O dia estava lindo. Poucas nuvens no céu, o sol brilhando lindamente e não estava quente, o que deixou o clima mais agradável... Para as outras pessoas...

A cidade estava alegre, pois faltavam dois dias para o Festival do Amor que aconteceria no sábado pela noite.

O festival não era especificamente para casais, e sim para celebrar o amor em geral seja por uma pessoa, animal ou pela vida.

As crianças corriam feliz pela ruas com serpentinas e enfeites, enquanto seus pais os seguiam sorrindo para os filhos.

Lucy observava tudo isso da janela de seu novo apartamento. Tinha se mudado para a rua mais afastada do centro de Magnólia que mesmo assim era bem agitada.

Sua mudança foi algo muito repentino e mal pensado. Ela fez muitas missões solos e estava com o dinheiro suficiente para complementar o preço de uma casa. A casa onde moraria com seu amado.

Porém o mundo da voltas, e sua vida virou de cabeça para baixo, todos seus planos foram jogados para o ar e depois pisoteados. Ficava se perguntando “Onde foi que eu errei”, mas nunca obteve respostas, pois não foi ela quem errou, e sim ele...

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~ Flashback, uma semana atrás ~

Lucy estava feliz, tinha acabado de falar com o proprietário da casa que queria comprar e ele aceitou sua proposta. Logo poderia se mudar e viver feliz com seu amado: Sting Eucliffe, seu noivo.

Exatamente isso que você leu: Noivo! Depois dos Grandes Jogos Mágicos as guildas dos dois se aproximaram muito, ficando tudo em paz.

Entre missões em conjunto com as duas guildas, risadas e conversa fiada os dois de aproximaram. Estavam juntos fazia três anos.

Todos ficaram felizes com essa união, achavam que eles faziam um belo casal. Ela mais calma, educada e paciente e ele bagunceiro e barulhento ao extremo. Um ótimo equilíbrio.

Comprou alguns pães no meio do caminho, enquanto relembrava de sua trajetória até aqui. Com toda certeza se sentia a mulher mais feliz do mundo.

Rumou para seu apartamento, o mesmo que morava desde que entrou para a Fairy Tail só que um pouco diferente, tinha feito algumas mudanças em sua estrutura.

Chegou rapidamente, subiu as escadas correndo, pronta para ligar para seu amado e contar a novidade. Entrou tranquilamente, estranhando o cheiro de bebida.

Bebida só significava um coisa: Sting estava ali. Ele sempre aparecia de surpresa, trazendo algo para beber e muitas vezes, por ser descuidado, acabava derrubando a garrafa no chão e foi isso que Lucy viu em sua sala.

— Idiota... Quantas vezes já não falei para ele limpar a bagunça? — Lucy sussurrou.

Deixou isso de lado por enquanto e foi para a cozinha, guardando os pães. Largou sua bolsa no sofá e foi para o quarto pegar uma roupa e a toalha, precisava de um banho antes de dar um sermão em certo loiro que, com certeza, estava dormindo.

Abriu a porta do quarto e estava tudo escuro. Sabia que Sting dormia feito uma pedra, então ligou a luz sem nem pensar duas vezes, mas se surpreendeu com o que viu.

Roupas espalhadas por todos os lados, até ai tudo normal se não fosse por um detalhe: Também tinha roupa de mulher jogada, e ela tinha certeza que não era dela.
Juntou toda a coragem que tinha e subiu seu olhar, mas logo se arrependeu. Sting estava dormindo, como o esperado, mas de cada lado dele tinha uma mulher ruiva, e para piorar ambas estavam... Não podia ser...

Ficou em choque assim que assimilou o que tinha acontecido ali e sentiu nojo do que viu. Segurou as lágrimas e, tentando manter a calma, saiu do quarto sem fazer barulho.

— Abra-te o portão da Virgem, Virgo — invocou com a voz trêmula.

— Hime, o que aconteceu? — Virgo a olhou preocupada.

— Você logo saberá, Virgo... Apenas te peço que, por favor, pegue minhas roupas e leve para o Mundo Celestial. Eu não sei se aguentaria entrar lá dentro de novo — explicou rapidamente, começando a chorar.

— Pode deixar — Virgo fez o que foi pedido, e logo entendeu o que acontecia, ficando com tanta raiva que até se esqueceu de pedir uma punição.

Lucy saiu trancando a porta e se pôs a correr para o mais longe possível. Correu até suas pernas cederem e ela cair ajoelhada no chão. Por que isso estava acontecendo?

Olhou ao redor, estava na rua mais afastada do centro e, por sorte, viu uma placa escrita “Aluga-se” e sequer pensou. Enxugou seu rosto e entrou no local sendo rapidamente atendida.

Alugou o apartamento e subiu rapidamente. Não olhou nada, apenas localizou o quarto e se jogou na cama. Foi só ai que ela desabou, chorando até finalmente adormecer.

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~ Atualmente ~

Fazia uma semana que estava trancada naquele apartamento. Ele era aconchegante e bem grande para o preço do aluguel. Tinha uma sala espaçosa com uma cozinha de conceito aberto. Do lado esquerdo tinha a porta do quarto e do banheiro.

Nesse meio tempo, Sting mandou diversas mensagens para a loira, mas ela ignorou todas, não queria mais saber dele.

Em sua última missão ganhou um perfume que disfarçava qualquer cheiro. Ela pretendia usar para tirar cheiro de fritura ou de queimado das roupas (culpa do Natsu), mas acabou usando para se esconder do loiro.

Estava perdida em pensamentos quando sua lácrima tocou de novo. Ignorou como sempre, mas dessa vez tinham deixado uma mensagem de voz. Curiosa, clicou.

— Oe pequena, onde você está? — era a voz do loiro. — Estou te procurando por todos os lados... Precisamos conversar, eu sei que voltou para seu apartamento na semana passada, eu senti seu cheiro... — fez uma pausa. — O que você viu não passou de um engano, meu amor... Me liga, sim?Preciso te explicar o que realmente aconteceu! Te amo — desligou.

— Cínico, desgraçado... — jogou a lácrima no chão com raiva, fazendo a mesma se despedaçar. — E ainda tem coragem de falar que me ama, esse maldito...

Diferente dos últimos dias, dessa vez ela não chorou. Guardou o que sentia e colocou um filme de comédia para assistir, precisava ocupar sua cabeça com algo que não fosse sua vida amorosa.

Estava começando a se divertir quando percebeu que só o filme não era o suficiente. Pausou e foi para a cozinha preparar várias guloseimas e pipoca.

Com tudo pronto, voltou para a sala e colocou tudo na mesinha de centro, voltando a se sentar. Pegou seu cobertor e se enrolou. Estava prestes a voltar ao filme, quando alguém tocou a campainha.

— Logo agora... Quem será? — sussurrou se levantando.

Abriu a porta calmamente, não estava com pressa para ver quem atrapalhou seu momento de paz.

— Você! — arregalou os olhos. — O que faz aqui? — estava perplexa.

— Precisamos conversar — a pessoa nem esperou que ela reagisse, apenas entrou, trancando a porta logo em seguida.