Purple Light escrita por Isa


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá migas! Se é que alguém realmente le essa fic.
Fiquei um tempo sumidinha por causa da minha linda semana de provas, mas esse finds vai ser bombástico.
Vou postar vários capítulos até domingo então se existe alguém por aqui, fique de olho.



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POV Nina

Entrei no elevador de casa bem mais leve do que tinha saído.

Depois de duas reuniões perfeitas não tinha como não melhorar meu dia. 

Meu primeiro desfile na vogue seria em pouco tempo e estava tudo a mil maravilhas. A coleção estava maravilhosa e aparentemente eles realmente acreditavam em mim. Eu seria a capa do mês seguinte ao desfile.

Começaria uma obra no abrigo na próxima semana, arrumando coisas que a muito precisavam de concerto e expandindo. 

Suspirei feliz. Pelo menos uma parte da minha vida caminhava de acordo com os meus planos. 

O elevador se abriu e eu vi Harry mexendo em sua porta.

Eu poderia ir embora. Poderia fechar o elevador e só voltar quando ele não estivesse mais, mas isso seria infantil. 

Ontem não significou nada, então porque ligar tanto pra isso? 

 

—Hey, hey! - chamei saindo do elevador e ele se endireitou ao ouvir minha voz - Tá indo pra onde, moço? 

 

Harry deu de ombros depois de alguns segundos 

 

—Achei que eu fosse o único cego aqui - ele levantou as chaves e as balançou, estava chegando e não saindo.

 

—GROSSO! - Respondi fingindo estar brava - Você podia estar saindo. 

 

—É...... - deu de ombros de novo. Pensei que alguma coisa estava diferente. 

 

ÓBVIO né, Nina? Depois daquela merda toda, seria difícil não estar. Mas logo um sorriso malicioso se formou em seus lábios

 

—Não vai me dar um beijo hoje? 

 

Eu arregalei os olhos sentindo meu corpo queimar por dentro. Graças a Deus ele não podia me ver ficar da cor de um pimentão. 

 

—Idiota. - minha voz saiu bem sarcástica 

 

—Não precisa ficar com vergonha - ele segurou sua bengala com as duas mãos, se divertindo com o meu constrangimento aparentemente óbvio

 

—Não estou - tentei parecer o mais segura possível 

 

—Então por que está vermelha? 

 

—E-eu... - engoli em seco gaguejando. MERDA! - Isso não... eu... - tentava desesperada procurar uma resposta boa, mas quando Harry gargalhou percebi o quanto era imbecil. 

 

Ele não sabia, tinha jogado verde e eu estúpida cai feito uma patinha. 

 

Soquei seu ombro com força.

 

—Ai!!! - ele reclamou passando a mão onde meu soco o tinha acertado 

 

—Te odeio! - Sorri sem perceber 

 

—Duvido - ele sorriu de novo, mas não como antes. Era um sorriso mais discreto. Apoiou seu queixo nas mãos fechadas na bengala e eu o observava atentamente. - Vamos dar uma volta. - ele disse por fim se endireitando, esperando por mim 

 

—Uma volta? - estranhei

 

—Qual o problema? 

 

—Eu te chamo pra dar voltas, você faz cara feia e vai obrigado. 

 

—Melhor aproveitar então - estava de bom humor hoje. Virei ficando ao seu lado e toquei em seu braço esperando que ele pegasse no meu. 

 

Caminhamos devagar até o parque que ficava perto de nosso prédio. Aquele parque onde tudo, por ironia do destino, tinha começado. Sem planos, sem combinados.

Harry e eu nos esbarramos naquele dia porque a vida quis assim, e eu não pude deixa de pensar em como seria se eu não conhecesse Anne. Se ela nunca tivesse me feito aquela proposta, onde estaríamos? 

Estávamos em uma plena quinta nublada em Londres, o parque estava curiosamente vazio e eu me dei ao luxo de subir no canteiro de flores me equilibrando para andar enquanto Harry me ajudava segurando uma de minhas mãos. 

 

—Lembra do dia que nos conhecemos? - ele perguntou como se pudesse ler meus pensamentos 

 

—Claro. - eu ri - meu bumbum doeu por dias 

 

Harry gargalhou. E eu não tinha palavras pra dizer o quanto amava aquela risada. 

 

—Você parecia uma louca. 

 

—Confessa que me amou no primeiro instante - brinquei e ele riu

 

—Não.

 

—Você tá bem grosso hoje - eu parei fazendo-o se virar pra mim. Apoiou a bengala em seu ombro e eu segurei suas duas mãos entrelaçando nossos dedos enquanto ele sorria com o rosto virado pra cima na minha direção.

 

—Sou sincero - deu de ombros - Eu não te amei. Mas tive um sensação diferente. 

 

—Como assim? - soltei suas mãos e toquei seus ombros, ele me entendeu perfeitamente. 

 

Deu um pequeno passo pra traz segurando em minha cintura. Harry me tirou do canteiro sem dificuldade alguma. Mas mesmo quando meus pés tocaram o chão, continuou me segurando. 

 

—Sabia que seria algo bom. Sabia que não podia deixar você escapar.

 

Sorri espontânea. Estávamos próximos demais e a vontade de beija-lo não cabia dentro de mim. 

 

Talvez Harry pudesse sentir isso, senti seus braços me abraçando. 

 

Graças a Deus fomos arrancados daquela nuvem hipnótica com uma criança agarrando nossas pernas. 

 

—Tio Harry! - Lydia sorria radiante para ele. 

 

Harry me soltou em tempo de eu ver o olhar esperto do meu irmão sobre nós. 

 

—Eu conheço essa voz - Harry se agachou brincando com ela

 

—Claro que conhece! - Lydia respondeu animada 

 

—Tio Harry!!! - Jamie não demorou a parecer

 

—Jay Luke! - Harry levantou a mão para que Jaime batesse. 

 

Nate e Haley se aproximavam um com olhar curioso.

 

—Tio Harry, meu pai me deu uma bola de basquete muito legal, você precisa ir na minha casa pra eu te mostrar e a gente pode jogar e...

 

—Eu vou jogar também - Lydia avisou 

 

—Você é menina - Jaime torceu o nariz 

 

—Então ele vai brincar comigo de outra coisa - Lydia bateu o pé

 

—Legal! - chamei a atenção dos dois - Tia Nina não existe mais né? Fui jogada fora.

 

—Claro que não, Tia Nina. - Jamie explicava com um convicção que tive que me conter para não mordê-lo ali mesmo - Mas é que o tio Harry...

 

—Então, esse é o famoso tio Harry - Haley disse assim que ela e Nathan nos alcançaram. 

 

— A três dias não ouvimos falar de outra coisa. - Nate sorria pra mim com a sobrancelhas arqueadas e eu mais uma vez corei. 

 

Sabia o que as crianças tinham dito sobre mim e Harry e a forma que acabaram de nos ver não ajudaria. 

 

Pra completar o desastre Harry se levantou e passou a mão por minha cintura.

 

Mais uma parte da minha vida COMPLETAMENTE fora do meu controle.

 

—Nate, Hales. - suspirei - Esse é Harry, meu vizinho. - Harry me soltou e estendeu a mão. Nate a segurou, e logo Haley fez o mesmo. - Harry, Nate meu irmão e a Haley minha cunhada.

 

—Vizinho? - os olhares de Nate me deixavam cada vez mais sem graça.

 

—Ouvimos maravilhas de você, Harry - Haley sorriu animada para mim.

 

Eu não namorava, TODOS sabiam disso então um suposto namorado meu era o suficiente para deixar a família inteira ouriçada. 

 

—Aposto que eles exageraram bem - Harry brincou, adorava desdenhar de si mesmo 

 

—O que estão fazendo por aqui? - perguntei, não era comum estarem nesse lado da cidade

 

—Viemos comprar massa de pizza fresca - Hales revirou os olhos e Nate a olhou feio

 

—Conheci um cara que disse que a massa de pizza dessa padaria aqui da esquina é ótima - ele explicou 

 

—Sabe onde tem uma massa ótima? - sorri brincalhona - Naquela pizzaria que fica super perto da casa de vocês.

 

—Obrigada, Nina - Haley sorriu esperta 

 

—Nós temos um forno de pizza que nunca usamos - Nathan se explicou com a mesma convicção de Jamie a poucos minutos 

 

—E pizza assim é muito mais gostosa - Harry deu força à Nate, que o olhou quase encantado.

 

Haley e eu éramos muito parecidas. Concordávamos em quase tudo e quando se tratava de um assunto em que Nate geralmente tinha que se defender sozinho nós duas sempre vencíamos já que éramos em maior número e super convincentes. 

Mas Harry o ofereceu um suporte que ele nunca conhecera. 

Éramos em três. Nate, Brooke e Eu. Nate sempre ficava em desvantagem, quando se casou com Haley as coisas só melhoraram para o lado das meninas. Ele nunca teve um parceiro, alguém que batesse de frente contra as garotas então sempre se dava por vencido.

 

—ISSO! - disse extremamente animado - Obrigado, Harry. 

 

Harry acenou com a cabeça com aquele sorriso incrível e eu quase me derreti ali mesmo.

 

—Tudo bem. - Hayle não continuou, eu sabia que aquilo já tinha sido uma discussão desde muito antes - Já que eu vou ter que passar por isso, vocês não podem me deixar sozinha. Vamos todos pra casa comer a incrível pizza de Nathan Scott. - ela revirou os olhos e eu ri 

 

—Está zombando de mim, Hales? - Nate brincou 

 

—Jamais, querido - Haley disse sarcástica enquanto eu e Harry nos divertíamos. 

 

—Vou fazer a melhor pizza que vocês já comeram na vida. - Nate estava determinado - Vamos então? 

 

Olhei para Harry desconfiada de que ele não toparia. Ele saia comigo para festas, mas era bem relutante quando não se tratava de uma boa bebedeira. 

 

Odiava ir a lugares que não conhecia, tudo ficava mais complicado.

 

—O que acha? - perguntei sabendo qual seria a resposta. 

 

—Vamos - ele sorriu largo e eu não acreditei 

 

As crianças comemoraram sem nem disfarçar. 

 

—Ótimo! - Nate ficou tão feliz quanto elas - Vamos comprar tomates orgânicos para fazer o molho e nos encontramos em casa. 

 

—Eu posso com toda essa frescura? - Haley se aproximou me abraçando e sussurrou em meu ouvido - Ele é um gato. 

 

Piscou pra mim enquanto virava para a outra direção. 

 

Abri a boca pra dizer que não era nada daquilo, mas ali não iria adiantar. 

 

Eles se afastaram e eu olhei pra Harry.

 

—O que? - ele perguntou abaixando a cabeça, mas ainda com um sorriso no rosto 

 

Sorri também. 

 

—Nada. - respondi com a voz divertida, por mais que aquilo pudesse me complicar estava feliz por ele querer ir - Só achei que não ia querer. Vamos então? 

 

Harry se virou devagar e pegou em meu braço de novo 

 

—Seu irmão parece legal - disse sem dar muita importância 

 

—Ele é demais. - suspirei pensando em Nate. Era meu herói a tanto tempo que eu nem saberia dizer a coisa mais incrível nele. 

 

Deixei Harry em casa para que tomasse um banho e segui para fazer o mesmo.

 

—Vamos? - entrei no apartamento de Harry sem bater e o encontrei sentado no sofá 

 

—Enrolada - ele soltou enquanto se levantava.

 

—Filho, você acha que é fácil ser linda e cheirosa? 

 

Harry veio em minha direção devagar

 

—Linda eu não sei - Ele parou em minha frente e se inclinou sentindo meu cheiro, a ponta de seu nariz tocou meu pescoço enquanto eu sentia sua respiração, me arrepiei por inteira quando ele soltou com aquela voz rouca e arrastada - Mas cheirosa com certeza. 

 

Dei um grande passo pra trás o mais rápido que consegui. 

 

—Babaca. 

—O que? - ele sorriu consciente do que tinha me causado. 

 

—Vamos embora - Decidi matar aquilo ali. Harry estava tentando me provocar desde cedo. Eu não conhecia suas intenções, mas achei melhor ignorar.

 

Descemos até a garagem, já que não íamos encher a cara como todas as outras vezes decidi que não era necessário chamar o Bill.

 

Apertei o alarme e meu carro como de costume praticamente deu um escândalo.

 

Harry estava acostumado com carros diferentes, eu tinha uma ranger 2008 cabine simples. Ela era alta demais então achei melhor ajuda-lo a entrar.

 

—Tudo bem. - Coloquei o cinto de segurança observando atentamente Harry colocar o dele e liguei o carro. O ronco do motor fez um sorriso divertido aparecer no rosto de Harry

 

—Uma picape...

 

—Uma ranger - respondi com o mesmo sorriso - Por que?

 

—Te imaginava dirigindo um carro de menininha.

 

—Já devia saber que eu sou um tipo diferente de menininha. - saimos - Eu vendia ração de animais de grande porte, precisava ir pras fazendas e tudo mais, a camionete me cabia bem e agora ela é meu xodó.

 

— Você me surpreende a cada dia. - ele virou os rosto para o vidro.

 

—Que bom, assim você não se cansa de mim.

 

—Isso séria impossível - ele respondeu num tom mais baixo e sem graça, como se aquilo fosse mais preocupante do que bom. Então logo voltou o rosto em minha direção. - Agora me conta alguma coisa do seu irmão.

 

—Por que? - minha voz saiu mais fina do que o normal 

 

—Porque eu não posso chegar lá sem saber nada, ele precisa gostar de mim. - soltei uma risada alta demais - Pensa comigo, desse jeito que você fica cada vez que eu chego perto logo vamos ter alguma coisa, e se seu irmão me odiar não vai dar certo. 

 

Meu sorriso sumiu instantaneamente.

 

—Harry. - disse séria demais, mas foi ótimo pra ele entender que deveria para ali - Resolvemos isso a meses. 

 

—Já sei, somos amigos. Tente lembrar disso da próxima vez que te der uma vontade louca de me beijar, assim talvez não dê tão na cara todos esses seus sentimentos mal resolvidos por mim. 

 

Meu queixo quase caiu sobre meu colo. 

 

Não acreditei que tinha ouvido aquilo.

 

—Se não parar de ser babaca vou te deixar aqui. 

 

—Você não faria isso - ele riu de mim e encostei o carro - Sério? Quanta maturidade. Quer mesmo que eu desça? Vai me deixar cego e sozinho completamente perdido na cidade onde eu provavelmente vou me machucar? 

 

Serrei os olhos desejando com todo o meu coração que ele pudesse me ver agora. Ele adorava usar sua condição para amolecer meu coração.

 

Logo sai com o carro e ele riu de novo

 

 -Já que vamos ignorar seus sentimentos, podemos voltar ao seu irmão? 

 

— Ele jogou na NBA uns anos - respondi com a voz um pouco amarga, estava ficando de saco cheio daquela insistência sobre meus sentimentos por ele. 

 

Ele me atraía, óbvio! Era bonito, alto. Tinha aquela voz sensacional, mas depois daquela fungada em meu pescoço conclui que não passava disso. 

Era algo físico. Claro! Se não fosse pelo meu contrato, Harry já me teria em sua cama a muito tempo. Obviamente ele não precisava e nem nunca saberia disso. 

 

—Seu irmão... - ele fez uma pausa um pouco pasmo, provavelmente ligando o nome a pessoa - É o Nathan Scott? - Então ficou animado - Tipo Nathan Scott do Bobcats? 

 

Eu ri 

 

—Ele mesmo.

 

—Eu. Não. Acredito. - Harry disse pausadamente - O Liam vai enfartar quando souber. Espera! - Harry pareceu pensar um pouco - Você se parece com ele? 

 

Pensei por alguns segundos. 

 

—Talvez, eu não sei. Você não tá me imaginando como o Nathan de peruca né? - Harry gargalhou, eu sabia que ele estava imaginando - Pra começar, só pra começar eu tenho 1,60 de altura, Nate tem uns 1,90.

 

—Ótimo, você é o Nathan Scott de peruca e anão - ele gargalhou de novo e eu não pude deixar de rir com ele.

 

— Idiota! - dei um tapa em seu braço. Parei o carro na frente da casa. - Tudo bem, pronto pra isso? - Desliguei o carro 

 

—Com você to pronto pra qualquer coisa, meu bem. - por mais que não quisesse sorri. 

 

—Depois de me imaginar feia não tem o direito de dizer coisas fofas - brinco saindo do carro. Harry abre a porta e sai devagar me esperando para que entrássemos.


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Notas finais do capítulo

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