Dust and Gold escrita por Finholdt


Capítulo 1
.prólogo


Notas iniciais do capítulo

Não sei se alguém está acompanhando os quadrinhos, mas na DC está rolando um evento chamado Dark Days: Metal, onde descobrimos que do outro lado do Multiverso tem o Multiverso Negro, onde tudo é perverso e distorcido, como uma única decisão errada pode acabar com tudo. Na DC estamos vendo vários Batmen que tomaram decisões erradas e se tornaram vilões formidáveis e eu comecei a pensar... E se...



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A única coisa pior que um inimigo, é um traidor.

Uma pessoa que jurou ser seu amigo apenas para depois tentar cravar uma adaga em suas costas, para mim, essa pessoa... Simplesmente não merece perdão.

O paradeiro de Ibn al Xu’ffasch continua incógnito, e não importa o quanto vasculhemos o planeta, o filho da mãe consegue desaparecer antes que qualquer um da Liga da Justiça se aproxime.

Tecnicamente, eu estava atrasado para a aula de química, mas sempre que o nome de Ibn é mencionado seja em jornais ou nos comunicadores dos Titãs eu já estou com os olhos queimando em fúria em voo alto, procurando o maldito.

Kathy diz que eu preciso melhorar o meu temperamento quando se trata de Ibn e não o tratar como prioridade. Rá! Como se eu quisesse qualquer coisa com aquele cara... Eu só preciso socá-lo até ele perder todos os dentes e o deixar na maldita Zona Fantasma. Não é demais, certo? E não é como se tudo que eu fizesse era procurar por Ibn. Eu estou no time de futebol da escola, no meu último ano do Ensino Médio, minhas notas são boas e estou sempre ativo tanto em Metrópoles quanto nos Novos Titãs. Eu até a visito sempre que posso em Hamilton! Kathy é exagerada demais.

Eu simplesmente não consigo perdoá-lo. Depois de tudo que ele fez...

Mutano disse ele está na África. O único motivo de o Gar estar lá pra começo de conversa é pelo seu filme em que ele é um dos atores principais.

Segundo o seu relatório, havia boatos de que o rico Ibn al Xu’ffasch estava por ali para fechar um negócio importante de importação de pedras preciosas. Quais são elas? Não faço a mínima ideia, mas conhecendo Ibn, coisa boa não é.

Estava saindo dos Estados Unidos quando meu pai parou na minha frente do nada, me obrigando a parar para não trombar nele em pleno ar.

— Jon, você deveria estar na escola.

— A escola pode esperar. — Grunhi, irritado.

— Você nem sabe se ele realmente está lá.

— Não vou saber até ir lá, não acha? — Retruquei.

— Jon. — Superman me olhou severamente, me repreendendo como se eu fosse criança. — Você precisa superar isso, ele não pode sempre ser o que está na sua cabeça, isso não é saudável.

Senti vontade de rir. Quem meu pai achava que era para me dizer justamente isso? Ponderei em lembrá-lo da existência de Lex Luthor e sua obsessão, mas deixei pra lá ao notar um detalhe em seu sermão.

— Ibn. O nome dele é Ibn al Xu’ffasch, o senhor pode dizer o nome dele.

— Jon.

— Olha, eu não estou te entendendo. Ele te ameaçou também! Ameaçou todos da Liga! Os Titãs! Preciso te lembrar de tudo o que ele fez? Todos que ele feriu? Duke ainda usa muletas! Tudo que sobrou de Maya foi uma poça de sangue!

Só de lembrar tudo que Ibn já fez eu sentia meu sangue fervendo e meus olhos implorando para libertar toda sua fúria em uma potente visão de calor.

— Minha memória continua intacta, obrigado por perguntar. O problema é que você trata essa história de forma muito pessoal.

— É claro que é pessoal! Ele ameaçou te explodir, cravou uma adaga nas minhas costas e carrega aquele maldito aparelho de simular sol vermelho como se fosse à porra de um acessório.

Superman abriu a boca para retrucar, mas não deixei. Minha paciência havia acabado.

— Desculpa pai, mas eu não vou pra aula hoje.

E disparei para a Angola.

[x][x][x]

Quando cheguei  na capital, Luanda, tratei de ficar na surdina. Se Ibn suspeitasse que eu ao menos considerei de que ele poderia estar ali, sumiria mais rápido do que eu poderia o alcançar. De novo.

Estou cheio de ele escorregar por entre meus dedos.

Custou-me certo tempo em investigações para saber onde Ibn estava e com quem negociava e não pela primeira vez lamentei pela perda de meu parceiro, Robin. Ah, Damian... Não. Não, eu não vou permitir meus pensamentos tomarem esse rumo. Preciso focar na missão, é o que meu amigo diria.

O sol já estava se pondo quando consegui me esgueirar no palácio onde Ibn estava hospedado – sempre o maldito narcisista. Eu tinha chegado tarde de mais para impedir o acordo entre Ibn e o exportador e amaldiçoei minha sorte, meu pai e Ibn. Mas dessa vez eu não cheguei tarde demais para impedir que o maldito desapareça mais uma vez.

O palácio parecia um maldito labirinto, e foi graças a minha visão de raio-X que consegui achar o desgraçado.

Estava sentado em um trono. Típico. Ele conversava com alguém ao seu lado, mas eu não sabia quem era. Uma mulher que devia ter a mesma idade que ele com uma cicatriz que cruzava seu olho direito. Apurei os ouvidos para ouvir sua conversa e reprimi o calafrio que me subiu a espinha a ouvir a voz de Ibn.

—... Certeza que é uma boa ideia ficar tanto tempo aqui? — A mulher com cicatriz perguntou.

Ibn riu com uma risada fria e sem humor, cruel.

— E que graça teria eu fazer um investimento tão caro se nem puder testar meus brinquedos novos?

— Você parece ter muita certeza de que ele vai aparecer, primo.

— Como sempre, você não sabe de nada, Mara. Ele já está aqui, provavelmente escutando nossa conversa como o garotinho que é, não é mesmo, Jonno?

Maldito desgraçado filho de uma— Ele sabia que eu ficaria sabendo!

Sem mais porque me manter escondido, gritei enquanto arrebentava paredes e voava em disparada até a sala do trono.

A mulher de cicatriz, com olhos multicoloridos, já tinha a espada em punho apontada para mim. Idiota, como se aquilo fosse me ferir. A menos... Olhei mais uma vez em volta do palácio e não vi nem sinal daquela máquina infernal de sol vermelho.

Finalmente.

Ibn sorriu cruel quando me viu irrompendo de sua parede, como se eu fosse um coelhinho que caiu na toca do leão. Bem, ele estava prestes a ver do que eu era capaz, e eu fazia questão de desfigurar sua boca o bastante para ele nem conseguir sorrir mais.

Mal dei dois passos quando senti. Uma sensação horrível de dor e enjoo, como se minhas entranhas estivessem revirando e meus membros tivessem sido arrancados. Cai de joelhos, perplexo e mole. A dor era insuportável, como se estivesse me jogando para dentro de um triturador de lixo.

— Ah, vejo que você já viu meus novos brinquedos. — Disse Ibn em algum lugar acima de mim. Ou talvez embaixo, era difícil definir.

— I-Ibbnnn.. —  Gaguejei, trincando os dentes. Podia sentir o calor em meus olhos, desesperado para torrar aquele rosto, mas eu não conseguia. Tudo era confuso e enrolado.

— Estava ficando cansativo, sabe — Ele disse em tom de conversa —, ter que ficar carregando uma máquina tão pesada. Normalmente eu não ligo muito para essas coisas, mas a oportunidade veio e não resisti.

Ibn apontou para o cinto enfeitado que reluzia com suas pedras verdes brilhantes.

Kryptonita.

Desgraçado.

— Você sempre dizia que eu devia usar mais verde, afinal de contas. Qual eram mesmo suas palavras?

Maldito, não ouse jogar isso na minha cara. Não se atreva. Você perdeu todo o direito de citar nossa história no minuto que me traiu.

Eu não conseguia falar, mas minha expressão deve ter passado o recado, já que Ibn sorriu, um brilho cruel e perverso em seus olhos.

— Ah sim — Ele limpou a garganta e meu estômago virou chumbo quando ouvi minha voz de onze anos de idade saindo de sua boca —  “Verde realça os seus olhos, Damian, você devia usar mais. Sem máscara, isso é”.

— Eu j-j-juro que vou t-te matar.

— Gostaria de ver você tentar, Jonno.


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Notas finais do capítulo

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