If you float you burn escrita por psychoticwitch


Capítulo 2
A tempestade II


Notas iniciais do capítulo

Adivinha quem voltou? Eu mesma, com mais um capítulo para vocês alimentarem a curiosidade sobre a loucura com terror que é essa fic :D
E o capítulo foi betado pela Duda vulgo Deku bb, salvando minha pele desde sempre ~♡
Boa leitura.



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Capítulo II

A tempestade II

 

Não tardou para mais e mais especulações sobre o ocorrido misterioso surgissem, o estranho assassinato que ocorreu logo depois da tempestade, e como ninguém sabia ao certo quem era aquela mulher, se tornou impossível descobrir de onde ela veio e se tinha família ou qualquer pessoa de valor semelhante. Uma total desconhecida e morta. E igualmente sua identidade, ninguém conseguia decifrar o que de fato ocorreu ali, ela havia sido mutilada, transformada literalmente numa obra de horror, porém quem estava por trás dessa obra era o verdadeiro mistério.

Um mistério que parecia cada vez mais longe de ser resolvido.

Logo depois da autópsia, o corpo foi cremado, assim como o corpo do outro desaparecido – esse ao menos havia pessoas conhecidas, um nome –, já aquela mulher poderia ser a própria bruxa!; e ninguém sequer sabia. De toda forma, a ideia dela ser a famosa bruxa de Majo já era louca o suficiente, contudo a insanidade parece contagiosa, e não demorou para mais pessoas que anteriormente achavam essas especulações sem sentido algum, concordarem avidamente com essas lorotas. Se um estava contaminado, não iria demorar para mais e mais também serem contaminados.

Se foi ou não obra da bruxa – algo totalmente sem noção –, ninguém sabia ou tinha como descobrir, então, afirmar ou não só levaria a uma única resposta: lugar nenhum.

 

Já faziam alguns dias Akaashi não via Bokuto, não no seu “melhor estado”, ele não sabia ao certo o que havia de errado com o amigo, todavia, ele andava perdendo muitas aulas, raramente o via, já estava para lá de preocupado com Bokuto, porém o que poderia fazer? Ir atrás dele? Na casa dele… Ele não sabia se podia se dar ao luxo de ir atrás do amigo, bem, ele foi algumas vezes na casa do amigo naqueles dias que seguiram os novos mistérios de Majo – todas as visitas foram um desastre, sequer aconteceram, às vezes ninguém estava em casa e outras ele recebia a notícia que Bokuto não estava –, andou pela cidade atrás do amigo também, mas nunca teve sorte de achá-lo. Não iam mais juntos para o colégio, se fosse um dia aleatório que Bokuto iria para o colégio, com sua melhor cara de desânimo, ele não ia no mesmo ponto de encontro dos dois.

Foi algo incômodo, desde o início, Akaashi estava acostumado com a rotina de sempre e de repente ela foi quebrada, sem aviso prévio ou explicações e acompanhada de um Bokuto acabado. Estava com medo, sim, não era de ferro, não era alguém sem sentimentos que iria ignorar completamente a existência de Koutarou – temia quais eram os motivos para o abandonado desenfreado –. Talvez fosse seu dia de sorte, um talvez para lá de duvidoso, porém Bokuto veio a procurá-lo, depois de alguns dias naquela tortura sem cabimento. As aulas recém haviam terminado, estava pronto para ir para casa quando o amigo chamou-o, parecia uma figura totalmente diferente de Bokuto, acanhado, silencioso, parecia preocupadíssimo com algo. Isso instigou a curiosidade de Akaashi e também foi o suficiente para ele suspeitar de que algo estava muito errado.

— Ei, Akaashi – Bokuto disse. — Desculpe sumir tanto tempo e…

— Poupe as desculpas – Cortou, encarava os outros alunos indo embora ou se direcionando aos seus respectivos clubes. — Só… – Encarou a estrada na frente do prédio, ela ia e ia até fazer uma curva para direita. — Não suma assim de novo, por favor.

Queria dizer-lhe sobre o quão sôfrego fora seus últimos dias, queria dizer tudo, despejar cada uma de suas angústias, ideias sem sentido que pensou no calor do momento, mas para quê? Além de tudo, Bokuto não lhe devia satisfação alguma, mesmo que fossem amigos, a linha tênue entre a amizade comum e a intimidade parecia muito definida para Akaashi, porém duvidava do ponto de vista do outro sobre isso.

— Aconteceu algo em casa, depois daquelas mortes na tempestade – Ele começou a narrar. — Eu não sei se tem algo haver com aquela minha visão… Eu realmente não sei! Mas, depois de tudo aquilo meu pai ficou muito estranho, insuportável eu diria, começou a reclamar por nada, ameaçava bater em mim e minha mãe. Há alguns dias ele ameaçou nos matar.

— Vocês procuraram ajuda?

— Foi a primeira coisa que pensei, mas, minha mãe estava tão assustada que não pude deixá-la sozinha com aquela bomba-relógio – Respondeu. — Temo pela vida dela, não posso deixar aquele louco fazer algo com ela. De forma alguma.

— Então por que você veio para aula?

— Às vezes, ele sai bem cedo, quando o sol ainda nem surgiu ainda. E passa o dia inteiro fora, quando isso acontece consigo ouvir seus passos pela casa depois da meia-noite. – Comentou. — Nesses dias é seguro, então eu venho para aula, como hoje. Eu sabia que era errado manter isso tudo em segredo de você, evitei você também com medo que de algum jeito acabasse na mira daquele maluco… Eu gostaria de saber o que há de errado!

Subitamente Akaashi lembrou-se das palavras que ouvia da falecida avó, uma das pessoas mais doces e gentis que ele conheceu. Religiosa até o último suspiro de vida, ela dizia, às vezes em noites de chuva, tempestades como a que houvera anteriormente, sobre a lenda da bruxa para ele, tudo em segredo, afinal era o tabu da cidade. Ela falava abertamente sobre o que achava disso, realmente acreditava na lenda, mesmo que achasse bobo ignorar a existência da mesma, afirmou ainda que todos eles estavam amaldiçoados; “tenha uma boa vida! Mas não esqueça que um dia a maldição da bruxa virá até você, morrerá da forma que ela decidir… Enforcamentos são seus prediletos!”, nunca acreditou, todavia seria a maldição da bruxa? Não, é apenas história!

— Acho que todos estão enlouquecendo um pouco com as mortes, não é algo comum em Majo, ainda mais algo tão brutal.

— Deve ser, já me sinto insano, um pouquinho! – Tentou esboçar um sorriso para Akaashi, em vão. — Posso pedir sua ajuda? É pouca coisa… Saberei que tudo estará bem se aceitar.

— É claro.

— Caso algo aconteça comigo ou minha mãe, ou até mesmo nós dois, faça algo, tome alguma providência, não deixe aquele homem impune, não gostaria que minha morte fosse apenas mais uma nas mãos dele – Murmurou. — E principalmente, tenha cuidado, não se exponha, se isso acontecer aja por debaixo dos panos, por favor.

— Eu farei e terei o maior cuidado possível. – Concordou.

— Obrigado. – Bokuto parecia aliviado. — Cara, agora sei que não estou sozinho nesse inferno!

Akaashi encarou-o satisfeito, aquela tensão entre os dois – que era bastante imperceptível –, finalmente se desfez. Despediram-se no lugar habitual, parecia que faziam-se décadas desde a última vez que fizeram isso no costume quase religioso de sempre. Keiji não sabia se o amigo iria para aula no dia seguinte, preferia esperar pelo amanhã pacientemente à enlouquecer aos poucos pensando sempre no pior.

 

O dia seguinte de longe não foi o inferno, contudo conseguiu ser infernal… Ao pé da letra.

Uma nova morte para se ocuparem a fofocar, soube pela mãe que dessa vez não foi nada anormal, como as últimas duas, tinha explicação e totalmente normal! Amanheceu com a notícia de que o pai de Bokuto havia sofrido um acidente no banheiro, escorregou e no impacto com o chão, quebrou o pescoço, padeceu no ato. Um acidente inocente e mortal. O corpo seria cremado antes do meio-dia, e obviamente sua mãe o mandou ir prestar condolências ao amigo Bokuto, a mulher não precisa repetir, depois do que ouviu do mesmo no dia anterior soube na hora que havia algo terrivelmente estranho.

A mãe de Bokuto estava muito abalada, nem conseguiu falar com a mesma muito tempo, foi breve, e logo ela parecia a beira de um ataque – de nervos ou de choro ele não sabia, talvez os dois –. Acabou junto do amigo, fora do recinto onde a cerimônia estava sendo realizada.

— Você sabe como ele morreu? – Bokuto indagou.

— Ele não tropeçou no banheiro?

— Minha mãe disse que era melhor inventar uma desculpa, mentir sobre o que realmente aconteceu – Sussurrou. — Ele se suicidou. Vou ser sincero, nunca pensei que ele iria fazer isso, ele não deixou nenhuma pista ou carta, apenas foi lá e se enforcou… Espero nunca mais ver alguém daquela forma, pendurado e roxo, sem vida alguma, é assustador.

— Suicídio? Enforcou-se? – Repetiu, estava transtornado. Conseguia ouvir o timbre da voz da falecida avó, dizendo sobre a maldição da bruxa… Eram apenas lendas, sem sentido algum, não é?

— Achamos um bloco de anotações, antigamente ele usava para anotar números de telefone, contas para pagar, datas importantes, coisas assim… Porém, as últimas páginas estavam rabiscadas, pouca coisa conseguimos entender, o resto é indecifrável e estranho. – Olhou para o céu nublado do dia, estava abafado, contudo Akaashi sentia que não iria chover naquele dia. — Eu gostaria de entender o que aconteceu, meu pai nunca agiu daquela maneira conosco, era tranquilo e normal como qualquer um, de repente mudou da água para o vinho e por fim cometeu suicídio.

Akaashi quis responder, mas não sabia o que dizer. Sabia o que sobre? Havia algo estranho pela cidade, quiçá todos tivessem notado já, seria a tão famigerada maldição da bruxa? O quão louco de sua parte seria dizer; “seu pai enlouqueceu por culpa de uma bruxa de lenda.”— não havia sentido, e em sua posição de puro ceticismo não poderia ficar instigando essas ideias estúpidas.

— Ao menos aquele terror acabou – Bokuto suspirou. — Estou aliviado… Agora tudo voltará ao normal!

— Você tem certeza?

— É claro! Eu te prometo que nunca mais sairei do seu lado de agora em diante.

— O quê?! – Beliscou o amigo. — Não diga essas coisa nessa forma!


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