She keeps me warm escrita por Sara Nayara


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá lindx, tudo bom??
Desculpem a demora, rolou um loooooooongo bloqueio de escrita, mas a história continua!
Espero que sua leitura seja deliciosa, comenta aí o que te agrada ou não!

Beijoooo



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As paredes vermelhas daquele lugar me intimidavam mais que o normal, a sensação que eu tinha com toda a decoração escura do American Coffe é que em poucos instantes eu arrancaria a roupa e dançaria em cima da mesa após algumas taças de vinho, não seria uma hipótese descartável até porque já aconteceu uma vez, na faculdade, num bar muito parecido, memórias passadas. Foco, Lena. 

Liguei pra Stef inúmeras vezes depois de chegar aqui e não consigo falar com ela, já se passou uma hora desde que marcamos nos encontrar, estou preocupada e penso na hipótese de ir até a delegacia encontrá-la. 

O lugar tem o cheiro de sempre e eu tenho os mesmos calafrios que tive na primeira vez que pisei aqui, por sorte hoje estou vestida de forma mais confortável, vejo dois policiais conversando aflitos e preocupados e tenho a sensação de que algo muito ruim está acontecendo.

— Boa tarde, estou procurando pela Oficial Foster. - os policiais me encaram como se eu tivesse falando o nome do próprio demônio.

— Nós não podemos dar informações para pessoas que não são da família. - senti um soco estômago de tanta preocupação.

— Mas o que aconteceu? É alguma coisa grave?

— Infelizmente é um assunto confidencial, peço que a senhora se retire e contate a família para maiores informações.

— Contatar a família? Eu preciso saber o que está acontecendo.

— Senhora, nós não pod...

— Eu sou sócia do maior jornal dessa cidade, faço matérias enaltecendo vocês o tempo todo por pura cordialidade, o delegado ficará muito feliz em saber que vocês não colaboram comigo.

— O delegado nos proibiu de dar informações para qualquer pessoa que não seja da família, até mesmo pra imprensa.

— Vão a merda.

Saio desnorteada, o que aconteceu com Stef? Eu preciso achar alguém, mas a única coisa que consigo é sentar no meu carro e ligar para Anne aos prantos.

— Lena, você e a maior jornalista que eu conheço, uma mulher extraordinária, a melhor amiga que eu poderia ter e a única pessoa no mundo que eu entregaria minha filha de olhos fechados!

— Anne, eu não sei explicar, parece que uma parte de mim está agonizando e a única coisa que vai me acalmar é Stef. - Eu não preciso esconder nada da minha melhor amiga, ela é a minha pessoa no mundo.

— Lena, você a ama?

— Não sei, é difícil explicar o que sinto por ela, ou rotular o que vivemos, eu simplesmente sinto, ela é um imã que me atrai desde a primeira vez que a vi. - essa é a verdade, eu já não sei descrever o que sinto, mas é forte, é imenso e eu não quero que acabe. 

Flashback on 

“Tudo o que eu sinto é uma dor  dilacerante, foi tudo tão rápido que nem lembro direito. Estávamos em uma investigação, e tudo o que me vem a cabeça é o barulho do tiro e eu pulando pra salvar a criança que estava sendo agredida pelo suposto pai. Vejo Mike, meu parceiro correr em minha direção gritando por reforços e o suspeito fugindo, tudo se apagou. Meu peito dói.” 

 

Flashback off

 

Depois de colocar a cidade de ponta cabeça, achei o hospital em que Stef está, não me deixam visitá-la, nem mesmo me dizem se ela está bem, eu não aguento mais a falta de informações e desabo a chorar ali mesmo, na recepção. 

— Você está procurando pela minha filha? - Me deparo com uma senhora de olhos claros que me lembram claramente os de Stef, o sorriso é idêntico, naquele momento eu me senti em paz ao ver um rosto parecido com o dela.

— Sim, sou Lena Adams, procurei por todos os lugares possíveis, a senhora sabe o que aconteceu com ela? - pareço mais desesperada do que gostaria, mas a falta de informações me deixou desnorteada.

— Prazer, Sharon! Minha filha está em uma cirurgia para retirada de uma bala, ela levou um tiro durante uma investigação, tentando salvar uma criança. - Meu coração se encheu de um misto de emoções, orgulho, medo, tristeza e amor, eu não imaginava que poderia amar alguém da forma como a amo, é novo, é confuso, é nosso.

— Desculpe aparecer assim, Sharon, tinha marcado de encontrar Stef e ela não apareceu, fiquei preocupada e não me deram informações na delegacia - desabo no choro outra vez e ela me consola, sinto falta da minha mãe.

— Querida, se acalme, tudo vai ficar bem, Stef é muito forte e só fala em você nos últimos dias, acredito que vocês tenham algo especial - Ela falou de mim? Eu pensei que fosse cedo para contar aos meus pais.

— Hã... nós temos um relacionamento não definido ainda, estamos na fase da descoberta - Trabalho com comunicação e sou péssima em me comunicar, um exemplo de jornalista.  

— Não precisa me explicar nada, tá tudo bem, se vocês estiverem felizes eu estarei feliz. - Ofereço um sorriso fraco como resposta, não tenho mais forças pra falar nada. 

A noite se arrasta, no meio da madrugada somos informadas que a cirurgia acabou, que nós podemos ver Stef e meu coração se aperta ainda mais de preocupação. 

— Você vem? - Sharon estende a mão para mim e eu nunca me senti tão em casa em tão pouco tempo. 

Atravessamos os corredores pálidos e gelados do hospital de mãos dadas com a esperança de que Stef esteja bem, que se recupere e volte para nós, sinto tanta saudade dela que nem cabe no peito. Entramos no quarto e eu não consigo me aproximar muito, ela está frágil, machucada, não consigo conter o choro que queimou no meu peito o dia todo, Sharon senta ao lado dela e segura sua mão, chego mais perto do outro lado da cama, observo seu sono tranquilo e aos poucos consigo me acalmar, puxo uma cadeira e decidi ficar ali nas próximas horas, Sharon decide ir até a casa de Stef buscar roupas e descansar um pouco. A jaqueta dela que  foi devolvida junto com os pertences foi meu cobertor pelo resto da madrugada. 

— Bom dia - acordo assustada e Stef está consciente e eu nunca estive tão grata em toda a minha vida

— Stef Marie Foster, eu amo você e nunca mais ficaremos longe uma da outra, ok? 

— Lena, eu não posso fazer isso, simplesmente não posso. 

 

 

 

 


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