Timeless escrita por SwenAna


Capítulo 2
Capítulo 2 - All our hearts


Notas iniciais do capítulo

Hey, meu seres humanos
Demorei? Demorei, mas to de volta hoje.
Essa continuação tá a um tempinho comigo e eu não pretendia postar por ter dúvidas se seria o certo para a história da Emma e da Regina, porém uns dois dias atrás umas coisas aconteceram e eu vi que precisava voltar. Por isso to aqui, quase no final de 2017 para que ela tenha uma conclusão.
Quero agradecer muito por cada um que leu, comentou, favoritou e esperou por uma continuação. Timeless é um pouco do que eu sou por isso MUITO obrigado por abrirem o coração de vocês para o meu bebê
Sem enrolar demais, espero que aproveitem a leitura, tem personagens entrando aí, tem mais história, tem muito amor e um chorinho também. Como de costume ignorem se tiver erros e vejo vocês nas notas finais...

Ah como no outro capítulo, vão direto lá no final e abram a playlist que vai estar lá, que eu escrevi ouvindo ela repetidamente e acho que a história tem sua ligação com as músicas.

Boa leitura ♥



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Meu coração batia forte no peito, minha respiração estava descompassada e por todo meu rosto escorriam pequenas gotinhas de suor. Mas o que trazia essas reações ao meu corpo não era a sensação de nervosismo ou medo, o que me fazia sentir assim era a minha sensação favorita: a sensação de liberdade.

Eu me sentia livre correndo em meio às árvores do Boston Common, um dos parques que o centro de Boston possuía. O vento batendo em meu rosto enquanto eu acelerava meus passos fazia com que eu respirasse mais profundamente para poder sentir cada aroma que aquele lugar me trazia; ali eu não era ninguém, não lembrava o meu passado e nem sonhava com o meu futuro, apenas sentia o ar inflar meus pulmões e minhas pernas encostarem-se ao chão de forma rápida. Queria deixar toda a vida que Emma Swan tinha fora daquele meu momento, ser só e me sentir livre, mas minha vida não podia me abandonar por nenhum segundo, o que faz com que eu seja tirada do meu momento por gritos vindos a certa distância atrás de mim.

Ao parar em meio ao caminho que tinha ali e me virar vejo uma figura ruiva totalmente ofegante e suada vindo até mim. Zelena havia me ligado no dia anterior e me intimado para que nos tivéssemos uma conversa já que desde situação que ocorreu na minha aula eu vinha evitando falar com qualquer pessoa que quisesse que eu me abrisse e Zelena, com total certeza, seria a que me faria contar tudo que eu senti ao por meus olhos naquelas orbes de um castanho intenso depois de tanto tempo sem qualquer contado. Por causa disso eu tinha marcado com a ruiva aqui nesse parque no primeiro horário do dia, nos correríamos e logo ela estaria cansada o que me daria a chance de fugir dela novamente, e agora olhando para a minha amiga que se aproximava em conjunto de legging, blusa e jaqueta verde, totalmente meu oposto já que eu usava um shorts para corrida preto e top na mesma cor, minha ideia havia tido efeito.

— Swan, chega que eu não aguento mais um passo. – Ela para na minha frente apoiando suas mãos no joelho e tentando puxar ar rapidamente.

— Fala sério ruivinha, nós nem começamos e você já está assim. Não quero nem ver hora que chegarmos ao final das voltas. – Digo rindo da disposição que Zelena possuía, o forte dela nunca foi exercícios.

— Que chegar ao final das voltas? ‘Tá ficando doida? Pra mim acabou aqui.

— Então mais tarde te encontro, eu vou continuar.

Já ia me afastando com um pequeno sorriso no rosto ao ver que minha ideia realmente tinha funcionado e por mais um dia eu conseguiria fugir de qualquer pergunta que a Mills faria, eu só não contava que estava comemorando cedo demais e que antes de dar meu primeiro passo minha amiga seguraria meu braço e me impediria de continuar.

— Nem pense nisso! Você me fez levantar da minha deliciosa cama às seis horas da manhã para que pudéssemos conversar e é isso que faremos.

— Zel, eu preciso cont... – Tento argumentar, porém com aquela ruiva eu poderia falar mil coisas que nada teria efeito.

— O que você precisa é se abrir comigo e falar sobre tudo que você sentiu com essa volta de Regina. – Sentencia ela me fazendo ficar calada apenas encarando seus olhos azuis.

Zelena estava certa e eu não podia negar, eu sabia que precisava falar sobre tudo que Regina me trouxe ao entrar na minha sala há duas semanas, o problema é que eu não sabia o que eu estava sentindo, eu havia me tornando uma confusão novamente. Ao declarar todo o amor que eu possuía em mim por aquela morena em frente aos meus alunos eu realmente acreditei que havia me libertado do que eu sentia, eu falei naquele dia coisas que eu nunca havia dito em voz alta. Entretanto foi ter a presença de Regina no ambiente que eu tive todos os meus sentimentos embaralhados novamente e agora eu não possuía coragem para mexer neles.

— Você acha que eu não sei o porquê de ter me trazido aqui, patinho? Tudo o que você tem feito é fugir e eu não posso deixar que continue com isso.

— Eu não quero falar Zel, não agora. – Disse já desviando meus olhos ao sentir lágrimas se aproximando.

— Sempre estive aqui por você, confie em mim e fale meu amor. – Enquanto fala, a ruiva coloca gentilmente a mão em meu queixo para que eu volte a olhá-la.

Quando faço isso vejo em seu rosto um sorriso pequeno que trazia toda a compreensão que ela possuía, eu nunca poderia duvidar que Zelena me escutaria e me entenderia. Ela sabia toda a minha história e mesmo tento sua irmã no meio, ela esteve do meu lado. Eu a amava e confiava minha vida a ela, mas eu não podia falar nada para ela agora sendo que eu mesma não sabia o que acontecia dentro de mim.

Acredito que a ruiva havia visto todo esse caos em meus olhos, pois não demorou a me puxar para um apertado abraço e assim ficamos até o momento em que ela sussurrou em meu ouvido:

— Você que escolheu vir até aqui, agora boa sorte.

No instante seguinte minha amiga caminhou para frente como se estivesse indo na direção de alguém e eu fiquei parada temendo quem estaria atrás naquele momento.

Minha mente já imaginou que fosse Regina e definitivamente eu não estava preparada para encontrá-la, o nosso encontro na minha sala de aula já havia sido demais para mim, agora imagina eu encontra-la aqui. Seria com se eu entrasse direto no olho de um furacão, tudo o que está enterrado em minha alma vindo a tona, algo difícil para eu suportar agora.

Mas quem estava atrás de mim era apenas parte de quem eu temia, eu pude reconhecer assim que ouvi sua voz chamar pelo nome da filha, quem estava ali era Cora Mills.

Eu virei bem devagar não encontrando outra saída, correr desesperadamente dali seria no mínimo muito estranho o que deixava fora de cogitação, eu teria que encarar a matriarca Mills e eu só tinha em minha mente que eu estava muito ferrada.

— Eu tinha que ter uma filha desnaturada como você, né Zelena? Nem para visitar sua pobre mãe depois dela mudar-se. – Escuto Cora dizer afastando a filha com leves tapas no braço, o que só a fazia rir.

— Desculpas D. Cora, mas eu tinha algumas coisinhas para resolver.

— Tanta coisa que faz dois meses que estamos na mesma cidade e você não apareceu ainda Zelena? Você estava é fug... – E o que a Mills mais velha pretendia dizer morre em sua garganta ao direcionar sua olhar em minha direção, ficando com uma expressão atônita. – Swan? Emma Swan?

— Olá, senhora Mills. – Respondo com um sorriso sem jeito.

Eu não podia imaginar a reação que ela teria a me ver. Desde o fim de toda a relação que eu e Regina possuíamos não houve mais sentido eu frequentar a casa dos Mills, mesmo eu sendo amiga de Zelena eu não poderia mais por meus pés em sua casa por causa do clima que se instalaria no local, eu não conseguiria estar junto a Regina ou ao seu pai sem todo o caos se fazer presente em mim. Sua mãe, Cora, sempre foi uma das pessoas favoritas da família, ela possuía um espírito incrível e tudo o que ela sempre demonstrou querer era a felicidade de suas filhas, mas nunca teve a chance de ir contra o marido nas decisões durante o tempo em que fiz parte da vida da família. Sendo sincera, eu não queria ter perdido o contado com a matriarca dos Mills, o seu jeito extrovertido e muitas vezes sem filtro sempre faziam meu coração encher-se de felicidade, mas eu não podia continuar com qualquer relação ligada a meu antigo amor, apenas Zelena já era o suficiente para não ser tão doloroso para mim.

— Isso é jeito de me cumprimentar, menina? Venha cá e me de um abraço logo. –Disse Cora com um sorriso no rosto e abrindo seus braços para mim.

Por essa eu realmente não esperava e minha expressão assustada obviamente me entrega, pois uma seção de risos começa entre mãe e filha me fazendo ficar corada e me aproximar.

Ao ser envolvida pelos braços da matriarca, uma sensação boa me percorre. Posso ver como meu passado sempre me fez falta, eu tinha crescido e mudado tudo rápido demais quando fui empurrada pelos meus joelhos para isso, nada do que me aconteceu nos últimos anos era o que eu sonhava para mim e agora que eu tinha minha felicidade por cada coisa que conquistei o meu passado estava entrando em minha vida e mexendo com todas as minhas certezas.

— Senti falta sua falta, menina Emma. – Nós havíamos nos afastados e agora ela olhava em meus olhos com um leve brilho de felicidade que ela sempre teve.

— Eu também senti a falta da senhora.

— Não é porque você e minha filha terminaram que você devia ter me esquecido, a amizade sua com Zelena continuou. – A sua forma de falar mostrava uma indignação que em seus olhos era possível ver que não existia, tudo não passava do famoso drama de Cora Mills.

Mas de tudo o que ela disse a única informação que meu cérebro assimilou foi o fato dela ter o conhecimento da minha relação com Regina, eu não conseguia acreditar no que eu tinha ouvido e Zelena estava na mesma situação que a minha quando a encarei. Eu esperava que ela confirmasse que eu tinha ouvido além da conta, mas sua expressão mostrava que meus ouvidos ainda estavam capitando bem o som.

— Você sabe que eu não contei nada a ela patinho. – Apenas meneio a cabeça em concordância para Zelena, eu ainda não conseguia formular nenhuma resposta.

— O que? Vocês realmente achavam que eu não sabia sobre a Emma e a Regina? – Nós só balançamos a cabeça o que a faz sorrir amplamente. – Por favor, meninas. Eu não nasci ontem e o amor que você, Swan, e minha filha tinham estava praticamente estampado na testa de vocês.

Todos os meus sentidos estavam bagunçados naquele momento, eu me senti assustada com o fato de Cora Mills saber que eu e sua filha mais nova nos envolvemos amorosamente. Não tinha como eu saber as consequências que esse fato me traria caso seu marido e pai das duas Mills soubesse ou até mesmo o que Cora poderia fazer, eu não a via como uma pessoa preconceituosa, porém tanta coisa que eu jurei que sabia e no final acabei sendo a errada, que agora muito me fazia temer.

— Eu sinto muito sobre isso, senhora Mills. Jamais tinha a intenção de entrar em qualquer envolvimento com sua família, nem atrapalhar qualquer relação. Acredite quando eu digo que... – Minha fala é cortada por aquela ao qual eu me dirigia.

— Não se desculpe Swan e não me chame de senhora também, tenho pavor.

Pretendia me desculpar pelo que estava dizendo, mas apenas seu olhar de um castanho igual aos de sua filha e com a mesma intensidade me fazem parar minha ação e sorrir. Eu não estava errada sobre Cora não ter preconceitos, seu coração era grande demais para ver as diferenças.

— Nunca se desculpe pelo amor que você sente pela minha filha, não importava quanto tempo passe eu afirmo que foi uma das coisas mais lindas que já vi em minha vida e a que trouxe mais felicidade para minha Regina. – Cora fala e eu só repito um mantra em minha cabeça para que eu não chore em meio ao parque.

— Isso é uma coisa que eu tenho que concordar Swan, Regina sempre foi diferente com você. – As duas não facilitavam para meu autocontrole.

— Tudo foi há muito tempo e hoje não existe mais nada, cada uma seguiu sua vida. Não sei por que estão falando disso nessa altura do campeonato.

Respiro fundo enquanto vejo a expressão descrente que seus rostos possuíam, ambas não acreditavam nas minhas palavras e eu estava começando a duvidar da certeza que elas possuíam antes.

— Você sabe que não sou só eu que me mudei para Boston, certo? Regina também está aqui na cidade.- Cora quebra o pequeno silêncio.

— Eu soube. – me limito a dizer essas poucas palavras.

— Regina não te contou que elas se encontraram na universidade mamãe?

— Zelena parece que não conhece a própria irmã, acha que ela conta alguma coisa por livre espontânea vontade.

Cora revira os olhos e um pequeno sorriso se abre em meu rosto sem que eu perceba quanto eu noto que a Mills mais nova não havia mudado nada nesses últimos anos, ela continuava tento sua armadura que um dia eu achei que conseguiria derrubar.

— Mas vamos focar no ponto principal, - A matriarca Mills me retira dos meus pensamentos que me tomaram por alguns segundos. – você obviamente sabe o motivo que trouxe Regina até aqui, né Emma?

Eu tinha uma fina esperança de saber o que havia trazido a dona do meu antigo amor até Boston, eu lá no fundo ainda me iludia por causa dessa espera, mas eu preferia mexer minha cabeça em forma de negativa e não deixar aparente o quanto tudo aquilo podia mexer comigo.

— Não se faça de tola, menina Emma. Você sabe e está claro em seus olhos que foge disso. – Cora Mills tinha algum poder e eu tinha certeza, não era possível alguém ler as pessoas tão bem.

— Essa daí tem fugido de mim por duas semanas, D. Cora. Não quer falar o que está acontecendo por nada. – A ruiva estava aproveitando a situação para arrancar qualquer coisa de mim, sabia a persuasão que sua mãe tinha.

— E você vem fugindo de mim faz mais de dois meses, Zelena Mills. – Nessa hora tudo o que eu queria fazer era rir expressão desolada que Zelena passou a ter, mas nas palavras seguintes de Cora essa vontade sumiu. – Bom, para resolvermos todas essas situações vocês irão jantar em minha casa no final de semana.

O semblante que a senhora Mills passou a ter mostrava que alguma coisa ela já estava planejando em sua cabeça e eu precisaria arrumar um jeito de fugir dela ou seria colocada contra a parede.

— Eu não vou poder tenho um... – Eu havia pensado em me desculpar e dar um jeito de arrumar alguma palestra para participar no dia, entretanto minha fala foi interrompida pela ruiva.

— Posso levar acompanhante?

Eu não sabia quantas surpresas o meu dia estava reservando, mas ai estava outra coisa que eu não esperava. Zelena Mills pretendia levar alguém para jantar com sua mãe e eu não tinha noção do que estava acontecendo. Seria Ruby? Será que realmente elas estavam com algo sério já? Eu havia me esquecido de perguntar aquele dia e agora me martirizava por esse feito. Eu me sentia curiosa e uma péssima pessoa por não saber sobre a relação da minha melhor amiga e por esse motivo eu teria que ir ao jantar na casa de sua mãe e apoiá-la.

— Claro que pode minha filha, não sabe o quanto esperei esse dia. – A Mills mais velha estava sentindo-se realmente feliz com aquela notícia, afinal era a primeira vez que a filha mais velha leva alguém em um jantar. – E você Swan? O que dizia?

— Eu vou sim, Cora. Não poderia faltar, certo? – Eu estava nervosa já, mas o que eu poderia fazer depois dessa história que Zelena trouxe?

— Então estamos combinadas no sábado à noite, não marquem nada meninas. - O plano de Cora estava dando certo e eu podia ver isso pelo sorriso que ela trazia no rosto. – Tenho que ir agora, tchau minhas meninas.

A senhora Mills me abraça apertado para se despedir e quando vai fazer o mesmo com a filha é impedida pela mesma.

— Eu vou com você, mamãe. Temos algumas coisas para conversar. – Não tendo tempo para que eu diga algo, a ruiva apenas se aproxima e me abraça. – Até mais tarde patinho, eu te ligo. Fica bem e eu te amo.

Nem uma palavra sai dos meus lábios enquanto eu vejo mãe e filha caminharem a passos rápidos para longe de mim.

— Droga. – resmungo ao começar a caminhar já que minha vontade de correr havia se esvaído.

As duas estavam planejando algo agora e eu estava apavorada por causa disso.

*

Os dias foram passando de forma lenta e quando chegou o sábado eu já não possuía unhas mais que eu pudesse roer tamanho era meu nervosismo. Eu não tinha ideia do que encontraria no jantar na casa de Cora, mesmo que eu negasse estava ansiosa com a possibilidade de ter que passar algumas horas na presença de Regina, não tinha ideia de como reagiria diante a essa situação.

Eu me arrumei mais do que o comum quando a noite começou a cair, eu estava usando um macacão na cor preta com a cintura alta, mais justo ao aproximar-se do meu tornozelo e na parte das costas possuindo apenas duas finas alças, junto com um par de saltos alto preto ele era uma das minhas roupas favoritas, pois conseguia me trazer a sensação de que eu era sexy e uma bela mulher. Enquanto eu terminava de arrumar meus cabelos loiros com os cachos que eu tinha deixado formar naturalmente, eu negava que havia algum motivo para eu ter escolhido aquele combinação para aquela noite, tentava ainda me convencer que só estava vestida daquele modo por que os jantares de Cora sempre foram algo cheio de pompa e um macacão era mais confortável do que um vestido que limitava meus movimentos e eu não gostava. Era apenas por esse motivo, não tem nada mais além disso.

Assim que passei a última camada de batom nos lábios e encarei meu reflexo no espelho, pude ouvir meu celular tocando sobre o móvel que ficava ao lado da minha cama. Já tinha a ciência de quem me ligava era a minha ruivinha avisando que havia chegado, eu tinha pedido carona para ela por preguiça de tirar meu fusquinha da garagem e ter que rodar por longos minutos até encontrar o endereço da casa de Cora, então nem tive o trabalho de atendê-la apenas coloquei meu celular e batom na bolsa e sai de casa, fechando a porta em seguida.

Ao chegar à porta do meu prédio procurei o carro de Zelena, não era difícil encontrar o chamativo carro verde escuro da ruiva e assim que o vi parado na esquina da rua em que eu morava caminhei até lá. Abrir a porta no momento que cheguei ao seu lado, sendo recebida com uma análise de cima a baixo feita por um ar de olhos claro, o que logo trouxe um sorriso aos lábios de Zelena.

— Está querendo impressionar alguém patinho? – A roda de insinuações foi aberta pela minha melhor amiga, agora era apenas aguentar o resto da noite.

— Claro que não, mas você não precisa nem falar, né? Está na cara que quer impressionar alguém, só queria saber quem. – Respondo entrando em seu carro e vendo a ruiva com seus cabelos com os cachos mais baixos, beirando o liso e um vestido colado ao seu corpo até chegar próximo a barra onde abria como no estilo sereia, ele não passa da metade de suas coxas e Zelena estava realmente muito linda vestida daquele modo e com uma maquiagem destacando seus olhos azuis.

— Essa noite você saberá quem é, meu amor. Mas não tente mudar de assunto, me diga, para que toda essa arrumação? - Fala apara que em seguida ela comece a dirigir pelas ruas de Boston.

— Os jantares da sua mãe sempre foram algo de outro nível, não podia estar usando meus jeans essa noite. – Dou de ombros encarando o movimento a frente, torcia para que o assunto se encerrasse agora.

Mas como nenhuma torcida ou oração minha fazia efeito, Zelena continuou:

— A possível presença de Regina não teria nada a ver com isso, certo? – Ela tentaria arrancar de mim uma confissão que eu estava negando a fazer até intimamente, eu só não podia permitir que ela conseguisse.

— Não tem porque eu me produzir apenas por causa de Regina, não temos mais nada que nos ligue. Não importa se ela estará lá ou não.

“Me ouvindo falar assim até eu acreditaria nessa mentira.” meu consciente me dizia fazendo com que eu balançasse a cabeça para espantar qualquer coisa que me rondava.

— É o que veremos essa noite então, patinho. - sussurrou Zelena tão baixo que quase não consegui escutar.

No restante do caminho nossos assuntos não passaram de amenidades do dia a dia, chegamos até a discutir sobre a música que tocava no rádio. Após a fala da ruiva eu tinha certeza que algo estava por vir e não era apenas a presença de Regina no jantar que elas tinham planejado para aquela noite, mas agora não tinha como fugir estando dentro do carro rumo ao endereço de Cora.

Os minutos passaram e não foi surpresa nenhuma quando entramos nas ruas de um dos bairros nobres de Boston, naquele local só havia grandes casas que mais pareciam mansões e ideal para residência de dos Mills. Zelena logo estacionou enfrente a uma lindíssima casa de dois andares com um extenso jardim com uma grama bem aparada e alguns pequenos arbustos com flores na frente, após atravessarmos esse jardim por um caminho de pedras nos estávamos paradas diante da grande porta marrom. Zelena não parava de apertar a campainha na intenção de irritar e apressar quem viesse atender a porta o que me fazia rir, entretanto meu riso morreu assim que a porta foi aberta e de trás dela surgiu a figura de Regina Mills.

Eu não conseguia expressar qualquer reação apenas fiquei parada encarando o rosto a minha frente, a morena mantinha seus cabelos em um castanho escuro só que agora estava em um comprimento mais curto atingindo a metade de seu pescoço, sua maquiagem era sempre impecável com os lábios pintados de vermelho, eu sentia falta daqueles lábios sobre os meus.

A cima de seus lábios eu podia ver a pequena cicatriz que Regina possuía, ela nunca a deixava evidente sempre a escondendo com maquiagens, eu disse inúmeras vezes o quanto aquele pequeno traço era lindo e sexy nela, mas mesmo assim sempre foi algo que ela não gostava por ver como um defeito seu e Regina Mills, aos olhos do pai dela, não podia ter defeitos. Porém algo havia mudado, pelo que eu via, não havia base ou corretivo cobrindo sua cicatriz, estava exposto o que ela chamava de “falha”.

Meu corpo me traindo direcionou meus olhos pelo corpo curvilíneo da mulher a minha frente, todas suas impecáveis curvas estavam marcadas por um justo vestido de alças na tonalidade preta com alguns riscos nas cores vermelho e azul. Ela estava linda. E eu me encantava vendo sua imponente imagem sobre aquele par de saltos, que a deixavam com a minha altura.

Eu não tinha estrutura emocional ou psicológica para ter a dona do meu coração em minha frente ainda, tudo que eu queria era tê-la em meus braços novamente, mas eu sabia que não podia. Não podia me entregar e permitir que ela invadisse meu ser de novo, eu estava me reconstruindo mesmo que de forma lenta.

Fui tirada dos meus devaneios ao sentir uma mão tocar meu braço, era a mão da morena que estava a minha frente me encarando agora e a profundidade de seu olhar era algo que eu não consegui aguentar por muito tempo, desviei o olhar para ver que Zelena não estava mais ao meu lado, eu não tinha a visto ir para lugar nenhum e não tinha como ela ter sumido em uma fumaça.

— Zelena está lá dentro com a nossa mãe, se for isso que está se perguntando. - Fala Regina notando a minha confusão

— Era isso mesmo, obrigada.

“Aja naturalmente” eu pensava enquanto deixava um fino sorriso escapar que foi imediatamente retribuído só que de forma mais ampla.

— Entre, por favor, ou logo D.Cora aparecerá aqui e me acusara de ter perdido os modos que ela tanto preza. - A morena fala enquanto me da passagem para que eu entre no pequeno hall que havia na casa.

Eu fico em silêncio ao entrar, não sabia o que deveria ser dito naquele momento, sendo assim, apenas percorria os olhos pelo lugar em que havia entrado agora.

O lugar tinha um requinte próprio da matriarca da família, era muito bem decorado com um espelho sobre um pequeno móvel em um tom marrom antigo e um vaso com astromelias, as quais eu só conhecia o nome por serem tradicionais nas casas daquela família que tinham a intenção de atrair a felicidade plena.

— Você está linda, Emma. - Essas palavras que Regina diz atraem meu olhar até sua figura que despia meu corpo com seus olhos.

Está aí algo que eu não estava preparada essa noite, Regina me elogiando e me olhando como se me imaginasse nua me deixava desconcertada, sendo assim, foi inevitável que meu rosto ficasse ruborizado.

— Vo... Você tam...- “Respira, Swan. É só respondê-la com calma” penso ao fechar meus olhos e respirar fundo para tentar interromper meu gaguejar. - Você também está linda, Regina.

Minhas palavras fazem nascer um lindo sorriso do rosto da morena, eu não sabia se o que havia a feito ter aquela reação era o meu desconcerto ou o meu elogio, mas eu senti meu corpo me traindo novamente e borboletas fazendo uma festa no meu estômago. A noite seria muito longa se tudo caminhasse com esse encanto crescente que eu estava readquirindo pela Mills mais nova.

Regina se aproxima de mim ainda sorrindo e encosta levemente sua mãe no meio das minhas costas para me guiar rumo a sala de estar. Eu não queria, porém senti um pequeno arrepio em minha coluna quando sua mão entrou em contato com a minha pele exposta.

— Não precisa ficar nervosa Swan, eu não mordo. - Eu conhecia aquela frase e esperava que ela não a completasse, mas ela não só terminou a sentença como o fez sussurrando em meu ouvido. - A menos que você queria.

Maldito arrepio! Maldita Regina Mills. Desde quando ela fazia joguinhos sensuais tão diretamente?

Eu não tinha controle em meu corpo para aguentar essas coisas, tudo que vivemos ainda estava vivo dentro de mim. Eu não podia esquecer o quanto os meses em que ficamos juntas foram bons, mas o quanto ela me destruiu depois. Por essa razão eu precisava me manter longe, não permitiria que eu caísse novamente pelo medo que Regina tinha de sentir tão intensamente quanto eu sentia.

Ao chegarmos à sala não consegui focar meus olhar meus olhos em qualquer objeto que havia ali que não fosse o amplo sofá preto de três lugares para onde eu pretendia correr e me acomodar para manter distância da morena que ainda tinha seu corpo tão próximo ao meu que eu podia sentir sua quente respiração atingir minha nuca entre os fios do meu cabelo. Toda essa proximidade era para ser evitada assim que eu me acomodo em uma das pontas do espaçoso sofá, porém Regina sentasse ao meu lado.

Eu sabia que ela me encarava, sentia seus olhos queimarem cada centímetro de mim, mas torno a decoração que aquela sala possuía algo muito mais interessante aos meus olhos, obriguei-os a manter o foco na decoração que a mesa de centro possuía. “Um livro sobre flores deve ser muito interessante não? Ele parece ser muito mais interessante nessa linda mesa rodeado por outros livros sobre flores do que a presença de Regina ao meu lado.” era o que passava em meus pensamentos.

Continuo nessa concentração até que sinto um delicado toque em minha perna que faz eu fechar meus olhos e engolir em seco antes de mirar as orbes castanhas, elas possuíam dor e saudade escancaradas enquanto com profundidade invadiam minha alma. Regina tinha muito a me dizer e eu via isso expresso em seus olhos, mas sua intenção era colocar em palavras.

— Eu sinto tanto sua...- Regina começa a dizer sendo interrompida pela campainha que soa por toda a casa.

“Obrigada a quem quer que tenha mandando essa salvação em forma de companhia” agradeço em minha mente pela interrupção ao sentir que eu não saberia reagir diante da declaração que Regina faria e do que estava exposto em seus olhos. Pelos Deuses, ela era casada eu não tinha direito de fazer nada!

— Chegaram! Até que enfim. - Grita Zelena saindo por uma porta que havia ao lado do ambiente em que eu estava.

Cora vinha seguindo a filha até deter seus passos diante de mim para me acolher em um abraço, eu que agora estava de pé tinha em minha mente o questionamento sobre a palavra da ruiva ter sido usada no plural. Não era só uma acompanhante que ela estava prometendo apresentar?

— Agora a festa pode começar.

Sentencia minha amiga momentos antes de abrir a porta e fazendo com que eu me concentre na revelação de seus convidados. Com a porta aberta o que consigo ver são quatro figuras que fazem com que eu sinta arrependimento pelo agradecimento que havia feito anteriormente. Com eles naquela casa eu não sairia sem que tudo fosse colocado em pratos limpos.

— Sejam bem vindos queridos! Entrem e sintam-se em casa. - Eu se fosse Cora não teria dito aquelas palavras.

— Muito obrigado, senhora Mills. - Reponde o moreno de olhos azuis de forma galanteadora. - Olá professoras, é bom ver todas juntas nessa linda noite.

Enquanto todos esboçavam um sorriso e cumprimentavam-se, eu não obtinha a capacidade de disfarçar o quão surpresa eu estava por ter a presença daquele esquadrão. Eu tinha em minha imaginação que as duas Mills mais velhas tentariam acertar e saber detalhes dos sentimentos que eu ainda tinha em relação a Regina, porém apelar e convidar Killian, Ruby, Belle e Rose era algo que ia longe demais para minha mente imaginar.

— O que vocês fazem aqui? - Não consigo evitar a pergunta que sai da minha boca.

— Me senti ofendida agora, não quer nossa ilustre presença nesse jantar? - Fala Ruby aproximando-se para me abraçar o que eu vejo atrair a atenção de Regina.

— Você, entendo que tenha vindo como a misteriosa acompanhante da ruiva, mas quero saber o porquê do esquadrão todo estar aqui também. - Respondo ao me afastar da morena de mechas vermelhas e passar meus olhos por todos que estavam ali.

Alguns sonoros risos saem dos meus alunos e de Zelena, eu não conseguia entender o que de tão engraçado eu havia dito, sinceramente, eu não estava conseguindo entender mais nada o que estava acontecendo naquela noite.

— Acho que você está cometendo um pequeno erro, patinho. - Começa Zelena ao andar alguns passos até a morena de olhos azuis que se marinha sempre quieta. - Minha companhia é Belle, não estamos namorando nem nada mais sério, mas já queria que vocês conhecessem meu possível futuro.

Meus olhos aumentaram de tamanho e minha boca abriu-se um pouco com a expressão de surpresa que eu apresentei em meu rosto. A última noite morna que teríamos antes da entrada do rigoroso inverno que o final do ano prometia estava sendo demasiadamente inesperada.

— Fico feliz em ouvir isso, Zel. Esperava o dia em que veria você apaixonada. - Fala Regina saindo do meu lado e indo abraçar sua irmã.

— A conversa está ótima, mas podemos continuar sentando a mesa? - Cora interrompe o momento. - Eu não cozinhei até agora para comer comida fria, vamos!

Ninguém tinha a intenção de contrária a matriarca Mills, sendo assim, caminhamos a mesa de jantar que já estava devidamente arrumada com disposição de oito lugares, todos contendo louças em um tom preto fosco e guardanapos branco que produziam um contraste digno do requinte de Cora Mills. Acabei sendo a última a tomar um acento, tendo que sentar-me entre Regina, que estava a minha direta, e Rose, que estava a minha esquerda. A minha frente sentou-se Belle ficando entre Zelena e Ruby, e por fim as pontas da mesa foram ocupadas por Cora, que ficou entre suas filhas, e Killian.

— Eu ainda estou me perguntando o que todos vocês fazem aqui. - Quebro o silêncio com a dúvida que ainda estava rondando meus pensamentos.

— Que curiosidade é essa, Caminhorneira Swan. - Fala Killian já se esticando todo para alcançar as travessas que estavam no centro. - Nos viemos para dar apoio a Belle. - O mesmo ri da mentira que conta.

— Essa foi horrível até para você, Jones. - Pronuncia-se Rose pela primeira na noite junto com um revirar de olhos. - Bel me convidou para apoiá-la e eu chamei Ruby para não ficar de vela. Killian só veio pela comida e pelas fofocas.

— Todos nos só viemos por causa das fofocas, Tinker. - A frase sai despreocupadamente dos lábios de French atraindo alguns olhares incrédulos. - O que? Não disse nenhuma mentira.

Nenhum dos presentes faz uma afirmativa negando o que a morena de olhos azuis disse, pelo contrário, todos mantém em silêncio o restante do jantar. Apenas alguns elogios eram soltos sobre o delicioso jantar que a senhora Mills havia preparado e toda essa falta de palavras incomodava meus nervos que estavam em modo alerta.

Após o jantar terminado, Cora com ajuda de Regina retira todos os pratos e os levam até a cozinha onde iriam pegar a sobremesa que a matriarca da família mencionou durante o jantar, como o doce que seria de maior agrado do que a refeição principal. Naquele instante eu estava conversando com Rose e Belle sobre um ou outro importante livro que a literatura americana possuía, estava me sentido finalmente confortável até eu perceber olhares e sorrisos entre os remanescentes da mesa, todos estavam acompanhados das segundas intenções que eles portavam.

— Sabe o que eu estava lembrando? - Ruby inicia o que estava por vir.

— O que, minha queridíssima amiga? - A continuidade do péssimo teatro deles é feita por Killian.

— Da história de amor que a nossa bela professora de literatura, vulgo Emma Swan, nos contou.

A fala de Luccas atrai atenção de Regina que voltava ao cômodo com alguns pequenos pratos e talheres em mãos, aquele seria o jogo que eles usariam para chegar ao ponto em que queriam.

— Uma das melhores aulas que tivemos. - Até Rose estava aderindo à qualquer que fosse o planejamento deles. - Mas me fez ter uma grande curiosidade agora.

— Sobre o que você teria curiosidade agora, Tinker? - Zelena é quem fala com os olhos e um sorriso aberto demais direcionado a mim, que mais uma vez estava tentando entender o que desenvolviam ao redor.

— Emma teve seu “amor eterno” com aquela pessoa. - Expressa a pequena loira ao meu lado fazendo as aspas com os dedos ao dizer o termo que usei. Regina disfarçava a sua atenção na conversa distribuindo os objetos que tinha em mãos, porém eu conseguia ver que observava tudo pelo canto dos olhos. - Ruby e Killian nós sabemos que encontraram o amor deles na Netflix e nas festas que eles vão. Você, Zelena, provavelmente vai ter esse amor com Belle pelo jeito que olham uma para outra. Mas agora e a senhora Mills ou Regina? Qual seria o “amor eterno” delas?

Estava então em frente a mim o que elas usariam naquela noite, todos ali pareciam querer ouvir o lado de Regina na história, abordando até mesmo a história de amor da Mills mais velha para não trazer desconforto à morena que com certeza fugiria se fosse abordada diretamente. Tinha que confessar que o assunto havia despertado meu ser interior que era extremamente curioso, eu queria saber se eu era esse amor de Regina ou qual seria uma possível outra história de amor na qual ela já se envolveu.

— Como eu não tinha pensando nisso antes, Tinker? - A voz de Zelena me faz voltar a ter foco na conversa para que não passasse nenhum momento despercebido por mim. - MAMÃE! Qual seria sua história de amor verdadeiro e eterno?

Cora que entrava no ambiente com pequenos bolinhos de chocolate em uma mão e sorvete de creme na outra, sorri bobamente com a pergunta da filha. Pareceu que por alguns segundos ela havia voltado ao seu passado e o revivido.

— Meu coração pertenceu sempre ao meu marido, pai de vocês meninas. - Começa a contar enquanto senta-se e coloca os doces no centro da mesa para que possamos nos servir. - Quando eu o conhecia ele era um homem tão doce, ninguém tinha o coração tão bom quanto o dele, acho que me apaixonei por ele no momento em que o vi andando por uma das ruas de Porto Rico, não tivemos contato naquele dia, mas eu passei quase um mês frequentando a mesma rua no mesmo horário na esperança de vê-lo. Minha persistência me trouxe resultado, eu o encontrei novamente quando olhei pelos vidros para dentro de uma loja de alfaiataria.

— Papai nunca contou que havia sido alfaiate em Porto Rico. - Diz Regina durante a pequena pausa que sua mãe fez ao recordar-se dos momentos que aconteceram.

— Ele adquiriu vergonha de algumas coisas que viveu, portanto nunca contou essa história a ninguém. A única coisa que ele sempre teve orgulho de contar foi o fato de que diferente das moças do nosso tempo, eu tomei a iniciativa de convidá-lo para um encontro. Quando eu queria uma coisa não havia o que me impedisse e eu queria conhecer mais daquele homem, logo nenhuma tola regra de etiqueta machista me impediria.

— Como diria a diva Beyoncé: Quem manda no mundo são as mulheres. - fala Ruby empolgada pelo empoderamento que Cora mostrou ter. - Já te amo Cora Mills, meu novo ícone feminista! Me adota, por favor.

—Também já te amo, minha querida, e fique à vontade para fazer parte da família. - Responde Cora com um sorriso tranquilo que era espelhado na face de todos a sua volta

Apesar da situação singular ao qual deve ter sido planejado essa noite, eu via naqueles rostos parte de quem eu era, parte do lugar onde eu pertencia, eram minha estranha família.

— Momento muito fofo de acolhimento, mas será que já podemos voltar ao foco?

— Eu criei uma filha sem coração, não é possível- A matriarca fala revirando os olhos para a ruiva. - Continuando então, após o pai de vocês aceitar ter um encontro comigo, tudo se desenvolveu de forma rápida. Nos apaixonamos, nos casamos, enfrentamos juntos a mudança para os Estados Unidos e tivemos duas linda filhas. Aconteceu tudo o que deveria acontecer a um casal norma e meu amor por ele só aumentava em cada ano que passávamos juntos, mas o meu antigo Henry mudou e perdeu aquele pelo qual me apaixonei perdidamente.

Uma solitária lágrima desliza pela face de Cora, que fecha os olhos para manter seu controle. Um silêncio instalou-se pelo ambiente, todos os olhares estavam centrados na ponta da mesa em que a mais velha da família estava sentada, vejo a mão de Regina deslizar sobre a mesa ao encontro da mão de sua mãe em um gesto de carinho e entendimento.

— Meu marido tornou-se uma pessoa tão ambiciosa que era capaz de ignorar a felicidade de quem estava a sua volta para ter o que desejava e eu da pessoa autoconfiante que era me tornei dependente de chegar a achar que não conseguiria viver se não fosse ao seu lado. - Cada palavra de Cora escapou de seus lábios em um fio de voz, fazendo-me acreditar que era a primeira vez que dizia aquilo para outras pessoas. - Foi há alguns meses atrás que eu noite meu engano, eu poderia muito bem viver sem um homem, mas jamais poderia viver sem minhas filhas. A felicidade das minhas meninas foi pisoteada por Henry, ele queria dias marionetes em sua mão, por isso tomei minha decisão e vim parar em Boston junto com Regina, precisava recuperar a distância que foi estabelecida entre mim e minha pequena ruiva e recuperar a felicidade perdida da minha pequena morena. Por que elas são meus amores eternos e verdadeiros, os quais não posso viver sem.

Depois de finalizado o que a mais velha das Mills falava eu não conseguia direcionar meu olhar para qualquer lugar senão o prato que estava a minha frente, em minha face começou a escorrer algumas lágrimas ao sentir todo o amor e arrependimento que aquelas palavras possuíam. Eu vi o que Regina passou por causa de seu pai, mas nunca cheguei a imaginar o quanto ele pode ter limitado a própria esposa, o quanto toda aquela família pode ter perdido por vontade de poder e dinheiro que um homem tinha em si.

Sinto alguns movimentos ao meu redor que me faz levantar a cabeça e deixar que meus olhos percorram o ambiente. Killian, que estava com seus olhos um pouco vermelhos, alternava seu olhar entre Rose e Ruby como se estivesse confuso sobre a ideia deles, Belle tinha os olhos preocupados na direção da futura namorada, Zelena e Regina estavam em pé e envolviam a mãe em um apertado abraço, ambas possuíam rastro de seus choros pela face. Ainda que entre elas a distância tenha imperado durante muito tempo, o amor era claro naquele abraço.

Foi então que minha mente viajou até meus pais e a quanto tempo eu não me encontrava com eles. Mary e David não foram os mais presentes em minha vida, mas me deram tanto amor e me criaram do melhor jeito que eles puderam, se eu tinha minha paixão por livros era um ensinamento da minha mãe, que era professora do infantil e uma amante das palavras e se eu tinha a minha teoria de “amor eterno” foi por passar anos vendo a magia que meus pais possuíam. Eles iniciaram minha moldagem e eu concluí para me tornar quem eu sou hoje. Precisava ligar para meus pais o mais rapidamente possível.

Passo a ter minha atenção no que ocorria a minha frente, onde lentamente as mulheres da família Mills recompõem-se e retornam para suas cadeiras, o silêncio prolonga-se por instantes que eu não consigo calcular. Zelena e Belle estabelecem uma conversa através de seus olhares, posso sentir a tensão que havia entre meus três outros alunos ao meu lado e também sinto a tensão que há no corpo de Regina, sem conseguir controlar os atos do meu corpo coloco minha mão sobre a sua que estava apoiada em sua perna. Seus olhos encontrando-se com os meus e novamente um arrepio percorre minha coluna, era bom senti-lo, parecia algo tão certo e tão nosso, que não parecia errado.

— E eu achando que não veria Zelena Mills chorar, meus amigos. - Killian quebra todo o clima que havia na sala com uma pequena provocação, seria estranho se eles continuassem por muito mais tempo quietos.

— Cala boca, Jones. Não tem graça terem me feito borrar meu rímel, ele nunca é barato. - Reclama Zelena, enquanto limpa a maquiagem embaixo dos olhos, o que nos faz rir. - Todos riam da palhaça mesmo!

— Olha o exagero no drama, ruivinha. - Falo para aproveitar a deixa e provocar minha amiga.

— Você devia ter ficado é quieta, patinho.- O tom de Zelena que era pra a ser ameaçador me faz rir.- Mas já que não ficou, eu lembrei do assunto em que estávamos.

“Mil vezes droga!” grito comigo mesma ao ver o sorriso vitorioso da ruiva crescer em seu rosto, o plano deles não havia terminado.

— Acho que só falta nos sabermos a história de amor da minha querida irmãzinha, não? Conte-nos o que você já viveu, sis.

Sinto os dedos de Regina se entrelaçar aos meus e apertarem minha mão em claro sinal de tensão com o assunto abordado, a morena tinha muitas barreiras para falar de seus sentimentos.

— Nem tente esquivar-se, nos somos extremamente persuasivos. Swan que o diga, certo professora? - Ruby é quem pronúncia essas palavras ao notar que Regina está hesitando.

Os olhos castanhos recaem sobre mim e nos encaramos profundamente. Regina tinha medo e tristeza em seu olhar, ela possuía muito dentro de si que não queria e tinha receio em libertar. Em sua alma eu sempre vi tantas cores, mas agora só via a escuridão ao qual ela tinha emergido e as brechas de luz que ainda não havia apagado-se.

— Fale, minha filha, às vezes faz bem. - Cora fala e Regina fecha seus olhos para respirar fundo.

Então olhando agora para todos, ela começa a falar:

— Eu achei que nunca fosse ter além de paixões vazias, com 16 anos eu já sabia com quem eu deveria me casar, tinha todo meu futuro em um caminho muito bem traçado pelo meu pai e eu jamais ousaria desobedecê-lo. - As palavras de Regina atingiam diretamente a mim, se eu não estava preparada para o que ela estava falando agora, não queria nem imaginar como seria até o fim. - Mas um dia eu conheci uma pessoa que fez meu mundo virar de ponta cabeça, ela trazia em seu rosto um sorriso tão encantador enquanto eu andava pelos corredores da faculdade no período da noite, era minha primeira vez naquele horário, eu até poderia ter recebido sua ajuda e talvez começado uma amizade com ela naquele dia, porém eu tinha meus muros e seria demais passar por cima deles por alguém que eu havia acabado de conhecer. O plano era evitá-la só que não seria possível isso acontecer já que minha querida irmã sempre teve o dom de fazer amizade com todo mundo.

— Sou a sociável da família, né meu amor, alguém tinha que ser assim. -Intromete-se Zelena.

— Claro, sis. E ainda teve que praticamente forçar que eu fizesse amizade com a mesma pessoa que você fez, - Ok! Eu conhecia aquela história e não sei se me sentia curiosa para saber o que mais estava para vir ou se pedia para não ter a chance de escutar algo mais - entretanto não vinha só amizade para mim, eu me via descobrindo sentimentos que eu jamais achei que teria por aquela pessoa. Ela sempre fora tão encantadora com seus sorrisos fáceis e seu jeito infantil, não tinha como eu não me apaixonar por essa pessoa. O meu erro nessa história foi não ter largado tudo para ficar com ela, eu tinha namorado e devia ter largado antes mesmo de descobrir sua traição, não devia ter dito que nossa primeira noite juntas foi um erro, porque aquela noite foi a mais mágica de todas que tive em minha noite, aquela e todas as outras que tivemos quando começamos a morar juntas e depois aceitamos ter relacionamento escondido.

As palavras de Regina agora em ditas com a morena olhando dentro de meus olhos e os nossos rostos já coberto por rastros de lágrimas.

— Eu devia ter dito tanta coisa para ela quando tive a chance, só que o medo nos faz refém e nos obriga a fugir. Nos só conhecíamos o furacão e eu não sabia com eu poderia mudar isso, por esse motivo em uma de nossas brigas eu fui embora para que ela pudesse seguir a vida dela, sem que estivesse presa a uma pessoa com tantos problemas internos como eu tinha. - Eu desviei meus olhos encarando os rostos que apresentavam-se fascinados por conseguirem compreender a mesma história que eu tinha. - Após isso voltei para minha casa pedindo abrigo e compreensão pela minha falta de coragem de mostrar meus sentimentos, eu encontrei isso em minha mãe, mas meu pai apenas viu a obrigação que teria de casar e eu não neguei isso a ele, meu futuro não podia ser outro.

— Você não me contou toda essa história, minha menina. Eu teria impedido as ideias de seu pai, e se fosse preciso pediria o divórcio antes para vê-la feliz. - A matriarca dos Mills fala alcançando a outra mão de Regina e segurando de forma protetora.

— Eu precisava descobrir como eu mesma impediria essa vida que foi escolhida para mim, mamãe. E eu só fui descobrir anos depois quando ainda sentia um vazio em meu peito que meu marido nunca foi capaz de preencher, eu não era nada além de uma mulher que servia para seus desejos sexuais e para dar-lhe herdeiros, porém eu acabei descobrindo que jamais poderia ser mãe por causa de alguns problemas que meus óvulos e útero possuem, o que fez com que eu fosse uma pessoa mais desprezível ainda para ele. - Aperto a mão da morena que ainda estava com os dedos entrelaçados com os meus ao ouvir sobre sua infertilidade, foram inúmeras às vezes em que ela sonhou com uma pequena menina chamando-a de “mamãe” e ter suas chances para isso reduzidas devem ter criado uma dor enorme em si. - Não demorou muito e eu pedi o divórcio de Robin, agora meu ex-marido faz dois anos. Passei todo esse tempo viajando o mundo e me descobrindo como mulher e historiadora novamente, até que decidi voltar e minha bela ruiva conseguiu uma vaga como professora aqui em Boston, logo não tive dúvidas em mudar minha vida para cá e quem sabe tentar a sorte com o meu passado.

Nenhum dos presentes sabia o que falar diante das declarações feitas pela mais nova das Mills, minha mente estava um turbilhão e não tinha coordenação nenhuma, haviam sido jogadas tantas informações sobre mim que eu não sabia com reagir. Tudo indicava que as palavras de Regina eram sobre mim e ela ainda tinha algum sentimento em relação ao que vivemos, só que ela em nenhum momento disse me amar ou que ela tinha descoberto que seu “amor eterno” era eu, ela apenas contou sua história como Zelena pediu para ser feito.

— Eu preciso lavar meu rosto e tomar um pouco de ar, com licença. - Regina fala levantando e soltando minha mão para afastar-se.

Eu agora sentia falta de seu toque, era como se ao olhar para minha ela não estivesse completa, faltava o toque quente e delicado que a mão de Regina tinha.

— Você é burra ou o que, Swan? - Diz Killian visivelmente irritado.

— O que? Porque está falando isso, Killian?

— Vai se fazer de desentendida ela agora! Que lindo!

— O que Killian quer dizer é que EU NÃO ARMEI ESSE CIRCO TODO PRA VOCÊ NÃO IR ATRÁS DA MULHER QUE AMA DEPOIS DELA SE DECLARAR PRA VOCÊ, EMMA SWAN - Grita Zelena levantando-se e colocando seus punhos fechados sobre a mesa.

— Vocês acham realmente que vão me fazer ir atrás de Regina e dizer para ela que eu não a esqueci, mas que ela fodeu com todo o meu ser e por isso ainda não estou em seus braços? - Falo encarando um a um com uma expressão incrédula.

—SIM! - Me assusto com todos dizendo a mesma palavra e ficando em pé ao mesmo tempo, eles deviam ter ensaiado esse momento tamanho o sincronismo.

— Minha querida, vá resolver as coisas enquanto ainda te chance. - Fala Cora como se fosse a última carta que eles jogariam e para minha tristeza funciona.

— Não precisam nem falar mais nada, já me convenceram. - Os respondo me levantando com as mãos para cima como em rendição e caminho para fora da sala em busca de um corredor que me ajude a encontrar Regina.

Meus passos são vacilantes, não conseguia ter a certeza se falar sozinha com a mulher que tem meu coração seria o correto agora. Estava tudo fervilhando dentro de mim enquanto eu mergulhava novamente entre meus sentimentos. Eu tinha a certeza que ainda amava Regina com todas as minhas forças.

— Emma?- A voz rouca de Regina soa atrás de mim, fazendo com que eu vire e a encare parada no batente de uma das portas do corredor.

— Sim? Eu só estava procurando a porta do banheiro, acho que preciso arrumar minha maquiagem.

— Você continua linda, mesmo com a maquiagem um pouco borrada. - Seu sorriso era tranquilo ao aproximar-se e esticar sua mão para colocar uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Aproveitando que estava com sua mão próxima ao meu rosto, ela a desliza delicadamente por minha face em forma de carrinho que faz com que eu feche os olhos.

— Regina, não faça isso, por favor! - peço em um fio de voz.

— Não, Emma! Eu preciso que escute! - Ela afasta sua mão o que faz com que eu abra meus olhos e encare o brilho que suas orbes possuíam mesmo na escuridão do corredor.- Eu devia ter dito isso antes, mas eu preciso que saiba que eu te amo. Cada detalhe seu faz meu coração bater tão forte que às vezes acredito que ele vai sair de meu peito, você traz tanta luz para minha vida, você transborda tudo que eu sou. Desde o dia em que te vi me tornei completamente apaixonada por você, Swan. Todos esses anos longe de você foram os piores da minha vida e quando a vi há duas semanas eu só tinha vontade de uma coisa.

Regina não espera que eu tenha qualquer reação antes de avançar com seus lábios contra os meus. No primeiro instante eu não soube o que fazer ao poder novamente beijar os lábios que tanto senti a falta, mas logo tratei de colocar minhas mãos em sua cintura podendo assim puxá-la para mais perto de mim. Nosso beijo era urgente, matávamos aos poucos a saudade que sentíamos enquanto nossas línguas redescobriam cada canto de nossas bocas.

Eu poderia provar daquilo para sempre, manter aquele momento guardado em um potinho, mas infelizmente não era tudo como eu queria, então precisei me afastar. Nossa respiração estava completamente descompassada ao nos olharmos após o que havia acontecido.

— Você não pode chegar e jogar tudo na minha cara para depois me beijar, Regina. Não é assim que funciona, não ficaremos bem só por que eu ouvi sair de sua boca o “eu te amo” que esperei anos para ouvir. - Eu falava desnorteada andando de um lado ao outro sem conseguir por meus olhos na morena agora, eu estavas beira de ceder diante do meu amor por ela como eu sempre fazia. - Quando você foi embora há anos atrás, você tem noção de como destruiu cada pedaço do meu coração? E ainda teve a coragem de mandar seu convite de casamento com aquela babaca de olhos azuis.

— Emma, eu jamais mandaria o convite daquele casamento a você, só pode ter sido Robin ou meu pai, mas eu jamais faria isso. - Fala Regina assustada, eu podia ver que sobre essa história ela não tinha ciência. - Eu te deixei naquela noite por que te amava e sabia que você merecia algo melhor do que eu.

— NÃO É VOCÊ QUE DECIDE O QUE É MELHOR PARA MIM! - Grito.

— Emma, por favor...

— Eu não posso esquecer, Regina. Eu te amo tanto que chega a doer meu peito e a tanto tempo que escondo esse sentimento, mas agora eu não posso simplesmente perdoá-la. Não agora, sinto muito.

Dito isso passo por Regina na intenção de deixar o corredor. Atingindo novamente a sala de estar solto o ar que eu prendia e me apoio na poltrona que estava ali, meus pensamentos encontravam-se em águas turbulentas. Saber que Regina me amava, ter seus lábios novamente contra os meus e ainda sentir a dor do passado me assolar tinha terminado com todas as minhas forças, só queria pedir a Zelena para que fôssemos embora.

Ao entrar na sala onde estava ocorrendo o jantar, noto os lugares onde Zelena e Belle estavam sem ninguém. Eu torcia para que elas estivessem apenas se pegando em qualquer lugar dessa casa e não tenham ido embora.

— Onde está Zelena? - Pergunto fazendo minha prece aos Deuses para que fosse a primeira hipótese a resposta para minha pergunta.

— Saiu a um tempinho com Belle, parece que elas tinham algo programado. - Diz Cora virando-se em minha direção.

Eu quis me amaldiçoar por ter pedido carona para ruiva, como eu não havia cogitado a ideia de ser largada aqui. Eu estava tendo algum problema de raciocínio, só podia ser essa a explicação.

— Nós só não damos carona a você, professora, por que viemos de metrô. - Fala Rose como se desculpasse pela minha situação.

— Falando nisso, estamos quase atrasados para descermos até a estação. - Kilian é quem se pronuncia ao levantar e caminhar até Cora para se despedir. - O papo estava ótimo, Cora. Me chame mais vezes que ainda quero saber sobre os bons tempos em Porto Rico. Vamos, suas folgadas, não vou perder o metro por culpa de vocês!

As meninas despedem-se rapidamente de Cora e apenas gritam um “Tchau” para mim e Regina que estava entrando no ambiente, antes de saírem correndo atrás do moreno que já estava na saída.

— Eu posso levá-la, Swan. - Diz Regina em uma voz baixa enquanto ainda estou virada com minhas costas para ela. - Se você quiser, é claro.

— Menina Emma, deveria aceitar. Você sabe o quanto pode ser perigoso para uma mulher andar essa hora sozinha em qualquer lugar.

Cora Mills devia ter algum feitiço de convencimento em suas palavras, pois mais uma vez eu não conseguia encontrar como recusar ao que seus argumentos me trouxeram. Logo, apenas aceno com a cabeça concordando com a carona de Regina.

Eu e sua filha nos despedimos da morena mais velha com calorosos abraços e promessas de que voltaríamos a ter jantares no futuro e que agora seria um em meu apartamento e outro no apartamento de Regina.

Enquanto entrávamos no carro e a morena pedia para que eu indicasse o caminho até meu bairro, em minha cabeça passava apenas a ideia de que não teria como eu evitar a presença de Regina. Eu tinha risco de encontrá-la constantemente na universidade, já que agora ela daria aulas para os que estavam cursando história. E também havia chances de eu vê-la por obra de Zelena ou de Cora. Ambas não escondia o agrado que possuíam com uma relação entre mim e a minha rainha, ficando bem claro com toda a armação para um encontro entre nós depois de eu ter fugido por semanas.

A viagem até o meu apartamento deve ter durado no máximo meia hora, já que por passar da meia noite o tráfego era intensamente reduzido, seguimos todo o percurso com o silêncio sendo quebrado apenas pela suave música que tocava no rádio, cada uma estava imersa em seus pensamentos. Chegando à porta do meu pequeno prédio o silêncio perpétuou durante o tempo em que eu pensava em como deveria me despedir dela. Deveria abraçá-la? Deveria apenas agradecer e sair? Isso! Era exatamente assim que eu deveria fazer.

— Muito obrigado pela carona, Regina. Tenha uma boa noite. - Falei calculando se não havia sido seca ou até formal, eu só devia agir naturalmente com ela.

Retiro meu cinto e destravo a porta para poder sair, quando a mão dela morena segura em minha mão, o que leva meu olhar imediatamente para seu rosto.

— Só quero dizer que agora eu estou aqui, Emma. Eu te amo e não vou fugir dessa vez, posso esperar você pelo tempo que precisar.

Não tenho resposta para o que Regina me diz, apenas mantive meu olhar na profundidade que o seu possuía, sentido o entrelaçar agradável que nossos dedos encontram.

A única certeza que eu possuía naquele momento era que eu amava Regina Mills, não importava o tamanho da distância que eu colocasse entre nós, eu sempre continuaria a amá-la. Todo o meu coração pertencia a Regina e o seu me pertencia. Nós somos eternas!

 

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Notas finais do capítulo

Alguém vivo aqui?
Juro que meu coração quase despedaçou ao escrever esse capítulo.
Espero realmente não ter decepcionado, porque tudo o que eu tenho em mim está em cada linha e cada personagem representa algo para mim, então tentei colocar tudo da maneira mais intensa e bonita que eu consegui.
Emma e Regina não tiveram bem um final, mas um possível recomeço para duas pessoas que já foram tão quebradas.
Conversem comigo aqui nos comentários ou lá no Twitter ( @majestyswen ) e me digam o que acharam.

Agora a chance de um retorno é praticamente nula, não tenho pretensão nenhuma que ela seja uma long, mas já tive ideias para um projeto com ela. Quem sabe um dia, né?
Novamente muitooooo obrigada por terem lido, sei que foram capítulos enormes e até cansativos por isso sou infinitamente grata por estarem lendo essa minha primeira fic.

Um FELIZ ANO NOVO pra todo mundo, com muita paz, saúde, amor e Swanqueen.

Vejo vocês em 2018 com novas história. ♥