Quando retornou às cobertas improvisadas de folhas e galhos, pensou que o dragão havia desaparecido. E, de certa forma, havia.

Ele era humano agora.

Ou quase. Grandes asas escuras desabrochavam em suas costas largas. Na cabeça, um par de chifres longos e retorcidos revelava-se num emaranhado de cabelos negros.

O cervo encarou os chifres por mais tempo do que deveria. Sentia falta de seus próprios, e o pensamento lhe trouxe lembranças ruins. A dor era consentânea às memórias, mas ele não aguentava mais sentí-la.

Suspirou. Montou o dragão em seu dorso e levou-o à sua toca para lhe dar abrigo.