No capítulo anterior:

Pov Castle

Estava cada vez mais perto da meia-noite e eu e Kate já tínhamos bebidos um pouco demais.

Estávamos contando umas anedotas e rindo sem parar.

Nós dois conseguíamos ser divertidos e sensuais e isso não havia ninguém que conseguisse quebrar. Nós nos pertencíamos.

Começamos ouvindo as pessoas dos outros barcos dizendo que iam começar a fazer a contagem e decidimos sair do barco. Afinal, queríamos assistir o fogo de artificio.

—10…9…8…

Toda a gente contava junto.

—…7…6…5…

Eu e Kate nos entreolhamos e rimos.

—…4…3…2…1!

Beijo Kate da maneira mais intensa que consigo, tentando lhe demonstrar o quanto feliz eu estava.

—Parabéns e feliz ano novo! – Eu choco minha taça de champanhe contra a dela.

—Obrigada, amor… - Ela me beija. – Feliz ano novo!

Todos estavam felizes, mas neste momento eu só queria levar Kate para aquela cama cheia de rosas e amá-la até me faltarem as forças.

Pov Kate

2 dias depois

Infelizmente estávamos de volta á rotina.

Tinha tido a melhor virada de ano e o melhor aniversário e agora iria custar voltar ao dia-a-dia.

Na escola estava indo tudo bem. Faltavam apenas quatro meses para tudo acabar e estava na altura de eu dar tudo por tudo na academia. Queria passar nos testes físicos de policial na primeira vez.

Isso implicava muito esforço e dedicação.

Rick estava trabalhando no seu segundo livro – a editora estava a fazer pressão e ele não se importava com isso. Ele realmente gostava de escrever e eu ficava feliz em vê-lo realizado. No entanto, continuava temendo pelo nosso futuro.

A formação na academia policial iria durar um ano e eu apenas iria passar os finais-de-semana em casa. Ia ser complicado, mas nós dois teríamos de lutar.

A barriga de Lanie já estava bastante grande e as pessoas começavam a notar, mas ela iria ter tempo para finalizar o curso e isso era bom. Entretanto, Esposito já tinha arrumado um emprego para juntar dinheiro aos poucos para a criança. Era um sentimento inexplicável ver o quanto rápido todos nós estávamos crescendo.

Hoje para minha infelicidade não iria dormir com Castle. Ele tinha de escrever e eu tinha que estudar pela noite dentro – precisava conseguir as melhores notas agora na reta final.

Assim que chego ao loft de Martha, dou um passo atrás. Consigo ouvir ela conversar com alguém e embora saiba que é errado, eu não consigo deixar de me esconder para ouvir.

Fecho a porta com cuidado e tento passar para os quartos sem ser vista. Consigo e suspiro aliviada.

Eu apenas desconfiei, porque eu reconheci a voz com a qual ela estava falando.

—Hunt, eu já falei para você ir embora, Kate deve estar chegando… -Martha dizia. O que pai de Castle estava fazendo aqui?

—Você tem de me prometer que vai descobrir… - Ele implora e eu começo achando tudo aquilo estranho.

—Você não pode me pedir uma coisa dessas! – Ela parecia assustada.

—Minha liberdade depende disso, Martha!

Realmente ele tinha parecenças com Rick. Eu não estava percebendo nada daquela conversa.

A meio dos meus pensamentos, acabei perdendo o resto da conversa e vejo Hunt indo embora.

O que eu faria agora? Eu precisava de enfrentar Martha.

Decido entrar na sala e ela dá um pulo ao perceber a minha presença.

—Você chegou á muito tempo, querida? – Eu não iria falar nada. Queria ver se ela iria falar a verdade ou mentir.

—Não. – Eu falo, encarando-a. – Quem era aquele homem?

—Qual…? – Ela desvia os nossos olhares, claramente incomodada. Aquilo me deixa ainda mais confusa.

—O que estava aqui falando consigo. – Eu pressiono.

—Ah esse! – Ela ri, nervosa. – Ele é nosso vizinho… - Ela mente descaradamente.

O que estava acontecendo? Eu conhecia muito bem Martha e ela não costumava mentir para nada, porque mentiria agora?

—Nunca o vi por aqui… - Eu falo.

—Ele costuma passar muito tempo fora. – Ela volta a me encarar. Dava para ver o quanto ela estava nervosa por mentir.

—Ok, vou dormir. Até amanhã. – Eu me despeço dela e ela de mim. A verdade é que aquele assunto estava instigando a minha imaginação.

Pelo que Rick me tinha falado Hunt e Martha se separaram desde os seus seis anos, porque Hunt traiu-a com Rita. Sei que ele batia em Castle e nada mais. Porque depois de tantos anos eles se voltariam a reencontrar? E pior ainda porque Martha não quer que eu saiba quem ele é?

Eu teria que investigar sozinha – por mais que isso custasse.

Decido ligar a Castle antes de dormir. Sempre era bom puder ouvir a sua voz. Dava para ver que ele estava bem concentrado na sua escrita, por isso resolvi apenas mandar um beijo de boa noite e me despedir. Amanhã estaríamos juntos e ele iria assistir minha aula de luta. Queria aproveitar cada momento que pudesse com ele.

Tento dormir, mas todo este assunto do pai dele estava me deixando curiosa demais.

Resolvo começar a investigar sobre ele, começando por procurar o seu facebook. Nada.

Seria mesmo aquele o nome verdadeiro?

Decido ir pegar alguma coisa para comer. A noite seria longa.

Pov Castle

Á medida que escrevo, mais ideias surgem e decido começar a escrever alguma coisa ainda mais séria – tipo suspense.

Começo escrevendo e gosto cada vez mais do resultado. Tinha descoberto a minha verdadeira vocação e estava feliz por isso.

Por outro lado, não ter Kate hoje na minha cama estava me deixando deprimido. Eu sentia saudade demais dessa garota.

Sabia que daqui a quatro meses tudo ficaria mais difícil para nós, mas eu não estava disposto a desistir. Eu sabia que ela era muito insegura, mas eu só queria que ela soubesse que eu a queria com todas as minhas forças.

Quando parei de digitar no laptop eram 4 horas da madrugada. Os meus olhos ardiam da luz do ecrã, mas isso não diminuía a minha vontade de escrever.

Olho o celular e penso mandar mensagem a Kate. Eu quase podia jurar que ela estava acordada – eu podia sentir isso.

Para: garota mais linda

Passei só para dizer que a cama fica muito maior sem você. Tenho saudades do teu beijo e de ter o meu corpo unido ao seu.

P.s.: espero que leia esta mensagem agora.

Sorrio bobo para o ecrã e resolvo ir beber água. Nesse espaço de tempo, uma nova mensagem já tinha chegado.

De: garota mais linda

Estou indo preencher o vazio dessa cama. Nos vemos dentro de momentos.

Beijo doce como você.

Eu sorrio internamente. Ela estava vindo.

Eu e Kate acabamos fazendo amor em cima da bancada da cozinha, logo depois de uma maratona na minha cama, inundando a casa com o cheiro do nosso sexo.

Era bom demais toda esta sintonia e química se manter com o passar do tempo.

…

O dia passou mais rápido do que eu pensaria. Kate foi na escola bem cedo e eu aproveitei a manhã para tratar da casa, arrumando a bagunça que eu e Kate tínhamos feito. Rio lembrando o quanto loucos nós éramos.

Á tarde teria de ligar para a editora, dizendo que já tinha dado um bom avanço no novo livro. Depois ia aproveitar para escrever mais um pouco. Tinha necessidade disso.

O final da tarde iria ser mais interessante – ia assistir a aula de luta de Kate e estava ansioso por isso.

A tarde passou ainda mais rápido do que a manhã – quando estava escrevendo a minha noção de tempo vazava. Passava tudo rápido demais.

Decido ir ter com Kate á academia. Ela já devia estar lá e eu não queria me atrasar.

Me surpreendo quando chego.

O treinador me indica o caminho para academia e me entrega uma camisola e uns calções pretos.

—Para que é isso? – Eu pergunto, baralhado.

—Kate quer lutar com você. – Ele ri.

—Eu vou levar uma coça, não é mesmo? – O homem abana que sim e eu acabo aceitando. Seria engraçado eu lutando com Kate.

Decido ir para o balneário e me equipar. Kate estaria á minha espera, mas eu não lhe daria uma vitória fácil. Aquilo me estava exitando de alguma forma.

Sempre que Kate treinava a esta hora a academia já estava fechada, por isso, estaríamos só nós dois.

Acabo de me preparar no balneário e rapidamente a encontro dando soco contra um saco grande.

O suor descias pelas suas costas e vê-la ali tão concentrada era incrível.

—Oi, garota. – Eu sussurro atrás dela.

—Pronto…? – Ela sorri.

—Pode crer que sim. – Eu pisco.

—Ok. – Ela fala. – Tenta te defender.

Ela tenta me atingir, mas eu agarro o seu pulso e me desvio de imediato de outro soco que estava vindo na minha direção. Afasto-a e ela me olha impressionada.

—Muito bem. – Ela elogia. Eu já sentia meu suor se começar a formar na testa e nas costas.

—Pouca conversa e mais ação senhorita Beckett… - Eu avanço para ela devagar e ela contra-ataca com força, direcionando o seu pé para o alto contra mim. Travo a sua perna com o meu antebraço e pego pela sua camisola jogando contra o chão almofadado.

—Eu não falei, mas… - Eu arfo, cansando, em cima dela. – Você não tem hipóteses.

Dito isto, ela gruda os nossos lábios e eu me deixo levar.

Logo a seguir ela inverte as nossas posições e me prende contra o chão com suas pernas compridas. Tento me libertar, mas não consigo.

—Isso é um golpe muito baixo… - Eu falo, admirado.

—Você não devia se ter distraído. – Ela pisca e trinca o meu lábio. Se levanta, deixando-me no chão, exausto.

Vira as costas e num impulso rápido me levanto e lhe faço uma rasteira, segurando-a logo antes que ela pudesse cair.

Seguro-a nos meus braços.

—Você não devia se ter distraído… - Eu troço e mostro a língua.

—Você está aprendendo comigo, escritor… - Ela ri, safada e acabamos nos beijando.

Aproveitamos para treinar mais um pouco. Isso me fez perceber o quanto eu estava destreinado. Talvez eu começasse a malhar também.

…4 meses depois…

Pov Kate

Hoje era o dia final de escola.

O secundário tinha acabado e hoje seria a despedida de três longos anos. Eu estava feliz, mas por outro lado triste.

Hoje nossas vidas adultas iam começar de verdade, mas sempre era nostálgico ter que deixar para trás todas as lembranças de escola.

—Você está ótima assim! – Castle me abraça por traz, beijando o meu pescoço sem malícia.

—Tenho medo… - Eu confesso.

—Kate… - Ele vira o meu corpo com suas mãos para ele de forma a que pudesse olhar nos seus olhos. – Não precisa ter medo. Nós dóis estamos juntos. Always.

Eu sorrio, tentando manter viva essa esperança. No fundo eu sabia o quanto difícil ia ser e eu não estava conseguindo lidar com todas essas emoções.

Durante estes quatro meses eu tentei investigar seu pai, mas ele parecia um homem desconhecido. Eu sabia que Martha se encontrava com ele ás escondidas e isso estava me perturbando. Eu ainda não tinha falado nada para Rick sem saber alguma coisa em concreto, mas isto estava tomando proporções maiores e eu teria que acabar por lhe contar.

Daqui a uma semana seriam os testes físicos para entrar na academia policial e depois entraria logo de seguida se fosse aprovada.

Sem dúvida que ia ser uma semana atribulada e agora nossas vidas iriam mudar.