Aquele beijo era uma delicia mais por algum motivo eu não podia mais

correspondê-lo.Sentia que não estava certo fazer isso. Tentei sair de cima do Paul e acabar de uma vez por todas com aquele

beijo.Porém, suas mãos fortes seguraram minha cintura, puxaram-na para si e ele virou-se ficando em cima de mim.Sua boca moldava

a minha de uma maneira urgente agora.Sua língua ia em busca a minha

desesperadamente e enquanto a encontrava ele aumentava mais o ritmo do

beijo.Sua mãos subiam pela minha cintura deixando-me louca.

 

E então uma dor forte invadiu o meu peito.  

Culpa.  

E então fora crescendo quanto mais eu correspondia seus lábios que

aumentavam cada vez mais o ritmo deixando-me cada vez mais louca.  

 

A dor se tornou magoa.  

Eu já não agüentava mais isso. Ao mesmo tempo que meu coração batia

freneticamente de prazer e felicidade e acho que, talvez, até amor.Ele era

apertado e cercado por um mar de angústia e dor.

 

Depois de alguns minutos, Paul largou meus lábios lentamente para

respirarmos.Eu não sabia como, exatamente, ou o que, exatamente, estava

acontecendo comigo.  

Porque eu sinto tanta dor?  

Porque não pude levar numa boa o fato de Paul, que a propósito, até onde eu

sei não tem compromisso nenhum e é uma pessoa bem legal, me beijou.  

Eu até gostei...

 

A dor agora voltou mais uma vez angustiante no meu peito.  

Me sufocava de um modo incomodo de mais eu não estava mais

agüentando.

 

Saí o mais rápido possível da frente de Paul antes que ele começasse um

novo beijo e encostei-me em uma árvore, onde fui caindo lentamente com a

dor que me dilacerava calmamente.  

As lágrimas, vieram e caíam sem cessar pelo meu rosto.

 

E então tive uma visão.

 

Jacob estava sentado no fundo da cela onde estava preso pelo Volturi de

cabeça baixa e seu cabelo já cumprido caía tampando sua face.  

Porém, nada me impediu de notar como ele chorava.  

Sua dor era palpável.

 

Então era por isso que eu estava...?

 

 

Fui abrindo meus olhos lentamente e fui enxergando aos poucos o que

me pareceu um quarto. As paredes eram de um tom azul nem claro e

nem escuro, havia um grande lustre no meio do teto, o piso do chão

eram triângulos amarelos com detalhes também em azul. Eu estava em

uma cama grande e em volta de mim havia uma cortina dourada e os

lençóis, as colchas e o travesseiro eram preenchidos por enfeites em

azuis e dourados.

 

 

 

Engatinhei até a beirada da cama e puxei a cortina de modo que vi todo

o restante do quarto. Ele era decorado de forma bem antiga, mas não

deixava de ser bem bonito e aparentemente, aconchegante. Levantei da

cama e andei pelo quarto analisando cada detalhe. O sofá, o que tinha

atrás do sofá. A Janela. E foi aí que me surpreendi.

 

 

 

Deparei-me, com uma vista incrivelmente verde e alta. Analisei cada

detalhe. Fazia sol. E o sol era bem forte pelo visto... Então as lembranças

da minha ultima madrugada preencheram a minha mente e o desespero,

logo em seguida, preencheu-me. As pessoas andavam de um lado para o

outro e tinha um grande relógio um pouco mais a minha frente. Então eu

reconheci o que eu via.

 

 

 

—Volterra...-Sussurrei temerosa. Virei-me assustada com o barulho de

gente entrando e me deparei com uma tia Alice com um delicioso sorriso

em seu rosto.

 

 

 

—Nessie!-Disse e veio me abraçar. Não consegui corresponder ao abraço.

Como ela pôde...?

 

 

—O que foi?-Perguntou preocupada.

 

 

 

—Por que você me trouxe pra cá?Aqui pra Volterra?-Perguntei.

 

 

 

—Bem...-Ela suspirou, revirou os olhos e disse:

 

—Vai tomar um banho que a gente já conversa. -Quando eu ia começar a

falar ela saiu falando:

 

—E vê se tira esse cheiro de cachorro!-Revirei os olhos e fui tomar o banho, vesti um vestido que encontrei em cima da cama quando saí do banho e desci as escadas tendo uma grande surpresa.

 

 

Todos estavam lá. Meus olhos estavam marejados eu podia sentir.

 

Porem eu chorava de felicidade.

 

 

—Mãe?- Sussurrei baixinho enquanto encarava-a, surpresa. Ela abriu um

enorme sorriso e veio correndo em minha direção e abraçando-me, e

balançando-nos. Eu não sabia o que estava sentindo. Estava atônita, um

pouco confusa. Com medo. Meus olhos fitavam o vazio sem nada

entender. E então ela parou o abraço e me encarou confusa. Eu analisei

o seu rosto e sorri. Então a abracei com tudo derrubando-nos no chão

enquanto soluçava de felicidade. Em seguida avistei o meu pai. Ele

sorriu. Sabia que ele podia ler os meus pensamentos. Abracei-o com toda

a minha força. E depois veio o resto da familia o qual eu abracei e enchi

de beijos. Estavam todos com uma aparência melhor do que as de meus

sonhos, mas eu podia sentir que eles ainda sentiam alguma coisa. Dor,

talvez. E eu também sentia que faltava alguém. Sabia também que havia

mais pessoas naquele local.

 

Fitei a cozinha curiosa. Saí de cima da minha familia e fui até ela,

encostei-me na porta e fitei os seus olhos. Aqueles castanhos lindos. Ele

era tão lindo quanto em meus sonhos.E ao seu redor tinha mais pessoas

pras quais eu sorri levemente.Agindo por impulso, fui até o dono daquele

olhos quem e fascinavam e o abracei:

 

 

—Jake.-Disse enquanto as lágrimas caíam pelo meu rosto.Ele me apertou

mais em si e sussurrou:

 

—Nessie.-E deu um delicado beijo em meus cabelos.

 

 

O resto dia nós passamos todos juntos, não desgrudei nem um minuto

que fosse do Jacob e dos meus pais, mas enfim, não desgrudei de

ninguém. Quando me deu sono novamente dormi no colo de Jake e tive

bons sonhos.

 

 

 

No dia seguinte, quando acordei, não encontrei ninguém em casa além

do Jacob. E eu, estava morta de curiosidade por vários motivos. Acordei

com sérias dúvidas.Tipo... por que eu estava em Volterra ?Com que

motivo, para que fundamento?Por quê?

 

 

 

Quando acordei, fui direto pra cozinha onde encontrei um Jake

encarando a mesa Peguei uma maçã, sentei-me ao seu lado e perguntei:

 

 

 

—Onde estão todos?

 

 

—Foram caçar. -Ele disse agora me fitando. Seus olhos estavam

estranhos. Pareciam conter...raiva e ódio.Por um estante tive  medo, mas

achei bobeira, e continuei.

 

 

 

—Você está bem?

 

—Pareço bem?-Perguntou em um tom ameaçador. Agora sim eu estava

com medo. Afastei-me aos poucos encarei a porta. Em seguida, a janela

que ficava ao seu lado. O medo me preencheu. Estava tudo branco lá

fora.Como se fossemos apenas, desenhos em um papel.

 

 

Olhei em sua direção novamente e ele estava levantando e encarando-

me com ódio. Esse era Jacob?

 

 

 

—Jake?-Sussurrei com medo. -Então um sorriso assombroso surgiu em

seus lábios. Por que ele estava fazendo isso comigo?Por quê?

 

 

—Ingênua- Disse uma voz. Não era Jacob por que ele também não estava

mais lá e então o vi novamente. Mas agora parecia que eu estava em

outra página. E nela só tinha preto, preto e sangue. Então, um enorme lobo castanho avermelhado passou correndo por mim e se transformou

em homem novamente virou-se pra mim angustiado e disse:

 

 

—Desculpe-me.-Abaixou a cabeça, pulou e transformou-se em lobo

novamente e correu desesperadamente em alguma direção

desconhecida para mim, enquanto chorava compulsivamente.Eu podia ouvi-lo. Só não pude entender o por quê.

 

Por que?- Perguntava-me desesperadamente. Onde eu estou?

 

Então ouvi um baque e já não ouvia nem sentia nada. Minha visão fora

sumindo aos poucos até que eu já não via também mais coisa alguma e

então uma dor profunda me atingiu. Todos os meus membros. Mas nada

superava a dor que eu sentia agora. A dor de ter sido traída.