Entre Stefan, Phill está em campeonato, chegará a noite, mas me diga quem é essa linda moça, e o que o trás por aqui?

Nos acomodamos no sofá e fiquei admirando aquela linda casinha, tão iluminada quanto aquela mulher, fiquei me questionando de onde Stefan a conhecia. Ele aproximou-se dela, olhou no fundo dos seus olhos e falou: - Renne, você vai dizer a Phill que precisa ter uma conversa com ele, e nessa conversa você vai explicar que teve uma filha antes de conhece-lo, que seu ultimo casamento acabou tão mal que você não conseguiu ter forças para cria-la e a deixou em um internato esse tempo todo, você a ama mais que tudo mais a pedido dela você terá que manda-la morar com o pai, pois ela tem o direito de conhece-lo.

Eu fiquei abismada observando ele a hipnotizar, como ele sabia tudo isso sobre ela para me encaixar em sua vida desse jeito? Ela não parecia ser alguém que teria coragem de abandonar um filho, como poderíamos fazer isso parecer verdade para Phill?

— Ligue para Charlie, diga-lhe que quando você o abandonou você estava gravida, mas que nunca contou a verdade por medo dele força-la a ficar lá, diga que ela deseja morar com ele por um tempo para conhecê-lo melhor. Diga-lhe que ela se chama Isabella.

A cada minuto que passava eu ficava mais preocupada, isso seria definitivo então? Como eu poderia entrar na vida de alguém assim? Uma vez morando com “meu pai” Stefan iria hipnotizar a cidade inteira se eu quisesse voltar a ser Elena Gilbert de Mystic Falls?

Renne apenas assentiu e começou a procurar algo em sua agenda preta, Stefan acenou e eu o segui para fora da casa.

—Stefan o que você acabou de fazer, você tem ideia que você pode simplesmente ter destruído o relacionamento dessa pobre mulher com esse Phill? O quanto você conhece desse tal Charlie para me mandar morar com ele dessa forma? Você ficou louco?

Ele segurou meu rosto e me olhou por alguns segundos e respondeu: - Eu entendo suas preocupações, mas eu quero que você também entenda as minhas. Depois de tudo o que aconteceu não posso te deixar vulnerável em Mystic Falls, até saber porque Katherine voltou e impedir definitivamente que ela lhe faça algum mal eu não posso permitir que ela te encontre. Conheço Renne desde que ela tinha a sua idade, ela é uma boa mulher, eu quase a matei quando a vi a primeira vez, mas algo nela me fez querer mudar, não ser mais esse monstro, ficamos amigos e sei de toda sua vida, e pelo jeito que ela me descreveu Charlie eu acredito que ele será um ótimo pai. Elena eu não sei quanto tempo você precisará ficar escondida, como somos imortais demore séculos até que eu consiga parar Katherine, se você é a chave de tudo você deve ser inacessível como um tesouro.

Ele tinha razão, eu sabia disso, mas se fosse mesmo verdade que poderia demorar séculos até ele conseguir resolver esse problema isso seria um adeus. Meus olhos encheram de lágrimas e o abracei o mais forte que pude.

Ele beijou minha cabeça e disse: Não pense nisso como um adeus, eu farei meu máximo para resolver isso o mais rápido aqui e você terá que fazer sua parte lá, ou então nada valerá a pena. Katherine é muito ardilosa, mesmo que eu faça parecer que você sumiu do mapa ela pode acabar descobrindo um ponto fraco na historia. A partir desse momento você tem que esquecer que é Elena Gilbert e se tornar Isabella Swan, ficará segura assim e garantirá a segurança de todos que você ama.

Balancei minha cabeça mais uma vez e o beijei a aproveitando cada segundo como se fosse o ultimo, porque no final das contas esse poderia ser o ultimo.

****

A historia de Renne não havia convencido Phill como eu suspeitei, ele começou a arrumar as malas para sair de casa quando eu decidi intervir.

— Renne? Eu estou faminta, será possível que você não tem capacidade nem de ligar para um delivery? – Tentei parecer o mais petulante possível e funcionou, minhas palavras foram que nem um soco na cara de Phill, ele pode ter te sentido enganado mas a emoção de ver a mulher que ele ama ser tratada daquela forma foi mais forte.

— Bellinha meu amor, me desculpe, nós passamos o dia na rua comprando roupas para sua viagem, cheguei tão cansada que realmente não me lembrei, o que você quer comer?

— Quer saber? Esquece! Perdi a fome, eu devia ter ido direto do internato para casa do meu pai, ele sim vai se importar comigo e querer meu bem! Você merece ficar sozinha, da mesma forma que fiquei todos esses anos! Te odeio! – Gritei as palavras com toda a raiva que eu poderia fingir, e minhas palavras a machucaram tão profundamente que ela começou a chorar, eu fui cruel mas isso incentivou Phill a largar todas as malas e ir até ela consola-la. 

Eu não consegui dormir bem, pensei em Carol, Bonnie, Matt, Jeremy, Jenna, como eles iriam ficar preocupados com meu sumiço, como seria difícil viver sem eles, mas o que me confortava era saber que talvez depois de um tempo eles pudessem se acostumar com a perda e seguir a vida em frente, tendo a oportunidade de estarem vivos e felizes, mesmo que eu não fizesse mais parte disso.

 Quando acordei terminei de arrumar minhas malas desci para tomar café com Phill e Renne, quando peguei o jornal me surpreendi com a noticia da primeira pagina.

“Acidente de carro provoca incêndio em boate, três corpos foram encontrados completamente carbonizados”

Ao ler a noticia percebi o que Stefan tinha dito sobre me fazer sumir do mapa, agora era definitivo, Elena Gilbert estava morta.

Antes de sair de casa pensei em voltar ao quarto para ver se havia esquecido algo, do lado da cama havia uma caixinha dourada, curiosa fui abri-la e encontrei minha nova certidão de nascimento, carteira de motorista e todos os documentos necessários, embaixo de tudo havia um envelope escrito “abra-me quando for o momento certo”.