A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 9
Capítulo 08 - Pâmela


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é inteiramente narrado pela Pietra



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PIETRA

— Nós vamos contar pra alguém? – Ivo parecia tão confuso quanto, sobre o que deveríamos fazer – O que vamos fazer?

—Eu também não sei… - pensei rápido – se eu for encontra-los eles liberam a Pâmela mas me prendem, se eu não for…eu nem sei o que podem fazer;

—Bom, eles vão cumprir a promessa e pode ser até pior.

—Então devo ir? – Falei apavorada

—Não! – ele parecia descartar essa ideia totalmente – Temos que pensar em algo, algo seguro.

Entramos no hotel e fomos direto para o meu quarto encontrar com as meninas para mostrar o que recebi. Sentei na cama,coloquei os cotovelos em meus joelhos e minha cabeça apoiada em minhas mãos. Enquanto Ivo ia chamar os meninos, eu contava tudo para ela.s Ele provavelmente havia feito o mesmo pois Fabrício já entrou no quarto indo sentar ao meu lado e segurando a minha mão.

—Nós vamos dar um jeito – ele falou com firmeza

Nenhum de nós tinha expressão de quem achava que daríamos um jeito, nem mesmo ele, mas o que poderíamos fazer?

—Eu vou! – Falei firmemente

—De jeito nenhum – Ivo e Fabrício falaram juntos

—Preciso ir. Dou meu jeito de escapar depois, mas vou. – Antes que pudessem dizer qualquer coisa eu conclui – A decisão cabe somente a mim

—Você escapou uma vez, você sabe que vão ter muito mais cuidado agora, pare que você não escape. – Ivo falou cabisbaixo – Não tem condições de você conseguir escapara uma segunda vez.

A conversa se estendeu por mais de hora entre ideias e repreensões. Eu sabia que precisava ir, era a decisão certa a se tomar se eu pensasse pelo emocional, mas não pelo racional. Não tinha como salvar á nós duas, teria que ser uma ou outra. Se eu fosse, sabia que não seria morta, mas se eu não fosse eu sabia que ela morreria. Seria muito mais fácil escapar de um sequestro do que da morte. Eu estava decidida e aquela conversa não estava nos levando á lugar algum.

Eu sabia que não os tinha convencido sobre me deixarem ir então apenas mudei o foco da conversa e comecei a falar sobre a última noite do baile, eu queria tanto aproveitar essa noite já que não havia conseguido aproveitar as anteriores. Na primeira noite do baile eu fui sequestrada, na segunda eu estava em cativeiro e na terceira noite minha colega de sala é sequestrada e feita de refém para que eu possa me entregar e caso eu não o faça, eles matam ela. Esse baile á fantasia só me trouxe desgraça.

Estava me sentindo ridícula na fantasia de vampira, não deveria ter aceitado aquilo. Era um vestido longo de época mas de manga curta e extremamente decotado com uma bota de couro ridiculamente alta, presas e uma maquiagem escura para fechar. As meninas estavam amando, disseram que estava totalmente diferente da imagem que eu passava todos os dias desde que me conheceram e por isso era tão divertido me ver assim. Quando nos encontramos no corredor com os meninos, todos repararam nas nossas fantasias combinando e nesse momento, só nesse momento, eu percebi a gravidade de ter aligado fantasia de casal com Ivo. Se nossos amigos já estavam nos olhando sutilmente sorrindo maldosamente, imagina então o que todo o resto da turma diria. Na manhã seguinte teriam vária hipóteses levantadas.

Estávamos todos na entrada principal do hotel esperando todos os alunos. Provavelmente nós estávamos adiantados por estarmos ansiosos pelo horário de encontrar com o perigo. Mas essa não era uma ansiedade boa, não dava um friozinho na barriga como o que eu sentia quando andava de bicicleta ou nadava no mar. Eu estava desesperada e com medo do que poderia acontecer com a Pâmela que sequer tinha nada a ver com tudo o que vinha me acontecendo.

Conforme nossos colegas iam descendo iam comentando sobre nossas fantasias, nenhum deles deixou de fazer alguma gracinha sobre isso. Ouvimos alguns comentando sobre o sumiço da Pâmela quando estávamos na van á caminho da festa.

—Ela vive sumindo – Renata  comentou – Ela e a Wanessa. Aposto que estão de namoradinhos novos.

—Mas ela não faltaria ao baile – Wanessa continuou – Ela estava apaixonada por essa festa a fantasia.

—Talvez tenha cansado, já é o terceiro dia – Abner falou dessa vez

A conversa foi interrompida quando chegamos e deram menos importância ao assunto quando adentramos ao salão colorido e com som alto. Decidi que dessa vez eu dançaria. Fizemos um grande grupo de dança sem sentido no meio da pista, estávamos eu, Fabrício, Heitor, Ivo, Eliana, Greta,Ingrid e Kamila. Ainda não era nem 22h quando Wanessa veio nos perguntar se havíamos visto Pâmela. Meu coração disparou na hora que ouvi aquele nome.

—Não há vimos desde cedo – Heitor falou rapidamente e voltou-se para nós – vocês querem algo pra beber?

Ninguém queria beber nada, estávamos todos muito aflitos para pensar em algo que não fosse salvar Pâmela. As horas pareciam se arrastar e para completar, Jemima decidiu atacar á mim mais uma vez. Tava bom demais esse tempo todo sem ela me perturbar para ser verdade.

— Você combina com essa fantasia – estávamos no banheiro e ela me olhava de cima á baixo com desdem – coisa antiga, velha, ultrapassada e com cara de morta.

Sorri como se ela estivesse me fazendo um elogio e voltei a retocar a maquiagem vendo-a pelo espelho.

—O que você fez com o Ivo? – Ela se aproximou devagar – Ele te odiava até pouco tempo atrás e de repente vocês ficaram super amigos em menos de duas semanas. Você deve ser muito boa atriz ou muito boa em persuasão.

—Eu nem sabia que você conhecia essa palavra – debochei – mas não, não o persuadi e nem atuei. Apenas percebemos que não deveríamos nos odiar tanto. As pessoas amadurecem, Jemima. Acho que essa palavra você não conhece.

Guardei minhas coisas nos bolsos gigantes do vestido e passei por ela disposta a sair o mais rápido possível de perto dela, mas não era exatamente o que ela queria. Senti ela segurando o meu vestido e me virei para tira-lo de sua mão, mas Jemima era forte e isso estava dificultando um pouco.

—Jemima, você poderia me soltar ? – Falei tentando ser o máximo educada possível

—Se afaste do Ivo! – Ela me fuzilava – Ele é meu!

—Em primeiro lugar – eu estava perdendo a minha paciência – Ele não é seu. E em segundo, eu e ele somos apenas amigos, sinta-se livre para ser o que quiser a mais dele.

—Você é tão cega para não perceber que ele é louco por você? Eu não vou admitir que você use isso contra ele fazendo-o de capacho, fazendo-o  te seguir aonde você vai como um cachorrinho. Sei que você nunca teve ninguém afim de você e deve estar sendo o máximo se divertir com isso!

Ela estava a poucos centímetros e mim, seus olhos e rosto estavam vermelhos de raiva.

—Ele não é afim de mim – eu gritei – e você não é afim dele, Jemima. Você apenas quer que os dois caras que são mais próximos de você fiquem te babando: Ivo e Quirino. É você que fica tentando brincar com eles mas não percebe que você é quem esta sendo feita de idiota nisso tudo. Eu e o Ivo somos bons amigos, fim!

Eu mal tinha acabado de falar a última palavra quando ela me empurrou com força na parede e me deu um soco tão forte que minhas pernas tremeram me fazendo cair no chão. Antes que eu pudesse me levantar ela me deu mais alguns socos repetidos e eu apenas percebia que meu cérebro parecia não ter tempo o suficiente para raciocinar o que tava acontecendo e por isso eu não conseguia ter nenhuma ação além de ficar caída. Minha visão estava turva quando ela finalmente parou e cuspiu em mim falando algo que eu não pude distinguir o que e saiu me deixando caída sem forças.


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Notas finais do capítulo

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