Life is Strange: Stop the Time escrita por MaraDeAlmeida


Capítulo 4
Remember


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, Max vai tentar descobrir se essas pequenas visões da Chloe, são reais ou fazem parte de sua imaginação.



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Life is Strange: Stop the Time.

Capítulo Quatro: Remember.

 - Max, quantas estrelas você acha que existem no céu? – Perguntou Chloe, enquanto estávamos deitadas sobre a grama de um lugar distante. Era longe da cidade e transmitia uma tranquilidade incomparável. Acho que era próximo das montanhas.

 - Eu não sei Chloe, mas acho que muitas. – Respondi.

 - Achei que você daria uma resposta bem Nerd agora. Explicando a quantia de estrelas que realmente há no céu! – Sorriu. – Hey Max, não durma no meu braço. Isso será doloroso!

 - Doloroso? – Perguntei.

 - Sim e se eu quiser me mexer? Não vou querer te acordar.

 - Então não se mexa, não quero que saia de perto de mim. – Suspirei, olhando no fundo de seus olhos. – Nunca.

 - Eu não vou há lugar algum Max. – Fazia carinho no meu cabelo.

  As estrelas eram a única coisa que iluminavam aquela noite escura. Era perfeito. Eu e Chloe, deitadas sobre a grama, de um lugar distante, olhando para o céu.

 — Eu te amo Chloe. – Disse, em um sopro de palavras que saíram sem intenção. Ela sorriu.

 - Eu também te amo Max. – Respondeu. Ela me beijou e naquele instante foi como se o tempo estivesse parado. Nada mais importava, só existia eu e ela.

 Mas foi só um sonho. Um lindo sonho. O primeiro que eu tive depois que ela morreu, mas também foi o último. Depois disso só vieram pesadelos e noites frias.

                Arcadia Bay, Oregon • 11 de Março, 2017. 

 - Desculpe eu acabei me distraindo. – Exclamei, tentando disfarçar o meu sussurro oportuno. – Eu conhecia Chloe Elizabeth Price, ela foi à luz dos meus dias chuvosos. Acabei não sendo uma boa amiga, pois eu me afastei depois que fui para Seattle. Mas posso dizer que é como se eu estivesse passado todos aqueles anos ao lado dela. Eu amo a Chloe! E a verdade é que eu nunca mais segui em frente depois que ela morreu. – Não consegui mais conter as lagrimas dos meus olhos. – Eu te amo tanto Chloe, por que você me deixou? – Uma tristeza muito grande me rodeou naquele instante, acabei derrubando o microfone. Ray veio ao meu lado e me ajudou a descer do palco. Cheguei a soluçar de tanto chorar.

 - Você está bem? – Perguntou Ray. Fiz que “sim” com a cabeça e saí andando. Eu mais do que nunca preciso de respostas, estou ficando louca. Essas minhas alucinações estão acabando comigo. O certo é ir então, no lugar onde tudo começou. No banheiro feminino, onde a Chloe foi morta. Sem pestanejar, fui às pressas até o local. Enxuguei as minhas lagrimas e me tomei de coragem. Coloquei um pé de cada vez, bem delicadamente, para entrar no banheiro. Fechei a porta e me concentrei.

 Vamos Max. É agora.

 Fechei os meus olhos com firmeza e comecei a lembrar do dia em que vi a Chloe morrer. Tudo gira em torno desse dia, dessa semana. Foi a minha teoria do caos mais dolorosa.

 Eu preciso saber a verdade.

Tinha uma parte de mim que considerava a possibilidade de eu estar louca. Afinal, depois de tudo aquilo que passei, de ter que voltar no tempo várias vezes, pode ter feito mal ao meu cérebro. Mas havia outra parte do meu ser, que tremia só de pensar na chance de reencontrar a Chloe.

 Abri meus olhos e o banheiro continuava normal. Nenhuma visão estranha, ou algo do tipo. Tentei mais algumas vezes, mas era inútil. Juro, que nesse momento eu fiquei muito nervosa. Minhas mãos tremiam e eu suava frio. A verdade é que eu senti uma raiva muito grande, porque nos momentos mais inoportunos eu conseguia ver a Chloe e ter desmaios, mas quando eu precisava disso, para saber se é real ou não, não acontecia.

 Merda!

— Por que eu não consigo agora?

Max, você é uma idiota. – Sim, eu falo comigo mesma.

No calor da raiva, as pessoas fazem coisas absurdas. E foi por isso que com toda a minha ira, dei um soco no espelho do banheiro.

 - Caramba, machuquei a minha mão. – Observei o sangue caindo no chão. Comecei há ficar um pouco tonta. Pisquei meus olhos várias vezes para tentar melhorar. Mas não adiantou muito.

 — Max? – Ouvi um eco.

 Olhei para frente e surpreendentemente, tinha dado certo. O banheiro da Blackwell estava todo cinzento, escuro. Era como se eu estivesse lá, mas não fosse lá. Fosse um lugar mais sombrio da realidade.

 Quando ouvi essa voz sobre um eco, reconheci imediatamente. Era a Chloe. Virei a minha cabeça e olhei para a porta. E eu a vi.

  Era ela parada bem ali na minha frente, depois de tanto tempo, de tanto sofrimento. Encostada na porta, com um olhar de espanto. Ficamos paradas por alguns segundos e nada que estivesse ao nosso redor importava. Absolutamente nada.

 - Chloe... – Antes que mais uma vez eu voltasse para a realidade. Corri em sua direção e lhe dei o abraço mais apertado do mundo. Chorei muito, muito. E ela também. Era como se uma parte de mim, tivesse voltado. Era como se o meu coração tivesse reconstruído por alguns minutos, mas no fundo eu sabia que iria perdê-la novamente. – Como isso é possível? – Coloquei as mãos sobre o rosto dela.

 — Max, eu nem acredito... Você realmente está aqui? – Respondeu Chloe, com lagrimas nos olhos. – Eu te amo tanto Maxine Caulfield.

 - Mas... Você morreu. – Disse. – O que está acontecendo?

 - Vou explicar o que eu sei, mas acho que talvez você não aguente muito tempo. – Respondeu. – Olhe para o chão, atrás de você.

 Quando atendi ao seu pedido, assustei-me. Meu próprio corpo estava caído perto da pia. Provavelmente eu teria desmaiado. É como se eu tivesse saído do meu próprio ser.

 - O que está acontecendo? – Perguntei novamente.

 - Max, temos pouco tempo. Logo alguém irá te socorrer. Seguinte, quando eu morri, eu não descansei. Eu vim pra esse lugar alternativo da realidade. Eu consigo ver qualquer coisa, tocar em qualquer coisa, mas as pessoas não conseguem me ver, me ouvir ou me sentir. Por algum motivo, só você conseguiu vir aqui até hoje. Nesses quatro anos, fiquei nesse lugar completamente sozinha e eu nem sei por que diabos estou aqui! Mas quando eu morri, pude ver todas as vezes que você me salvou. Tudo que vivemos depois que você conseguiu impedir que o Nathan atirasse em mim. Acho que isso foi à única coisa que valeu a pena nesse tempo todo. – Disse, segurando as minhas mãos. – Porém eu não consigo sair de Arcadia, estou presa nessa cidade.

 - Chloe, você estava aqui o tempo todo? – Abaixei a cabeça. – Meu Deus. Eu queria ter visto você antes. Nem imagino como devem ter sido esses quatro anos aqui sozinha.

 - Foi bom ver como as coisas ocorreram depois. E você foi embora de novo, dessa vez foi San Francisco? Vi você embarcando no avião. – Se eu soubesse que a Chloe ainda estava aqui, jamais teria partido.

 - Tem mais uma coisa... Quando acordei aqui, tinha um bilhete no meu bolso. “Bem-vinda para onde o tempo é parado”. – Quanta informação. – Isso quer dizer, que alguém me colocou aqui. Achei que era você, mas está tão surpresa quanto eu.

 - Não fui eu. – Suspirei. – Eu não acredito ainda que estou aqui. Que estou vendo você novamente. Fiquei anos pensando em como seria se eu tivesse escolhido você e não Arcadia.

 - Isso seria egoísta, Max. Minha mãe vive aqui, Kate, Warren, todos que conhecemos. Uma vida não vale tanto assim. Mas se você está aqui comigo, significa que você ainda tem os seus poderes, ou talvez tenha até novas habilidades.

 - Não acho possível, eu já tentei diversas vezes. Porém nunca mais consegui voltar no tempo.

 - Você tem muitos poderes Max, é que ainda não descobriu como usa-los.

 Por alguns segundos, senti toques no meu pulso e na minha cabeça.

 - Olhe, David está tentando fazer você voltar do desmaio. – Eu não estava preparada para deixar a Chloe. – Nos veremos em breve Max. Quando voltar, não se esqueça de que isso é real.

 - Chloe... Eu não posso te deixar... – Meus olhos se encheram de lagrimas.

 - Lembra, quando eu te falei para não me esquecer? – Olhou profundamente nos meus olhos. – Eu sempre dei um jeito para estar com você. Quando faço bastante esforço, consigo aparecer em forma de uma borboleta azul, onde quer que você esteja. Afinal, foi de uma borboleta assim que você tirou aquela foto no banheiro daquela vez, acho que tem algum significado. Ela é uma forma física que consigo interagir, mas o meu corpo em si, não consegue sair de Arcadia Bay.

 - Eu vou voltar Chloe, eu prometo. – Soltei lentamente as suas mãos. E como um impacto muito grande, voltei ao mundo real.  


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e deixem um comentário ♥



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