Nova Terra escrita por Arymura


Capítulo 9
Capítulo 9




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Kathryn, acorde...

Por um segundo, ela acreditou estar novamente ao lado dele, mas continuava sozinha em sua cela.

Na Voyager, Chakotay, em seus aposentos, rezava aos espíritos, pedindo proteção para Kathryn, que não lhe faltasse força para lutar e sobreviver. Tuvok e o resto dos tripulantes finalizavam os últimos preparativos para a missão de resgate. Haviam sintetizado algumas das peças exigidas para utilizar como engodo: quando os kazons teletransportassem os equipamentos, levariam junto uma equipe de segurança armada e preparada para lidar em casos com reféns.

De volta à cela, Janeway pensa em uma forma de soltar-se e, observando suas algemas, ela lembra de algo que  aprendeu em uma das festas no holodeck. Como um conhecedor profundo da cultura do século XX, Paris achou divertido ensinar como os humanos faziam para se livrar de algemas rústicas, ele até sintetizou alguns modelos para ilustrar sua demonstração e também trouxe algo que ele chamava de grampos de cabelo, com os quais ela foi presenteada. Com dificuldade ela consegue um deles perdido entre as mechas do cabelo.

Você falhou em sua missão principal, por favor, não me decepcione agora.

 

Com um pouco de paciência e algumas tentativas a Capitão consegue se livrar de suas algemas.

Enquanto recolhe o bastão de choque, que foi deixado para trás, Janeway escuta alguém se aproximando de sua cela. Tentando evitar ser descoberta, ela esconde o bastão atrás de si e finge ainda estar presa e desmaiada.

O guarda entra e se aproxima, Janeway se mantém imóvel; o kazon tenta erguer o corpo da Capitão para verificar se ela ainda está viva, mas Janeway aproveita o momento para soltar uma de suas mãos da algema frouxa e o ataca com o bastão de choque até fazê-lo perder a consciência. Então, ela recolhe a arma de seu carcereiro e, ao sair, tranca a cela.

Talvez não ajude muito, mas qualquer minuto a mais pode salvar minha vida.

Os corredores da nave cheiravam a mofo, o chão e as paredes eram cobertos por uma camada grossa de pó que deixam o ambiente ainda mais aversivo. Janeway procura seu comunicador, se ele ainda funcionasse, talvez, Chakotay pudesse ajudá-la a encontrar uma rota de fuga.

— Alguém pode me ouvir?

— Sim, Capitão.

Ela respira aliviada, após ouvir a voz de Tuvok.  

— Eu consegui escapar da cela, mas não sei quanto tempo irão demorar para perceber. Preciso descobrir uma rota para a área de carga, mas todos os corredores parecem iguais! — Janeway se apoia em uma das paredes, tentando manter-se em pé. — Onde está o Comandante? Transmita para ele imediatamente.

— Sim, senhora — responde Tuvok, cumprindo a ordem.

Chakotay, que agora se encontrava na ponte, discutindo com Kim alguns dos parâmetros da missão, recebe o chamado.   

— Chakotay, eu preciso de ajuda. Você já esteve antes em uma nave como essa, como eu faço para chegar até a área de carga? É lá que estão os equipamentos de teletransporte.

Chakotay responde prontamente:                               

— Eu preciso saber o que você vê para te orientar, Capitão.

Na nave inimiga, o Maje enfrenta uma grande discussão com os outros líderes das outras tribos. A desconfiança pairava no ar, e a aliança temporária estava ameaçada, uma guerra interna está a ponto de explodir. Enquanto os kazons discutem, Janeway se esgueira pelos dutos de ventilação apertados e cheios de fuligem, o extenso caminho parece levar a lugar nenhum. Após longos minutos naquele local claustrofóbico, um tremor violento denuncia o início de uma revolta.

— Comandante, o que está acontecendo?

— As outras naves estão se rebelando, Capitão, a senhora precisa sair daí o mais rápido possível.

— Estou fazendo o máximo que posso — ela responde ofegante.

Abaixo da capitão, os kazons correm pela nave, preparando-se para a batalha, a confusão  abafa o som de Janeway que, apesar da dor, agora tenta passar depressa pelos dutos.

Na Voyager, todos estavam preparados para o ataque caso fosse necessário, mas nenhuma das outras naves parecia se importar com a sua presença.

Janeway chega ao seu destino. Após alguns chutes, a grade, que a separava da liberdade, cede. Deixando para trás um rastro de sangue, a capitão desce das tubulações, chegando a área de carga. No local, apenas algumas poucas naves auxiliares, o aparelho de teletransporte e muitos escombros.

O que eu faço agora?

 A capitão sabia que não poderia ir embora e deixar esse tipo de tecnologia para trás, mas a nave kazon sofrera diversos ataques e provavelmente não duraria por muito tempo.

— Comandante, prepare o raio trator — diz a Capitão.

— Capitão, é muito arriscado — ele responde sem disfarçar a preocupação em sua voz.

— É uma ordem, Comandante!

Janeway atira no teletransporte, inutilizando-o. Acessando o computador da área de carga, ela consegue ativar uma das naves auxiliares. Na ponte de comando kazon, a fuga é percebida.

— Alguém roubou uma nave nossa e está fugindo. 

Simultaneamente, o Maje recebe outra notícia.

— Senhor, aquela mulher fugiu da cela, estamos procurando pela nave toda, mas não conseguimos encontrá-la.

Furioso, o Maje desfere um soco no rosto de seu subordinado.

— Aquela maldita mulher nos enganou! — ele retruca.

A nave auxiliar atravessa o campo de batalha e acaba sendo atingida pela troca de tiros. Apesar das avarias, Janeway continua mantendo a direção, utilizando toda a velocidade possível.

 — Comandante, a nave auxiliar foi atingida — Tuvok anuncia, fazendo que o Chakotay tome uma medida drástica.

— Vamos nos aproximar. Alerta vermelho!

A Voyager vai de encontro à nave auxiliar, ignorando o fogo cruzado. A nave de Janeway é alvejada novamente, um pequeno foco de incêndio se inicia nos painéis de controle, impedindo qualquer manobra. Ela tenta conter o fogo, mas a fumaça intensa a impede de respirar.

Ao mesmo tempo, Tuvok opera o raio trator com destreza, travando na nave e a resgatando em segurança. Percebendo que o Tenente havia tomado controle da situação, Chakotay vai ao encontro da Capitão. Quando chega ao seu destino, ele vê a nave auxiliar parcialmente destruída e o desespero toma conta de seu coração.


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