Operação Cinderela escrita por Lily


Capítulo 13
12. Caitlin




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C A I T L I N

Caitlin observou Lily desembrulhar o presente com um certo receio. Sua pequena irmã estava com a cabeça abaixada o que a impedia de ver sua expressão facial, embora soubesse que era o puro desagrado. Lily então ergueu a caixa que era um box com todas as temporadas até agora de Game of Thrones.

—Ele nunca soube dar presentes. - a garota resmungou jogando o box dentro da mochila. Caitlin suspirou aliviada, embora soubesse que deveria realmente apoiar Rafael nessa jornada de se dar bem com Lily, não podia deixar de ficar aliviada por ele não está conseguindo.

—Vamos ou você vai se atrasar. - disse abrindo a porta e saindo do carro. - Felicity te mandou as fotos?

—Sim. Ficaram lindas. Mas eu gostei mais daquelas que Cisco postou no Instagram dele. - Lily disse jogando a mochila sobre o ombro, Caitlin apressou o passo para acompanhá-la.

—Essas eu não vi.

—Espera que eu te mostro. - a garota pegou o celular do bolso traseiro e ligou a tela, seus dedos correram até o ícone da rede social e logo uma série de imagens apareceu, Lily caçou o perfil de Cisco e quando encontrou abriu a primeira foto que era de Kara que vestia o macacão branco sujo de tinta e ao seu lado Iris com um sorriso brilhante, porém ao contrário de Kara seu macacão está impecavelmente branco. - Eu gostei dessa. Mostra como Kara é extrovertida e animada, enquanto Iris é formal e séria, assim como Laurel.

—E o que você acha de mim?

—Que você ainda vai se dar mal. - Lily falou então riu quando Caitlin a olhou confusa. Sua irmã ergueu o celular mostrando uma foto que definitivamente faria Caitlin querer matar Cisco. Sobre um filtro muito bom sua imagem congelada estava ao lado da imagem congelada de Barry, os dois faziam careta, mas estranhamente Caitlin podia ver a mesma coisa que talvez Cisco tivesse visto naquele dia. - Vocês parecem tão felizes juntos. E olha os comentários. - Lily puxou o celular para si e começou a ler em voz enquanto elas caminhavam em direção ao prédio da escola. - “Que casal fofo. Parecem perfeitos um para o outro.”, “Agora tenho motivos para acompanhar isso” , “Se a votação for amanhã já sei quem vai ganhar” . E muitos outros como esses, acho que uns duzentos comentários.

—Mas alguém tem que dizer para eles que a gente não é um casal. - falou enquanto o desespero crescia dentro de si.

—Cisco até tentou, ele escreveu que embora a foto tenha ficado bonita, você e Barry estão noivos de outras pessoas. Isso gerou uma pequena decepção entre algumas pessoas. - Lily riu. - Acompanhei isso desde de ontem e nunca tinha rir tanto. Algumas pessoas exageram com certas coisas.

O sinal tocou fazendo os adolescentes que estavam no corredor começarem a caminhar até suas respectivas salas.

—Vá para sua sala, te encontro depois. - beijou a testa de Lily e a deixou seguir seu curso.

Caitlin mordeu o lábio apreensiva antes de pegar o celular na bolsa e ligar para Felicity, entretanto ela não atendeu. Bufando ela seguiu para sua sala e ao abrir a porta encontrou Amaya sobre sua mesa.

—Bom dia. - desejou forçando um sorriso.

—Ou você trocou de noivo ou eu estou em um universo paralelo muito estranho. Mas cá entre nós, este Barry Allen é um gato. - Amaya sorriu maliciosamente batendo os dedos contra o joelho desnudo, Caitlin revirou os olhos e jogou a bolsa contra ela.

—Que bom, então fica com ele pra você. Porque eu já cansei.

×××

—Me diga com quem tu andas que eu te direi quem és. Não é assim que dizem. - Rafael lhe sorriu com calma e serena. Caitlin quis mata-lo. - Vi suas fotos no site. Tem certeza que participar deste concurso será bom para Lily?

—Isso não tem nada a ver com Lily. Ela está bem. - disse ignorando a cadeira vazia à frente dele. - Essa atenção toda não irá recair sobre ela.

—Espero que esteja certa, pois logo entrarei com o pedido de guarda dela.

—Por que está fazendo isso Rafael? Durante os últimos anos eu cuidei dela como se fosse minha filha. Lily é a única família que eu tenho, por que quer tira-la de mim?

Rafael abriu a boca para responder, entretanto parou quando o celular dela começou a tocar de forma insistente. Caitlin pegou o pequeno aparelho na bolsa e rapidamente o colocou no ouvido.

—Alô? - disse um tanto rude.

—Hey Caitlin, é o Barry.

—Ah, Oi Barry. Posso saber o motivo desta ligação inesperada?

—Queria falar sobre a casa, saber quando podemos ir vê-la.

—Ah claro. Podemos ir à hora que você quiser.

—Está livre agora? Tenho um tempo livre aqui na delegacia.

—Sim, sim. Te encontro-la em dez minutos.

—Até.

—Até. - desligou o celular e o devolveu para a bolsa. Rafael ainda a encarava de maneira analítica. - Tenho que ir a um lugar, então nossa conversa ficará para depois.

Caitlin começou a se afastar, mas não sem antes ouvir o falatório sem sentido de Rafael.

—Isso ainda não acabou Caitlin, ainda temos o que conversar. Ela é minha, assim como você.

×××

And hold me tight. I know it's gonna mean so much tonight. — Caitlin cantarolou baixinho a música que tocava na rádio local, seus dedos bailavam sobre o teclado do celular em uma conversa com a sua advogada. Rafael não poderia voltar de uma hora para outra e dizer que queria Lily para ele, haviam leis a serem seguidas e Caitlin sabia que essas leis estariam ao seu lado.  

O carro familiar estacionou no outro lado da rua no sentindo oposto ao seu, Caitlin ergueu a cabeça no momento em que Barry atravessava a rua em sua direção.

—Oi. - ele sorriu colocando os braços cruzados sobre a janela aberta.

—Oi. Pronto para ver a casa?

—Sempre, mas posso te pedir um favor.

—Claro. - ela disse enquanto ele se afastava e abria a porta, Caitlin agradeceu com um sorriso enquanto pulava para fora do carro e ligava o alarme.

—Não conte nada disso para Iris. Quero fazer uma surpresa para ela.

—Você quer comprar essa casa pra ela? - Caitlin indagou enquanto ambos caminhavam lado a lado até a casa, ela apertou a chave entre os dedos

—Eu quero muito. - Barry afirmou, em seus olhos havia um brilho desconhecido para ela. - No dia em que eu conheci Íris, eu jurei pra mim mesmo que me casaria com ela.

—E você vai.

—Vou, mesmo que não ganhe o concurso. Ainda vamos nos casar.

—Você quer mesmo um casamento estilo Cinderela? Você me parece um cara que prefere algo mais simples e íntimo. - ela disse, Barry sorriu meio incerto.

—Sim, mas é o que ela quer.

Caitlin torceu a boca desviando o olhar dele para a porta, então enfiou a chave na fechadura e a abriu.

—Bem vindo ao meu lar, quer dizer, meu antigo lar. - ela o deixou entrar primeiro.

A casa estava meio vazia, os poucos móveis que restavam estavam cobertos por lençóis brancos, mas que já haviam virado cinza.

—Este lugar é bom espaçoso. - Barry observou enquanto caminhava até o meio da sala.

—Era dos meus avós, passou pra minha mãe e agora é minha.

—Sei que não devia falar isso, mas por que você quer vende-la?

Caitlin suspirou se apoiando no braço do sofá.

—Ainda sinto ela aqui e me dói, muito. Sei que deveria tentar ser forte, mas eu ainda sinto muita saudade. Eu e Lily conversamos e decidimos isso.

—Você não parece muito segura disso. Você cresceu aqui Caitlin, seus filhos deveriam crescer aqui. Por que não mora aqui com seu noivo?

—Ronnie prefere a agitação do centro, mas não importa. Esta casa é para uma família. Talvez a sua com a Iris, o que acha? - indagou lançando um tentativa de sorriso para ele. - Vamos subir, os quartos são espaçosos.

—Ok. Você na frente.

Caitlin o levou até o andar de cima, as memórias invadiam sua mente a medida que eles avançavam. Memórias de tempos felizes e alguns de momentos tristes.

Tentou fazer uma marketing de primeira para ele, mostrando tudo o que podia e todas as qualidades da casa. A cada palavra que saia de sua boca ela via o sorriso dele crescer.

—Isso é muito melhor do que eu poderia imaginar. - ele disse enquanto eles desciam novamente para o andar de baixo.

—Então ela já está vendida?

—Com certeza. Seus filhos vão ser felizes aqui. - Caitlin sorriu, mas seu sorriso falhou ao encarar o olhar meio triste de Barry. - Que foi?

—Iris não quer ter filhos. Ela não é muito fã de crianças.

—Ah...Eu realmente não sei o que dizer. Faz tempo que convivo com crianças e eu quero ter filhos. Um casal para ser mais exata, já Ronnie quer um time de futebol.

—Eu também! Quer dizer, não o time de futebol, mas queria ter um casal, gêmeos de preferência. - Barry disse com entusiasmo, Caitlin riu. - Eu gosto de crianças. Gosto de como elas são. Ter uma mini cópia sua correndo por aí, ter uma pessoa que depende de você, que se espelha na gente.

—Já consigo te imaginar levando seu filho pro futebol com aquela camiseta do time dele e aquela mãozinha de espuma que tem apenas um dedo. - ela falou e desta vez Barry riu. - Você seria um ótimo pai.

—E você será uma ótima mãe. E terá um lindo casamento no campo.

—Espera, como você sabe que eu quero um casamento no campo? - indagou intrigada. Barry sorriu e indicou para a porta, ela o seguiu.

—Porque você, Caitlin Snow. Não é uma mulher de casamentos extravagantes. - ele falou. - Agora, obrigada pela visita. Eu definitivamente vou pensar nesta casa. Até Cait.

Barry a beijou na bochecha e saiu. Caitlin sentiu um sorriso crescer em seus lábios.

—Até Barry.  

×××

Ela viu Felicity entrar no café com os óculos escuros e o casaco grosso, franziu a testa intrigada e sorriu baixinho.

—Estava negando muito de onde você veio? - brincou fazendo fazendo a loira lhe mostrar a língua.

—Então, por que esta reunião? - Felicity indagou tirando o casaco e o jogando na cadeira vazia.

—Estou vendendo a casa da minha mãe e achei um comprador. - disse, Felicity assentiu.

—Sim, e o que houve?

—Preciso saber se esta pessoa é boa o suficiente para comprá-la.

—Ah você quer que eu hackei a pessoa, olha eu não faço isso há um bom tempo, mas eu posso fazer isso. Me diga o nome que eu faço.

Caitlin balançou a cabeça diante das palavras dela, então ergue a mão interrompendo Felicity. O senso de autocontrole dela estava quebrado.

—Você era hacker?

Felicity entreabriu a boca.

—Você não sabia?

—Não, mas é bom saber com quem eu estou trabalhando. Ok, mas o ponto é que, eu vou vender a casa para o Barry e preciso saber se ele é gente boa ou é apenas uma máscara.

—Você vai vender sua casa pro Barry? - o vinco entre as sobrancelhas de Felicity aumentou, Caitlin se sentiu momentaneamente culpada. Algo na fala dela era acusatória.

—Isso é ruim?

Felicity pareceu perceber que havia sido um tanto rude pois rapidamente se desculpou e acrescentou.

—Não querida, é que é apenas surpreendente como as coisas acontecem com você e o Barry. Parece até que tem alguém movendo as peças para te colocar sempre perto dele.

Caitlin riu.

—Por favor não me diga que acredita no destino. - pediu, Felicity deu de ombros.

—Eu acredito que exista alguma coisa que ajeite os caminhos e nos leve para lugares que deveríamos estar. Se esta ou não brincando com você e Barry isso eu não sei dizer, mas sei que isso tudo não é apenas uma coincidência.

Caitlin balançou a cabeça em negação. Felicity parecia tão centrada para uma pessoa que assim como Amaya acreditava no destino.

—Quer um café? - indagou querendo mudar o rumo da conversa.

—Não, estou um tanto enjoada hoje. - ela disse passando a mão pela barriga. - Mas você me perguntou sobre Barry e eu acabei mudando de assunto. Se você quer me opinião, Barry é perfeito para sua casa. Ele cuidará dela com carinho e dedicação. Você estará fazendo um ótimo negócio a vendendo para ele.

—Obrigada pela sinceridade. - agradeceu sorrindo para ela, então notou o olhar caído e o rosto pálido de Felicity. - Você está bem? Parece cansada.

—Os enjoos estão me matando e a insônia não me deixa dormir.

—Você já foi ao médico?

—Ainda não. Mas acho que é apenas estresse, este concurso está me dando dor de cabeça, você está me dando dor de cabeça.

—Mamãe sempre falava isso. - disse rindo.


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