Conluio escrita por Lina Limao


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudubom?
Vi que tem bastante gente vendo a fic, e fico muito empolgada com isso, mas queria saber a opinião de vocês sobre o que está rolando. Quero saber se está bem escrita, se tá uma porcaria, por favor. Dediquem cinco segundinhos para fazer uma autora feliz! Obrigada :*



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Um bocejo escapou pelos lábios carnudos de Gina, que caminhava rapidamente pelo castelo ao lado de uma silenciosa Hermione.

Desde que contará para a amiga os reais planos dos comensais, Hermione parecia meio paranoica. Gina pensava que a amiga estava tão aterrorizada quanto ela, pois andava avoada nas aulas e agora acordava cedo para ir com a ruiva até o corredor do dormitório do Malfoy, como se sua presença fosse algo realmente protetor.

Até parece”, Gina pensou enquanto caminhavam. O fato é que entendia que Hermione se sentisse responsável por ela e também aceitava seus motivos e preocupações, pois partilhava da maioria deles. De fato, às vezes se tratavam como irmãs, pois o tempo que dividiam juntas n’A Toca era grande a ponto de fazê-las criar esse tipo de vínculo.

Assim que chegaram perto da porta, Hermione suspirou e encarou Gina, como se olhasse para uma criança. Suspirou e colocou a mão em seus ombros, tentando soar otimista. A maior parte do plano era a Granger que bolava, soava tão injusto para a Weasley que Draco pensasse que conseguiam imaginar tantos caminhos e alternativas sem a ajuda dela...

— Boa sorte, Gina.

Murmurou antes de ficar parada, olhando para Gina, esperando que a ruiva se afastasse. Ela deu um meio sorriso e caminhou até a porta, sussurrando para uma estátua a senha que Malfoy lhe dera. Assim que o espaço se abriu, permitindo sua entrada, a Weasley engoliu seco e seguiu em frente, como fazia todos os dias, há mais ou menos uma semana.

Gina entrou no quarto e assim que acabara de sair de perto da entrada, a passagem de fechou. Foi se sentando na cama de maneira natural e ouviu uma risada vindo da porta do pequeno banheiro. Quando virou o rosto, Draco estava ali, escorado no batente lhe encarando como se fosse maluca.

— Que foi? Ainda continua com a porcaria de regra da merda da cama?

Gina perguntou descalçando os sapatos e ficando com as pernas dobradas, como se fosse um índio, na cama de Malfoy. Ele sacudiu a cabeça negativamente, pensando se deveria ou não ensinar a ela novamente que tinha suas limitações.

Aquela era uma briga antiga.

Desde a primeira vez que Gina pisara no quarto, Draco colocou a ela limites. Não a queria sentada ou deitada em sua cama para não espalhar seus genes por ali e também detestava quando ela descalçava os sapatos e os largava bem no tapete, cobrindo a cara de Salazar Slytherin. Por Merlin, se Voldemort visse uma cena como aquela ia gritar, chamar de blasfêmia e matar a coitada da Weasley. Afinal, onde já se viu uma grifinória colocando os pés na cara do maior símbolo da sonserina? Impossível!

Só que, por mais que Draco dissesse que não queria, Gina não via nada além de frescura nas explicações malucas que ele inventava de última hora. Inclusive, na última vez em que o assunto veio à tona, ela terminou sambando em cima do tapete, fazendo o Malfoy ficar vermelho como um tomate.

— Agora é tarde. Vou ter que lavar o jogo de cama todinho.

Draco resmungou se aproximando da Weasley, que dava um sorrisinho satisfeito enquanto remexia em suas coisas, dentro da bolsa de couro que o Malfoy aprendera a odiar. Por mais que Gina andasse com aquela porcaria para cima e para baixo, ainda esquecia coisas em seu quarto, como o tinteiro, algum livro e os pergaminhos rabiscados com aquela letra torta e desleixada.

Pior mesmo foi quando esqueceu a gravata vermelha e amarela em um dos dias de calor. Gina tinha o hábito de molhar o rosto quando se sentia muito quente. Para ajudar a respirar, tirou a peça do uniforme e deixou pendurada no baú, onde ficou até o dia seguinte, pois Draco fazia questão de não tocar em nada que viesse da grifinória.

Mas a pior parte não era que ela se sentasse em sua cama, esquecesse coisas ou ficasse tagarelando sobre fatos que ele não dava a mínima, como seus treinos de quadribol ou algum livro que lera ano passado, enquanto estava de férias n’A Toca. O lado ruim mesmo e que fazia Draco temer é que sentia que estava começando a se acostumar com a presença da Weasley.

Nunca tivera em Hogwarts alguém que passasse tanto tempo com ele e tinha que confessar que, às vezes, era divertido tê-la ali, nem que fosse para lhe irritar e tentar fazê-la ficar vermelha como uma pimenta novamente.

— Bom, você conseguiu descobrir mais ou menos quantos deles irão vir pelo armário?

Gina perguntou tirando Draco de seus pensamentos. Ela estava com os pergaminhos em seu colo e a pena nas mãos, aguardando por uma resposta. O Malfoy assentiu e caminhou até o criado-mudo, abrindo uma das gavetas e tirando um pequeno bilhete para entregar para a Weasley.

— De acordo com minha mãe, cinco. Incluindo minha tia.

Os olhos castanhos de Gina ergueram-se para Draco. Claro que se lembrava dela, vira de perto quando Bellatrix Lestrange matara Sirius Black a sangue frio no ministério da magia. Com certeza era uma das memórias mais arrepiantes que possuía e jamais se esqueceria da cantoria que a comensal havia feito quando constatara que atingira o primo em cheio.

Eu matei Sirius Black! ” A frase se repetiu incontáveis vezes e ecoou por quase todo o ministério. Se Harry soubesse daquilo, com certeza iria querer se vingar e Gina se perguntava se conseguiria evitar a vontade de matar a tia daquele que a estava ajudando a salvar Hogwarts.

— Que maravilha. Ela deve querer se assegurar de que você não vai dar para trás, né?

Draco sentou-se na cama e encarou a Weasley por um tempo, antes de virar os olhos para a janela, encarar a cortina que balançava sutilmente com o vento da manhã e dar uma risada meio triste.

— Antes fosse. Ela e minha mãe arranjaram outro jeito de que eu cumpra o que prometi...

Draco estava prestes a contar quando ouviu um barulho que indicou que a passagem do quarto começava a se abrir. Trocou com Gina um olhar aterrorizado, ao que a ruiva respondeu prontamente agarrando aos pergaminhos e rolando no colchão para se esconder debaixo da cama.

O garoto correu para apanhar a bolsa de couro e jogá-la para junto de Gina debaixo da cama, que agarrou o utensílio e ficou olhando para Malfoy, tremendo de medo. Ele ajeitou rapidamente a colcha prateada para que caísse no chão e não possibilitasse que, quem quer que fosse, pegasse a ruiva ali.

Quando a passagem terminou de abrir, ouviu que alguém entrava e caminhava com passos arrastados. Draco apanhou sua varinha no baú e apontou para a porta, aguardando para ver quem era. Quando viu a cara carrancuda e os cabelos pretos de Severo Snape, relaxou.

— Ah, é você.

Baixou a varinha imediatamente, suspirando. Snape cruzou os braços sobre a roupa completamente negra que usava e a passagem se fechou assim que ele terminou de caminhar. Ficou encarando Draco com cara de poucos amigos, como sempre. Muito embora sempre defendesse o garoto, parecia ter uma aversão profunda por ele.

— Quem você achou que era? Pensou que Voldemort viria aqui pessoalmente falar com você?

Draco bufou e sentou-se na cama, como se fosse aquilo que estava fazendo antes da dramática entrada do professor. Gina, debaixo da cama, percebeu que alguém estava ali, bem em cima dela, mas não soube dizer se era Snape ou Malfoy. Aquela situação estava lhe deixando louca, odiava não saber o que estava acontecendo!

— Não me surpreenderia de nada, visto os bilhetinhos que ando recebendo...

Draco respondeu apontando para a janela e suspirando em seguida. Isso era verdade, a situação estava ficando ridícula. Voldemort estava tão sedento da morte de Dumbledore que era bem capaz de querer assisti-la de camarote. O Malfoy já não duvidava de mais nada.

— Sua incompetência o está irritando, Draco. Quantas vezes já lhe disse que irei lhe ajudar? Tudo que precisa fazer é arrumar logo aqueles armários!

— Ele me escolheu! O que esperava de mim? Não sou nenhum marceneiro...

Draco rebateu deitando-se na cama e colocando as mãos na nuca, como se quisesse mostrar que não se importava. Snape torceu o enorme nariz enquanto encarava o garoto loiro petulante à sua frente. Por vezes não sabia quem era pior, ele ou Potter.

— Não teme por sua mãe? Sabe o que Voldemort irá fazer com ela...?

— Foi para isso que veio aqui, Snape? Para me lembrar de uma porção de coisas que já sei?

Draco ergueu-se e ficou de pé, frente a frente com o professor, que começava a perder a paciência com a arrogância do Malfoy. Se aproximou dele ameaçadoramente, apertando os olhos já apertados e o empurrando, fazendo com que se sentasse na cama novamente.

— Estou aqui para que você me deixe arrumar aqueles armários ou que me dê um bom motivo...

A frase de Snape ficou pela metade, pois acabou não dizendo o que havia planejado ao levar um baita susto por ver um par de sapatinhos pretos, estilo boneca, largados sobre o tapete de Salazar Slytherin. Ergueu novamente os olhos para Draco, que não percebera de primeira o que o professor havia visto de tão estarrecedor.

Snape se abaixou e segurou os sapatinhos em suas mãos, mostrando para Draco, que não pôde evitar a expressão de desgosto e desaprovação brotar em seu rosto. Levou uma das mãos à testa e desviou o olhar. “Pronto”, pensou, “agora vai”.

— Suponho que seja esse o motivo da lerdeza.

Gina se encolheu debaixo da cama. Será que havia feito algum barulho? Será que Snape sabia que estava ali? Que diabos estava acontecendo?! Teve de se controlar muito para não colocar a cabeça para fora e tentar dar uma espiadinha, apenas permaneceu imóvel, respirando o mais baixinho que conseguia.

Draco bufou e puxou os sapatos de Snape, tornando a jogar no chão, onde estavam. Encarou o professor com raiva e suspirou, tentando esconder o medo de que ele encontrasse a Weasley debaixo de sua cama.

— Talvez seja. O que você tem a ver com isso?

— Se você falhar, seu moleque mimado irresponsável, a responsabilidade será toda minha, ou será que já se esqueceu disso também?

Draco apenas desviou o olhar e achou melhor não responder. Gina apertou as sobrancelhas e só faltou morrer de ansiedade de entender que diabos estava acontecendo. Como assim seria responsabilidade do Snape? Será que era isso que o Malfoy ia lhe contar antes do professor chegar?

— Quem é a garota?

Draco assustou-se com a pergunta e soltou uma risada nervosa, encarando Snape e cruzando os braços, para melhor representar sua indignação com tal questionamento.

— É o que?

— Quem é a garota que usa sapatos de segunda-mão com a qual você está saindo? Certamente não é sonserina...

Maldita pobreza, Weasley! ” Draco pensou enquanto encarava o professor sem demonstrar qualquer sinal de que pretendesse responder àquela pergunta. Continuou em silêncio, sem conseguir mesmo pensar em um nome e apenas negando que iria dizer qualquer coisa com um aceno da cabeça.

— Pois muito bem, você tem dois dias para arrumar aqueles armários.

Snape falou categoricamente, olhando para Draco que arregalou os olhos e deixou o queixo cair. Dois dias? Era muito pouco, o plano não estava nem pronto, como iria conseguir permitir que isso acontecesse? Era impossível, inviável!

— E se continuar com essa cara de paspalho, será para hoje! Melhor se apressar, não acha?

Foi a última coisa que Snape disse antes de se virar de costas para Draco e caminhar pisando propositalmente nos sapatinhos largados. A passagem se abriu quando o professor sussurrou a senha e ele se foi, ainda mais nervoso do que quando chegou, fazendo a capa balançar a cada passo pesado que dava.

Assim que a passagem se fechou novamente, Draco soltou um suspiro aliviado e puxou a colcha prateada, revelando uma Gina Weasley assustada e apreensiva, que sussurrou.

— Posso sair?

Draco bufou e assentiu, largando seu corpo na cama e cobrindo o rosto com as mãos sem conter um grunhido de indignação. Gina foi se levantando aos pouquinhos, limpando o uniforme e recolhendo os pergaminhos que levara para debaixo do móvel.

— Ah, maldita Weasley e seus sapatos! Maldita, maldita, maldita.

Draco praguejou enquanto se sacudia na cama de um lado para o outro. Gina não conseguiu ficar irritada, pois se não fosse por seu barulhento par de sapatos, provavelmente a situação não estaria tão intensa quanto agora.

Ela apanhou os sapatinhos sujos pelas pegadas de Snape e os limpou enquanto olhava para Draco, desolado na cama e ainda resmungando como era terrível a denunciadora pobreza dos Weasley.

— Para de ser chorão.

Gina disse, o que fez com que Draco descobrisse o rosto e a encarasse indignado, sentando-se na cama num pulo e apontando o dedo indicador para ela acusadoramente.

— Você e seus sapatos nos arruinaram, Weasley! O que faremos agora? Não dá tempo de bolarmos alguma coisa, pois vou ter que passar meus dias arrumando aquela porcaria de armário.

Gina assentiu, fazendo pouco caso do drama de Draco, deixando seus sapatinhos no chão e sentando-se na cama, apanhando novamente os pergaminhos e os colocando em seu colo, sem parecer muito interessada no pessimismo do Malfoy.

— Certo. Acho que a quantidade de comensais que sua mãe disse que virá vai ser fácil de conter se os professores estiverem a par da situação, como havíamos imaginado, né?

Draco apenas a encarou em silêncio, frustrado por Gina estar completamente ignorando o fato de que estavam arruinados. Porém, ao notar que ela rabiscava nos pergaminhos sem muito interesse, percebeu que a Weasley acreditava já ter a solução para o caso.

Relaxa, Malfoy. – Gina disse, encarando-o com um meio sorrisinho travesso. – Hogwarts vai chutá-los daqui antes que se lembrem o que vieram fazer.

E Draco suspirou, sem dar a ela nenhuma resposta, esperando que aquela menina maluca estivesse mesmo com razão, pois era a única esperança que tinha.


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