei que nunca o veria de novo! – disse apertando-o em meus braços cada vez mais

— É tão bom te ver de novo, pequena! – ele fazia o mesmo. O destino parecia finalmente conspirar a meu favor naquela noite – O que está fazendo aqui?

— Como eu já disse, é uma longa e triste história. – falei me desvencilhando de seus braços para encara-lo melhor – Céus, você mudou tanto!

— Você também, até cresceu alguns centímetros! Daqui a pouco está do tamanho de uma pessoa normal! – falou rindo

— Muito engraçado, – revirei os olhos – mas o que você está fazendo aqui?

— Eu moro aqui. Bom, não aqui, algumas quadras ao norte.– disse levantando minha mala – O que acha de sairmos daqui e você me contar essa longa e triste história?

— Bom, é melhor que nada. – disse limpando as mãos na calça jeans e tentando pegar a alça da mala de suas mãos, mas ele não deixou. Seguimos caminho até uma lanchonete próxima dali, onde paramos para tomar um café. Sentamos ao lado da janela e pudemos assistir a chuva ficar cada vez mais forte enquanto esperávamos o café.

— Então – começou – acho que agora pode me contar o que aconteceu para essa noite ser tão desastrosa.

— Por onde eu começo? – soltei o ar em uma risada forçada – Peguei meu namorado na cama com uma desconhecida, bom, ex namorado agora, justamente hoje no nosso aniversário de namoro, saí correndo andando por uma cidade até então desconhecida, quebrei as rodinhas da mala subindo e descendo a estúpida escada do prédio dele, começou a chover e eu fui perseguida por um desconhecido até encontrar você. – ele ficara alguns segundos em silêncio e depois começara a rir – Bom saber que minha desgraça diverte você – sorri cínica

— Você sempre foi azarada assim, desde pequena! Não se lembra do cachorro te perseguindo naquele feriado de quatro de julho? Ou do chiclete que você conseguiu grudar no seu cabelo? Ou daquela gaivota te dando aquele rasante na praia? Ou....

— Tudo bem, tudo bem! – o cortei – Eu sei que a minha sorte é meio desgraçada, não precisa ficar me lembrando disso!

— Eu poderia continuar até amanhã – disse recostando na cadeira com os braços atrás da cabeça

— E o que você está fazendo aqui? – perguntei tentando mudar de assunto, nosso café havia acabado de chegar. Agradecemos à garçonete e ele voltara sua atenção para mim

— Faculdade – respondeu adoçando seu café – trabalho como bartender para ajudar a me manter, mas hoje é minha folga

— Sempre soube que você terminaria embebedando pessoas, você era sempre aquele que nos botava em encrencas! – ele gargalhou, era simplesmente a gargalhada mais gostosa que já ouvira na minha vida

— Não me lembro das coisas serem desse jeito não, hein? – respondeu arqueando a sobrancelha

— Mas eu me lembro muito bem, de quem foi a brilhante ideia de subir naquele velho carvalho atrás da escola, que como consequência me deixou com o braço quebrado?

— Eu assumo a culpa dessa vez, mas a sua má sorte contribuiu um pouco – rimos, logo depois que a risada cessara nos encaramos por um tempo – Pensei que eu nunca mais ia te ver

— Eu sei, mas parece que o destino não quer que você se livre de mim tão fácil!

— Parece que não foi dessa vez, né? – piscou enquanto sorria para mim, ele virou em direção a janela parecendo pensar em algo – ... Onde o seu ex mora mesmo?

— Algumas ruas daqui, por que? – perguntei confusa

— Acho que deveríamos dar uma volta por lá, sabe?

— Não estou entendendo

— Vai entender – um sorriso se formou em seus lábios enquanto o mesmo levantava – Vamos?

Eu o acompanhava desconfiada do que ele estava planejando, ao chegar na frente do prédio ele deixara a mala encostada em uma escada próxima virando-se para mim

— Qual o andar dele?

— O que pretende fazer?

— Conto se você me contar

— Quarto andar

— E qual janela? – disse como se procurasse alguma coisa no chão

— A segunda, da direita para a esquerda – disse – o que você vai fazer? – arregalei os olhos quando o mesmo abaixou pegando um pedregulho que havia se desprendido da calçada

— Eu não vou fazer nada, – sorriu e parte da tensão deixara meu corpo, mas não por muito tempo – a pedra vai! – disse segundos depois de lança-la em direção à janela de Corin. O lançamento fora perfeito, acertando bem no meio da janela – Corre! – disse pegando a mala e minha mão e correndo. O barulho da janela quebrando atraíra a atenção de Corin, pois o mesmo nos encarava pelo buraco recém feito em sua janela enquanto nos afastávamos em toda velocidade.

Sentia que meus pulmões iam explodir, mas ao mesmo tempo nunca me sentira tão viva. Nós corríamos em direção contrária da chuva, fazendo as finas gotas molharem ainda mais nossos rostos. Paramos em um parque, onde deixei meu corpo cair na grama molhada tentando recuperar o fôlego.


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Notas finais do capítulo

Comentem!! Beijinhos :*



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