Cheguei em casa e meus pais já haviam dormido. Fui em direção ao meu quarto quando ouvi uns barulhos vindo do quarto de Lucas. Fui até o quarto dele, e tentei abrir a porta. É. A porta estava trancada. Olhei pelo fecho, e não consegui ver nada... Mas quem disse que eu não ouvi?

—Ahh. Para Lucas!-ouvi risos de uma garota.

—Shh! Meus pais tão dormindo. Vem cá, delícia.

Hunf! Logo percebi que era aquela garota daquele dia. Fiquei incomodada novamente. E então voltei ao meu quarto e dormi com aquela mesma roupa.

—Lu, não sabia que você babava.

Abri os olhos e me vi deitada na cama com Tiago do meu lado. 

—AAAAAHHHHH!- Gritei BEM alto, e logo em seguida Tiago me abraçou deitado, e percebi que o mesmo estava nu e eu também.

—Tiago... Me diz que isso é um sonho... -falei partindo a sair a primeira gota de lágrima dos meus olhos. No mesmo instante apareceu uma garota entrando no meu quarto, uma garota BEM bonita.

—Tiaguinho! Estava te esperando. Hoje temos o dia inteiro pra fazer... Aquilo. -A garota me empurrou, fazendo com que eu caísse no chão e foi tirando sua roupa do seu corpo. - Vem... Sei que você quer isso tanto quanto eu...- Me levantei do chão e dei um tapa (com toda minha força) no rosto daquela idiota.

—SUA IDIOTA!- falou ela,mudando sua voz e fazendo seu rosto descascar e transformando aos poucos num ser medonho, que na verdade mais se parecia com um filhote de cruz credo. Seu rosto estava violeta cheio de rugas, e um buraco em cada bochecha.

Foi um susto tão grande que me fez acordar daquele pesadelo.

—AHH!-gritei. Suspirei, ficando aliviada que tudo não se passava de um sonho (ou na verdade, pesadelo).

Fui até o banheiro que ficava dentro do meu quarto e tomei um banho na água gelada. Eu ainda estava tensa com o que tinha acabado de acontecer. Depois que acabei o banho, coloquei meu uniforme e desci até a cozinha para tomar o café da manhã.

—Cade a mãe?-perguntei a Lucas.

—Acabou de sair.

—E o pai?

—Também.

—Hum... Lucas o que aconteceu ontem à noite no seu quarto?

—N-nada. Por que a pergunta?

—Lucas. Você tá mentindo pra mim.

—Aff, tá bom. Eu estava com aquela menina daquele dia no meu quarto. Satisfeita?

—Não. O que vocês estavam fazendo lá dentro...?

—Ah Luíza, isso não é da sua conta.

—Vocês estavam transando!

—É. A gente tava transando. Algum problema nisso?

—Sim... Mas deixa quieto. Vou pra escola agora. Tchau.

Saí de casa e fui caminhando até o meu destino final. No meio do caminho vi Tiago com uma garota do lado dele segurando a sua mão. Respirei fundo e fingi não ver nada. Afinal eles eram namorados. Tiago estava feliz. Era isso que importava pra mim. E no caminho também fui pega de surpresa.

—É... Pelo visto seu amiguinho está bem acompanhado. E por sinal se esqueceu de você.

—Não enche.E ele não é propriedade minha pro seu governo.

—Sabe... A Chris é bem gente boa.

—Sério? Ela é tão legal assim?-falei olhando pro meu amigo e sua namoradinha bem à nossa frente que estavam abraçados.

—É...  Ela é do terceiro ano.

—Ah... Terceiro ano...

Depois daquilo não falei mais nada até chegar à escola. Fui direto à minha sala e me sentei num lugar diferente. Do lado do Tiago que sentava no fundo. A aula começou com inglês e não prestei atenção em nada. Apenas fiquei desenhando no final do meu caderno. Me senti sendo observada várias vezes. Olhei pro lado e vi que era Tiago. Quando ele viu que eu estava olhando-o ele sorriu. Eu sorri também, e o restante de todas as aulas foram assim.

Quando o sinal bateu, arrumei meu material e saí da sala e fiquei conversando diversos assuntos com Tiago. Vi que estava sendo observada de longe por alguém. Ou melhor por uma garota. Vic veio até nós dois e pôs-se a falar:

—Gente. Vocês vão na festa da Sofia?

—Não.-respondi.

—Acho que sim...- respondeu Tiago.

—Como não Luíza? Todo mundo do segundo vai! E por que você não iria?

—Hã, deixa eu pensar. Por que eu não quero? 

—Lu para de ser chata- falou Tiago.

—Gente eu não quero e ponto final. Fim de assunto.

—Se você não for, eu também não vou.-falou Tiago.

—Eu também não.

—Tá. Eu vou. Mas eu não tenho fantasia.

—Compra ué. - respondeu Victória.- Eu vou com você comprar.

Naquele momento o sinal bateu e fomos os três juntos até cada um chegar na sua casa. Fui até a casa do Matheus pra realizarmos aquela atividade.

Bati na porta da casa do Matheus e fui atendida por uma senhora.

—Ah... Oi.

—Olá... Hã, o Matheus está?

—Sim. Pode entrar.- falou a mulher me deixando entrar. Depois de um tempo ela voltou a falar:

— O Matheus está no quarto dele mocinha... Você é a namorada do meu filho?

—Não... Sou uma amiga dele. 

—Ah sim... Você deve ser... A Luíza. Acertei? Ele sempre fica falando de você...

—É. 

Naquele momento, Matheus apareceu sem camisa e veio até nós... Então Matheus ficava falando de mim pra sua mãe...

—Ah. Você veio.- falou ele me olhando.

—É. Vamos fazer esse trabalho logo?

—Vamos no meu quarto- disse ele me puxando pelo braço até o seu quarto.

O quarto de Matheus estava cheio de pôsteres de várias bandas e era BEM bagunçado.

—Você trouxe os materiais?-perguntei olhando para seu corpo. Ele era bem musculoso e bem bonito.

—Sim. Estão aqui. - disse pegando sua mochila que estava jogada num canto do quarto.

No final, fizemos aquele trabalho que ficou bom. Devo admitir. Mas eu praticamente não fiz quase nada.

—Você pode levar a maquete segunda Matheus?

—Posso.- falou ele me encarando por um LONGO tempo, e não ouvindo mais nenhuma voz. 

Ele foi se aproximando de mim aos poucos. Fiquei arrepiada a cada centímetro que ele se aproximava. Até que ele ficou perto da minha boca, e foi colocando as suas mãos no meu rosto. Fechei os meus olhos e do nada eu me levantei.

—É... Então eu vou indo Matheus... Não posso me atrasar.

—Err- ele coçou seu cabelo e continuou- Eu te acompanho até a porta.

—N-não precisa. Eu vou indo- falei saindo do quarto dele naquele exato momento me sentindo uma idiota.

—Já vai querida? Fica mais.- falou a mãe do Matheus.

—Não vai dar... Eu tenho um compromisso... Mas obrigada.

A mãe dele sorriu pra mim e abriu a porta.

Fui andando devagar indo até minha casa quando meu celular tocou. Atendi na hora. Era Tiago.

—Oi Lu.

—Oi Ti.

—E aí, posso passar aí daqui 30 minutos pra te buscar?

—Como assim?

—Pra gente ir na sorveteria né.

Putz. Havia me esquecido que a gente tinha combinado de ir... OBRIGADA CÉREBRO!

—Pode.

—Então ok. Tchau Lu.

—Tchau.