— Filha, estamos aqui para você como sempre! - sorriu. - Você é a nossa primeira menina!

Diana sorriu e respirou fundo sabendo que o pai iria surtar com a noticia, mas ali era a hora da verdade e ela disse:

— Eu estou grávida, papai!

Victoriano sentiu dor pelo corpo todo e ficou branco feito neve não conseguiu falar apenas olhava para ela como uma estátua e Diana tocou seu rosto preocupada quando ouviu a voz de Inês.

— Você está grávida?

Diana a olhou e Victoriano saiu do surto em que estava e ela se levantou indo até a mãe sabia que algumas horas do dia ela ficava mais fraca e a segurou em seus braços e Victoriano levantou também e começou a andar de um lado a outro absorvendo aquela notícia.

— Mãe, ele vai ter um treco! - Diana falou preocupada.

— Ele só precisa entender! - sentou junto a ela. - Quem é o pai? - não que ela desconfiasse da filha, mas quase nunca a via com ninguém.

Diana suspirou tinha se entregado a um jovem fazendeiro que estava na cidade a pouco tempo, mas foi uma paixão tão louca que ela se entregou para ele e agora estava ali grávida e cheia de incertezas.

— O nome dele é Elias. - estava com os olhos cravados nos dá mãe. - Mamãe, não quero que pense que eu me entreguei como uma qualquer...

Inês sorriu acariciando seu rosto nunca pensaria isso de sua menina.

— Não te criei para isso minha menina! - falou com toda calma enquanto Victotiano ainda andava ali perto delas. - Ele é o rapaz que te vi conversando em uma das festas?

Ela assentiu nervosa e confessou.

— No começo eu achava que ele não me queria, mas uma noite ele me beijou e eu quis mais e mais dele e me entreguei. - deitou no colo da mãe com medo. - Mas acho que ele vai embora de novo!

— Mais ele não vai mesmo! - Victoriano apenas tinha ouvido o final e encarou-a. - Vou dar é tiro nesse cara que furou minha filha!

Diana tornou a ficar de pé e foi a ele segurando em sua roupa.

— Papai, eu o amo não o mate!

— Ele te violou minha filha! - falou sem acreditar que ela não era mais virgem, tinha um zelo tão grande com suas filhas que nem podia imaginar uma coisa daquela.

Inês soltou uma gargalhada por aquilo que ele tinha dito não podia ser verdade que ele estava dizendo aquela barbaridade e se levantou com cuidado indo até eles.

— Não teve violação nenhuma até porque ela deixou que ele rompesse o lacre! - Victoriano arregalou os olhos. - Não faça essa cara já que você fez o mesmo...

— Inês... - a repreendeu porque aquele assunto perto das meninas era proibido. - Não fale assim!

— Amor, eu vou ter um neto antes de partir! - falou aquelas palavras sem dosar o peso dela e eles a olharam.

— Se você for eu vou junto! - ele disse e os dois agarraram esquecendo totalmente o real assunto.

— Mamãe, não diga isso!

Inês suspirou e olhou sua menina.

— Isso não tem importância perto da notícia que vou ter um neto! - sorriu e tocou a barriga dela. - Traga ele aqui e vamos jantar, não, vamos fazer uma festa pra comemorar! - falou toda animada.

— Você não está de alta para festas! - Victoriano falou logo e ela o olhou fechando a cara. - Mas pode ser só um churrasco. - deu de ombros ela sempre conseguia o que queria.

Diana deu uma gargalhada e Inês deu um selinho neles e logo sentaram para que conversassem melhor sobre Diana e por fim depois de mais lágrimas ela saiu dali decidida a falar com Elias sobre o bebê e Victoriano mandou que acendesse o fogo e tirassem todas as carnes possíveis para o churrasco e ficou ali com sua esposa agarrada ele.

— Um neto! - ela estava radiante tinha a chance de ser avó antes que a doença a consumisse.

Era inevitável pensar que a qualquer momento a notícia da regressão de seu tumor chegasse e assim ela pensava todos os dois agradecendo por poder abrir os olhos toda manhã e principalmente quando olhava no espelho e via quase nada de cabelo em sua cabeça apenas a cicatriz daquela doença que a consumia dia a dia.

— Eu estou mesmo velho! - suspirou. - Acho que vou pintar o cabelo de branco o que acha?

— Acho que vai ficar lindo! - sorriu. - Vamos entrar que estou com frio e precisamos avisar Heriberto!

Victoriano quase bufou de ciúmes e a pegou nos braços nem queria saber de Heriberto perto dela mesmo sabendo que ele era o salvador de sua mulher, mas a aproximação deles o deixava em alerta e sabia que ele tinha algum sentimento por ela. Mas o que ele não sabia era que Heriberto estava feliz junto a Victória num novo começo de vida.

Quando entrou ele a levou para o quarto e a cobriu beijando em seus lábios e ela ligou para Heriberto e contou da festa que ele negou no mesmo momento, mas ela conseguiu dobrá-lo argumentando que ele estaria ali se ela precisasse e ele suspirou concordando e ela desligou sorrindo e olhou para Victóriano que estava a olhar a fazenda não querendo ouvir aquela conversa. Ele não gostava nada de saber que ela estava dobrando outro homem já que ele tinha que ser o único a ser dobrado por ela.

— Amor, vem aqui!

Ele a olhou e caminhou até ela com calma e deitou em seu peito como uma criança que precisa de cuidados, mas o silencio deles não durou muito já que os filhos chegaram ali falando todos ao mesmo tempo e eles riram era sempre assim falavam enquanto brigavam um com o outro tentando que os pais entendessem o que eles queriam dizer e eles só faziam rir era tanto amor ali entre eles que ambos se olharam sorrindo não queriam perder aquele amor nunca e eles se beijaram deixando aquele momento ainda mais intenso.

Os filhos até pararam de falar ao vê-los e sorriram era um amor sem reservas sem duvidas e pela porta entrou Ana com os saltos de suas botas batendo no chão e disse como a mulher imponente que tinha se tornado.

— Que diabos ninguém me avisa que minha filha está morrendo? Como eu posso não saber de uma coisa dessas? 

Todos a olharam surpresos porque se ela estava ali Pedro, Ernesto e Maria também estariam...