Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 45
CAPÍTulo 45




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CAPÍTULO45

    São José entrou no carro e encontrou Criciúma sentada no banco do
carona; tocou na mão esquerda dela:
— Está tudo bem - garantiu ele -, fica tranquila!
— Sua filha tem razão, meu amor - a jovem executiva estava chorando -,
ela tem razão quando diz que eu sou um monstro...
— Não, Criciúma, não! Jaraguá ficou nervosa, você também não tinha nada
que ter ficado na empresa, eu pedi que você fosse pra casa as cinco
horas, te avisei que ela ia vir conversar comigo!
— Foi mais forte do que eu, amor! Eu sinto ciúme das suas filhas...
— Olha pra mim, minha querida - São José levantou calmamente o rosto
dela -, olha pra mim! A gente está junto, mas você sempre soube que eu
tinha quatro filhas, você sabe que eu sou completamente apaixonado pelas
minhas meninas e isso ninguém vai conseguir mudar! Por mais que eu te
ame, Criciúma, não tente competir com as minhas filhas...
— Eu não estou competindo...
— Está, meu amor, está! Eu pedi pra você me esperar em casa que eu ia em
seguida...
— Eu sei que eu me excedi, São José! Mas eu não consegui me controlar,
foi mais forte do que eu! Agora me leva pra casa, por favor!
Os dois seguiram até o prédio onde moravam, mantiveram-se calados
durante todo o trajeto. Criciúma sentia que, por mais que São José
dissesse que a amava, ela não o tinha por inteiro; o fato é que ele não
tinha mais aquele brilho de felicidade nos olhos, o brilho que estava
sempre com ele quando era casado com Florianópolis. Ela precisava fazer
alguma coisa, tinha que dar um jeito de prender seu homem ao seu lado,
pra sempre. Decidiu que iria engravidar, tinha que ter um filho dele a
todo custo.
    São Miguel do Oeste surgiu na sala da casa de sua tia com um sorriso
de orelha a orelha; estava lindo:
— Aonde é que o senhor pensa que vai assim todo arrumado? - perguntou,
bem humorada Concórdia:
— Vou sair pra jantar, tia; a minha sogra me convidou, eu vim saber se
você pode me levar na casa dela!
— E você acha que eu consigo te negar alguma coisa vendo esse sorriso de
felicidade? É claro que eu vou te levar; espera só eu trocar de roupa e
a gente já vai! E sua mãe?
— Chegou agora da escola; está tão estranha, tia, se trancou no quarto e
nem falou comigo!
— O que será que aconteceu agora?
— Não faço a menor ideia!
— Bem, eu vou lá te levar, depois eu volto pra ver o que aconteceu com a
minha querida irmã!
— Tia, antes da gente chegar lá eu quero passar em uma floricultura;!
— Vai levar flores pra ela ou pra mãe dela?
— Pra ela, tia! Jaraguá acabou de chegar em casa, foi conversar com o
pai na empresa dele e acabou brigando feio com a madrasta! Eu faço qualquer
coisa pra ela ficar feliz, tia!
— Tudo bem, meu querido! Me dá dois minutinhos e a gente já sai!
    Concórdia saiu da sala, deixando o sobrinho à sua espera; voltou
minutos depois usando um vestido vermelho, os cabelos presos em um
coque, um batom leve:
— Arrasou, tia! - comentou São Miguel:
— Você acha?
— Você arrasa em tudo o que faz!
    Os dois sairam conversando, com alegria, e foi assim durante todo o
trajeto até o prédio onde Jaraguá vivia com a família. São Miguel
desembarcou do carro de sua tia levando um lindo buquê de rosas
vermelhas:
— Tchau, tia!
— Tchau, garoto; depois me liga que eu volto aqui pra te buscar!
Aproveita bastante! Ah, e antes que eu me esqueça, juízo!
— Combinado!
    Jaraguá estava sentada no sofá da sala, ao lado de sua mãe; estava
mais calma, conversou muito com Florianópolis depois que chegou em casa.
A campainha tocou:
— Abre, querida - murmurou a mãe de família -, deve ser ele!
Jaraguá se levantou, ajeitou os longos cabelos e caminhou em direção à
porta; abriu-a com calma e ali estava seu namorado:
— Pra você! - falou o garoto passando o buquê de rosas vermelhas para a
mão dela; Jaraguá olhou com atenção o presente que acabara de ganhar:
— Elas são lindas - a menina sorriu -, só você mesmo! Entra, amor, vem
comigo!
O jovem casal entrou de mãos dadas; São Miguel cumprimentou a sogra com
um abraço. Florianópolis saiu em seguida, deixando os dois a sós; levou
as flores que sua filha gannhou para colocá-las em um vaso:
— Briguei com a minha madrasta! - contou a menina ao ser carinhosamente
abraçada pelo namorado no sofá:
— Como é que foi isso?
— Eu não aguentei, São Miguel; Chapecó me levou na empresa pra ver meu
pai, quando eu vi Criciúma na minha frente eu não aguentei! Falei tudo o
que estava engasgado aqui e um pouco mais!
— Eu fiquei preocupado com você, amor!
— Eu estou bem; só me descontrolei naquela hora, chorei horrores, mas já
passou! Sua tia não quis subir?
— Não; ela só me deixou na porta do prédio e foi pra casa, está
preocupada com a minha mãe! Ela chegou muito estranha da escola, não
falou comigo, se trancou no quarto!
    E realmente, Concórdia estava preocupada com sua irmã, Brusque;
certamente, alguma coisa havia acontecido. A promotora de eventos deixou
o carro em casa e foi até a casa de sua irmã, ao lado da sua, no mesmo
terreno.
A porta estava destrancada, e ao colocar os pés na sala, Concórdia
encontrou Brusque sentada no sofá; ela parecia pensativa, cansada,
esgotada:
— Oi! - cumprimentou Concórdia ao sentar-se ao lado da irmã:
— Oi! - respondeu a professora sem olhar para ela:
— São Miguel ficou preocupado com você, disse que você chegou em casa
muito estranha, eu acabei de deixá-lo na casa da namorada! O que
aconteceu?
— Você passa a mão na cabeça do seu sobrinho, isso não é prova de amor,
Concórdia!
— Não é disso que nós estamos falando, minha irmã; nós estamos falando
de você, ele saiu daqui preocupado com você!
— Não está acontecendo nada; eu só estou cansada! Sentei aqui na sala um
pouco, daqui a pouco vou tomar um banho e me deitar!
— Precisa de alguma ajuda?
— Não, obrigada! Eu só quero descansar!
— Tudo bem! Se precisar de alguma coisa eu estou em casa!
Concórdia preparou-se para levantar:
— Concórdia! - Brusque a impediu de sair do seu lado:
— Oi!
— Eu quero que você me prometa uma coisa!
As duas irmãs se deram as mãos, sentadas no sofá:
— Minha irmã - Brusque parecia confusa no que estava dizendo -, se
acontecer alguma coisa comigo algum dia, você cuida do meu filho?
— Como assim? Você é uma mulher forte, dona de si, criou o
nosso menino, ele está se tornando um homem de bem; que história é essa
agora?
— Me prometa, Concórdia, por favor!
— Eu prometo, é claro que eu prometo! Mas ele precisa muito de você, a
sua presença na vida dele é muito importante! Mas pode ficar sossegada;
eu sempre vou estar ao lado dele!
    Jaraguá e São Miguel do oeste jantaram junto com Florianópolis,
Lages e Palhoça; um momento de descontração, era tudo o que a garota
precisava depois de ter brigado com a madrasta.
A noite estava linda, e depois do jantar, o jovem casal de namorados
decidiu dar uma volta ali mesmo, próximo a o prédio.
    Os dois saíram do edifício pela porta da frente e começaram a
caminhar de mãos dadas enquanto conversavam:
— Foi a melhor coisa você ter vindo jantar aqui em casa - comentou
Jaraguá -, eu não estava legal por causa da discução com Criciúma! Eu
não entendo como é que ela conseguiu enganar tanto; ela foi me buscar na
escola, foi no hospital pra saber da mamãe quando ela teve aquela ameaça
de aborto, me convidou pra ir na casa dela e por muito pouco eu não fui!
— Ela estava tentando se aproximar de vocês, meu amor; de você, das suas
irmãs...
— E hoje quando eu olhei pra ela, passou um filme pela minha cabeça e eu
não aguentei! Acabei falando pra ela umas boas verdades, e pior, acabei
batendo nela!
    O jovem casal andava tranquilamente, e de repente, sem aviso, um
carro invadiu a calçada. São Miguel do Oeste, percebendo que sua amada
estava em perigo, tentou tirá-la da frente do carro:
— Jaraguá! - gritou o rapaz; ele tentou evitar mas não conseguiu; antes
de ver seu primeiro amor cair no chão, ele ainda conseguiu ver o
condutor do carro.


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