Nova Terra escrita por Arymura


Capítulo 5
Capítulo 5




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Dois meses se passaram desde que a capitão e o comandante retornaram a nave. Naquele dia, Janeway acorda sentindo-se mais cansada do que quando foi dormir. Ela veste o uniforme e vai ao espelho. Ao se olhar, percebe que está muito mais pálida.

Talvez seja melhor eu ver o Doutor, ela pensa, enquanto procura outros sintomas em sua pele.

— Capitão.

— Sim, Tuvok.

— Estamos nos aproximando de um planeta, onde os nossos sensores detectaram uma reserva de Dilithium.

— Já estou chegando a ponte — ela responde animada.

 Acho que minha visita ao médico ficará para mais tarde.

Em poucos minutos, a capitão chega à ponte.

— Tuvok, quanto tempo ainda nos resta até chegar ao planeta?

— Aproximadamente cinco horas, Capitão.

— Me avise quando chegarmos, eu estarei na minha sala.

Chakotay acha a atitude da capitão estranha, normalmente ela pediria todas as informações possíveis até o momento sobre o planeta. Ele olha para Tuvok que não diz nada, somente ergue suas sobrancelhas. Chakotay se levanta e vai até a da sala da capitão.

— Entre, Comandante, algum problema? — diz Janeway com os cotovelos apoiados na mesa e as mãos segurando sua cabeça.

— Não senhora, na verdade, Capitão, a senhora é que não me parece bem? Há algo que eu possa ajudar? — diz Chakotay com olhar preocupado.

— Ah, Comandante. — Suspira. — Hoje não acordei bem disposta. — Ela se debruça sobre a mesa.

— Não seria melhor a senhora ir até enfermaria para ver se há algo de errado?

— Talvez mais tarde, assim que eu terminar esse relatório — ela respondeu. — Sabe o que me deixaria feliz agora? Um bom café. Servido, Comandante? — Janeway se levanta e vai até o sintetizador.

— Obrigado, mas eu ainda estou tentando digerir o maravilhoso desjejum que Neelix nos proporcionou essa manhã.

A capitão ri da ironia de Chakotay.

Mais duas semanas se passam, sem alienígenas hostis ou problemas com a nave, Janeway acorda novamente com um mal-estar e dessa vez atrasada. Veste seu uniforme rapidamente e segue até a ponte de comando. Dentro do turbolift, ela sente o chão sob seus pés girar. Quando ela chega ao seu destino, decide ir direto para sua sala, a fim de evitar comentários sobre a sua condição.

Paris se vira para Harry e diz:

 — A Capitão atrasada? Acontecem milagres no quadrante Delta?

— Deixe ela escutar isso, você vai passar alguns dias na prisão!

Tuvok fita os dois com um olhar de repreensão.

— Okay, Okay já entendi, estou voltando para o meu trabalho — diz Paris, tentando se livrar da bronca.

Alheia ao assombro de seus oficiais, Janeway sintetiza uma caneca de café e se joga em seu sofá, esperando que isso faça tudo ficar bem. De olhos fechados, tudo parecia normal e sob controle por alguns momentos, mas bastou ela abrir os olhos para sua sala voltar a girar.

O gosto do café se torna amargo, ela derruba caneca e acaba espalhando o seu conteúdo pelo carpete. Janeway até pensa em se lamentar pelo desperdício, mas seu estômago doía demais.

Não lembro de pedir um café tão forte.

Ela mal consegue se levantar para pegar o copo de água que estava em sua mesa.

Um gole de água e tudo vai ficar bem, pensa Janeway, só um gole de água.

Ela levanta o copo e bebe um pouco, respira fundo, a água parece estacionada em sua garganta. Janeway, apressadamente, vai até ao banheiro para revessar o pouco de líquido que seu estômago ingeriu.

Tuvok estranha o fato da capitão ainda não ter pedido o relatório do dia, por isso, vai até a porta sala e tenta contato pelo comunicador. Sem obter nenhuma resposta, Tuvok entende que há algo de errado.

— Computador Tuvok-1-4-9-4-Lambda

As portas se abrem, Tuvok entra na sala e chama pela capitão, mas não obtém resposta. Ele anda pelo local e vê a caneca jogada no chão e seu líquido derramado pelo carpete. Cuidadosamente, ele pega seu Phaser e começa a vistoriar a sala. Ao se aproximar da mesa da capitão, ele vê Janeway desmaiada e suando frio.

— Capitão, acorde. — Ele tenta despertá-la.

— Tuvok? — Janeway tenta manter os olhos abertos. — O que você está fazendo aqui? O que está acontecendo?

— A senhora não respondeu meus chamados, eu conclui que haveria algo de errado e creio que estava correto.

Janeway desmaia novamente.

— Tuvok para enfermaria.

— Sim, senhor Tuvok, qual a emergência? — responde o Doutor.

— Eu estou levando a Capitão para enfermaria.

— O que houve com a Capitão?

— Eu a encontrei inconsciente em sua sala, não tenho muitas informações para o senhor.

Tuvok ergue a capitão em seus braços com facilidade, passa pela porta e segue em direção ao turbolift. Harry e Paris se assustam com a cena.

— O que houve? — questiona Paris, levantando-se de sua cadeira.

— Ainda não tenho essa resposta, estou levando a capitão a enfermaria. Sr. Harry, avise o comandante sobre o ocorrido.

— Sim senhor — Harry responde enquanto procura a localização do comandante.

Tuvok sai do turbolift e tenta evitar qualquer corredor cheio, por sorte, graças ao horário, a maioria da tripulação está em serviço nos seus postos.

 Ao chegar a sala da enfermaria o Doutor já o espera; ele aplica o hypospray no pescoço de Janeway, que acorda de imediato.

— Tuvok? O que eu estou fazendo na enfermaria? — Uma dor de cabeça terrível não a deixa raciocinar direito.

— Capitão, a senhora desmaiou e eu a trouxe para o Doutor examiná-la.

— O que eu irei fazer agora. Por favor, deite-se novamente — diz o Doutor, visivelmente irritado pelo fato de sua paciente não parar de se mexer.

— Não há necessidade, Doutor, eu só preciso descansar um pouco em meu quarto — ela responde, tentando fugir de seu leito.

— Senhora, a tripulação necessita que seu capitão esteja plenamente saudável.

— Você está certo, Tuvok. Tudo bem, eu farei os exames. O senhor pode retornar a ponte.

— Certo. — Tuvok sai da enfermaria.

Ela se deita novamente.

— Computador — diz Janeway. — Lacre a enfermaria, autorização Janeway-Lambda-3.

— Capitão?

— Se o que você encontrar nos meus exames for o que eu estou pensando, ninguém mais pode saber.

Alguns minutos depois, Chakotay chega à enfermaria e encontra a porta trancada.

— Chakotay para Doutor.

— Sim, senhor Chakotay.

— Doutor, por que a porta da enfermaria está trancada?

— Por ordens da Capitão.

— Computador, destrancar a porta da enfermaria — a Capitão ordena.

A porta se abre e Chakotay entra, Janeway está de pé ao lado do Doutor.

— Use uma dose todo dia, e tudo ficará bem — receita o Doutor.

— Certo Doutor, obrigada. Acompanhe-me até a ponte, Chakotay.

Já no corredor, Chakotay pergunta:

— O que houve, a senhora está bem?

— Sim comandante, eu me alimentei mal essa semana e por isso desmaiei. Não me culpe, a comida do Neelix é pouco convidativa. Infelizmente, não há como viver só de café, então, vou ter que me esforçar para comer.

— Eu fiquei preocupado quando vi a enfermaria trancada, achei que fosse algo mais grave.

— Não, Comandante, eu só não gostaria que alguém me visse e causasse preocupação em toda a tripulação.

— Como sempre, a senhora está certa, Capitão.


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