Dust and Gold escrita por Finholdt


Capítulo 7
VI. But why are we so incomplete?


Notas iniciais do capítulo

Será que alguém vai se der o trabalho de ler as notas depois dessa demora que eu dei pra postar? Caralho, eu demorei 2 meses pra postar, estou horrorizada.
Enfim... Quinta-feira é meu aniversário (alô 19 anos) e eu vou passar ele na ccxp, então antes disso quis deixar esse presentinho para vocês. Foi, até agora, o capítulo mais longo da fic, então me digam o que acham dessa quantia de palavras.
Ah, e essa capa de capítulo que vocês estão vendo foi um presente de aniversário do meu amigo e leitor de carteirinha, Yuki. Espero que vocês surtem com ela tanto quanto eu ♥ ♥
Falando sério agora, eu não pretendo demorar assim novamente para postar o próximo capítulo. Gosto demais dessa fic para fazer isso.



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Damian estava ponderando do lado de fora da sala comunal da Torre Titã se devia seguir o conselho de Talia ou não. Sabia mais do que confiar completamente na mãe mas… Suspirou, voltando a atenção para as câmeras que tinha da sala, escutando o que conversavam. Girava a arma em sua mão, contemplando se devia ir em frente ou não.

Parece que depois de dois dias o menino Super decidiu dar a língua entre os dentes.

— Eu sabia, sabia que esse dia ia chegar. — Resmungava Mutano.

— Gar, por favor, não sabemos ainda de todos os detalhes… — Ravena sempre falava com sua voz monótona, mas qualquer um que a conhecia saberia detectar a preocupação em seu tom.

— Esperem! — Gritou Jon, atraindo a atenção de todos. — Ravena tem razão, o Damian-

— Ah por favor. — Interrompeu Mutano, impaciente. — Todo mundo sabe da sua quedinha pelo Robin, até parece que você vai ser imparcial.

Jon arregalou os olhos, de queixo caído. Olhava para cada titã incrédulo, como se não acreditasse no silêncio deles. Damian teve a decência de ignorar a fala do esverdeado e olhar para cima, deliberadamente ignorando as câmeras.

— Pirou, Gar? Eu e o- pfft, qual é. Mal somos amigos! Todo mundo sabe que o Damian só liga pra si mesmo, e por mais que tenha – com certo custo – um pouco de bondade nele, não duvido nem um pouco que ele me trocaria pela família dele.

Ardeu, de certa forma. E não é que o bom rapaz o conhece bem? É o que ele estava prestes a fazer, certo? Ele devia saber… Sua mãe tinha razão. Só se pode confiar em família.

— Tem razão, Kent. — Damian entrou na sala, fingindo não notar os olhares chocados e as poses defensivas. — Troquei mesmo.

Levantou a arma e disparou ao lado do ouvido esquerdo de Jon, que estava de costas para a porta. Com o Super temporariamente surdo, foi fácil subjugá-lo, o prendendo em seus braços. O novo Punho do Demônio ouviu seu sinal e não perdeu tempo para pular para a ação, e com a ajuda das instruções de Damian, os Novos Titãs nem tiveram chance. Afinal, Estelar mal conseguia planar direito, veja lá se proteger apropriadamente enquanto tentava defender os amigos.

Ravena foi a primeira a cair, Damian sabia que não venceria a empata na força bruta então mandou o Punho atirar o dardo envenenado assim que o sinal soasse. As substâncias químicas a fizeram alucinar com Trigon, seu pai, como se estivesse perdendo o controle de seus poderes e corpo. Não demorou nem dois minutos até ela cair no chão, imóvel.

Kid Flash teve as pernas quebradas e foi congelado com uma arma construída pelo próprio Damian como presente para Wally lidar com o pai.

Aqualad tentou descongelar Kid Flash e acabou sendo um alvo fácil para os choques elétricos do Punho.

Muito tempo atrás Damian tinha calculado quanta dosagem de tranquilizante animal era necessária para derrubar Mutano e qual chegava a ser fatal. Ele não hesitou em passar suas anotações para o Punho, não quando ele tinham tanto em jogo.

— Robin, como pôde? — Perguntou Estelar, com lágrimas no olhos.

Damian não respondeu, repetindo seu mantra interno de que estava fazendo o necessário. Sacou sua adaga com um lado da lâmina com kryptonita, da Liga das Sombras, e apontou para a câmera da sala comunal, sabendo que logo a Liga da Justiça veria sua mensagem e repassaria para Superman.

— Superman, eu lhe avisei para não me provocar. E vou mostrar para todos o grande hipócrita que você é! Vamos ver se sua opinião continua a mesma depois que eu atingir alguém da sua família.

— Damian, você está me assustando. — Murmurou Jon abaixo de si.

Parecia uma experiência espiritual, em que não era realmente ele controlando seu corpo. Sentia como se estivesse assistindo outra pessoa apertar a adaga com força e a cravar no corpo de Jon.

Jon. Jon que o olhava horrorizado, o rosto banhado de lágrimas e um olhar que gritava traição. Jon que abriu a boca e urrou de dor, com todos os seus músculos tremendo abaixo de si e sua cabeça devia estar girando com o atordoamento de mais cedo.

— Desmaie, desmaie, desmaie. — Sussurrou Damian desesperadamente. Sabia que Jon não o ouviria, mas não deixou de ordenar freneticamente.

Seu plano não tinha falhas, tinha certeza disso. Ele só não seria tão extremo como sua mãe tinha sugerido, e sabia que não havia necessidade disso também.

Ele não precisava realmente matar Jon. Apenas um ferimento letal que assim que ele for jogado no poço, será curado. Sem problemas, certo? Superman logo apareceria para salvar o filho e veria que não havia nada a fazer a não ser usar o Poço.

— Senhor, estamos em posição. — Alguém do Punho disse, Damian nem ao menos o olhou ou o considerou. Não se importava com mais nada além do tempo passando e de Jon sangrando abaixo de si, gritando.

— Cale a boca e desmaie de uma vez! — Gritou Damian para Jon.

— P-pensei que… V-ocê… — Regurgitou mais sangue e os olhos azuis de Jon ficaram perigosamente desfocados quando ele enfim desmaiou.

Damian suspirou de alívio. Jon não precisava sofrer mais que isso. Com esses gritos e o vídeo Superman logo deve vir ao resgate do único filho. Ele provavelmente-

Seu monólogo interior foi interrompido com a parede explodindo ao seu lado e Damian se protegeu cobrindo o rosto, mas sem sair de cima do corpo inconsciente de Jon.

Superman parecia muito além de furioso, com os olhos em chamas e os punhos brancos de tanto que ele os apertava.

— Afaste-se de meu filho.

— Se eu tirar a adaga, ele vai sangrar até a morte em menos de 8 segundos. Eu sei disso, fui treinado para saber onde acertar para uma morte rápida.

Damian jura que viu Superman rosnar naquele momento.

— Ele era seu melhor amigo, como teve coragem?

Damian resolveu não responder isso. Ele próprio ainda estava se perguntando isso.

— Se devolver os corpos da minha família eu posso salvar a sua.

Superman apertou os lábios em uma linha dura, estava claro em sua postura que ele estava se segurando para não quebrar o pescoço de Damian ali mesmo.

— É disso que se trata? Se Bruce lhe visse agora sentiria vergonha.

Foi como um tapa na cara.

Talia ficou o tempo todo enchendo seu ouvido sobre como era a coisa certa, sobre como família era a coisa mais importante, que ele devia honrar o pai e os irmãos que haviam morrido de forma tão indigna. Em nenhum momento Damian parou para pensar sobre como suas ações refletiriam para o legado de seu pai.

Mas Damian não podia demonstrar fraqueza. Ele não mostraria para o causador de sua dor como ele havia lhe atingido.

No lugar, resolveu atingir ele.

— Kent pode ter desmaiado pelo choque, mas tenho certeza que ele sentiria bastante dor se eu girar isso aqui um pouco. — E para mostrar que não estava blefando, girou a lâmina levemente.

Ele não pensava que estava torturando Jon, seu amigo; apenas Jon, filho de Superman.

O olhar de Superman gritava assassinato. O que era bom, porque o de Damian não estava muito diferente.

— Você não é digno de usar o emblema Robin. É apenas um garoto assustado com uma mãe manipuladora.

Desde que sua família havia morrido, Damian permanecia num limbo entre sentir raiva e não sentir nada. No entanto, esse dia todo mostrou que os outros sentimentos que Damian pensou estarem mortos estavam bem na ativa. Ainda bem que ele estava de máscara, não daria o gostinho de mostrar o quão sentido estava com essas palavras.

Essa é a coisa certa, eu só preciso mostrar isso a ele”

— O tempo está passando, Superman. Kent morrerá se não agirmos logo.

E ele realmente não queria ter que chegar a isso, mas negócios são negócios.

— Jon nunca vai te perdoar por isso.

Damian respirou fundo.

— Eu sei.

Ele se resolveria com Jon depois, primeiro o fazendeiro tinha que malditamente viver para o condenar.

Então, completamente do nada, Superman sorriu.

— Desculpe, Damian.

Um borrão vermelho com raios azuis passou, e mesmo que seus olhos treinados não o viu, Damian com certeza sentiu o soco que lhe mandou voando até o outro lado do cômodo.

Wally West estava orgulhosamente de pé à sua frente, segurando o corpo inconsciente e ensanguentado de Jon. Ele lhe lançou um olhar que misturava pena com raiva e disse antes de partir:

— Dick estaria decepcionado se te visse agora.

Não. Nãonãonãonão, seu trunfo! A sua pequena parte que estava aliviada por Jon não ter que morrer pela sua negociação foi rapidamente esmagada quando Damian viu o sorriso presunçoso de Superman.

A conversa, as alfinetadas… Foram uma armadilha para comprar tempo até Flash chegar e salvar Jon. Damian apertou os punhos, ignorando que estavam encharcados com o sangue de Kent.

— Você precisa superar, Damian. Essa não é a resposta, a sua mãe-

— Cale a boca.

Superman parecia exasperado.

— Você tem razão, eu não sou mais Robin. Você o matou quando me negou a minha família. Você tirou o que importava de mim.

— Damian… — Pela primeira vez desde que Superman apareceu, ele parecia alarmado. Bom. Ele devia mesmo.

— Eu tenho acesso aos computadores da caverna e os arquivos da Liga das Sombras, sei a fraqueza de cada um de vocês, mas mais importante que isso: Eu sei o verdadeiro nome de todos da Liga da Justiça, dos Titãs, dos heróis solos. Sei o nome de cada familiar, amigo e interesse amoroso. Então quando eu cortar a garganta de um por um e a Liga da Justiça bater à porta de Nanda Parbat com Superman na frente, de joelhos, implorando pelo Poço de Lázaro, eu vou me inclinar e sussurrar “Não.

Bombas que foram armadas mais cedo explodiram, acionando o simulador de sol vermelho que Damian tinha instalado na Torre escondido no ano passado. Superman caiu no chão, mole e confuso.

O Punho do Demônio e Damian saltaram pelo buraco que o herói tinha deixado e sumiram de vista.

Foi a última vez que Robin foi visto.

~*~*~

Quando Ibn chegasse naquela ilha, era bom Superboy estar inteiro. Ela tem direito nenhum de mexer com os brinquedos dele.

Mara estava mesmo lhe lançando olhares desconfiados pela última semana, com ele saindo mais cedo dos treinos e aulas de magia com o avô para seus aposentos particulares. Construiu uma pistola de kryptonita vermelha e outra verde, um soco inglês de kryptonita verde, um aparelho de frequência kryptoniana e… Bem, esse ele ainda não sabia bem o que fazer. A kryptonita azul só fazia efeito contra Bizarro, no entanto, Ibn estava mais do que curioso do que faria contra um mestiço. A pedra continuava bruta dentro de seu cofre. Pensaria em algo.

Ele deve ter escorregado algum dia se Mara conseguiu descobrir sobre sua ilha. Sabia que algo estava errado no minuto que entrou na casa e não viu nem sinal da prima. Não era estranho ela sair de Nanda Parbat para algumas missões que o avô solicitava-lhe, mas ela sempre voltava no mesmo dia. Quando o sol raiou e todos os servos confirmaram que não tinham visto a jovem senhora desde a noite anterior, Ibn soube. Conferiu seu cofre e viu vermelho ao notar que o aparelho de som e uma das pistolas estavam faltando. Maldita seja, isso não ficaria assim.

— Que inferno, mulher. — Sibilou Ibn ao chegar em sua tenda particular na ilha.

Mara, sua noiva, estava com o aquecedor ligado e sem as roupas além da íntima, que jaziam molhadas ao seu lado.

Seu aparelho estava destruído ao lado dela.

— Eu sabia. — Ela rosnou ao notá-lo ali. — Sabia que este lugar é seu.

— E daí? Não é da sua maldita conta.

— Se eu já tenho que ter aulas com a senhora sua mãe para a cerimônia de casamento então sim, é da minha maldita conta sim.

Ibn grunhiu, caminhando até ela.

— O que você fez? — Seu tom era ameaçador, mesmo que ele já estava aliviado ao notar que Kent não estava ali.

Ela franziu a testa, revoltada.

— Fui dar um aviso para o seu menino de ouro. Já deve estar morto a essa hora, comida pra peixe.

— Você quer uma outra cicatriz pra combinar? — Sibilou.

— Pode me ameaçar, não sou a mesma garotinha de antes. Toda vez que o herdeiro de meu avô sumia para se engraçar com o alienígena quem você acha que tinha que ouvir? Quem você acha que tinha que pagar pelos seus atos? Basta, Ibn.

Ibn revirou os olhos.

— Como sempre dramática. Já disse que até o meu aniversário de 21 eu sou livre pra fazer o que malditamente quiser. — Ele se aproximou mais dela, os narizes quase se tocando. — E vou mastigá-lo bem lentamente. Darei sua santa cabeça de presente de casamento pra você, prima, em uma bela caixa.

Mara o empurrou, desgostosa.

— Dispenso o presente. Tudo que eu quero é seu compromisso.

— Isso é um tipo de declaração? É pra me deixar vermelho?

Mara grunhiu mais uma vez.

— Eu ainda vou te matar, Damian.

Ibn sacou a espada, encostando a lâmina contra a garganta de Mara tão rápido que ela mal teve tempo de desviar, ainda presa no lugar graças ao gelo.

— Considere suas próximas palavras sabiamente, noiva. Você sabe que eu não gosto de ouvir esse nome.

Mara parecia pesar os prós e contras de cuspir em Ibn e se valia as consequências. Provavelmente valia, ela decidiu.

No entanto, Mara não teve tempo de concluir seu plano, pois um borrão azul passou voando por eles, levando um chocado Ibn consigo.

Arregalou os olhos, chocada, e murmurou para si:

— Trate de matá-lo dessa vez.

Ela não sabia de quem exatamente ela se referia. Também não sabia se realmente importava-se.

[x][x][x]

A ideia de voltar àquela ilha isolada me veio em um súbito raio de inspiração. A tal Mara ainda deve estar congelada, creio. Como ainda está cedo, ela deve estar com, pelo menos, os pés congelados, talvez eu possa ir lá e arrancar algumas respostas. E, talvez, eu a convença a nos divertir um pouco. Eu e a noiva de Ibn, parece ago divertido.

Foi uma surpresa e uma grande satisfação quando escutei o batimento cardíaco de Ibn junto a ela. Voando acima da tenda, usei minha visão de raio-x para vê-los. A louca da cicatriz estava mostrando mais pele do que eu jamais vi em Kathy e sorri de lado. Vejam só, que espetáculo.

Ao lado dela estava Ibn, completamente vestido, de braços cruzados. Os dois pareciam discutir então apurei minha audição para ouvir o que eles brigavam.

— ...vou te matar, Damian.

Um gosto amargo desceu até meu estômago ao ouvir aquele nome e a familiar raiva logo veio me abraçar.

Ibn disse mais alguma coisa que não me dei o trabalho de prestar atenção, com uma espada que quase cortou o pescoço da própria noiva. Não sei nem porque estou surpreso.

— ...sabe que eu não gosto de ouvir esse nome.

Não acredito que concordo com Ibn em algo.

Era demais, esse nome. Eu- eu tinha que falar com Ibn.

Voei em disparada para dentro da tenda, sequestrando Ibn diante dos olhos incrédulos de Mara e continuei voando em alta velocidade Soquei Ibn na têmpora, o nocauteando instantaneamente e foi extremamente satisfatório ver sua forma inconsciente. Mesmo longe, não deixei de ouvir a última coisa que a senhora noiva disse.

Veremos, Mara. Veremos.

[x][x][x]

Ibn acordou depois de alguns minutos, quando já estávamos no bunker subterrâneo de Batman que peguei emprestado. O local estava abandonado havia anos e me senti seguro de que ninguém iria nos interromper.

— Kent. — Ibn resmungou. Ele olhou rapidamente onde estávamos e voltou os olhos verdes furiosos para mim.

Tão previsível…. Respirei fundo e me aproximei de Ibn, que já estava de pé, me analisando enquanto procurava por armas.

Não vai encontrar nada, peguei tudo que ele tinha enquanto ele ainda estava inconsciente.

— Eu estava pensando… Que talvez você mude, sabe? Que ainda há bom em você. Que talvez eu consiga te convencer a abandonar a Liga.

Ibn me olhava incrédulo, como se uma segunda cabeça tivesse nascido de mim, mas não me deixei ser desencorajado.

— Nós podemos fazer as pazes e começar de novo… Talvez assim você veja o mal que fez para mim e os outros e…

— Kent, o quê...

Não aguentei. Foi demais para mim.

Joguei a cabeça para trás e soltei uma gargalhada. Nossa, não acredito que ele caiu nessa. Mas Ibn sempre me subestimou, então suponho que eu não deveria estar surpreso.

— Ah nossa, quem estou enganando? Você sempre foi um pedaço de merda, e se eu pudesse, te mataria. Infelizmente o homicídio é desaprovado em todos os 50 estados, mesmo se for um filho da mãe como você. — Acendi meus olhos, sorrindo de forma maníaca. Podia sentir o calor implorando para ser libertado, e não tardei em atender seu pedido. — Dito isto, queime no inferno, Ibn.

Atingi Ibn bem no peito, a força do disparo o jogando com força contra a parede do outro lado do bunker. Sua roupa queimou e seus urros de dor eram música para meus ouvidos. O cheiro de carne queimada me atingiu como um soco e foi só então que eu parei de incendiá-lo vivo.

Ibn sorriu, fingindo que seu peitoral não estava em carne viva.

— Ah, o fazendeiro quer dançar? Vamos dançar.

Muito lento.

Ibn tentou pegar uma seringa jogada que havia por ali onde ele foi arremessado para me atacar, só que ele estava muito ferido. Não precisei nem usar toda a minha velocidade para tomar a arma de seus dedos trêmulos e o jogar no chão com força, tomando satisfação com o barulho que sua cabeça fez ao atingir o piso.

— Você é fraco, Kent. Não vai ter coragem. — Tem que admirar a audácia que Ibn mostra.

— Está confiante assim porque acha que sua putinha vai vir te salvar? Sinto em te dizer que ela não vai vir te salvar.

Ibn arregalou os olhos, me olhando como se estivesse me vendo pela primeira vez e revirei os olhos.

Peguei a seringa jogada e cravei em seu quadril, puxando para o lado para rasgar a pele.

Ibn trincou os dentes e me olhou com ódio, se recusando a gritar. Pena.

— Então, já que estamos apenas nós dois aqui, vamos conversar.

— O que diabos-

Puxei a seringa para o outro lado, aumentando o corte.

— Desculpe, quis dizer eu falo e você escuta. Tudo bem?

— Você…

Puxa, que cara teimoso. Tirei a seringa ensaguentada do quadril direito e a cravei em seu ombro esquerdo, que parecia estar menos queimado que o outro. Ibn se contorceu e me levantei para sentar em cima dele, o prendendo no lugar.

— Não, não. Sem se remexer. Onde estávamos? Ah sim. Eu ia te perguntar como você consegue dormir a noite. Você sabe, né? Que no fundo é apenas um garotinho órfão assustado. Fica mordendo todos ao seu redor e os infectando com sua presença venenosa.

Me inclinei em sua direção, aproximando meu rosto do corte em seu ombro que fiz.

— Sinto cheiro de sangue de um covarde mesquinho. — E para provar o meu ponto, lambi a ferida.

Ibn continuava apertando os lábios com tanta força que mais parecia uma linha branca. Me inclinei mais e lambi seus lábios também, os manchando de sangue. Huh, até que não ficou nada mal.

— Me diga como é só pensar em si mesmo, me diga como você se justifica, contando tantas mentiras como se fosse uma segunda natureza. — Sussurrei quase contra sua boca, olhando diretamente em seus olhos friamente. — Porque era mentira. Tudo. Desde o início, você nunca prestou e todo mundo viu isso – principalmente Tim Drake. — Ele arregalou os olhos e parecia que ia dizer algo, mas rapidamente o calei rasgando sua pele com a seringa até as queimaduras. Ibn tentou se contorcer de dor mais um pouco e o prendi com força entre minhas coxas. Ele não vai escapar.

— É, eu li os relatórios dele sobre você, na Torre Titã. Sobre como você não deveria ser confiado, como era perigoso. A segunda parte eu já não tenho tanta certeza, considerando tudo. — Sorri, apontando para o seu corpo queimado e ensanguentado. — Creio o tolo deve ter sido eu, que não ouviu quando todo mundo dizia o quão horrível você é.

Fechei o rosto, acendendo os olhos e os deixando completamente vermelhos.

— Ouça, marque minhas palavras, um dia você vai pagar por tudo que fez. Pode até não ser hoje, mas karma vai vir pegar sua dívida.

Então, contra todas as possibilidades sobre como pensei que ele reagiria, Ibn sorriu maldoso.

— Quem… diria… que o santo Superboy… sujaria o nome Super… comigo…

— Que diabos você está falando?

— Até… a última vez que chequei… tortura não estava… sob a jurisdição de um herói.

Me inclinei para mais perto, e soquei o chão ao lado de sua cabeça, deixando uma cratera para trás.

— Eu não vejo mais ninguém aqui para me dedurar. Afinal, não estou fazendo nem um terço do que você merece… Ainda.

— Você… vai saber… mesmo se eu morrer… vou levar comigo… o fato de que eu arruinei… o filho do santo Superman.

Me levantei, furioso. É claro que Ibn arrumaria um jeito de tornar isso de alguma forma ao seu favor.

— Já… acabou, Kent?

Pisei em sua perna esquerda, com força, já não mais me deliciando tanto com o som de ossos quebrados. Ibn apertou os punhos, as veias em seu pescoço saltando com o esforço para não gritar.

Peguei a perna que ainda estava inteira e a amarrei com correntes que achei por ali.

— Ainda não acabei com você. Mas estou entediado, então mais tarde brincamos mais.

E ignorando as ameaças que Ibn gritava em árabe em minha direção, lhe dei as costas e sai do bunker.


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Notas finais do capítulo

Então... Estão mais ansiosos para o próximo capítulo do presente ou do passado, rs?



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