Caminhos Entrelaçados escrita por zariesk


Capítulo 4
Capitulo 04 – Operação Resgate.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!!
Desculpe pela demora, eu precisava atualizar as outras fics primeiro, mas eu fiz questão de digitar bem rápido para lhes trazer mais um capitulo.
Boruto e seus amigos partem atrás dos inimigos para resgatar Sumire, conseguirão alcança-la e tira-la das mãos dos vilões? (nossa que narrativa...)



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Capitulo 04 – Operação Resgate.

O local parecia ser um templo muito antigo e esquecido, como ficava ao lado do que já foi uma estrada então fazia sentido ele estar ali, mas agora que a estrada foi engolida pela floresta este lugar ficou isolado e esquecido.

Provavelmente ninjas que passassem pela região o usavam como abrigo, por isso ele ainda estava de pé e com um teto inteiro, talvez ele não seja usado desde o fim da guerra ninja, quando novas rotas de viagem foram criadas, isso explicaria o porquê de uma estrada ter sido esquecida ao ponto de ser engolida pela floresta.

Além do templo as instalações contavam com um dormitório e um deposito além de um poço ainda funcional, o grupo chegou ao lugar e logo se espalharam procurando invasores, isso só mostrava o quão profissional eles eram, após confirmar que estava tudo em ordem eles entraram no templo e largaram Sumire lá, após ela ser colocada contra uma pilastra Hogo fez uma sequência de selos, com isso raízes brotaram do chão e amarraram o corpo dela contra o pilar.

— Não é possível, mokuton? – perguntou ela surpresa.

— Danzo-sama arriscou a vida para obter este poder e domina-lo – explicava Hogo – graças aos estudos de Konoha ficou mais fácil criar próteses funcionais e estáveis.

Ele dizia isso mostrando os dois braços enfaixados, descartando seus braços originais ele obteve um par de próteses com a divisão médica da folha, normalmente as próteses criadas em Konoha não permitiam usar o mokuton, mas após obtê-los Hogo usou as técnicas proibidas da ANBU-ne para ativar o poder que só as células de Hashirama podiam fornecer.

— Afinal o que você quer de mim? – perguntou a menina.

— Com sua ajuda vamos recriar o gozu tennou – explicou Hogo.

— Isso é impossível! Eu não poderia recria-lo mesmo que eu quisesse! – disse ela – eu não faço a mínima ideia de como meu pai...

— Eu não seria tão irracional ao ponto de pedir para você recriar o jutsu, eu já tenho uma base solida de como ele funciona – explicou novamente – o que eu quero são os detalhes, o fluxo de chakra, as nuances que só seu pai sabia após uma década de estudos.

Sumire entendeu onde ele queria chegar, desde os 5 anos ela era treinada pelo seu pai pessoalmente, quando não estava treinando ela estava descansando ou fazendo testes no laboratório, sempre que o jutsu alcançava uma etapa importante ela estava presente para fazer os testes, então ela realmente saberia os detalhes, o problema é que ela nunca cogitou prestar atenção em tudo aquilo, para ela as únicas coisas importantes eram as ordens do seu pai e o que ele lhe ensinava.

— Cho e Sagiri, vão para seus pontos e vigiem o caminho – mandou Hogo.

— Ah por favor, não está com medo de uns gennins nos seguirem não é? – reclamou a loira.

— Você não deveria subestimar os gennins da folha, eles são muito problemáticos – avisou Hogo – mas a razão disso é que eu odeio imprevistos, por isso eu contratei mercenários como reforço, você está sendo paga então vá fazer seu trabalho.

Ela fez um som com a língua reclamando, depois disso ela e o mascarado saíram pra cumprir seu trabalho, agora só restavam os três nukenins da folha com seu valioso tesouro.

— Deveríamos nos livrar deles – dizia Mitaba.

— Mercenários como eles já esperam ser traídos, então não seria tão fácil – respondeu o líder – eles provavelmente ficaram interessados no gozu tennou, então se tentarem alguma coisa podemos usa-los.

— Então agora é a minha vez – disse Izuri retirando a luva que vestia na mão direita – é melhor você ficar de guarda lá fora Mitaba-san.

— Por favor pare, não reviva esse jutsu maligno! – implorava Sumire – não faça com que o legado do meu pai seja uma pilha de corpos e destruição!

— Você é muito ingênua, como todos que desfrutam desta paz patética – disse Hogo fazendo Izuri parar um pouco – eu estimo que esta paz durará só até os atuais Kages se aposentarem ou morrerem, depois disso a próxima geração será fraca demais para impedir a ganancia humana, novas guerras recomeçarão e voltaremos para aquele ciclo infinito.

— E a sua solução para isso é criar uma arma de destruição em massa!? – perguntou ela.

— Quando os bijuus viviam selados em jinchuurikis o equilíbrio do poder mantinha as vilas sob controle – explicou ele – mas quando uma vila enfraquecia ela logo virava um alvo, isso mostra que não existe paz verdadeira, apenas uma pausa entre as guerras.

— Originalmente o gozu tennou seria usado para destruir todas as outras vilas – dizia Izuri – e Konoha como a última vila restante unificaria os países em um só, não haveria mais rivalidade entre nações.

— Mas agora o plano é outro, destruiremos até mesmo Konoha, e então recriaremos o sistema ninja de forma pura e perfeito – dizia Hogo – será exatamente como Danzo-sama idealizou, um único país e uma única vila shinobi, assim a paz será eterna.

Izuri pôs a mão na cabeça da Sumire que sentiu seu chakra parar por um segundo, depois disso ele começou a fluir mais rápido e intensamente, principalmente na rede conectada ao cérebro, Izuri estava usando um jutsu para penetrar a mente dela e não só ler seus pensamentos como também revirar suas memorias e subconsciente.

Este jutsu era usado quando interrogatórios não funcionavam ou não eram viáveis, mas normalmente se evitava usá-lo, a razão disso é que ele poderia causar danos cerebrais se fosse fundo demais e usado por longos períodos de tempo, Hogo queria evitar sacrificar Sumire mas não hesitaria se precisasse, e no caso ele precisava extrair dela todo o processo que desconhecia.

— Agora é só uma questão de tempo, temos 12 horas até os jounins voltarem – dizia Hogo sentando num canto – antes disso extrairemos o gozu tennou da Sumire, com ou sem ela junto.

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— Esse é último – dizia Boruto recolhendo o pequeno menino no chão.

Os gennins tinham percebido que as crianças da vila sumiram, após procurar um pouco eles logo encontraram a maioria delas na cada da árvore onde sempre brincavam, ao encontra-las logo perceberam que elas foram postas pra dormir com alguma droga, Mitsuki confirmaram vestígios dela no ar sugerindo que foi usado algum tipo de gás.

A última criança foi encontra agora por Chochou que a carregava em suas costas, tratava-se do Kuki que tinha sido usado para atrair Sumire pra longe da vila, após resgata-lo Chochou voltou com o menino nas costas e logo foi recebida pelos outros.

— Como ele está? – perguntou Shikadai.

— Eu não sou médica, só aprendi primeiros socorros com a minha mãe – respondeu Sarada que o examinava – mas não parece que tem algo errado com ele, só está desacordado.

A mãe que estava aflita com o sumiço abraçou o menino chorando, ela podia ver que ele parecia que acordaria em breve, mesmo assim ela estava aliviada por nada pior ter acontecido.

— E quanto a Sumire-chan? – perguntou a senhora – ela foi procurar o Kuki e não voltou.

Os gennins se entreolharam, eles tinham se reunido para procurar as crianças desaparecidas mas antes disso eles já estavam atrás da Sumire, no momento não havia nenhum rastro dela.

— Não precisa se preocupar, ela deve ter ido atrás dos vilões – dizia Boruto tentando aliviar a tensão na área – logo logo ela aparece por aí.

Os gennins checaram a área mais uma vez para ter certeza que não havia nenhum perigo, depois disso eles pediram às pessoas que por hoje ficassem em casa e não saíssem a menos que fosse uma emergência, quando eles se certificaram que tudo estava seguro foram pra árvore mais alta da área onde se reuniram para falar sobre o assunto.

— Alguém pode explicar o que está acontecendo? – perguntou Namida – por que a Sumire sumiu?

— Acho que a essa altura não adianta esconder mais Boruto – dizia Mitsuki – mesmo que seja contra as ordens do Hokage-sama.

— Eu sabia que vocês estavam escondendo algo! – disse Sarada com as mãos na cintura.

— Não nos culpe, foi para o bem dela – dizia Boruto se defendendo – além disso o velho mandou não contar...

Boruto teve que contar toda a história sobre o incidente fantasma e quem realmente estava por trás daquilo, de todas as pessoas presentes as mais chocadas foram justamente as amigas e companheiras de time da Sumire, quando questionado sobre o assunto Boruto teve que explicar que Sumire desejava levar adiante uma vingança desejada por seu falecido pai.

— Exatamente como eu imaginava, o incidente acabou justo quando a Sumire sumiu da academia por um tempo – dizia Shikadai – ela foi levada sob custodia pelo pai do Inojin, não tinha como ela não estar envolvida no caso.

— Não foi culpa dela! – defendeu Boruto.

— Errado, foi culpa dela sim, independente das razões que tinha – avisou Inojin – tivemos sorte que ninguém morreu naquele incidente, mas atacar seus colegas de academia foi covardia.

— Vocês estão exagerando! A Sumire não é má! – argumentou Boruto – e ela se arrependeu de tudo que fez, está tentando compensar seus erros!

— Estamos meio que perdendo o foco aqui – disse Sarada encostada no tronco da árvore – o que deveríamos estar discutindo é o que fazer agora.

— Não é obvio!? Vamos salvar a Sumire! – disse Boruto de uma vez.

— Nossa missão é tomar conta desse vilarejo – disse Shikadai – mesmo que seja um saco é a nossa missão, não podemos simplesmente sair daqui.

— Shikadai! Você está dizendo pra esquecer da Sumire!? – gritou Boruto segurando-o pelo colarinho.

— Eu estou dizendo que devemos esperar pelos jounins voltarem, com eles aqui podemos resgata-la – disse ele afastando a mão do outro – aqueles caras conseguiram matar um ANBU sem que a gente percebesse, e são 5 no total, se formos enfrenta-los vamos todos morrer.

Boruto estava tão irritado que sua expressão até mudou, ele queria dar um murro no Shikadai mas até uma parte dele sabia que ele dizia a verdade, mesmo assim sentar e cruzar os braços nunca foi o seu estilo, ele iria atrás da Sumire mesmo que precisasse ir sozinho.

— O que vocês duas pensam disso? – perguntou Inojin olhando pra Wasabi e Namida.

Boruto logo olhou para as duas que estavam caladas até agora, durante o incidente fantasma elas foram pegas num ataque e se machucaram ao ponto de serem hospitalizadas, felizmente os ferimentos delas foram mais leves, mesmo assim deve ter sido uma experiencia traumática.

— O que eu penso disso você pergunta? – dizia Wasabi apertando os punhos – é claro que eu vou atrás dela!!

— Isso mesmo! De jeito nenhum eu vou deixar a Sumire nas mãos desses caras! – respondeu Namida.

— Hei hei vocês não estavam ouvindo? – perguntou Shikadai.

— Claro que sim, ela é que causou aqueles problemas não foi? – disse Wasabi – eu não tô nem aí, ela é nossa amiga e não vamos abandona-la!

— Quando fomos atacadas ela nos protegeu com o próprio corpo – disse Namida – ela pode ter causado problemas mas a Sumire é uma boa menina, ela iria nos ajudar se fosse uma de nós.

— É isso aí vocês duas! Então vamos os três atrás dela – disse Boruto batendo um punho no outro.

— E você sabe como encontrá-la? – perguntou Mitsuki.

Boruto travou na hora e engoliu em seco, ele estava tão determinado em ir atrás dela que nem cogitou como faria isso, depois ele olhou para as outras duas que desviaram o olhar sem jeito de conseguir encara-lo.

— Ah bem, eu sou bom em rastrear e já tenho experiencia em persegui-la – disse Mitsuki – então eu acho que também vou.

— Alguém tem que ir e por o Boruto na linha pra ele não fazer besteira – disse Sarada sem olhar pra eles – então não tem jeito, eu vou também.

— Legal, eu sabia que podia contar com vocês! – disse Boruto pegando na mãos deles e balançando.

Depois ele olhou para Shikadai, o jovem Nara não odiava Sumire mas também não era apegado a ela como o Boruto, além disso a missão era proteger a vila que ficaria indefesa caso eles fossem, sem falar que enfrentar 5 inimigos de nível jounin era suicídio, ele olhou para seus companheiros de time e tomou a decisão.

— Nós vamos ficar aqui, quando os jounins voltarem explicaremos a situação – disse ele – deixem marcas pelo caminho pra que possamos segui-los.

— Está bem então, não precisamos de vocês mesmo! – reclamou Wasabi – vamos indo pessoal!

Ela foi a primeira a saltar da grande árvore seguida pelos outros, logo Mitsuki tomou a dianteira e foi na frente mostrando o caminho, o grupo de 5 gennins partiu no encalço dos sequestradores para recuperar sua amiga, enquanto isso Shikadai suspirava e descia da árvore para voltar pra vila.

— Nós podíamos ter ido sabe? A cartilha diz que é aceitável abandonar a missão temporariamente para resgatar um companheiro ferido ou em perigo – dizia Inojin.

— Além disso a Sumire é nossa amiga também – dizia Chochou.

— Eu sei muito bem disso, mas o que eles estão fazendo é burrice! – reclamou Shikadai frustrado consigo mesmo – a coisa mais inteligente a se fazer é esperar os jounins voltarem, talvez eles até voltem antes da hora.

Shikadai não era covarde, mas ele sabia muito bem que essa operação de resgate não tinha chance alguma de dar certo, por isso mesmo que lhe doesse abandonar a Sumire ele não podia simplesmente guiar seus companheiros para a morte certa, ainda assim ele torcia para que desse certo.

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— Entendo, basicamente o processo visa criar um pseudo-bijuu para acumular e canalizar o chakra na forma de um ataque – dizia Hogo analisando o material transcrito – combinando o DNA de diversos animais em um só usando a matéria branca feita das células do Hashirama.

Ele estudava o grande pergaminho aberto diante dele, sempre que seu companheiro Izuri extraia informação da Sumire ele transferia o conteúdo para o grande pergaminho, Hogo já ia estudando para ter uma compreensão básica do kinjutsu e assim determinar o que deveria ser útil investigar mais pra frente.

Depois ele olhou para onde Izuri estava com Sumire, ele estava com a mão coberta de chakra na cabeça da menina, a técnica de leitura de memorias era um processo que demorava de acordo com a habilidade do usuário, nesse caso Izuri conseguia ler um ano da vida dela em pouco mais de uma hora, só que ele fazia pausas para não literalmente fritar o cérebro dela.

— Ok, vou dar uma pausa agora – disse ele retirando a mão da cabeça dela.

Depois de terminar com ela Izuri foi até o pergaminho e colocou a mão sobre um selo, depois disso palavras começaram a surgir nas partes em branco do pergaminho, eram mais transcrições do que ele copiou da mente dela, coisas que ela sabia apenas por observar seu pai trabalhar no jutsu, ela não tinha nenhuma compreensão do que via mas Hogo podia facilmente interpretar as informações pelo que já sabia.

— Mesmo filtrando as informações inúteis ainda levo uma hora pra checar um ano da vida dela – dizia Izuri limpando o suor da testa – tenho que melhorar mais.

— Esse ritmo está bom, é melhor ser cuidadoso do que rápido – disse Hogo – além disso enquanto for possível eu quero evitar matá-la, tanto para obter mais informações como também em memória ao Tanuki-san.

Ele olhou para Sumire que estava toda acabada física e mentalmente, sua expressão era de dor assim como as olheiras profundas que denunciavam o desgaste, ele até considerava a garota muito forte para ter suportado tanto, uma prova da intensidade do treinamento que recebeu.

— Se ela ao menos tivesse ido até o fim... – dizia Hogo – poderíamos ter nos livrado do Naruto e assumido o controle de Konoha, com isso estaríamos um passo mais perto da unificação do mundo shinobi.

A ideia da ANBU-ne rebelde era usar o incidente para alegar que a política do Nanadaime estava toda errada, aproveitando-se da tragédia eles iriam pouco a pouco assumindo o comando de posições importantes, depois usariam artifícios para jogar a culpa sobre as outras vilas e assim incitar o ódio da população, quando todo o terreno estivesse pronto Konoha usaria seu poder para dominar as outras nações, seria a unificação que Danzo tanto sonhava.

— Vamos apenas destruir as 5 nações shinobi e reconstruir tudo depois – dizia Hogo – vai levar décadas mas conseguiremos a unificação.

— Konoha é a única que sabe a verdade sobre o gozu tennou, uma vez que ela seja destruída a verdade sumirá com eles – dizia Izuri – depois disso será fácil atacar as outras vilas e deixá-los no caos.

— Esse plano... desistam dele... – dizia Sumire.

Hogo olhou para a garota, ela estava nitidamente sofrendo para permanecer consciente, parecia que sua cabeça ia explodir, mesmo assim ela tentava dialogar com eles.

— É melhor descansar, vamos recomeçar em 10 minutos – avisou Hogo.

— Vocês tem ideia de quantas pessoas vão morrer com o seu plano? – perguntou ela ofegante.

— Imediatamente alguns milhares, ao longo dos anos outras dezenas de milhares – respondeu ele direto – mas é um preço amargo a se pagar pela paz duradoura.

— Já vivemos em paz – disse ela.

— Eu já te expliquei, quando esta geração sumir a ganância voltará a tomar lugar no poder – dizia ele – pequenos conflitos já acontecem em toda parte do continente, aqui mesmo na fronteira está acontecendo um.

— Se os planos do Danzo-sama tivessem dado certo hoje Konoha seria a força unificadora da nação shinobi – explicava Izuri – após a 4º guerra shinobi hoje seriamos uma só nação.

— O papai sempre falava isso, de como poderia ter sido, ele sempre lamentou isso – dizia ela – ele jamais se conformou com o mundo que o rejeitou, mas não foi culpa do Hokage-sama, não podem matar inocentes pra conseguir um objetivo.

— O descanso acabou, é hora de voltar ao trabalho – disse Hogo – eu preciso de informações sobre o selo do gozu tennou, o resto eu mesmo irei fazer.

Izuri levantou e foi até Sumire que implorava para ele não fazer isso, mas novamente ele pôs a mão na cabeça dela liberando o jutsu e entrando em sua mente, a garota agora só podia tentar resistir o máximo possível para dificultar o acesso, por algum motivo ela acreditava que a ajuda estava a caminho.

********************************

— Esse é o caminho certo não é Mitsuki? – perguntou Boruto preocupado.

— Com certeza, assim como das últimas 3 vezes que perguntou – respondeu ele indo na frente.

— Droga, o quão longe eles levaram a Sumire? – reclamou Namida.

O grupo estava seguindo Mitsuki por entre a floresta, Mitsuki usava suas habilidades para rastrear os hormônios da Sumire, algo que só uma cobra poderia fazer, mesmo usando toda a velocidade eles ainda levaram horas para aproximar-se do rastro que ele detectava, além disso ele também estava detectando os rastros dos sequestradores confirmando que eram 5 inimigos.

Na retaguarda Sarada andava no mesmo ritmo que o resto do grupo, mesmo assim ela sempre estava focada em prestar atenção nos arredores, seu maior medo era que enquanto avançassem eles fossem emboscados, ou que um inimigo os estivesse seguindo, diante deste cenário ela não podia culpar o Shikadai por preferir ficar pra trás.

— “5 gennins recém-formados contra 5 jounins, onde eu estava com a cabeça? ” – perguntou-se Sarada – “ainda que fosse um único jounin as nossas chances de sucesso seria de no máximo 50%”

Sarada então olhou Boruto que ia na frente ao lado do Mitsuki, ele nem por um momento hesitou ou considerou dificuldades, quando sua mãe contava histórias do antigo time 7 ela falava como o Hokage ainda gennin fazia esse tipo de coisa, mas por milagre ou sorte ele sempre dava um jeito de fazer dar certo.

— “Não tem sentido ficar remoendo isso” – pensou ela – “se a chance é só de 1% ainda podemos fazer dar certo”

Eles continuaram avançando por mais um quilometro até que uma estranha fumaça começou a preencher o lugar, poderia ser confundido com nevoa se não fosse o fato de já ser quase meio-dia e ter cheiro de enxofre, a fumaça foi ficando mais densa até chegar ao ponto de não conseguirem enxergar nada e ficar difícil respirar.

— O que é essa fumaça? Tem alguém fazendo uma queimada na floresta? – perguntou Boruto tapando a boca.

— Tá na cara que isso é algum jutsu – disse Wasabi – droga, minha garganta está queimando!

Era como estar no meio de um incêndio, a fumaça ia ficando mais densa e sufocante a cada minuto, desse jeito eles iriam morrer asfixiados em 10 minutos, o grupo tentou ir para acima das árvores mas perceberam que a fumaça ia até pouco acima, desse jeito não tinha para onde fugir, então eles voltaram ao chão.

— Droga! Isso não pode acabar assim! – disse Boruto tossindo.

— Então eu vou fazer alguma coisa – disse Mitsuki batendo as mãos.

Mitsuki fez uma sequência de selos e bateu as duas mãos no chão, com isso um forte vento saiu do chão indo para cima e levando toda a fumaça com ele, o vento era forte o bastante até para levantar as folhas do chão e limpar todo o ar ao redor deles.

— Legal Mitsuki! Depois eu quero que me ensine esse jutsu! – disse Boruto empolgado.

— Ele é perfeito para situações assim, e também para levantar saias – explicou ele.

— Seu maldito!... – disseram as três garotas com eles.

Eles repararam que havia uma certa quantidade de fumaça se acumulando no chão e aumentando aos poucos, isso era a prova de que o jutsu inimigo ainda estava ativo e seu usuário por perto, olhando ao redor eles procuravam a fonte do jutsu para acabar com ele.

— Eu não acredito, vocês vieram mesmo – dizia uma voz feminina – o chefe sabe o que diz afinal.

— Quem é você!? Onde está a Sumire!? – gritou Boruto.

— Vocês vieram pela menininha? Estão um pouco atrasados – dizia a voz – logo o chefe vai terminar com ela, e quando terminar ela provavelmente vai ser só uma casca vazia.

Essas palavras deixaram claro que eles tinham muito pouco tempo restando, ao olhar em volta eles não conseguiam encontrar a origem da voz, e aos poucos a fumaça ia subindo, atualmente ela já estava na cintura deles e logo eles voltariam a sufocar, correndo contra o tempo eles não sabiam como resolver esse problema.

— Tudo bem, eu usarei o Kaze no Shojun (vento ascendente) para expulsar a fumaça de novo – dizia Mitsuki preparando o jutsu.

— Espere, guarde o seu chakra – disse Sarada parando-o – isso é um jutsu de barreira, enquanto continuarmos aqui isso não vai ter fim.

— Então o que vamos fazer? – perguntou Boruto preocupado.

— Eu não queria ter que usar isso agora – dizia Sarada suspirando – mas vejo que não tem jeito.

Sarada fez um selo com as mãos e ativou o sharingan que ela vinha escondendo a um tempo, com seu doujutsu ativado ela olhou os arredores e logo viu uma aura atrás de uma árvore, era a aura que o chakra do inimigo emita enquanto estava mantendo o jutsu da barreira, após localiza-la Sarada correu naquela direção e saltou pro lado atirando shurikens, a forma como ela atirou permitiu que as shurikens fizessem uma curva de 45° após uma certa distância.

— O que!? – Sagiri foi surpreendida pelas shurikens.

Ela se esquivou por muito pouco e teve alguns ferimentos leves, mesmo assim ela caiu da árvore e rolou pelo chão para se afastar da Sarada, os outros gennins iam se juntar a batalha mas Sarada gritou para que seguissem em frente.

— O que? Mas você sozinha contra ela? – perguntou Wasabi preocupada.

— Enquanto eu a mantenho ocupada a barreira fica mais fraca – explicou Sarada – vocês precisam seguir em frente e resgatar a Sumire logo.

— Tá maluca? Você sozinha contra essa doida? – disse Boruto nervoso – de jeito nenhum! Vamos todos juntos contra ela.

— Idiota! Ficar dentro da barreira dela é suicídio! – gritou Sarada – só eu posso lutar aqui, então vão logo em frente e não me atrapalhem!

— Vamos Boruto, a Sarada dá conta – disse Mitsuki – precisamos achar a Sumire e voltar com ela.

O grupo saiu correndo deixando Sarada pra trás, antes de se afastarem Boruto olhou para a amiga que não tirava os olhos da adversaria, quando eles alcançaram o limite da barreira viram o que parecia ser uma cúpula de fumaça solida, Mitsuki fez os selos para um novo jutsu e abriu um buraco na cúpula com um fuuton poderoso, passando pela abertura eles viram a floresta e finalmente podiam respirar em paz, olhando pra trás de novo eles viram a cúpula de fumaça se fechando.

— Agora ela tem um tempo limite para derrotar sua oponente – dizia Mitsuki – estou curioso pra saber como ela vai fazer.

Boruto socou a barreira de fumaça e viu que ela apenas se curvou, furioso com isso ele deu as costas para a barreira e seguiu em frente, os outros junto com ele pensavam da mesma forma, mas também tinham uma amiga para salvar, e dentro da barreira Sarada ficava encarando sua adversaria.

— Estes olhos, eu nunca pensei que fosse encontrar o sharingan aqui – dizia Sagiri fazendo uma expressão de surpresa – você tem ideia de quanto valem os seus olhos no mercado negro? Eu posso viver o resto da minha no luxo vendendo um par!

Sasuke havia alertado sobre isso, o sharingan desde sempre foi um doujutsu temido e cobiçado, e após a guerra eles se tornaram ainda mais famosos, sendo tão raro e poderoso qualquer criminoso daria uma fortuna por eles, então Sarada deveria ter o máximo de cuidado depois de desperta-los.

— Se você quer tanto os meus olhos venha pegar então – desafiou Sarada.

— Obrigada mas eu não sou burra e odeio trabalho desnecessário – disse Sagiri rindo – eu ficarei mais do que satisfeita em arranca-los depois que você estiver morta.

Sagiri abriu um bolso em sua roupa e tirou um cigarro colocando-o na cigarreira, após aspirar fundo ela soprou a fumaça que cresceu exponencialmente se tornando cada vez mais escura, Sarada afastou-se tomando cuidado para não respirar aquilo, mas a fumaça se espalhando enchia a área cada vez mais, enquanto isso Sagiri já se escondia dentro de uma moita atrás de uma pedra.

— hehehe não importa o quanto você é poderoso, diante do meu Daou no Engoku (Prisão de Fumaça do Rei Caído) é só uma questão de tempo – dizia ela satisfeita – incapaz de me ver ou rastrear ela vai sufocar até a morte sem que eu precise levantar um dedo pra isso.

Ela era a única que poderia respirar livremente dentro daquela prisão de fumaça, como a área de efeito era enorme ela sempre podia se esconder e evitar o combate contra oponentes poderosos, ou desferir ataques fatais contra oponentes fracos, quando a área de efeito estava completamente preenchida os oponentes morreriam sufocados em 10 minutos, basicamente contanto que ela ficasse fora do alcance dos ataques ela poderia matar até um kage em 20 minutos saindo ilesa.

O que ela não contava é que sua oponente pudesse encontra-la apenas visualizando a aura que ela emitia enquanto estava usando seu chakra, Sarada rapidamente correu na direção onde a aura brilhava e saltou para uma árvore ficando acima do alvo, atirando uma kunai explosiva ela viu Sagiri soltar um grito de pânico e pular para longe da explosão, sua reação atrasada fez com que a onda de impacto a pegasse, mesmo sendo ferimentos leves ela ficou chocada.

— Como? Como ela me encontra tão rápido? – perguntou-se Sagiri – eu sou muito boa em esconder minha presença, então como?

Ela começou a revisar mentalmente tudo o que sabia sobre os Uchiha, seu sharingan podia copiar movimentos e gerar poderosos genjutsus, além disso quando evoluíam para o mangekyou sharingan podiam usar jutsus únicos e poderosos, mas nada disso explicava a situação atual.

— A visibilidade está ficando menor a cada segundo – dizia Sarada – eu preciso acabar com isso rápido.

Sarada sacou duas kunais e partiu para a luta, ela determinou que tinha menos de 10 minutos até ficar impossível respirar e sufocar, esse era o tempo limite entre viver ou morrer, sua primeira batalha de vida ou morte onde tudo dependia exclusivamente dela.

*********************************

— Está preocupado com a Sarada? – perguntou Mitsuki.

— É claro que eu estou! – respondeu Boruto – mas no momento a Sumire precisa mais da nossa ajuda.

— Desculpe, se fossemos um pouco mais fortes... – dizia Wasabi.

— Desde que formamos um time a Sumire parece nossa irmã mais velha – dizia Namida – ela sempre está cuidando de nós, mais do que o sensei até.

— Agora que eu sei a história dela fico me perguntando, será que ela se sentia culpada? – disse Wasabi – eu quero dizer a ela pessoalmente, que não me importo com o que ela fez, ainda vamos ser amigas!

Boruto ouvia as duas falando e ficava satisfeito de ouvir isso, elas não ligavam para o que aconteceu antes, elas viam a Sumire como ela realmente era, assim como ele que viu o melhor dela e quis salva-la por isso, seguindo o seu jeito ninja de ser Boruto jurou que jamais abandonaria um amigo.

— Vamos logo acabar com isso pra voltar e pegar a Sarada – disse ele.

Nesse momento algo surgiu subitamente ao lado dele, Boruto viu uma lâmina semelhante a uma guilhotina descendo em direção ao seu pescoço, foi tão rápido que ele não fazia ideia do que estava acontecendo, e teria sido decapitado se Mitsuki não tivesse esticado o braço e bloqueado o ataque com uma kunai, graças a isso Boruto se recuperou da surpresa e saltou para longe do atacante.

Os 4 gennins se reuniram numa formação de círculo, três inimigos estavam ao redor deles, todos eles usavam mantos esfarrapados que iam até o chão, um capuz sobre a cabeça e uma máscara sobre o rosto, um deles portava a lâmina em forma de guilhotina, outro usava duas espadas curtas e o ultimo carregava uma lança.

— Três inimigos, contando com aquela lá de trás só resta um vigiando a Sumire – disse Wasabi – que ótimo, quando passarmos por eles...

— Errado, esses caras só contam como um – avisou Mitsuki – são marionetes, ou algo parecido com isso.

— Então tem um inimigo escondido controlando esses caras? – perguntou Namida – que saco! Por que eles não aparecem de uma vez!?

— Bem, eles não seriam ninjas se aparecessem não é? – disse Wasabi rindo um pouco – mas eu concordo que essa estratégia é um saco, eu sou mais de bater de frente.

— A base inimiga está 4km à frente, é melhor vocês se apressarem – disse Mitsuki.

— Espera! Está dizendo que vai ficar sozinho para enfrenta-los? – perguntou Boruto – nem pensar, é diferente da Sarada, aqui você está em desvantagem!

— Ah não se preocupe, eu sei lidar com essa situação – respondeu Mitsuki – mais importante do que isso, estamos tão perto da Sumire, quer mesmo perder tempo aqui?

Um dos inimigos avançou para o ataque empunhando uma lança, Mitsuki saltou na frente dele e aplicou um chute em sua barriga, quando ele se curvou com o ataque Mitsuki enrolou seu braço esticado nele amarrando-o, depois disso o arremessou contra os outros dois.

— Eu vou dizer isso agora Boruto, eu sou o mais forte aqui – avisou Mitsuki – então não se preocupe, eu alcanço vocês em breve.

Um lado do Boruto não gostou de ouvi-lo se vangloriar de sua força, mas uma outra parte dele sentiu toda a confiança nessas palavras, então ele tocou no ombro das amigas que entenderam o sinal, antes de irem de uma vez Namida arremessou três kunais explosivas na direção dos inimigos criando uma boa explosão, foi a forma dela dizer que estava dando uma forcinha pro Mitsuki, logo depois da explosão os três seguiram em frente enquanto Mitsuki via seus adversários, a explosão revelou partes dos seus corpos que eram acinzentados e ressecados.

— Entendo, eu não senti nenhuma vida vindo deles, então pensei que fossem marionetes – dizia Mitsuki – mas na verdade são cadáveres, você é muito bom em manipula-los.

Mesmo sem olhar ele sabia onde o manipulador estava, o homem mascarado observava de cima de uma árvore muito bem escondido, Mitsuki imaginava que outros truques ele tinha na manga, mas a prioridade era acabar com os cadáveres ambulantes primeiro.

— Bom, contanto que não sejam iguais ao edo-tensei do meu pai eu posso dar conta – disse ele – vamos começar? Eu prometi ao Boruto que iria encontra-lo logo.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Finalmente consegui editar a imagem com os vilões, agora vocês sabem como eles são (para quem não acompanha minha pagina do face)
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Os inimigos surgem um atrás do outro para bloquear o caminho, eles estão cada vez mais perto, mas ao mesmo tempo ainda longe de resgatar Sumire, tomara que ela aguente até lá!



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