Parada diante do portão da casa de Shimizu, Hitoka sentia como se seu coração estivesse passando por uma trepanação (se é que isso era possível.)

A casa não era enorme, mas era bem maior do que ela esperava. Apesar de não dar para ver direito, Hitoka conseguia imaginar um jardinzinho cheio de flores coloridas de todos os tipos.

Antes que ela pudesse apertar a campainha, um carro estacionou próximo à calçada, e dele desceu um homem que Hitoka reconheceu imediatamente. O pai de Tobio.

“Boa tarde.” O homem disse enquanto tirava Tobio da cadeirinha no banco de trás. “Olha, Tobio, seu amigo já chegou.”

“Ah, boa tarde.”

“Tchau, Tobio.” Só então Hitoka percebeu que havia outro homem dentro do carro.

“Tchau, Koushi.” Tobio murmurou, acenando para ele enquanto seu pai o tirava do carro.

“Acho que não nos conhecemos direito ainda, não é?” O homem pôs Tobio no chão e estendeu a mão para ela. “Sou Sawamura Daichi, o pai do Tobio.”

“Hitoka Yachi.” Ela apertou a mão dele, tentando disfarçar seu estranhamento.

Sawamura? Onde ela já havia visto aquele sobrenome antes?

Mas, espera aí, um sobrenome diferente? Então quer dizer que eles eram divorciados?!