Finalizar...

Findar...

Fenecer.

Sim, eu estava morrendo. Talvez eu já soubesse que aconteceria no momento em que acordamos na cela; desmemoriados, tão unidos em nossa alienação que parecíamos um só ser pulsante: o que éramos. E, agora, enquanto perecia, descobri tudo e precisava contar ao que restava de nós.

— Eles tentaram me matar também, mas corri... — Quatro falava, enquanto bloqueava a porta com toda e qualquer coisa que encontrasse. Estava tremendo, como o medroso que sempre seria. — Aquela... Aquela mulher apareceu do nada, e eles simplesmente mudaram. Foi a coisa mais aterrorizante que vi na vida.

Tentei chamá-lo, mas só gemi, apertando meu ferimento, tentando, sem sucesso, conter o sangramento.

Não queria partir. Queria ficar... Queria poder pleitear com a Dona Morte um pouco mais de tempo, mas era impossível.

— Deus! Você está mal. Vou procurar algo...

— Não vá... Preciso te dizer algo.

— Cinco...

— Não me chame assim. Descobri quem sou... Quem somos nós.

Ele se surpreendeu, e eu agarrei sua mão.

— Somos um, Stan, entende? Isso aqui... Esse lugar... Nada disso existe... Nós somos partes de alguém e...

Antes que eu conseguisse concluir, algo explodiu pela porta — o monstro — e avançou em nossa direção, parando surpreso quando a escuridão nos devorou.