The best of us escrita por Lily


Capítulo 4
03




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“Toda solução cria novos problemas.”

 

Ela chegou atrasada para pegar Mia, já era quase quatro da tarde quando ela estacionou na frente do colégio. Amélia a esperava emburrada nos degraus do prédio, ao seu lado estava um garotinho de cabelos pretos que parecia ter a mesma idade que ela e logo atrás estava Melissa McCall.

—Você está atrasada. - Mia disse se levantando e limpando o fundo do vestido.

—Desculpa, comecei um emprego novo e acabei me enrolando. - falou e então se virou para Melissa. - Obrigado por ficar aqui com ela.

—Não tem problema, Ronnie gostou dela. Não é querido? - o garotinho deu de ombros, mas Lydia podia ver as bochechas dele se avermelharem. - Amélia é um doce.

—Estamos falando da mesma Mia? - indagou fazendo Melissa rir.

—Você já conversou com sua mãe Lydia?

—Ainda não, meu tempo está um pouco apertado. - disse. - Vou ver se consigo falar com ela hoje, talvez jantar lá.

—Faça isso, vai ser o melhor para vocês duas. - Melissa aconselhou pegando Ronnie pela mão e indo em direção ao seu próprio carro.

Suspirou se agachando para ficar do tamanho de Mia.

—Como foi seu dia?

—Eu não gosto dessa escola. - ela disse fazendo bico e correndo para o carro, Lydia a seguiu.

—Qual o problema?

—Todos eles são burros.

—Mia! - a repreendeu.

—Eles não sabem a diferença de uma difusão para uma supressão. - ela disse batendo o pé, Lydia revirou os olhos.

—Nem você deveria saber.

—Me deixa voltar para minha antiga escola, lá eles sabiam de mais coisa.

—Não podemos, nossa vida é aqui agora. - disse abrindo a porta para Mia entrar. - Sinto muito fadinha.

•••

—Aqui jaz o fim de Amélia Martin. - Mia disse jogando as flores de papel pela janela.

—Mia, saía da janela agora. - ordenou ajeitando as caixas de comida chinesa na mesa. A contragosto Mia desceu do banquinho que havia arrastado até a janela, já passava das onze da noite, era muito tarde para uma criança na idade dela estar acordada, mas Mia não era uma criança normal e Lydia não era a mãe mais exemplar do mundo, não faria mal pelo menos um dia na semana elas ficarem até mais tarde acordadas.

—Eu vou ter que comer com os pauzinhos? - Mia indagou enquanto Lydia a ajudava a se sentar na mesa.

—Não precisa, meu amor. Apenas coma um pouco e depois podemos ir dormir. - disse entregando um garfo de plástico para ela.

—Mamãe, eu realmente tenho que voltar amanhã?

—Eu tenho que trabalhar e você, estudar. - disse pegando uma porção de yakisoba. - Sei que não gosta muito de lá, mas te peço apenas uma chance.

—Posso levar o Mily amanhã? - Mia pediu, Lydia desviou o olhar para o urso roxo na cama.

—Acho que não tem problema.

Mia sorriu um pouco mais feliz, Lydia respirou fundo, sua filha não tinha culpa de nada, mas estava pagando por aquilo. Alguém bateu na porta. Lydia se levantou intrigada, não tinha dado seu endereço para ninguém e não conhecia nenhum pessoa que a procuraria a aquele horário. Caminhou até a porta abrindo-a devagar, a figura familiar foi se revelando aos poucos.

—Oi amor. - Nolan sorriu para ela, Lydia respirou fundo prensando os lábios para evitar gritar.

—O que você está fazendo aqui? - indagou irritada.

—Vim buscar você e Mia, leva-las para casa. - ele disse firme, ela revirou os olhos.

—Nolan me erra. - pediu tentando fechar a porta, ele a impediu. - Me esquece. Volta para Liz, vocês se merecem.

—Lyds por favor, foi apenas um beijo. - ele insistiu, Lydia tentou empurrar com força, Nolan nunca foi muito estável, ela temia por Mia.

—E milhares de transas. Nolan vai embora, me deixa em paz. - pediu elevando o tom de voz.

—Sinto muito, mas eu não vou perder vocês duas por conta de um erro bobo.

Nolan empurrou a porta com força fazendo Lydia se desequilibrar para trás, Mia gritou e correu.

—Vai embora! - gritou o esmurrando no peito, Nolan a segurou pelos pulsos a jogando contra a parede.

—Arrume as suas coisas, vocês voltam comigo. - ele disse caminhando duro até as malas e as jogando na cama. Mia correu até ela segurando o urso com força.

—Corra lá para baixo e busque ajuda. - sussurrou empurrando Mia pela porta aberta. Ouviu os passinhos dela se afastarem. - Nolan sai daqui! Não tem mais nada entre a gente.

—Vocês vão voltar comigo, vamos ser uma família feliz como fomos nos últimos anos. - ele disse fechando as malas.

—Feliz o caralho! Porra Nolan, sai da minha vida!

—Lydia. - ele tentou se aproximar, ela se afastou. - Vamos tentar de novo, eu, você e Mia.

—Não ouse tocar na minha filha. - disse virando as costas pronta para sair, Nolan a agarrou pelo braço. - Me solta seu filho da mãe. - rosnou se voltando para ele.

—Lydia. - ele apertou seu braço com força.

—Solta ela agora. - Lydia se virou encarando o sheriff Stilinski. - Eu mandei solta-la.

Nolan riu apertando a ainda mais, Lydia já podia sentir a marca que ficaria.

—Isso é um assunto entre ela e eu.

—Nolan! - gritou tentando se soltar.

O sheriff então apontou a arma para ele, Nolan a soltou, Lydia correu para fora ficando atrás do Stilinski.

—Mãos para trás. - o sheriff gritou. - Já disse, mãos para trás. - Nolan cruzou as mãos atrás do corpo, em segundos estava algemado. - Você vai passar a noite na cadeia hoje para aprender algumas coisas, depois conversamos. Parrish leva ele.

Lydia viu o policial levar Nolan, deixou o fôlego que estava prendendo sair, o sheriff colocou a mão sobre seu ombro.

—Você está bem, Lydia?

—Mia?

—Lá em baixo. Ela está bem.

Ela fechou os olhos deixando algumas lágrimas caírem.

•••

Lydia observava a paisagem mudar, havia aceitado a proposta do sheriff para passar a noite na casa dele, já que muito tarde para bater na porta de Natalie. Mia dormia em seu colo, havia sido um dia muito corrido para ela. O carro parou, o sheriff desceu e deu a volta para abrir a porta para ela.

—Tem certeza? Podemos ir para algum hotel, não quero incomodar. - disse segurando Mia e saindo do carro.

—Lydia já liguei para Cláudia e expliquei a situação, ela disse que tudo bem. - ele falou pegando as bolsas, ela abaixou a cabeça o seguindo até a casa. Cláudia já os esperava na porta.

—Que bom que você está bem Lydia. - a senhora Stilinski disse sorrindo. - Essa é a Mia.

—Amélia, mas só chamo ela de Mia. - disse ajeitando-a com cuidado.

—Ajeitei o antigo quarto de Stiles para vocês, espero que não se importe.

—Não, apenas quero dormir um pouco.

—Vem. - Cláudia a guiou até o andar de cima. As memórias daquela noite de ano novo voltaram a sua mente, sabia aquele caminho de cor desde de o primeiro ano, naquela noite tudo estava escuro, mas ela ainda se lembrava.

Deitou Mia na cama.

—Tem certeza que a gente não vai incomodar? - indagou acariciando o rosto da filha.

—Imagina, apenas durma querida. - Cláudia fechou a porta. Lydia deitou ao lado de Mia e adormeceu.

•••

O sol inundou o quarto, Lydia coçou os olhos se sentando na cama, olhou para o lado, Mia não estava lá. Seu coração começou a bater mais rápido, pulou da cama e correu para o corredor. Demorou alguns segundos para perceber onde estava, desceu a escada.

—Eu gosto de panquecas, mas apenas com calda de caramelo. - ouviu Mia dizer.

—Stiles também, embora ele sempre gostasse de colocar gotas de chocolate no meio. - Cláudia disse, Lydia adentrou a cozinha, Mia estava sentada ao lado da senhora Stilinski com um prato de panquecas a sua frente.

—Mamãe coloca gotas de chocolate na massa, elas sempre ficam boas. - Mia falou colocando uma porção na boca.

—Bom dia. - disse chamando a atenção para si.

—Bom dia, Lydia. Dormiu bem? - Cláudia indagou, ela assentiu. - Noah saiu cedo para a delegacia.

—Vai ser bom para Nolan aprender uma lição. - disse, então se virou para Mia. - Coma rápido, ainda tenho que te levar para o colégio.

—Eu posso fazer isso. - Cláudia disse. - Eu posso leva-la.

—Não sei.

—Deixa a vovó Cláudia me levar, mamãe, por favor. - Mia pediu juntando as mãozinhas a frente do corpo.

—Vovó Cláudia? - indagou surpresa, Cláudia sorriu sem jeito.

—Ela começou a me chamar assim e eu não pude negar. - ela disse, Lydia assentiu enquanto se sentava à mesa.

—E o enteado de Stiles? Ele não lhe chama de vovó?

—Benny é um caso à parte, ele mal vem aqui e quando vem não conversa com ninguém. - Cláudia disse recolhendo os pratos sujos. - Malia até tentou, mas ele gosta apenas dos avós maternos. Principalmente de Peter.

—Peter Hale?

—Sim, sim. O pai biológico de Malia.

—Espera o que? Quando eu saí daqui Peter era um solteirão sem nenhum futuro que ficava dando em cima de qualquer uma que tivesse dois peitos e partes íntimas femininas. - disse surpresa.

—Vagina. - Mia falou, Cláudia riu.

—Amélia! - a repreendeu, então se virou para a Stilinski. - Agora você vai ter que me explicar essa história direito.

—Um pouco depois de você ir embora de vez Stiles chegou com uma amiga, Malia, ele estava ajudando ela a encontrar seus pais biológicos e a pista levou direto para Peter, ele havia se relacionando com uma mulher no México, só que ela era casada, o cara, o pai adotivo de Malia, sabia que ela não era filha dele, mas mesmo assim a criou com todo o amor do mundo. Peter ficou em choque quando descobriu que tinha uma filha de 21 anos, Malia o ajudou a mudar, ele mudou tanto que até começou a namorar sua mãe. - Cláudia contou e por fim colocou uma xícara de café à sua frente.

—Obrigada. - sussurrou tomando um gole do café fresco.

—Mia, suba e pegue sua mochila. - Cláudia pediu.

—Ok vovó. - Mia pulou da cadeira e subiu, Lydia apertou a xícara entre os dedos, o incômodo lhe apertou o estômago.

—Você tem sorte, Lydia.

—Como?

—Amélia, você tem muita sorte de tê-la, os filhos são as melhores coisas do mundo. - assentiu sorrindo.

—Stiles iria ama-la.

—Ele vai ama-la, Mia é como Stiles, só que de saia. - Cláudia disse, Lydia riu. - Nunca vi uma criança tão parecida com ele, até que parece que é sua filha.

Lydia se engasgou com o café, Mia parou na porta da cozinha com a mochila nas costas.

—Vamos vovó?

—Claro meu anjo. - Cláudia pegou sua própria bolsa. - Lydia, querida, tome seu café direito, não quero ver você passando mal de novo.

Ela arregalou os olhos, a porta da frente bateu e em segundos ela ouviu o barulho do carro saindo.

—Merda! - grunhiu. Cláudia sabia.   


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