Histórias Cruzadas escrita por calivillas


Capítulo 25
Uma visão inesperada.




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Nesse momento, eu estou confusa, cheias de sentimentos contraditórios, foi quando olhei para as grandes janelas do aeroporto a minha frente e reparei que a chuva, praticamente, cessou, percebi os movimentos dos primeiros aviões aterrissando ou preparando-se para decolar a vida voltava ao normal. O quadro de avisos das chegadas e partidas mudou de repente, os horários dos voos apareceram, sei que em breve meu voo partirá e sinto meu coração afundar em uma imensa tristeza, mesmo sabendo que não devia ser assim, pois, logo irei embora, para a minha casa, para a minha antiga vida, junto ao meu noivo e toda essa louca história ficará para trás e, com o tempo, não passará de uma mera e distante lembrança.

Meu olhar vaguei pelos corredores lotados com pessoas de todo mundo, ansiosas para chegarem aos seus destinos, então, algo atrai minha atenção, pisco duas vezes achando que é uma alucinação, mas, que não desapareceu, no entanto, ainda não posso acreditar na minha visão. Não é possível!  Já que vindo na minha direção, vejo Olivier se aproximando com passos largos e determinados, olhando diretamente para mim, até parar bem na minha frente, fico de pé em um pulo, sem desviar meus olhos dele, meu queixo literalmente cai e, por alguns segundos, apenas nos fitamos, não consigo articular nenhuma palavra.

— Olivier, o que você está fazendo aqui? – Quando tento falar, minha voz sai falhada e fina.

— Eu vim atrás de você. Não podia deixar você partir desse jeito – ele responde, de modo casual, eu o encaro, confusa. Olho para os lados em busca de uma resposta, observo Mary nos fitando com um sorriso de cumplicidade, ela se levanta e estende a mão para o recém-chegado, com uma expressão simpática.

— Muito prazer, senhor Thomas. Eu ouvi muito sobre você, nessas últimas horas - ela diz em um tom gentil.

— Ouviu?! – Ele aceitou o cumprimento, sem entender o que aquilo significava.

— Essa é Mary, uma amiga que conheci aqui, no aeroporto, e conversamos por algum tempo, durante a tempestade. Esses são seu marido Charles e seus netos Gabrielle e Richard – explico, sem dar detalhes, enquanto, Olivier me olha, desconfiado. Os demais membros da família nos observam, curiosos.

 - Charles e crianças, vamos tomar um sorvete antes de embarcamos – Mary propõe, na clara intenção de nos deixar sozinhos. – Foi um imenso prazer em conhecê-la, querida Gisele, e a você, também, senhor Thomas.

— Para mim também, Mary. Foi um grande prazer conhecer a todos vocês – retribuo, com sinceridade.

Contudo, antes de ir, Charles tira um cartão de visita do bolso.

— Aqui tem o nosso endereço e telefone, caso queiram fazer uma viagem para Califórnia, qualquer dia desses, e será um prazer em hospedá-los na nossa casa. Adeus – Charles avisou, entregando o cartão para mim, e apertando a mão de Olivier, antes de se afastar com a família.

— Olivier, como me encontrou? – quero saber, assim que ficamos a sós.

— Não foi muito difícil, já que sabia que iria fazer uma viagem, então vim para o aeroporto.

— Mas, como entrou aqui, no setor de embarque?

— Comprei uma passagem para... – ele olha o cartão de embarque para saber o seu suposto destino – Córdoba. A moça da companhia aérea não queria me vender, porque todos os voos estavam atrasados e alguns poderiam ser cancelados, então, eu lhe contei o meu real motivo, que era encontrar você e ela me vendeu essa passagem. Depois, fiquei procurando você, pelo seu possível portão de embarque do seu voo.

— Você não devia ter vindo, Olivier – digo, sem acreditar em mim mesma.

— Claro que eu devia, eu precisava, não consigo parar de pensar em você nem por um segundo desde que partiu, Gisele. Não podia cometer o mesmo erro duas vezes e perder mais essa oportunidade. Não sou mais um adolescente assustado.

— Que oportunidade?

— A oportunidade de ser feliz ao lado de uma mulher por quem estou apaixonado.

— Você não pode estar apaixonado por mim! Você mal me conhece! – retruquei, exasperada, porque sentia o mesmo.

— E daí? Nós teremos a vida inteira para nos conhecermos. Dê uma chance para nós dois sermos felizes juntos, Gisele. Olhe para os meus olhos e diga que não sente o mesmo, que não está apaixonada por mim – Ele me desafia, ergo a cabeça, pensando em mentir, no entanto, ao me deparar com aqueles olhos azuis profundos e quentes, não consigo.

— Não posso mentir. Sim, Olivier, eu estou completamente apaixonada por você, mas tudo isso é loucura! Nós somos muito diferentes, moramos em países diferentes, em continentes diferentes, hemisfério diferentes. Eu...

— Gisele, uma vez na vida pare de pensar tanto – Ele me interrompe e me envolve em seus braços, se inclina e me beija e, naquele instante, eu parei de pensar, não queria estar ou ir para nenhum outro lugar no mundo. O resto se resolveria depois.


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