Tudo por você escrita por Lilissantana1


Capítulo 6
Capítulo 6 - Penélope e Dean


Notas iniciais do capítulo

Nos reviews do capítulo anterior percebi que o pessoal quer mais é que o Dean se ferre. Bem, espero q depois ninguém ache q o sofrimento foi demais. kkkkkkkkkkkkkk

BJO e obrigada às meninas que deixaram seus maravilhosos reviews, amei, Anna, que também foi maravilhosa ao deixar uma recomendação em uma fic ACABADA!!! O pessoal nem comenta fic acabada, quanto mais recomendar. Poucas pessoas fazem isso, só vc e Gabi. q por sinal também deixou um review aqui, junto com a Mei, a Miss e a Rosas. valeu meninas. amo ter vcs comigo nesta fic.



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PENÉLOPE

 

Quando vi Dean parado na porta do quarto, meu coração praticamente saiu pela boca de susto. Era como se todos os pensamentos que tive a respeito dele, desde o bendito beijo, estivessem voltando. E foi mais para que ele não se desse conta de quanto me atingira ao me beijar que quase bati com a porta no rosto dele. Do que na tentativa de mantê-lo do lado de fora.

Ele insistiu, praticamente implorou para ser desculpado. Em todos esses dias nunca o vi assim. Estava desesperado. Os outros devem ter obrigado a fazer isso. E nem quero pensar que tipo de argumentos usaram para que executasse a tarefa. Mas, vou confessar, ver Dean Anderson se humilhando, pedindo, implorando desculpas, quase se arrastando para que eu voltasse a dar aulas foi no mínimo uma vitória.

Mais uma!

Mas essa vitória tinha um gosto estranho, pois estar com eles na biblioteca novamente possuía um lado negativo. Dean também estaria lá. E todas as vezes em que o olhasse, em que visse aqueles lábios lembraria do que senti. De como me senti. De como ainda me sinto sobre o beijo.

Preciso dizer, sem medo de confessar, que naquela noite não dormi. Sentia o gosto dos lábios dele nos meus. Das mãos dele nos meus braços e toda a quentura, todo o formigamento, toda a tensão voltavam com força total.

Tá certo que nunca “fiquei” realmente com um cara. Nunca fui beijada como todas as garotas são. Jacob Sander, aquele garoto que me vangloriei de ter beijado, foi desafiado a me beijar num jogo de verdade ou consequência. Ele também me pegou de surpresa e nosso beijo mal passou de um selinho. Quer dizer. Como Dean deduziu, não conta como experiência de beijo. E ainda bem que ele não tem absoluta certeza disso, ou minha humilhação seria maior.

Ah! Se minha tia imaginasse as loucuras que estavam passando pela minha cabeça nesses últimos dias! Me mandaria para casa na mesma hora e arrumaria um jeito de fazer o restante do curso pela internet.

E...porém, todavia, contudo...

Apesar de amá-la e de compreender seu modo de ser e se conduzir. Preciso começar a agir por minha conta. Por minha cabeça, por minhas necessidades. E quanto mais penso, mais certa fico de que talvez necessite mudar essa parte da minha vida. Talvez deva experimentar essa sensação com outros caras... beijar outras bocas. Provavelmente assim conseguiria saber se é normal ou não o que Dean desperta em mim.

Larguei o livro sobre a almofada e observei a cama ao lado. Minha colega de quarto não estava, mas a roupa dela, esticada sobre a colcha indicava que pretendia sair para alguma festa naquele noite. Calças jeans, suéter decotado. Botas de cano alto. Para acompanhar Josy usaria uma cola alta ou puxaria o cabelo de lado. Já sabia exatamente as artimanhas dela. Sem falar na maquiagem pesada... nunca seria como ela. Mas, poderia mudar um pouco meu visual. Quem sabe assim alguém além daqueles que precisam de ajuda com a matéria me procurassem.

Saltei da cama, sentei perto da janela, a tarde caía rapidamente. O final de semana estava chegando, meu livro novo também chegara. Quer dizer, havia com o que me entreter. E eu queria muito ler aquele título em especial. Mas não conseguia me deter nas páginas por mais interessante que fosse o assunto.

— Merda! Eu te odeio! - falei alto para a imagem de Dean na minha mente. Para o jeito como ele me olhou quando parou de me beijar.

A porta do quarto se abriu e Josy entrou. Como sempre, disse apenas um oi rápido. Nós não éramos amigas. Somos muito diferentes. Na verdade, mais ou menos diferentes... há uma coisa boa nela e que se parece comigo. Josy é tão organizada quanto eu. Ela mantém seu lado do quarto limpo e arrumado. Nunca tem coisas jogadas em lugar algum. E em parte esse é um dos motivos que ainda não me levaram, pela segunda vez para a secretaria pedindo uma alteração de companheira. Fico imaginando que poderia ser pior. Pois além de festeira, a outra também poderia ser desorganizada.

— Onde é a festa hoje? - perguntei de repente e ela me olhou como se estivesse ouvindo coisas, praticamente me constrangendo. - Desculpe... - emendei, não queria bancar a intrometida. Só que, ela era a pessoa mais próxima com quem poderia ao menos falar sobre coisas que garotas da minha idade costumam fazer.

— Está a fim de ir em uma festa Penélope? - seu tom de voz era azedo, de desdém. Não a culpo, nunca tentei aproximação. Geralmente a ignoro.

— Não... nem roupa apropriada para isso eu tenho. - confessei tentando sorrir, aliviar o clima entre nós. Clima que eu provoquei.

Ela ladeou o rosto, apertou levemente os olhos como se não acreditasse no que ouvia.

— Sabe... - ela começou tirando o suéter azul escuro que combinava perfeitamente com os cabelos dela. - Você é bem bonita Penélope. Tem uma pele ótima. Tem um corpo delicado. Nunca entendi porque se veste desse jeito... desleixado.

— Desleixado? - repeti passando as mãos pelo moletom largo. Aquele sempre foi o tipo de roupa que usei, e ninguém nunca me chamou de desleixada.

— Sim... com essas roupas largas, com essas eternas botinas grandes demais. Encarando as pessoas detrás daqueles óculos, com o nariz empinado... Sabe o que parece?

Sem conseguir me conter perguntei:

— O que parece?

— Parece que você tem a intenção de manter todos longe de você. - enquanto falava ela se despia - Desde que o semestre começou esta é a primeira vez em que realmente conversamos e você não me encarou com aquele olhar de censura e desaprovação igual ao da minha mãe.

Encarei minhas mãos verdadeiramente constrangida. Observando minhas unhas curtas e mal cuidadas antes de falar:

— Desculpe...

Estava sendo sincera, esperava que ela compreendesse isso.

— Tudo bem... a vida é sua. Você sabe como deve vivê-la. - Josy era menos preconceituosa do que eu. Pensei. - Só acho que para ser uma boa estudante você não precisa abdicar das coisas boas da vida.

Depende do que se considera “coisas boas da vida”.

— Ficar bêbada quase todo o final de semana é uma coisa boa? - perguntei sem conter a crítica e ela me olhou séria. Achei que faria um comentário daquele tipo: você não tem nada a ver com isso. Mas não, ela apenas suspirou antes de confessar:

— Estou tentando mudar isso.

Sorri sem pretensão de parecer superior e voltei a observar a rua.

— Vai ficar aqui? - ela me perguntou passando o roupão pelo corpo nu.

— Vou sim. - informei sem me voltar para ela.

— Se algum dia quiser sair... me avise...

Havia um tom qualquer de gentileza naquela voz? Me perguntei e quando voltei o olhar para ela Josy já havia ingressado no banheiro.

 

DEAN

 

Informei aos caras que a conversa com Penélope rendera e ela daria a última aula antes do feriado como previamente combinado. Fui cumprimentado pela realização da tarefa com aqueles comentários de sempre: Não fez mais do que a obrigação. Ai de você se não tivesse conseguido. E o melhor de todos: Idiota! Mas não falei nada sobre o resto. Sobre como ela estava vestida. Ou da falta de roupas. Ou de como ela é bonita por baixo de toda aquela sobra de tecido. Ou ainda, de como me senti com essas descobertas.

Porra!

Todas as vezes em que penso na imagem de Penélope abrindo a porta do dormitório, aquelas costumeiras reações acontecem. Fico duro, excitado. Quem diria que um dia me sentiria atraído por alguém como ela? Porém, pensando bem, ela tem características interessantes do tipo: é espirituosa. Inteligente. Provocante. Debochada quando quer. Tem um sorriso bonito. A pele dela é perfeita. Os lábios são bonitos. Os olhos... foi a primeira coisa que chamou a minha atenção. Agora havia também um par de pernas torneadas. Uma cintura estreita...

Merda! Me ajeitei no banco do carro, estava ficando duro de novo.

— Presta atenção no trânsito Dean!

Alan reclamou ao meu lado. Geralmente é Brendan quem senta ali, mas o grandão arrumou um caso sério. Está namorando.

Namorando!

Inacreditável!

Ele é o primeiro do grupo que engata num namoro sério. Logo que ficamos amigos a gente combinou que não ia cair nessa. Que seriam quatro anos de zoeira. De festas. De garotas diferentes todas as noites. Mas, ao que tudo indica Brendan está apaixonado. Ele passou dias atrás dessa garota. Só falava nela. Aí, no dia do beijo... do beijo que dei em Penélope, ele foi para o dormitório dela. Ao que parece, se declarou, levou a menina ao cinema, depois jantar, ela correspondeu favoravelmente. E pronto, eles estão namorando.

E nós perdemos um amigo de zoeira.

— Alícia perguntou por você... - Gregory falou no banco de trás atraindo minha atenção. - Está louca para ficar com você outra vez.

— Ela vai estar lá? - Alan questionou animado, passando as mãos pelo jeans.

— Acho que sim. Ela está doida atrás do Dean. Não vai perder essa oportunidade.

— Ela que fique longe de mim! - falei sem perceber que não era o tipo de comentário que costumava fazer.

Os dois me olharam, mesmo dirigindo percebi que estava sendo fuzilado pela dupla.

— Por quê? - Alan perguntou.

Apesar de termos a regra de ficar a cada noite com uma garota diferente, não havia uma que determinasse a impossibilidade do repeteco. E se uma gostosa nos procurava, mesmo que já tivéssemos ficado com ela, não havia problema algum em seguir para uma segunda rodada.

— Hoje estou a fim de surpresas... - disse em tom solene. E imediatamente me perguntei: Que surpresas?

Cutucando meu braço Alan repetiu a mesma pergunta, só que em voz alta:

— Que tipo de surpresa Dean?

— Sei lá... vejo quando a gente chegar lá. - informei.

— Você tá esquisito hoje. - Gregory anunciou se acomodando no banco de trás. - Até parece a Penny.

Segurei a direção com mais força, sem saber Greg foi direto ao ponto. A vontade que sentia naquele momento era voltar e bater no quarto trezentos e dois do bloco cinco, no corredor de prédios onde ficavam os dormitórios. Penélope deveria estar lá. Ela não sai. Não vai a festas. Deve ler ou estudar. Acho que ela vive para isso...

Por quê? Me perguntei.

Por que ela se esconde detrás daquela roupa e daquela fachada?

De repente me ocorreu que talvez ela fosse assim. Que esse fosse o jeito dela de verdade. Que ela gostasse e quisesse se vestir e se comportar daquela maneira. Afinal, nunca me preocupei em perguntar nada. Depois de todos aqueles dias, quando passamos horas sentados todos juntos não teve um único momento em que a curiosidade sobre nossa “professora” tivesse me atingido.

As luzes na fachada da fraternidade me alertaram para a festa. O pessoal se acumulava na entrada, respirei fundo procurando uma vaga. Aquela era a minha noite para ficar sóbrio. Afinal, alguém tem que dirigir de volta para casa. Porém, uma cerveja cairia muito bem. Me ajudaria a relaxar.

— Tá lotada como sempre! - Alan falou esfregando as mãos já examinando o contingente feminino que ingressava na fraternidade.

— Promete! - Gregory completou chegando para a frente, se apoiando no banco de Alan.

— Promete mesmo! - Alan confirmou enquanto eu terminava de estacionar o carro.

Descemos e nos dirigimos para a porta frontal, onde todos estavam entrando. Logo na chegada vi John, Tyler e Jeff num grupo envolto por garotas de todos os tipos. Loiras, ruivas, morenas. A conversa parecia animada. Segui para lá. Sempre havia lugar para mais um num grupo como aquele. Assim que me aproximei notei no mínimo dois pares de olhos femininos se fixarem em mim. Sorri para elas e pouco depois a mais alta estava abraçada a minha cintura falando e sorrindo sedutora.

— O que você acha de subirmos para um lugar mais tranquilo... - ela sussurrou passando a mão pela minha bunda.

— É pra já... - respondi envolvendo a cintura dela enquanto corria os olhos pelos seios proeminentes. Muito gostosa, era isso que ela era. E eu estava pronto para exercer minha função. Demos meia volta, juntos. A conduzi pela escada. Havia um banheiro no andar de cima que era propício para essas coisas. Mas, quando atingi o último degrau percebi que alguém já tivera a mesma ideia. Dois casais esperavam ali.

Não ia esperar também. Continuei caminhando, tomando a direção do final do corredor. O quarto de Jeff ficava lá e ele não se incomodava que a gente transasse nele, desde que ninguém usasse a cama ou deixasse camisinhas jogadas pelo chão.

Cruzamos pela porta do quarto e imediatamente a garota me agarrou. Se esfregou no meu peito, empurrando o quadril contra o meu, erguendo o rosto para ser beijada. Suguei os lábios vermelhos percebendo a ereção saltar dentro das calças. Gostosa e fogosa. Do melhor tipo. Pensei deslizando as mãos pelo corpo dela, abrindo o zíper e puxando a calça para baixo.

Naquela hora, havia esquecido que havia uma garota chamada Penélope em algum lugar do campus.


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Notas finais do capítulo

Acho q a Penny não é tão boba quanto parece. O q vcs acham?
Espero por vcs nos reviews, BJOOOOOO a todas. e OBGDÃO