Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 85
CAPÍTULO855




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CAPÍTULO85

São José entrou no quarto onde Chapecó estava internada, acompanhado
pela namorada:
— Com licença - falou a enfermeira -, podemos entrar?
— Claro, amiga - respondeu Chapecó -, entra!
— Oi, paizinho! - os olhos de Joinville brilharam ao ver São José; com
mais alguns passos ele chegou até sua filha e a abraçou:
— Está tranquila, minha filha?
— Não sei se tranquila é a palavra certa, pai; mas está correndo tudo
bem!
O pai de família desviou o olhar para Chapecó, deu mais alguns passos e
estava à beira da cama; se inclinou e beijou-lhe a testa:
— Como é que vai a minha nora mais linda e mais querida do mundo?
Chapecó estava deitada de frente; e mesmo cansada e enfrentando as dores
de um trabalho de parto, deu um sorriso largo:
— Com esses elogios todos eu vou ser a sua nora mais convencida!
— Como é que você está?
— Bem; como a Camila disse lá em casa, as contrações são o sinal de que
agora falta pouco, daqui a pouco o meu menino está aqui com a gente!
— Eu vim aqui pra te dar um beijo, te desejar toda sorte do mundo e te
dizer que eu estou muito feliz com esse neto!
— Eu sei; eu também fico muito feliz que você esteja aqui comigo, você é
o pai que eu não tenho!
Camila se aproximou da amiga e tocou a mão dela:
— Chapecó, você pediu que eu e a doutora Ana trouxesse-mos notícias de
ela pediu a mesma coisa! Daqui a pouco ela vai pra sala de parto!
— Manda um beijo pra ela, Cami, diz que eu estou torcendo muito e que
vai dar tudo certo pra ela!
— Eu digo sim; pode deixar!
Joinville se levantou e ajeitou os cabelos com as mãos:
— Camila, pai - avisou ela -, eu vou aproveitar que vocês estão aqui e vou
ali dar um beijo na minha irmã!
— Tudo bem, filha - respondeu São José -, sua mãe disse que vai vir aqui
daqui a pouco!
Joinville se inclinou e deu um beijo leve na testa da companheira:
— Já volto, tá; comporte-se!
— Sim senhora!
Joinville foi até o quarto da irmã, precisava vê-la, precisava dizer
que a amava e que tudo daria certo pra ela. As duas não haviam
conversado desde a hora em que Blumenau foi internada, e Florianópolis
decidiu deixar as filhas a sós. Foi ver Chapecó no quarto ao lado:
— Como é que você está, maninha? - perguntou Joinville, sentada à beira
da cama de Blumenau:
— Estou bem, mana; eu pensei que você não viesse me ver!
— É claro que eu ia vir, minha irmã; eu aproveitei agora que o nosso pai
e a Camila estão com Chapecó!
— E como é que ela está?
— Bem, está correndo tudo bem! Eu vim aqui pra te dizer que eu te amo
muito e que vai dar tudo certo pra você! Chapecó te mandou um beijo,
disse que está torcendo muito pra correr tudo bem com você!
— Manda outro pra ela, mana; diz pra ela que eu estou muito feliz porque
os nossos filhos vão nascer no mesmo dia e que tudo o que a gente
combinou está de pé!
— A namorada do nosso pai está lá, Blumenau, dedicada, até parece que é
ela que...
— Joinville, o que é que deu em você, mana? Você nunca agiu assim com
qualquer pessoa que fosse, o posto de implicante da família é meu, tá!
— Eu não estou implicando, Blumenau...
— Está! Joinville, o nosso pai está feliz, depois de tudo o que
aconteceu ele agora está bem!
— Mas tinha que ser com a melhor amiga da minha companheira, e vinte
anos mais jovem que ele?
— Joinville, presta atenção, minha irmã! O nosso pai foi roubado, está
me ouvindo, roubado, Criciúma roubou o nosso pai! A Camila pode não ser
perfeita, ninguém é perfeito, mas ela está fazendo questão de estar
aqui...
— Está de plantão, Blumenau, como as outras enfermeiras aqui da
maternidade!
— Mas está dando assistência pra mim e pra Chapecó, e está fazendo isso
com amor! Pensa nisso, minha irmã, de nada adianta você entrar em
conflito com ela e muito menos com o papai!
— Marcinha! - Palhoça deu um grito ao entrar na cozinha, Márcia
quase desmaiou de susto, estava terminando de lavar a louça do jantar:
— Que susto, menina!
— Só vim pegar um pedaço de bolo; estamos assistindo um filme lá na
sala pra passar o tempo!
— Você vai comer de novo?
— É que eu estou nervosa, Marcinha; ninguém liga, ninguém dá notícias,
será que eu já sou tia e não estou sabendo?
Com um sorriso acolhedor, Márcia enxugou as mãos e caminhou até Palhoça;
pegou as duas mãos da garota e as aproximou de seu peito:
— Vai correr tudo bem, minha menina, eu garanto pra você! E seu
irmãozinho?
— Está na sala com a gente; Jaraguá vai colocar ele na cama daqui a
pouco!
E de fato, algum tempo depois, Jaraguá e São Miguel do Oeste estavam
no quarto de São Joaquim, em pé junto a o berço do pequeno. O garoto
estava abraçado à namorada, que observava atentamente seu irmãozinho
pouco a pouco pegando no sono:
— Amor - sussurrou o garoto -, eu preciso ir; já está ficando tarde,
minha tia fica preocupada quando eu...
— Tudo bem, meu amor! Está tudo calmo por aqui, ele já dormiu, pode ir
sossegado! Você vai de taxe?
— Vou! Promete que vai ficar bem? Promete que vai me ligar se precisar
de qualquer coisa?
— Prometo; eu vou ficar legal, e se precisar de alguma coisa eu te ligo!
O jovem casal se despediu ali, junto a o berço de São Joaquim.
São José e Florianópolis saíram do quarto de Chapecó e foram ver a
filha mais velha. A encontraram com a doutora Ana Luísa, a enfermeira
Camila, Joinville e São Bento do Sul; ambos estavam tomados por uma expressão de preocupação e
Blumenau estava deitada na cama, agitada, nervosa:
— Doutora Ana, aconteceu alguma coisa? - alarmou-se a mãe de família; a
médica precisava dizer a verdade, o que tinha para falar era
preocupante:
— Florianópolis, eu ia mesmo pedir pra Camila te chamar...
— Fala, doutora, por favor!
— Florianópolis, calma! - tentou São José; seu coração batia apressado
no peito, ele sabia que algo não ia bem com sua filha ou o neto:
— Nós detectamos uma alteração no ritmo cardíaco do bebê; isso pode ser
um sinal de sofrimento fetal!
O mundo caiu; Florianópolis e São José se entreolharam, não sabiam o que
dizer, o que fazer:
— E o que é que se faz, doutora? - perguntou o pai de família. Ana Luísa
virou-se para eles, e por mais que estivesse preocupada, tentou
demonstrar serenidade:
— Nós vamos fazer uma ultrassom pra poder avaliar melhor o estado do
bebê, e se as minhas suspeitas se confirmarem vamos ter que fazer uma
cesariana com urgência!
Florianópolis se aproximou de sua filha; Blumenau não conseguiu
segurar as lágrimas quando a mãe tocou sua testa e deu-lhe um leve beijo
no rosto:
— Mãe, o meu filho...
— Calma, meu amor, procura ficar calma! Vai dar tudo certo, você foi tão
valente até agora, Blumenau...
— Mãe, você entra comigo? Por favor, eu vou me sentir melhor!
— Eu entro com você, filha, pronto, eu fico lá do seu lado! Só que você
precisa se acalmar, é melhor pra você e pro bebê também!
— Eu não vou aguentar, mãe, eu não vou aguentar se acontecer alguma
coisa com o meu filho!
Blumenau foi levada para fazer o exame; ao ver a ex-mulher ser
levada do quarto deitada em uma maca, São Bento do Sul abraçou-se a
Joinville. O rapaz sempre teve dificuldades em demonstrar seus
sentimentos, mas já havia ouvido falar em sofrimento fetal algumas
vezes, sabia que existia risco para seu filho. Desabou nos braços da
ex-cunhada, não se lembrava da última vez que teve vontade de chorar
como naquela hora. A essa altura os dois já estavam sozinhos,
São José voltou a o quarto de Chapecó e decidiu ficar com ela até que
Joinville voltasse.
— O que é que está acontecendo, São José? Por que é que Joinville
está demorando tanto? - perguntou Chapecó, agitada; de repente, uma
sensação estranha tomou conta dela; São José deu a primeira resposta que
lhe veio à cabeça:
— Ela está conversando com Blumenau ali do lado; está tudo bem, minha
querida!
A porta se abriu, Joinville entrava no quarto; tentava demonstrar
tranquilidade, mas por mais que tentasse, estava difícil. Chapecó tentou
se levantar quando viu a companheira, mas a contração veio e impediu que
ela o fizesse:
— Calma, meu amor - reagiu Joinville ao se sentar ao lado da cama -,
calma, não levanta não! Paizinho, São Bento quer falar com você, está no
quarto de Blumenau!
— Tudo bem, filha; eu vou lá falar com ele!
Antes de sair do quarto, o pai de família segurou a mão da nora e
deu um leve beijo:
— Coragem - disse ele -, agora falta pouco.
— Joinville, o que é que está acontecendo? - perguntou Chapecó,
agora sozinha no quarto com a companheira -, eu te conheço, que cara é
essa?
Joinville ajeitou uma mecha do cabelo da companheira e segurou-lhe a
mão; não sabia se deveria fazer aquilo, mas decidiu dizer a verdade:
— Chapecó, eu preciso te contar uma coisa importante; mas fica
tranquila...
— Joinville, Blumenau não está bem?
— Meu amor, a doutora Ana acabou de levar Blumenau pra fazer um exame,
ela acha que o bebê está em sofrimento! Se for confirmado, Blumenau vai
precisar fazer uma cesariana!


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