— Venha comigo!

Victoriano olhou os filhos e os beijou um a um e caminhou atrás de Heriberto que o deixou na porta do quarto e ele entrou e ficou parado na porta e não conseguiu mais ser um homem forte e apenas chorou a vendo ali naquela cama era uma mulher tão forte e cheia de vida que ao vê-la ali seu próprio mundo desmoronava não conseguia e não queria vê-la assim e apenas ficou a observá-la por longos minutos.

Era o momento mais difícil de sua vida se pudesse trocaria de lugar com seu amor somente para não vê-la sofrer como estava sofrendo naquele momento e ele fungou a fazendo virar o rosto para ele naquele momento ela sabia que era o seu amor a sua vida e ela começou a chorar entristecida com aquela realidade que estava ali escancarada para eles.

— Vem aqui, meu amor... - a voz dela quase não saiu pelo choro.

Victoriano tomou fôlego e tentou parar de chorar mais era quase impossível naquele momento em que ela estava preste a entrar em cirurgia e ele não sabia se dali ela sairia viva as chances eram quase nenhuma, mas mesmo assim ela tinha que passar por aquela intervenção para que tivesse pelo menos uma chance.

— Por quê? - ficou de joelhos ali ao lado da cama e segurou a mão dela estava destruído.

Inês apertou a mão dele queria poder olhar em seus olhos, mas o único que tinha naquele momento era a escuridão e ela chorou mais ali e ele levantou agarrando seu amor tirando da cama e a afagou em seus braços como se fosse um bebê.

— Eu te amo não queria você sofrendo! - deitou no peito dele.

Ele sorriu sem alegria do que ela dizia como não sofrer com uma doença tão maldita como aquela? Como ele poderia não sofrer se ela era o mais importante em sua vida? Como? Perguntava-se mentalmente e ela se agarrou a ele ainda mais poderia nunca mais ver aqueles lindos olhos que ele tinha ou aquele sorriso maravilhoso que ele dava somente para ela, eram pequenos detalhes que se repassavam em sua cabeça e que ela poderia perder a partir daquele momento.

— Não tem como não sofrer se você é a minha vida! - ele disse com o coração rasgado acariciando  nuca dela.

Inês o acariciou no peito e ficou por alguns segundos em silencio.

— Me perdoe se algum dia eu faltei a você como mulher... - começou a falar e ele sentiu o coração apertar. - Quero que você seja feliz se eu não conseguir voltar hoje, quero que cuide e encaminhe nossos filhos como sempre fizemos até que eles se casem! 

— Não fale assim! Não quero que se despeça porque você não vai morrer hoje.

O corpo todo tremia com aquelas palavras dela era claro que ela tinha medo de partir mais não queria que ela dissesse àquelas coisas que era vista somente em filmes.

— Quero que me prometa que não vai deixar sua vida passar se eu não voltar... - ela levantou a cabeça e o deixou seu rosto próximo ao dele e parecia até que ela conseguia vê-lo. - Quero que se case de novo com uma mulher que seja boa para você e para nossos filhos...

A cada nova palavra dela de seus olhos se derramava lágrimas de desespero não queria e não colocaria nunca outra mulher em seu lugar se ela chegasse a faltar ele apenas esperaria que o seu dia chegasse para que ele fizesse companhia a ela, mas outra mulher ele nunca colocaria em seu lugar.

— Me prometa que vai ser feliz sem mim... - tocou o rosto dele. - Não chore meu amor!

— Eu não vou te prometer o que não vai acontecer! - foi firme mais com a voz rasa. - Eu não vou nunca colocar outra mulher em seu lugar porque você vai ficar aqui comigo e com seus filhos.

Inês ia falar mais, mas ele não permitiu e beijou a boca dela com gosto de paixão e desejo a amava tanto queria tanto ter passado aquelas noites todas ao seu lado cuidando e amando sua mulher, mas não pode e agora estava ali pronta para se despedir dele mais Victoriano não estava disposto a se despedir e se tinha alguém lá no céu que olhava por eles nesse momento ele iria cuidar de sua mulher e iria trazê-la de volta para a sua família.

Victoriano não parou de beijá-la nenhum momento dos minutos que se seguiram com os dois ali presos um nos lábios do outro porque ele não queria que ela falasse que ela se despedisse dele e ele a tomou pra ele como gostava de fazer quando se beijavam até que a porta se abriu e os filhos entraram e sorriram para aquela cena linda dos pais juntos e aos beijos sabiam que o momento era de extremo cuidado e vê-los assim acalmava um pouco o coração deles.

Inês cessou o beijo e sentiu o cheiro de seus filhos e olhou na direção deles mesmo sem ver e sorriu para eles estendendo a mão para eles que nem pensaram apenas correram e foram agarrar sua mãezinha não queriam pensar no pior mais era tão difícil que eles não falaram nada apenas agarraram ela juntos como sempre faziam e ela como pode agarrou a todos eles mesmo no colo de Victoriano que sorriu e compartilhou aquele momento de amor e nada precisou ser dito eles apenas sentiram e amaram Inês até que Heriberto veio para que ela fosse preparada e pediu que eles se despedissem, mas não como um adeus e sim um até breve.

Ela foi beijada paparicada por mais alguns minutos pelos filhos que saíram do quarto deixando apenas os três no quarto e Victoriano a beijou na boca sem cerimonia ou vergonha de Heriberto apenas queria aproveitar aquele momento com sua mulher e ao cessar o beijo ele juntou sua testa na dela e respirou fundo sentindo o cheiro de flor que ela exalava e sorriu para o pequeno sorriso dela.

— Eu te amo e te espero daqui a algumas horas! 

Ela o abraçou forte sentindo o cheiro dele.

— Eu te amo muito mais meu amor! - o sentiu levantar e a deitar na cama. - Cuide de nossos filhos e os faça comer não quero ninguém passando fome! - ele sorriu pro jeito dela e beijou sua testa.

— Te amo! - voltou a reforçar e virou-se para Heriberto. - Estou deixando em suas mãos o que de mais preciso tenho na vida!

Heriberto suspirou e pegou a mão dele que estava estendida e apertou com firmeza não deixaria Inês fracassar, não podia era a promessa que tinha feito a si mesmo, mesmo que fosse uma promessa apenas para ele.

— Farei tudo que estiver em minhas mãos!

Victoriano assentiu e depois de olhar seu amor mais uma vez ele saiu e Heriberto se aproximou e pegou a mão dela e beijou.

— Por favor, não desista! - foi tudo que ele disse e os enfermeiros entraram com a cama dela e a levaram...

[...]

Quatro horas tinha se passado desde que Inês tinha entrado naquela sala de cirurgia e naquele momento Heriberto passava pela porta e encarava a todos eles que pararam em sua frente com os corações acelerados e pedindo a papai do céu que ele trouxesse boas noticias e o suspiro dele foi ouvido fazendo a todos chorar...