—George,eu estou muito nervosa pra ir á escola. Eu acho que não vou conseguir fazer amigos...

—Mas eu já sou seu amigo,isso que importa!

—Tem razão! Eu vou andar com você quando tiver na escola.

—Comigo ou... Com o outro George?

—Como assim com o outro George? Você é você,não é?

—Não é bem assim,Megan. Eu sou o George formado no seu subconsciente. Eu sou gentil e educado,diferente do George... Bem... Real.

—Mas você é real. Pra mim você é real. Você é o George que está escondido atrás daquela figura ranzinza e fria,eu tenho certeza.

Ele olhou pra mim um pouco desapontado...

—Megan,acorda! Você está soando frio!

—Hã?-Eu esfrego meus olhos e dou um bocejo enquanto levantava da cama. Mamãe sorri e eu retribuo o sorriso.

—Preparada para o primeiro dia de aula?

—Eu acho que sim... Tenho medo que eles não gostem de mim por ter vindo do interior. Eu sou meio avoada e ingênua demais.

—Filha...-Ela diz pegando em meu rosto-você é perfeita do jeitinho que você é,sendo tímida,fofa e muito inteligente. Eu tenho certeza que as pessoas irão ver essas qualidades em você.

As palavras da mamãe me deixaram motivada,ela tem razão. Eu não posso ver meu jeito de ser como um defeito,mas sim como uma qualidade. Eu tenho que mostrar o meu melhor para as pessoas gostarem de mim!

Eu me arrumo para ir ao colégio e vou para a cozinha tomar café da manhã. Mamãe e papai estavam lidando com alguns documentos.

—O que é isso,papai?

—Ah,são os horários marcados para os pacientes. Aliás,está linda Megan.

—Obrigada,papai. Você também não está nada mal!

Papai sorri e alguns minutos depois eles saem do apartamento. Quando chega minha hora de ir,eu abri a porta e avisto George. Ele estava um pouco vermelho por conta do frio,deve ter queimado o rosto dele.

—Olá George!-Eu digo e aceno,porém ele passa reto. Eu vou tentar alcançá-lo,ele não anda muito rápido,vai ser fácil. Eu corro atrás dele e encosto,fazendo-o virar para trás.

—Você não tem mais oque fazer não,Megan? Para de ser chata!

—Eu só queria companhia pra ir ao colégio! Você pode ir comigo?

—Não,eu estou ocupado.-Ele diz enquanto me olhava de cima abaixo...-Quer saber? Acho que eu vou sim. Você até que não é tão feia.

—Obrigada(?)-Foi meio que uma pergunta,pois foi estranho. Ele é muito grosso,mas isso já é um começo. Ou pelo menos eu acho que é.

—Nada de palavrinhas mágicas,isso é irritante. E por favor,tenta melhorar esse sotaque,pois está me dando nos nervos.

—Desculpe,não consigo.-Ele se vira logo depois que eu disse isso. Droga,devia ter me esforçado.

—Então não vai ter minha companhia.

Ele me empurra e se vai,me deixando sozinha. Eu nem conheço a cidade direito e não sei onde fica o colégio... Isso vai ser difícil.

Eu saio do prédio e vou no ponto de ônibus,onde o George estava. O jeito é seguir ele,mas sem ele perceber. Eu fico mexendo no celular e conversando com o Fred. Eu falo pra ele que eu estou gostando de um menino,que ele é meio grosso e que eu estou seguindo ele até o colégio e a reação do Fred não foi das melhores. Ele disse pra mim largar mão do George.

Eu não vou por um simples motivo: O George é um fofo e romântico. Quando chegar em casa,eu vou direto dormir pra ver o George dos meus sonhos. Eu acho meu sonho um dos melhores do mundo.

Chegando na escola,eu fiquei super nervosa. Um dos motivos é a preocupação de querer saber se as pessoas vão me aceitar ou não por dois fatos: Eu sou estrangeira e os americanos são meio cruéis com pessoas diferentes. Meio não,muito.

Melhor eu ir para o corredor que tem os armários e colocar meus materiais e o meu diário. Sim,eu trago o diário para o colégio pra mim me distrair um pouco... Eu sempre sou a primeira a terminar,aí já viu. Sempre fico entediada quando não tem nada pra fazer.

Eu vou procurar minha sala,de porta em porta perguntando onde fica o segundo ano "D". Quando finalmente encontrei,estava cansada de tanto andar. Eu entro em minha sala e todo mundo olha pra mim...

—O-Oi!-Eu estava muito nervosa. É como se todo mundo estivesse ali para te julgar e te fazer chorar a qualquer momento. Eu nunca foi de ter muitos amigos,só a Abby. Mas ela ficou na Rússia.

Todo mundo sorri e diz oi,eu fiquei mais aliviada. Parece que eu estava enganada sobre os americanos,espero que sim.

—Como é seu nome,querida?-Eu olhei para a voz,era a professora. Ela tinha alguns traços iguais aos meus,tinha o rosto dócil e cabelos loiros.

—Megan Courtney,prazer em conhecê-la!-Eu estendo a mão.

—Eu sou a professora Alyssa de matemática. O prazer é todo meu! Bom,seu ugar vai ficar atrás do George,ele ainda não veio.

Quando o George chegou,ele entra mexendo no celular como sempre. Ele é meio caladão. Eu vejo no lugar que ele se senta e me sento logo atrás,então dou oi.

—Ah,é você. Ainda com esse sotaque irritante.

—Desculpe se não sou fluente em inglês. Se não gosta do meu sotaque,deveria me ensinar a falar melhor.

Todo mundo faz um "Huuuuuum" e ele revira os olhos. Ele deve não ter gostado... A aula de matemática foi bem tranquila... Estava muito fácil. Depois de mais duas aulas(Tirando a de matemática) era hora do intervalo. Eu pego o dinheiro na minha bolsa e vou para a cantina fazer um lanche. Depois,eu fico sozinha ouvindo música. Alguém pega meus fones e joga no chão de propósito...

Gif do George: