— Que gritaria é essa aqui? – Escutei a voz gentil da minha mãe. Estava na hora de contar a ela. 

 Ela desceu as escadas correndo.

— O que aconteceu? Seu filho é um viado, olha aqui. – Perdi as contas de quantas vezes ele já havia dito isso. Ele mostrou as imagens para ela. Sua expressão de preocupada foi para surpresa. 

Eu não quero que ela me odeie.

— É seu namorado?– Indagou, devolvendo o celular para meu pai. 

— Ele não é meu namorado, nós nem ao menos chegamos a nos beijar, foi apenas tirado no ângulo errado. – Meu pai riu com escarnio. Eu não quero mais me esconder. – Mas ele é o garoto que eu gosto. – Confessei, vi olhos do meu pai brilhar em ódio. 

— É por isso essa gritaria? Richard, nosso filho já tem 15 anos, acho que ele pode decidir com quem se envolve. –  A reação dela foi melhor do que imaginei. 

— Eu prefiro ter um filho morto do que gay. – Não consegui segurar o choro. 

— Para de ser um homem doente. – Tentou me defender. 

A situação ficou sopesa.  

O equilíbrio entre o amor de uma mãe e o ódio de um pai.