Eu Nerd Ele Gogoboy escrita por CamilaLeal7


Capítulo 1
Bem vinda Quinta-feira


Notas iniciais do capítulo

Depois de muitos pedidos, resolvi postar essa história de novo, não a original, mas um remake dela, espero que a espera tenha valido a pena.

Obrigada Babi, Jac e Juliana.



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Calcei meu tênis, peguei a mochila, ajeitei minha blusa de frio e sai apressada de casa.

   Faltava 5 minutos para meu ônibus passar, eu odeio correr na rua, mas isso não era uma opção para hoje, ou bancava a maratonista ou chegava atrasada no trabalho.

   Bem vinda quinta-feira.

   Entrei suando no ônibus, podia sentir as gotas escorrerem da minha testa. O transporte já estava lotado em plena 7 horas da manhã, nem consegui passar a roleta, fiquei espremida entre um jogador de vôlei e uma mulher quarentona. De longe podia sentir o aroma de alguém que esqueceu de passar o desodorante de manhã. Parecia que eu cozinhava dentro daquela blusa de frio.

   Deus, o que mais poderia vir?

   Na pressa nem peguei meus fones de ouvido, teria sido uma viagem menos dolorosa. Dolorosa porque nunca gostei de muvucas, de muita gente aglomerada, não gosto de social.

   Sou bicho do mato mesmo - ou apenas introvertida psicologicamente falando.

   Quando chegamos no terminal de ônibus tive que correr de novo para pegar outra linha, por sorte, essa não era tão cheia. O bairro onde eu trabalhava tinha uma pegada mais residencial então eu conseguia ir sentada. Recostei minha cabeça no vidro e fiquei processando mentalmente minhas tarefas do dia. Eu trabalhava em uma empresa familiar de vendas online e dava graças a Deus por não ter que atender nenhum cliente ao vivo e a cores.

Como nossa equipe era pequena, era muito trabalho para pouca gente.

Desci no meu ponto e segui uns 10 minutos a pé, era um bairro de classe média, já tinha feito amizade com todos os cachorros e gatos da rua. Tobias, nosso mascote laranja felino, veio me receber se enroscando na minha perna.

A empresa era uma casa de dois andares, muro alto, cerca elétrica, paredes de tijolos vermelhos e um jardim gostoso na frente. Geralmente eu abria a casa e fazia o café, gostava de ficar sozinha nessa parte da manhã, amava o silêncio daquele lugar.

Para minha surpresa quando coloquei a água para esquentar, alguém bateu na porta, para minha maior surpresa ainda era um rapaz muito alto com pinta de modelo.

— Olá, bom dia, posso ajudar?

Será que ele percebeu minha cara de desconfiada?

— O Tiago está?

Seria educado ele devolver meu bom dia, mas eu nem espero mais nada das pessoas.

— Tiago só chega depois das 9:00.

— Acho que entendi errado então… - ele coçou a cabeça meio sem graça - É sobre uma vaga de emprego aqui com vocês.

— Hum…

Não demonstrei muito interesse, nem queria demonstrar. Só queria minha paz e meu sossego matinal, mas pelo visto quinta-feira não era dia de calmaria matutina.

— Pode voltar mais tarde se você quiser.

— Eu posso esperar aqui?

— Fique a vontade.  

Fiz sinal para ele sentar nas nossas poltronas pretas da sala e segui para a cozinha. Tiago era meu chefe, gente boa, flexível, pagava pizza para todo mundo na sexta-feira, casado, pai de dois filhos, a mulher dele também era minha chefe, Larissa, mais falsa que nota de 3 reais. Ela era o estereótipo perfeito da mulher fútil que só pensa em academia e no platinado do cabelo, fingia trabalhar muito bem, o que ela tinha de fingimento eu tinha que ter de trabalho dobrado e hora extra. Ela quase nem aparecia por lá.

Terminei de fazer o café, sentei na mesa e pude relaxar alguns instantes. Peguei biscoitos, manteiga e um pedacinho de queijo.

Comecei a pensar em como seria se aquele rapaz trabalhasse com a gente

Ele parecia ser aqueles caras de faculdade que vivem a vida como se o amanhã não existisse, os famosos bad boys, destruidores de corações, manipulador de mulheres, com certeza ele devia conseguir muita coisa com aqueles olhos cor de mar.

Terminei de comer, ajeitei a mesa e fui para a minha sala. Peguei meu fone de ouvido reserva na gaveta e segui a minha rotina como de costume.

O tempo correu, logo o restante do pessoal também chegou e começou a movimentação normal da empresa. Joab, o responsável pela área de T.I. me cutucou.

— E aí?

“E aí” era o nosso típico olá. Ele sentou na mesa dele, trabalhávamos na mesma sala, Tobias veio atrás dele e subiu na minha mesa, tapando meu monitor.

— Não, Tobi, agora não.

Coloquei aquela massa de pelos de volta ao chão e virei minha cadeira na direção do Joab.

— Como diria aquele cara engraçado, pior do que tá não fica.

— O que tá pegando?

— Tive que correr pra pegar o ônibus e quase sofri combustão instantânea de tanto calor.

Ele me olhou sarcástico, coçou a barba, cruzou as pernas e fez pose de intelectual.

— Que dilema, hein.

Disse com total ironia. Odeio quando ele faz isso.

— Eu te amarro com aqueles cabos de rede e te deixo sem café.

— Ui, adoro uma mulher valente.

— Vou contar isso pra sua namorada.

Apontei o dedo pra ele como quem diz: "Eu te avisei". Virei para a frente, tentando me concentrar no meu trabalho, mas foi em vão.  Levantei e fui pra sala do descanso, nossa tão amada sala. Tiago sempre dizia que funcionário feliz rende mais, então criou um espaço com sofás confortáveis, um vídeo-game e uma máquina com aqueles cafés bacanas. Depois eu e Joab adicionamos uma caixa com vários livros.

Assim que me sentei ele veio atrás.

— Bora jogar melhor de três? Quem perder paga um cappuccino.

Dei uns tapinhas no sofá para ele se sentar ao meu lado, pegamos os controles e escolhemos um jogo antigo de lutas. Só depois de acabar a primeira partida que me dei conta que estávamos sendo observados.


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Notas finais do capítulo


Comentários, sugestões e críticas sempre serão bem vindos.



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