Tudo por você escrita por Lilissantana1


Capítulo 7
Capítulo 7 - Penélope e Dean


Notas iniciais do capítulo

Fato consumado. Dean é um idiota!!! Parece que é isso o que todos pensam. kkkkkkk
Quanto a Penny, acho q ela por enquanto vive pela cabeça da tia. E considero correto o fato de querer descobrir o que quer para si mesma... agora vamos ver até onde ela chegará.

BJO para as garotas q comentaram no último capítulo. Amei a opinião de vcs. Grande BJO Anna, Miss e Doida.



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PENÉLOPE

 

Sentei no lugar de sempre, a espera deles. Meu coração batia descompassado diante da expectativa. Remexi nos livros diante de mim. Coloquei os óculos no lugar pela quarta ou quinta vez. Passei as mãos pelos cabelos. E então, quando a tensão pela espera era tão grande que em vez de cinco minutos parecia que tinha esperado meia hora, eles chegaram. Brendan foi o primeiro, sentou ao meu lado, Gregory ocupou a cadeira a minha direita, Alan do outro lado, o que queria dizer que Dean estaria longe, mas quase de frente.

Droga! Mesmo distante aquela não era a posição ideal. Eu queria ver o mínimo possível do rosto dele.

— Ei... tudo bem Penny? - Alan foi o primeiro a me cumprimentar em tom alegre.

Dean passou, me olhando de lado, dando um oi rápido e se acomodando onde previ que sentaria.

— Tudo bem... - respondi.

Os outros já estavam acomodados e falavam entre si. De relance observei Dean percebendo que ele se mantinha calado e remexia no livro como se procurasse a página.

— A gente não está atrasado não é? - Alan perguntou parecendo preocupado.

— Não... - respondi. Cinco minutos não contavam. Não mais.

Brendan largou um envelope diante de mim.

— Seu pagamento.

— Não precisava ser hoje... - comentei notando que Dean não olhava para mim. E isso estava me deixando mais nervosa do que tranquila.

— É nossa última aula. - Brendan explicou – E a gente quer agradecer por você ter aceitado o desafio e nos ajudado.

Gente! Eu gosto dele! Do Brendan. Não me entendam mal, gosto como amigo. Além de lindo, com aquele cabelo encaracolado e os olhos verdes expressivos, ele é boa gente. É educado. Cortês. Quase um cavalheiro. Inesperadamente uma pontada de dor me tocou. Gosto dos outros também. E ia sentir falta deles. De todos eles. Meus olhos correram para o rosto de Alan com seus olhos azuis enormes e seu sorriso contagiante. Gregory, o mais carrancudo do grupo, e sempre do contra. Cada um deles com suas particularidades... o olhar caiu sobre Dean. Meu coração saltou. Ele produzia em mim uma emoção diferente. Muito diferente do restante do grupo.

Fingi um sorriso.

— Vamos esperar até as notas saírem. - tentei parecer brincalhona— Aí saberemos se vocês não jogaram dinheiro fora.

Eles riram. Alan entrou na brincadeira:

— Se a gente não conseguir vamos pegar nossa grana de volta.

— É justo. - rebati tentando aliviar a pressão que sentia na garganta.

Dean permaneceu em silêncio. Promessa é dívida ele falou. Eu não acreditei, preciso confessar. Achei que ele continuaria a agir como sempre. Que estava apenas tentando me convencer a dar a última aula. Mas, pelo visto seria assim. A camaradagem com ele acabou definitivamente.

Peguei o livro no meio da mesa. Indiquei a página que deveriam ler. Soube que ele estava prestando atenção ao que a gente falava quando cumpriu minha ordem. Uma súbita e angustiante vontade de chorar me invadiu. Baixei a cabeça, ajeitei os óculos e aproveitei que eles ficaram em silêncio total para me recompor.

Durante vários minutos aquele irritante silêncio que antes era tão bem vindo, estava quase me sufocando. Notei que todos eles seguiam com a leitura como normalmente acontecia, sem desvios de atenção, sem perceber, ou fingindo não perceber o clima instalado entre o amigo deles e eu.

Como aconteceu nas outras aulas, Dean foi o primeiro a concluir. E nessas horas em que a gente não poderia conversar, ele sempre arrumava um jeito de preencher o tempo brincando de jogo da velha comigo. Só que naquele momento ficou em silêncio, com o braço apoiado na mesa, a cabeça inclinada, rabiscando numa folha de rascunho, sequer me olhou. Fingi que estava tudo bem. Não daria a ele o prazer de saber que me incomodava o fato de cumprir com uma promessa que eu mesma aceitara. Me concentrei o máximo que pude no material diante de mim. Mas, notava cada movimento que ele fazia do outro lado. Inclusive as vezes em que pensei, estivesse me olhando.

O trio encerrou a leitura, indiquei o que deveriam fazer. Só voltamos a falar quando os resumos foram feitos. O debate começou sem brincadeiras. Dean participou dele me mostrando que o silêncio só era direcionado a minha pessoa. Ele é inteligente, perspicaz, geralmente tem bons argumentos. Se expressa bem. Só não está com boas notas nessa cadeira porque foi desleixado...

Desleixado... essa palavra me lembrava Josy e seu comentário sobre a forma como me visto. Suspirei brincando com a caneta. Estava cada vez mais inclinada a alterar ao menos um pouco meu modo de vestir. Usar roupas largas nunca foi um estilo, nunca foi intencional, era apenas confortável. Exigia menos trabalho. Não atraía a atenção. E, se você não atraia a atenção de ninguém, passa despercebido.

O debate terminou, meu cérebro voltou para a mesa da biblioteca. Uma hora... passou tão rápido! Quando dei por mim estávamos concluindo a última aula. Recolhi meu livro. Coloquei na lateral do tablado de madeira, já eles juntaram todo o material calados. Parecia que o silêncio de Dean fora contagiante. As brincadeiras de sempre não aconteceram. Porém, ninguém falou nada sobre essa alteração. Era claro, todos sabiam o motivo da mudança de comportamento do amigo.

Eles ficaram em pé. Brendan foi o primeiro a falar:

— Você vai ficar aqui?- eu me mantinha sentada com o caderno aberto diante de mim.

Torci os lábios.

— Preciso rever algumas anotações. - menti descaradamente nas últimas vezes saíamos todos juntos.

— A gente já vai... temos treino. - Brendan explicou sério.

Gregory se moveu ao meu lado.

— Valeu pela ajuda Penny.

Ia dizer que foi um prazer. Mas antes que tivesse a oportunidade de falar Alan emendou:

— Se não fosse por você a gente ia se ferrar de novo.

— Vocês só precisam parar de brincar e levar as aulas a sério. - expliquei esperando o momento em que Dean se aproximaria.

Mas ele não se aproximou, apenas ergueu os olhos rapidamente e falou de lá, do outro lado da mesa:

— Valeu mesmo pela ajuda Penélope... - enfiou a mochila no ombro e passou por trás de Alan caminhando com calma em direção ao outro lado da biblioteca.

— A gente se vê por aí Penny. - Alan chamou minha atenção – Se quiser um acompanhante para ir numa festa sabe para quem ligar . - o garoto loiro brincou e eu dei graças aos céus por isso – Sou um ótimo guarda-costas.

Tentei sorrir mas não consegui. Olhei para Brendan, ele lançou um sorriso tímido.

— Vai fazer o que no feriado? - questionou de repente.

— Vou para casa. - informei remexendo na ponta da caneta. - E você?

— O mesmo...

Novo momento repleto de constrangimento, com o canto do olho vi Dean parado mais a frente, a espera dos amigos.

— Foi legal... - Brendan concluiu.

— Foi. - confirmei. - ele bateu com a mão no meu ombro, daquele jeito camarada que faz com os amigos e saiu seguido de perto por Gregory. Alan piscou para mim, balançou a mão no ar em um cumprimento e se foi também.

Eles saíram e eu fiquei ali, me segurando para não chorar. Merda! Como a gente faz quando sabe que vai sentir falta das pessoas? Claro que eles estariam no campus. Que a gente se encontraria na aula. Que eu os veria de longe. Que cruzaria com eles nos trajetos. Que ouviria coisas sobre eles. Mas porra! Não era a mesma coisa.

E Dean?

Ele ia mesmo me ignorar descaradamente? Ia fazer o que prometeu?

Claro que ia!

Para ele é a coisa mais simples do mundo me ignorar.

Bati com a caneta na mesa com insistência até que a mola reclamou. Havia um buraco no meu estômago. Remexi no caderno observando as anotações. Lentamente elas foram ficando desfocadas. Puxei o ar. Não ia chorar. Não ia chorar. Não, ia, chorar.

 

DEAN

 

Dois dias depois da última aula estava no meu quarto fazendo a mochila para passar o dia de Ações de Graças com a minha mãe quando Brendan entrou no quarto e sentou na cadeira perto da janela silenciosamente. Me olhou com aquela cara de quem sabe tudo antes de falar:

— Meu trabalho está pronto.

O bendito trabalho de Recursos Humanos l.

— O meu também. - informei. Na verdade estava pronto há dois dias. Depois que saí da biblioteca e encerrei o treino, fiquei tão pilhado que só parei quando terminei de digitar tudo.

Brendan esticou as pernas, se recostou na cadeira e cruzou os braços sobre o peito.

— Acho que Alan vai precisar de ajuda. - ele emendou com ar ameno enquanto eu metia uma camiseta dentro da mochila. - Ele fez muitas perguntas ontem a noite.

Cada um tinha feito o seu trabalho sozinho, sem perguntar nada a ninguém. Talvez Alan estivesse precisando de uma luz.

— Você vai ficar por aí? - perguntei revisando se colocara todas as roupas separadas dentro da mochila.

— Só até amanhã... Lissa vai passar o feriado com os pais, mas ela só sai amanhã a tarde.

Lissa é a namorada dele. Uma garota legal. Simpática. E eles fazem um casal daquele tipo que você não se importa de estar junto.

— Aí você vai esperar. - falei puxando o zíper da mochila. Aquela pergunta não precisava de resposta. Era óbvio que ia. Ele estava de quatro pela Lissa.

— Vou. - um sorriso culpado surgiu no rosto do grandão confirmando minha teoria.

Aproveitei a deixa.

— Então você pode dar um apoio pro Alan. - sugeri. Não queria mais ver aquela matéria. Me fazia lembrar de Penny e da nossa última aula.

A cada dia que passava eu ficava mais e mais irritado comigo. Com minha ignorância. Por ter agido feito um ogro com ela. A coitada da garota deve ter ficado perdida. Estupidez nível hard a minha.

— O que está acontecendo Dean?

Brendan perguntou de repente. Encarei o rosto dele.

— Nada. - falei tranquilo, ao menos queria demonstrar que estava tranquilo. Sei que o grandão é o cara mais complicado de enganar, mas, de vez em quando a gente tenta.

— Desde aquele dia, da confusão com a Penélope que você está estranho.

Me sentei na cama, ele me olhava diretamente. Pensei em falar meia verdade.

— Está tudo bem... só me dei conta de que sou um idiota.

Ele riu descontraído.

— Eu já sabia disso.

Ri também. Como evitar?

— Pois é. Grande amigo você é. Nem pra me avisar...

Ele fez uma careta.

— Tentei de todas as formas, mas as vezes parece que você gosta de bancar o estúpido.

Como refutar aquela verdade?

— É! - foi tudo o que consegui dizer.

Ficamos em silêncio por alguns segundos até que Brendan perguntou:

— Você não vai mesmo falar com ela de novo?

Me remexi incomodado e dei de ombros.

— Prometi...

Ele fez uma careta esquisita.

— Ah! Para com isso Dean! Ela é nossa amiga.

— Minha não é mais. - isso era um fato incontestável. - Ela nunca foi muito com a minha cara, e depois da burrada, a coisa só complicou... e além do mais, posso ser um idiota, mas não costumo descumprir o que prometo.

Inclinando o corpo para a frente ele perguntou:

— Então, se a gente decidir seguir em frente com aulas você não vai nos acompanhar?

A gente tinha falado em montar um grupo de estudos com a Penny. Nada foi dito para ela, não queríamos assustar, mas agora a situação era outra.

— Não sei... - eu ia precisar estudar mesmo, mas ficar naquele clima da última aula seria dose. Simplesmente não era pra mim.

— Pede desculpas novamente. - o grandão sugeriu.

— E digo o que desta vez...?

Silêncio. Nem o grandão sabia como resolver essa questão.

De repente Gregory entrou apressado no quarto falando:

— Dean! Sua vez. Alan se ferrou de novo.

Fiquei em pé falando:

— Vou lá mostrar pra esses dois como se joga.

Brendan ficou em pé também.

— Vai sair que horas? - perguntou sério.

— Depois que ferrar aquela dupla. - expliquei já no corredor ouvindo as vozes dos dois no quarto de Alan.

— Então a gente se vê na volta.

Parei, encarei o grandão, ele mostrou aquele sorriso, eu soube que ele ia ver a namorada. Agora o Brendan passa muito tempo com ela. Até sugeriu incluí-la no nosso suposto grupo de estudos.

— A gente se vê na volta. - concordei antes de ouvir Gregory gritar meu nome do quarto de Alan.


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Notas finais do capítulo

E a promessa?
Quem achou q ele não ia cumprir?
Até eu achei que não...kkkkkkkkkkkkkkkkk
BJO e obg a todas q estão aqui lendo, comentando e acompanhando. OBG sem vcs não tem fic. nem pq eu escrever...kkkkkkkkkkkk até o próximo!