Purple Light escrita por Isa


Capítulo 41
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Quem eu estou morrendo de vergonha de aparecer por aqui? kkkk
Eu sei que sumi (por meses), mas por favor, não desistam de mim e nem da fic. Eu juro que não vou. Por mais que leve um tempinho, eu juro que sempre volto.
Espero que gostem desse capítulo, tem algo que estamos esperando ha muito tempo.



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POV OFF

 

Nina não esperou nem um segundo pra sair pela porta e parar o primeiro táxi que passava. Tinha perdido muito tempo nos últimos meses, não estava disposta a esperar por mais nada. Entrou no sushisamba parecendo uma louca, descabelada e com a maquiagem borrada. O maître lhe perguntou algo, mas ela simplesmente ignorou. Abriu a porta do terraço e o encontrou vazio. 

Soltou todo o ar de seus pulmões decepcionada. 

 

—Nina? - Romeo chamou de trás do bar e ela se aproximou - Você voltou. - sorriu 

 

— Não a tempo, não é? Ele já...? 

 

—Já - assentiu Romeo finalmente entendendo a situação - Eles saíram Ha uns 15 minutos. - Romeo largou o copo que secava e debruçou-se - Foram pro casamento! 

 

—Eles disseram onde? 

 

—Não - Romeo ficou triste por não poder ajudar 

 

—Tudo bem, obrigada - Nina sorriu e voltou por onde tinha vindo.  Não desistiria tão fácil.

 

Ela lembrava de ter visto um convite de casamento mais cedo em algum lugar do apartamento de Harry, então pegou outro táxi e quando o trânsito começou a atrasa-lá seguiu a pé até o prédio o mais rápido que pode. O tempo parecia curto demais e a angústia a consumia como fogo por dentro. 

Ela pegou a chave reserva que tinha embaixo do vaso entre suas portas, mas quando tentou virar a chave se assustou pelo fato da porta estar aberta. Entrou um pouco desconfiada, mas logo voltou a seu estado de espírito quando viu Liam jogado no sofá de Harry. 

 

—Nina? - Ele arregalou os olhos ao vê-la.

 

—Nina? - Sophia apareceu da cozinha 

 

—Sou eu. - ela sorriu sem muita vontade olhando na mesa que ficava na entrada pra ver se achava o convite. 

 

—Achei que...

 

—Vocês sabem onde vai ser o casamento da tia, irmã... - ela balançou os braços - seja lá quem da família da Millie estiver casando hoje? - Perguntou sem se importar muito com o que os outros fossem pensar

 

—O casamento? - Sophia sorriu esperançosa entendendo as intenções da amiga 

 

—Ah, não. - Liam também tinha entendido - Você não vai fazer isso. - Nina parou de procurar por um instante e o fitou - Não vai estragar isso, Nina. Ele está bem sem você, conheceu outra pessoal que realmente o quer, não pode voltar agora e bagunçar tudo, uma vez na vida, não seja egoísta e pense no Harry. 

 

—Pensar no Harry? - a raiva a tomou com toda força - Pensar no Harry foi a única coisa que eu fiz em todos esses meses, e de que adiantou? Olha onde estamos, Liam! Chegamos aqui porque desde o começo eu ouvi tudo o que todo mundo achava e deixei de ouvir o mais importante, o meu coração! - ela segurou o choro, ainda tinha um longo caminho pela frente - Eu amo o Harry e não vou desistir dele porque você acha que é o melhor. Perdemos muito tempo e eu sei que ainda temos muito pra viver, então se não for me ajudar, melhor não ficar no caminho, porque dessa vez nada vai me parar. 

 

Liam a olhava atônito, tentando assimilar todas aquelas palavras novas que Nina colocava pra fora tão convicta. 

 

—Aqui - Sophia interrompeu a tensão entre os dois estendendo o convite para Nina que o pegou com pressa 

 

—Obrigada! - Disse ainda afobada saindo pela porta. Ela olhou o endereço no elevador e decidiu descer até a garagem para pegar sua picape.

 

POV Harry

 

A festa de casamento da prima de Millie não era nada do que eu imaginei que seria. Poucas pessoas, algo simples, algo que fosse a cara da minha mais nova namorada. Nada disso, Harry. A verdade é que estávamos em um grande evento, em um hotel enorme e luxuoso, e com pessoas. Muitas delas, eu diria centenas. Logo eu, Harry Edward Styles, que adorava me manter recluso dentro do meu pequeno e aconchegante apartamento no meio de tantas pessoas. 

Eram muitas vozes, cheiro de cigarro, charuto, perfumes de todos os tipos e a música alta estava quase me deixando louco. Mas eu não queria ser o cara cego chato que não consegue acompanhar a namorada numa festa porque a música é alta demais para meus ouvidos sensíveis. Eu não seria isso, ainda mais onde tinha tantos familiares de Millie, os responsáveis pela vinda dela para cá, pessoas que me receberam muito bem, na verdade, cheios de simpatia e nada de comentários maldosos sobre como uma garota tão maravilhosa como Millie poderia escolher estar com um cara com uma deficiência como a minha.

 

—Você quer dançar? – Millie gritou mais perto de meu ouvido 

 

—Você sabe que provavelmente vou pisar no seu pé, não sabe?

 

—E você sabe que eu não me importo – senti o sorriso em seus lábios e não pude deixar de sorrir também.

 

Estendi a mão para ela, mas me surpreendi quando Millie começou a me guiar para o outro lado. Saímos por uma porta e o frio se fez presente, mas a música era bem mais suave. Millie soltou minha mão suspirando e logo voltou a mim, colocou as mãos em meu peito e subiu até os ombros. 

 

—Bem melhor, não é? – sorri puxando sua cintura para mim. 

 

—Fica mais perto, você está muito cheirosa. – A música agitada tomou outro tom, agora mais calma, e o timing não poderia ser mais perfeito. Começamos a nos mover em seu ritmo lento e eu pensei que aquilo poderia dar mesmo certo. Eu não amava Millie, mas nós funcionávamos, e fazíamos isso muito bem. Eu poderia ama-la um dia, poderia ser muito feliz ao seu lado numa rotina tranquila.

Nina ia embora, e tudo continuaria se encaixando como devia ser, talvez fosse isso, talvez todo o furacão que Nina era tivesse passado por mim para me preparar para a calmaria de Millie. 

 

E por quase um minuto inteiro eu me convenci disso.

 

Então a música foi interrompida abruptamente.

 

—Desculpa! – Uma voz conhecida ecoou pelo salão. Alguns barulhos de microfone sendo batido ou balançado – Me desculpem interromper essa dança... linda... mas eu preciso da atenção de vocês. 

 

—O que é isso? – Millie me soltou rindo

 

—Puta merda! – eu não me mexi, acho que entrei em um leve estado de choque

 

—Na verdade, não preciso da atenção de todos, mas vocês são muitos e eu não consigo achar a pessoas com quem eu preciso falar, então – riu nervosa – Harry – CARALHO! – Você não me vê, mas com certeza não tem como não me escutar – outra risada nervosa 

 

—Harry...? - Millie começou se afastando e eu não consegui segura-la. Estava completamente estático, talvez meu coração pulasse pra fora do peito por vontade própria 

 

— Eu...Eu escolhi viver uma vida sem amor. – ela parou fazendo menção de continuar duas vezes, mas não conseguiu. Tomou fôlego provavelmente juntando toda sua coragem, e eu não mexia um músculo completamente atento a todo e qualquer mínimo barulho que ela fizesse — Era uma vida completamente cinza, mas funcionava para mim. - riu com a voz um pouco trêmula -  Então você chegou com sua vida tanto quanto, se não mais, escura que a minha e pela primeira vez, eu quis, Harry... – sua voz falha deixou evidente um choro quase silencioso que tomava conta dela e um desespero subiu pelo meu estômago – Eu quis colorir você por inteiro – Ela soluçou – Eu morri de medo do que isso significava, mas você não. E você me coloriu também, com cores que eu nunca tinha visto. Você me transbordou de formas que eu nunca imaginei na vida. - ela parou um segundo para respirar e tentar segurar o choro - O que eu tô tentando dizer é que... - eu pude ouvir um riso vencido em sua voz  quando ela finalmente disse - Eu te amo! — sua voz falhou outra vez por um momento e eu tive certeza que todo o ar que me faltava, faltava a ela também - Eu te amo! - repetiu e por mais que meu peito estive explodindo de felicidade eu ainda não conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo - E eu tenho tentado muito esmagar isso dentro de mim, ignorar e não falar. A Millie... - Soltou um suspiro rápido - é maravilhosa, eu sei. Todos provavelmente aqui sabem. - Nem mesmo sua leve insegurança passou despercebida aos meus ouvidos - Vocês com certeza dariam certo - um suspiro longo e o tom de tristeza apertaram no meu peito - mas eu não posso desistir de você sem que você saiba que... eu. amo. você. Amo muito! - Tentar acompanhar a bipolaridade de sentimentos que Nina passava era como montar em uma montanha russa desgovernada e assim que aquela coragem pareceu tão perseverante, veio o choro mais forte tomar conta de tudo  - E você está em mim, em todas as partes do meu corpo, e eu não consigo pensar em nada e nem em ninguém. - todo o desespero e pressa daquele amor guardado por meses parecia sair com extrema facilidade - E eu não consigo dormir, não consigo comer, nem respirar... - Nina respirou fundo tentando recuperar o controle - Porque eu te amo, te amo o tempo inteiro, a cada minuto de cada dia. - ela riu de si mesma e sua voz se tornou extremamente doce e convidativa - Então, se você ainda não desistiu da gente, eu vou estar no lob te esperando. - um silêncio enorme foi feito. Mas logo ela voltou - Obrigada Kate e Brian... Bruce! - ela se corrigiu - Eu desejo toda a felicidade pra vocês e vamos voltar a festa. 

 

A música voltou alguns minutos depois, mas eu ainda não estava em condições de me mexer. Meu coração estava a milhão, minha respiração  que antes estava presa por completo agora voltava ainda com extrema dificuldade, eu não conseguia sentir o ar nos pulmões e isso começou a me dar desespero. Meu cérebro fervia tentando processar tudo o que tinha acontecido ali, eu não sentia o chão, talvez eu estivesse em algum lugar preso entre a realidade e o inconsciente, completamente imerso nas palavras de Nina. Até a suave voz de Millie me trazer de volta. 

 

—Harry? - seu tom era de tristeza com uma grande porção de desapontamento. Ela tocou meu braço enquanto eu ainda lutava pra respirar - Quer que eu te leve até ela? 

 

Voltei completamente a mim com aquela pergunta. A tão transparente e simples Millie continuava ali do mesmo jeito que a 15 minutos atrás. Ela continuava se encaixando em mim e na vida tranquila que eu tanto queria, e mesmo com a eminência de uma vida ótima a nossa espera, sua resiliência conseguia ser maior do que qualquer vontade, maior que qualquer egoísmo.

 

 

POV OFF 

 

Me joguei em um dos sofás do lob que era estrategicamente o melhor. Ele ficava de frente para a grande passagem entre a porta que dava para o salão imenso do casamento e a saída do hotel, era um pouco distante, mas serviria bem. Então esperei. Nervosa, ansiosa, apavorada. Tinha dito “se você ainda não desistiu da gente”, dei a possibilidade de Harry simplesmente me mandar catar coquinho, mas eu sentia que ele não ia fazer isso. Ele me amava, a tarde que tivemos não negava. Ele ia vir.

Eu esperei por mais uma hora e meia com o coração na mão durante todo o tempo, sorrindo feito boba vez ou outra imaginando como as coisas seriam dali pra frente, orgulhosa de mim por ter conseguido me jogar de cabeça dessa vez. Me sentia leve ao mesmo tempo que me sentia uma pilha. Sabia que a situação não tinha sido a melhor, mas uma hora e meia? Olhei no relógio outra vez. Suspirei com toda a paciência de uma vida e finalmente ele apareceu. 

Harry parou a poucos metros de mim, Millie ainda segurava seu braço e eu me levantei esperançosa demais. Ela me olhou por alguns segundos e disse algo no ouvido dele. Harry apenas assentiu e ela seguiu até a entrada. 

Ele segurou a bengala com as duas mãos e baixou a cabeça, estava extremamente tenso.

 

—Harry? - Eu chamei, mas meu tom não tinha nada daquela confiança inabalável que eu exalava a minutos atrás. Na verdade, eu me assustei com o desespero espremido em meu suplicante sussurro. 

 

No mesmo instante ele levantou o rosto. Harry apertou as mãos em volta de Berta e enrijeceu o maxilar. Ele me ouviu, eu sabia disso, mas não fez nada. Continuou parado até que Millie voltasse a ele e o levasse para a saída com ela.

 

 

POV OFF

 

—Você quer... - Lay parou por um segundo com a cabeça deitada no batente da porta observando Niall em seu Mac deitado na cama totalmente concentrado - Comer alguma coisa?

 

—Podemos ir a algum lugar - ele não desviou o olhar da tela. 

 

—Isso significa que vamos conversar? - ela perguntou aflita. 

 

Há dois dias ela tinha jogado a bomba nele, e a há dois dias as coisas tinham mudado drasticamente. Óbvio. Ninguém reagiria bem ao tipo de informação que Lay deu a Niall.

 

—Não acho que tenha muito pra conversar - ele respondeu frio - Você parece bem decidida. 

 

—Eu queria muito que você tentasse...

 

—Eu to exausto, Layla. - Niall finalmente colocou o computador de lado, mas ainda não conseguia olhar para ela - Tudo na minha vida tem a ver com tentar entender como o universo gira em torno da Nina e do Harry. - ele engoliu triste, mas nenhum pouco irritado - Eu fico me perguntando quando me tornei só isso? Quando virei um coadjuvante na minha própria vida? 

 

—Niall... - ela ia contra argumentar, mas foi interrompida pela campainha.

 

—Esquece - ele se levantou e passou por ela para atender a porta. 

 

Qual não foi sua surpresa quando deu de cara com uma Nina completamente arrasada. Ela tinha a bochechas coradas pelo frio e sorriu pra ele com os olhos inundados de lágrimas. A garota não conseguiu sustentar por muito tempo, abaixou a cabeça deixando as lágrimas escorrerem.

 

—LAY! - gritou nervoso sabendo que algo tinha dado muito errado. Segurou a amiga por um braço e puxou seu queixo para cima - O que aconteceu? 

 

Nina sorriu triste outra vez e seu olhar fixou-se em algo atrás dele.

 

—Ele escolheu ela. - ela desabou e Lay foi mais rápida a tirando dos braços de Niall e puxando-a para dentro - Eu disse que o amava, e ele escolheu ela, Lay! 

 

—Calma, Nix. - Lay a colocou no sofá e olhou para Niall ainda atônito na porta 

 

Nina só conseguia chorar e Layla a abraçou sabendo que não haviam palavras de conforto para aquele momento. Mas voltou a olhar para Niall apreensiva demais. Esperando que a discussão de minutos atrás não interferisse na reação dele naquele momento. Ela piscou algumas vezes esperando uma reação e ele assentiu. Pegou a chave e o celular no balcão e deu uma última olhada para ela antes de fechar a porta.

Eles não eram bosta nenhuma de coadjuvantes, são as fortes pilastras que seguram as coisas quando tudo ameaça desabar.

 

 

 

 

 

***

 

 

 

Harry saiu do elevador e foi até sua porta como já estava acostumado. 

 

—Está com as chaves? - Millie perguntou um pouco atrás. Seu tom era cansado e carregado de algo que Harry não reconhecia. Ele esperou que ela parasse a sua frente acariciou seu braços.

 

—Liam e Sophia estão aí. - puxou-a para mais perto, ela se aconchegou em seu peito abraçando sua cintura  - Eu sinto muito.

 

—Eu também - ela o apertou um pouco mais, guardando em sua memória o tanto que podia daquele abraço, mas logo ele se afastou.

 

—Só preciso da minha cama agora e... - ele a segurou pela mão abrindo a porta, mas Millie se soltou - Millie? 

 

—Eu não vou ficar, Harry. - sua melodiosa voz falhou um pouco 

 

—Millie, por favor.... - Harry fechou a porta e segurou seus braços 

 

—Eu sei... - sua voz tremeu - que você não ir com ela...

 

—Eu quero você! - Harry a puxou pela cintura abraçando-a outra vez enquanto soltava aquelas palavras totalmente convicto.

 

Millie fechou os olhos sentindo o toque do rosto de Harry no seu e sua mão em seus cabelos. Aquilo doía horrores, mas era melhor que acabasse agora. 

 

—Você quer o que podemos ser, mas você não me ama, Harry. - Millie não aguentou segurar as lágrimas. Ela encostou suas testas e acariciou o rosto de Harry - Você ama a Nina, tá estampado em você por inteiro. E por mais que eu queira muito você, eu não posso me meter no meio de uma história que não é minha. Não posso me dilacerar por uma pessoa que vive com a sombra de uma história mal acabada. 

 

Ela selou seus lábios uma última vez. Harry pode sentir toda a dor daquela despedida se intensificar com o beijo, mas aproveitou o último frescor que Millie o oferecia. Então ela se afastou e ele não pode fazer nada. Afinal, ela estava tão certa. 

As portas do elevador se abriram e ele pode ouvir o choro sentido de Millie enquanto o observava. As portas se fecharam e Harry se encostou na parede. Escorregou até o chão se sentindo desnorteado. Era incrível o poder que Nina tinha de destruir tudo o que poderia salvá-lo dela.

Harry sentiu a raiva escorrer por seu rosto, era melhor sair dali antes que ela aparecesse. Mas sentiu uma pontada forte na cabeça só de pensar em todo o discurso que ouviria de todos por sua atitude. Definitivamente, não disposto a isso.

 

 

 

***

 

 

 

A campainha de Louis tocou pela segunda vez naquela quase manhã agitada demais para seu gosto.

A empregada apareceu no exato instante que ele virava a maçaneta. 

 

—Senhor, Tomlinson!

 

—Tudo bem, Karen - ele sorriu para a mulher ainda descabelada a sua frente - Eu cuido disso.

 

Ela sorriu constrangida e voltou a cozinha.

 

Louis abriu a porta preguiçoso e encontrou um Niall beirando o desespero.

 

—Me diz que ele tá aqui! - Niall pediu

 

—Ele não tá aqui. - Louis negou calmamente segurando o amigo pelo peito para que prestasse atenção em seus sinais. 

 

—A Millie disse que deixou ele em casa há horas, Louis! - Niall não entendeu de primeira, mas logo ficou atento. 

 

—Eu disse pro Liam... - Louis apontou para a varanda, arregalando os olhos e Niall finalmente respirou fundo. - Ele está bem, é grandinho o suficiente pra se cuidar. 

 

Os dois trocaram olhares significativos por alguns segundos, sabendo que essa era a única forma de se comunicarem de verdade.

 

— Vou procurar no Ed - Niall assentiu entendendo o recado do amigo e saiu.

 

Louis fechou a porta com um longo suspiro. Se soubesse tudo o que essa maldita ideia de Anne ia fazer com ele, jamais teria aceitado. 

Pegou o maço de cigarro de cima da mesinha de canto e colocou um na boca. Eram quase sete e meia, logo o sol ia nascer e a varanda de sua mansão ficava posicionada perfeitamente para essa visão. 

Ele parou na porta e olhou para Harry sentado em uma das cadeiras de descanso da varanda com seus óculos no rosto e seu maxilar muito bem marcado por toda sua tensão. Acendeu o cigarro sem dizer nada e Harry tossiu  forçado. 

 

—Não posso fumar na minha própria varanda? 

 

—Sabe que eu odeio cigarro. 

 

—Sabe que a casa é minha, se não estiver satisfeito tenho certeza de que Niall não está muito longe. - Louis segurava o riso debochado nos lábios junto ao cigarro. 

 

—Quanta hospitalidade. - Harry sorriu com a encheção de saco do amigo

 

Lou suspirou sentando-se na cadeira

 

—Eu ia dizer que você já devia estar acostumado, mas não vem aqui há o que? Dois anos? 

 

Harry suspirou tão fundo quanto pode. Sabia onde Louis queria chegar, talvez fosse o momento de ter aquela conversa, mas não hoje, não depois de tudo, então respondeu com o resquício de bom humor que lhe sobrou.

 

—Sentiu minha falta - sorriu brincalhão  

 

—Todos os dias - Louis respondeu tão sério que o sorriso de Harry se desfez. 

 

Suspirou fundo outra vez. Harry jamais teria saído de seu apartamento e ido até sua casa se não fosse o maldito plano. Fechou os olhos derrotado. Aquele momento nunca aconteceria se não fosse Nina. 

 

—Então... - Tragou o cigarro com o amargor da derrota nos lábios - Vamos falar sobre o que aconteceu? 

 

—Não. - A recusa foi imediata 

 

Mais uma dose de silêncio lhes foi servido. 

 

Louis admirou os primeiros raios de sol pintando o céu. Limpou a garganta antes de tragar o cigarro outra vez.

 

—Els diz que ela te ama. 

 

—Não... - Harry tentou como um leve sussurro

 

—Els geralmente sabe o que fala.

 

—Não faça isso! - Harry se levantou estendendo uma das mãos a sua frente buscando o parapeito - Não você.

 

—Harry...

 

—Não, Louis! - ele aumentou o tom assertivo - Eu vim aqui porque sabia que você era o único que não falaria pra eu ir atrás dela. - ele soltou todo o ar que tinha em seus pulmões se apoiando - Então, por favor...

 

Louis sorriu por um momento. Harry o conhecia muito bem, sabia que ele não se dava com Nina e que o caos entre eles seria muito mais bem-vindo do que uma reconciliação. Ou pelo menos, era isso que ambos pensavam.

Quando Liam ligou mais cedo atrás de Harry e explicou o que Niall tinha dito, ele não soube nomear o que sentiu, mas sabia que não era raiva. Não parecia algo ruim como em todas as outras ocasiões que ouviu sobre alguma situação entre Nina e Harry. Na verdade, aquilo não acontecia mais, não depois de ver como Nina abriu mão de Harry tentando a todo custo não ser egoísta.

 

—Não vou dizer pra ir atrás dela, mas não podemos negar.....

 

—Eu não sei se ela realmente me ama! - Harry aumentou a voz outra vez. Não queria ter que explicar sua forma de pensar, mas aparentemente isso não era uma opção - Talvez ela pense que sim, talvez seja interessante pra ela agora, por sentir a minha falta - suspirou sentindo os olhos encherem d’água. - Mas se eu entrar nessa, uma hora ela vai embora. Ao primeiro sinal de algo errado ela vai me deixar, porque é assim que ela faz, é assim que ela é e eu não posso lidar com isso. - ele fungou limpando o rosto 

 

Louis ficou em silêncio por alguns segundos sentindo uma coisa que ele sabia bem nomear.

Ele sentia remorso. 

Nina não teria deixado Harry da última vez, não se ele não tivesse dito todas aquelas merdas e ele não ficaria apavorado com essa possibilidade, já que nunca teria acontecido.

Ele encostou no parapeito ao lado de Harry contrariado, irritado. Apagou o cigarro no cinzeiro e puxou os cabelos para trás sem acreditar no que estava prestes a dizer.

 

—E você acha que vai conseguir lidar com o fato de abrir mão dela sem saber como as coisas poderiam ser? - Harry franziu a testa - Eu não sou o fã número um da Nina - Louis soltou uma risada debochada - Não chego nem perto disso, então não vou dizer para ir atrás dela - pegou outro cigarro do maço e colocou entre os lábios - Mas eu nunca passei a mão na sua cabeça, e não vou começar agora. Você sabe que deixá-la ir vai te matar tanto quanto se ela te deixar mais pra frente.

 

 

 

 

***

 

 

 

 

POV Harry 

Eu voltei derrotado ao meu apartamento. Sentia a flor da pele um turbilhão de sentimentos mexendo comigo, mas eu não sabia como organizar, como arrumar, como nomear. Milhões de pensamentos e conversas repassavam em minha mente sem que eu pudesse respirar por um segundo. 

Eu só queria dormir um pouco. Apertei  meu relógio.

“Dez e quarenta”

Aquela maldita americana anunciou a hora e no mesmo instante me lembrei da droga do dia em que Nina tinha me dado a merda daquele relógio, e de como sua estupida risada parecia música para meus sensíveis ouvidos idiotas.

Arranquei o relógio como pude e arremessei longe. Pude ouvi-lo quicando duas vezes no carpete do hall entre nossos apartamentos e no mesmo instante uma porta que não era a minha se abriu. Tranquei a respiração apavorado com a ideia de ter que lidar com Nina naquele momento. Mas então uma voz monótona me tranquilizou.

 

—Não se preocupe. - Lay estava mais ácida do que o normal - Ela não é doida de aparecer aqui tendo o risco de encontrar você depois do que fez. 

 

Eu não aguentei. Soltei uma risada super irônica 

 

—Depois do que eu fiz? 

 

Ouvi o longo suspiro de Lay e pude sentir seus olhos me fulminando 

 

—Eu estou usando todo o meu autocontrole pra não dar um soco na sua cara agora, Styles, então por favor, não me faça bancar a louca. 

 

Senti um fogo subir dos meus pés até a cabeça.  

 

—Ela me enrolou por meses, me deu um fora, depois sumiu como se essa fosse a solução de tudo, então voltou e destruiu meu relacionamento saudável, e ainda sou eu que mereço um soco? - mantive os punhos fechados durante todo o tempo, eu finalmente desconhecia um sentimento no meio daquela confusão. Eu queimava de raiva.

 

Layla ficou em silêncio por alguns segundos, talvez um pouco perplexa com a minha atitude agressiva, por mais que nos últimos anos minha postura fosse mesmo essa, na frente dela e de Nina eu me continha o suficiente.  Então soltou mais um suspiro e antes que eu pudesse me preparar tocou meu braço. 

O gesto foi de uma delicadeza que eu nunca imaginei que pudesse vir de Layla, até me assustei, mas ela continuou mostrando que não havia perigo ali. 

 

—Eu sei que ela é complicada - sua voz parecia cansada - Mas eu ainda acredito que valha a pena. - senti ela mexendo os braços e finalmente se afastou de mim. 

 

As portas do elevador se abriram e sua voz ficou distante

 

—O voo dela é as 17h no Heathrow. 

 

—E você espera que eu faça o que com essa informação? 

 

—Eu só posso esperar que você também valha a pena, Harry. 

 

 

 

 

***

 

 

 

 

POV Nina 

 

—Nina, querida? - Ouvi Max me chamar do escritório e fechei os olhos por alguns instantes - Fada do meu jardim de margaridas? - ele continuou e quando olhei para trás lá estava ele, com seu terno perfeitamente cortado me observando da entrada da sala. 

 

—Oi? - sorri fingindo me sentir culpada por não responder 

 

—Escolheu? - fiz careta jogando as fotos das modelos selecionadas por ele no chão - Por mais que eu queira dar todo o tempo do mundo pra você escolher uma modelo, não podemos mais procrastinar isso.

 

—Eu não vou colocar uma garota como essas - apontei pras fotos que Max juntava no chão - Elas tem cara de quem passa fome. 

 

—Nina... - ele suspirou 

 

—A minha marca não vai apoiar os padrões de beleza impostos pela mídia. Não vai causar milhares de distúrbios alimentares em meninas que deveriam aprender a se amar como são. - eu explicava meu ponto de vista pela décima quarta vez - Eu quero mulheres com corpos. Peito, bunda.... curvas, Max! Eu tenho curvas! Como vou lançar uma marca com um bando de tábuas? - revirei os olhos 

 

—Você sabe o que quer! - ele se levantou assertivo 

 

—Óbvio! - olhei pra ele como se ele estivesse demorando pra entender 

 

—Então admitia que quer uma Kardashian! - revirei os olhos outra vez e voltei a fitar o Central Park. 

 

—Elas me odeiam. - comentei baixo

 

—Claro! Você zombou da vida delas! - ele pois as mãos na cintura 

 

—Eu não quero elas - bufei e pensei por alguns instantes - Talvez a Kylie, uma parceria entre os cosméticos e a coleção primavera/verão poderia ser bombástica. - admiti a contra gosto 

 

—Com ela como modelo. 

 

—Não é um corpo natural, mas tem curvas. - sorri para ele começando a gostar daquilo. 

 

—Vou ligar pro agente dela. - Max saiu batendo palmas e eu sorri um pouco. 

 

Tinha voltado há 3 dias. Nesse tempo eu fiz questão de meter a cara no trabalho e existir no automático para tentar parar de pensar em Harry. Certas coisas só o tempo curam, e eu ia ter que me acostumar com aquele vazio. Pelo menos, finalmente, tudo tinha acabado. Por sorte Max não me dava muito a chance de me lamentar.

 

—Vá se arrumar! - Ele voltou super animado discando outro número no telefone - Você vai jantar com a Kylie.

 

—Ela está em Nova York? 

 

—Claro que não - ele rolou os olhos e me puxou da janela para que eu me apressasse - Você vai  para LA.

 

 

 

***

 

 

 

—Eu não vou mentir pra você. - Kylie começou quando pedimos nossas sobremesas ao garçom - Essa parceria me parece muito coerente. - sorri receptiva - A Kylie cosmetics combina demais com seu estilo de criação e nós só temos a lucrar, mas eu tenho minhas condições. 

 

Meu sorriso diminuiu e ela olhou no fundos dos meus olhos

 

—Nós ficamos com 70% dos lucros e Kendall vai ser o rosto da campanha. 

 

Sustentei seu olhar e mantive meu sorriso, eu já esperava algo do tipo e já tinha minha resposta. 

 

—Não. 

 

—Nina.... - ela tentou e eu percebi que parceria era igualmente interessante.

 

—Não vamos misturar o profissional com o pessoal

 

—Você está fazendo isso, não quer minha irmã por ela ter sido namorada do Harry, nós duas sabemos disso.

 

Ouvir o nome dele em voz alta me fez sentir um arrepio terrível na espinha. 

 

—Eu não vou entrar na questão do porquê não quero trabalhar com a sua irmã, mas você não deveria deixar que meu problema com ela interfira nessa negociação. 

 

—Mesmo que você deixe... - Kylie piscou os enormes olhos para mim. Ela não era só linda, mas também muito esperta. 

 

—Você é mais experiente que eu, espero um dia chegar a sua altura. 

 

Ela sorriu percebendo que eu era tão esperta quando ela. 

 

—Eu gosto do seu jeito. - o garçom chegou com nossas sobremesas - Pode nos trazer champanhe? 

 

—Agora mesmo, senhora.

 

—Vamos comemorar! 

 

—Ainda não. - dei uma colherada no meu lindo creme brûlée - Os lucros vão ser divididos igualmente, minha marca é muito menor que a sua, não posso abrir mão do lucro assim. E você vai ser o rosto da campanha. 

 

Ela sorriu ponderando por alguns instantes.

 

—Serei o rosto, se você for também. 

 

—Eu? - minha voz saiu esganiçada. 

 

—Meu agente disse que quer mulheres com curvas. Você tem curvas. - ela tomou um gole do champanhe 

 

—Um pouco diferente das suas - chamei atenção para o óbvio 

 

—Vamos contra os padrões da mídia, então por que não mostrar a diversidade? 

 

A campanha tomava forma sem ao menos nos esforçarmos muito para isso. Peguei minha taça e estendi para ela. 

 

 

 

 

***

 

 

 

 

Entrei em casa detonada e logo ouvi um estouro.

 

—MARAVILHOSA!!! - Max gritou de cima da minha ilha da cozinha enquanto se servia de champanhe - Eu sabia que conseguiria, você é uma deusa! 

 

Tirei meus saltos enquanto ria daquela figura. Peguei uma taça e esperei que ele me servisse. Sentei na ilha e brindamos.

 

—Deus abençoe as Jenner - tomei o champanhe - Ou pelo menos uma delas 

 

—Não seja ácida - Max me repreendeu - Vamos precisar manter a política da boa vizinhança.

 

—Eu tô acabada - disse descendo da ilha e virando de costas para que Max abrisse meu vestido

 

—Imaginei que esse bate e volta em LA fosse te baquear um pouco, por isso já pedi nosso almoço e você vai poder descansar até segunda. 

 

—Uau, um final de semana todo pra mim? - fiz questão de usar a voz mais monótona possível enquanto virava para ele outra vez - Que delicia. 

 

Ele faz careta pra mim e eu fingi um sorriso 

 

—O que aconteceu? 

 

—Fechamos o negócio, o pessoal dela vai te mandar o contrato pra eu ler e assim que...

 

—Não estou falando de LA, querida - Max colocou meus cabelos para trás do ombro e fez carinho neles - Há 5 dias você está com a animação de quem está vivendo um eterno enterro.

 

Dei de ombros e virei para pegar um copo d’água

 

—Nem precisa dizer, essa desviada de olhar tem nome e sobrenome - a raiva era nítida em sua voz 

 

—Nem fala! - me virei de súbito, não queria ouvir o nome dele nem nada relacionado. - Seja o que for, já está mais do que resolvido, não precisa se preocupar.

 

A campainha tocou e por alguns segundos continuamos nos olhando.

 

—Você não vai atender? - apontei pra porta e ele serrou os olhos 

 

Voltei a tomar minha água tranquilamente observando meus dedinhos dos pés cansados, quando escuto a voz de Max super esganiçada dizer:

 

—Harold? - Eu paralisei, não era possível 

 

—Meu nome é Harry. - A voz de Harry era baixa e cansada, mas firme. 

 

Eu pisquei algumas vezes e num impulso que não sei de onde veio, deixei o copo na pia e fui até a entrada. 

 

Max me olhou arrogante. 

 

—Mais do que resolvido, não é? 

 

—O que? - Harry perguntou e eu fui até eles 

 

—Sai. - foi a única coisa que consegui dizer para Max antes de colocar meus olhos nele. A expressão confusa de Harry mudou ao ouvir minha voz. Ele se endireitou e seus lindos traços ficaram mais carregados  - Oi. - sussurrei abaixando o olhar. 

 

—Oi - ele respondeu um tom a cima, parecia muito irritado.

 

Meus batimentos cardíacos mudaram de velocidade quando ele se dirigiu a mim, dando a impressão de logo meu coração saltaria para fora da minha caixa torácica.

 

— Eu sei que... - tentou, mas parou frustrado fechando os olhos com força. 

 

Então percebi a ausência de algo que sempre estava ali.

 

—Cadê seus óculos? - Ele abriu os olhos derrotado 

 

—Eu perdi - a irrigação era nítida em sua voz 

 

—Perdeu? - fiquei perplexa 

 

—A merda do aeroporto tava lotado de gente, aí eu caí...

 

—Você caiu? - não contive o impulso de tocar em seu braço, mas no mesmo instante ele recuou e eu fiz o mesmo um pouco envergonhada - Desculpa.

 

—Eu ouvi por aí que você me ama - engatou a falar como se aquilo não coubesse mais dentro dele. Seus olhos sempre fixos de repente ficaram cobertos por uma fina camada de lágrimas.

 

—Você ouviu? - senti a emoção me tomar também achando graça do jeito que disse.

 

—E eu preciso saber se é verdade. - ele respirou fundo - Preciso saber se é pra valer.

 

Eu deixei que o silêncio o consumisse para que sentisse minha aproximação. Não o toquei, mas cheguei perto o suficiente e senti sua respiração mudar.

 

—Eu amo você. - falei num tom envergonhado. - Amo muito! - sorri com os olhos cheios de lágrimas - Eu te amo tanto que chega a doer. 

 

As lágrima de Harry escorreram em perfeita sincronia com as minhas. Ele usou a palma das mãos para secar o rosto. 

 

—Então eu acho que. Talvez eu possa te amar também.

 

Eu não consegui deixar de rir, mas em um segundo estava pendurada em seu pescoço. Me aproximei de seus lábios com toda a determinação que existia em mim e ele se rendeu sem contestação. Pela primeira vez eu beijava Harry sem aquela sensação de ser errado e parecer certo. Pela primeira vez era muito certo. 

O beijo aos pouco foi se intensificando enquanto eu o abraçava mais forte, não o queria nem um milímetro longe de mim. Seu perfume ainda marcante junto com o calor de seus braços ao redor da minha cintura fez com que eu me perdesse por completo nele. 

Até ele me afastar abruptamente.

 

—Fala de novo - ele pediu ainda abraçado a mim 

 

—Eu te amo! - respondi toda risonha e ele escondeu o rosto em meu pescoço. 

 

—Meu Deus! - suspirou ainda sem acreditar 

 

Eu puxei seu queixo e o fiz me beijar outra vez, estava com saudade, com urgência. Foram meses longe e dias muito intensos. Ele desceu os lábios por meu queixo e quando ameacei nos distanciar, a boca dele tomou a minha em um beijo arrebatador. Então comecei a puxa-ló para dentro devagar e com delicadeza, sabia que aquilo não seria simples. Harry nunca tinha entrado em meu apartamento, mas era muito perceptivo. Assim que ouviu a porta se fechar atrás dele, com uma rápida troca de pés me girou e me colocou encostada nela. 

Suas mãos espertas deslizavam por todo o meu corpo me fazendo sentir arrepios em lugares nunca imaginados. Ele trilhava beijos suaves em meu pescoço enquanto levantava meu vestido para ter acesso total a minha bunda. Eu estava tão extasiada que nem lembrei da presença de Max, que pigarreou alguns segundos depois. 

Harry se afastou sorrindo um pouco envergonhado, e eu sorri observando-o. Ele estava como eu, não conseguia conter o sorriso. 

 

—Será que vocês podem esperar eu sair, pelo menos? - Max se aproximou mal humorado e eu finalmente o olhei. 

 

Mordi os lábios culpada, mas sem poder deixar de sorrir. Abri a porta para que ele passasse.

 

—Nos vemos na segunda - mandei um beijo 

 

—Nina... - ele ia dizer algo, mas eu fechei a porta antes.

 

Voltei a olhar aquele homem na minha frente de cima a baixo. Ele mantinha o sorriso nos lábios e os olhos fechados. Me livrei de meu vestido e me aproximei outra vez, tirei Berta de seu bolso e joguei no chão. Deslizei minhas mãos por dentro de sua blusa deixando que ele sentisse o meu toque quente e tirei sua blusa. Beijei seu peito suavemente, subindo até seu pescoço. Desci minha mão por dentro de sua calça e Harry estremeceu. Me puxou bruscamente pela cintura fazendo com que ficássemos colados outra vez, seus dedos agarraram meus cabelos e, por sorte, consegui cambalear nossos corpos até o sofá.

 


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam!!!

Prometo aparecer com mais frequência!

NÃO DESISTAM DE NÓS!
Beijinhos



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