Depois daquela mensagem deitei em minha cama e fechei os olhos, mesmo sem sono nenhum.

—Lu... Acorda!!!!!- senti algo do meu lado e quando me virei, era nada mais nada menos que...

—TIAGO???? POR QUE VOCÊ ESTÁ AQUI???-gritei percebendo que estávamos nus na minha cama.

—Sério que você não se lembra de nada? A gente ficou desde que aquele carinha, o Gustavo te traiu com outra... 

—O quê???!! O Gustavo me traiu com outra?? Não pode ser... Tiago, nós somos amigos.

Tudo girava na minha cabeça. Mas graças a Deus, tudo aquilo foi somente um sonho.

Me troquei e fui à cozinha tomar café da manhã.

—Eles já saíram?-perguntei à Lucas, me referindo aos nossos pais.

—Já.

Lucas estava um lixo. O seu braço estava roxo.

—O que é isso no seu braço Lucas?

—Q-que braço?

—Lucas! Pelo amor de Deus, o que é isto?? Quem fez isso com você??

—Não é nada Lu, me deixa na minha!

 Lucas estava aparentemente triste, deve ter sido aquela GAROTA! Não. Não tem sentido nenhum, e por que eu estou tão irritada assim, quando falo daquela garota?? Seria pelo fato que eu sou uma irmã ciumenta? Não. Meu  irmão já namorou com três meninas no total, e por que com as três eu nunca demonstrei isso? Mas uma coisa eu sabia. Eu não ia com a cara dela mesmo não conhecendo-a. Resolvi esquecer isso e disse:

—Lucas, tem alguma coisa a ver com aquela garota de ontem?

—Não...

Resolvi parar de fazer o interrogatório, pois sabia que tinha alguma coisa a ver com aquela garota.

Peguei minha mochila e comecei a caminhar em direção à escola, mas no caminho olha só com quem encontro:

—Adivinha quem é.-falou uma pessoa tampando meus olhos com uma voz familiar.

—Tiago.

—Sua chata- disse destampando meus olhos.- Mas e aí.

—Hmm, nada de diferente, somente o Gustavo que vai mudar de cidade e que quer me encontrar hoje a tarde pra conversar.

—Como assim mudar de cidade? Vocês vão continuar namorando? Porque você sabe como é né... Não se pode confiar em ninguém hoje em dia.

—É eu sei. Mas então, eu não sei...

—Mas ok. Tem uma coisa que eu queria te contar muito.

—Que coisa? -perguntei.

—Eu vou pedir a Christina em namoro.- Tiago disse ficando envergonhado.

—Sério Ti?- falei ficando feliz por ele. Ele sempre falava dessa tal de Christina que eu nunca tive a oportunidade de conhecê-la.

—Sim, e eu resolvi marcar um cineminha para eu e ela hoje à tarde e aproveitar a ocasião.

—Eu acho ótimo, e também acharia ótimo se você me chamar um dia e me apresentar à ela.

Depois desse bate-papo chegamos à escola e fomos direto para o segundo ano B, e cada um sentou em sua carteira. Victória estava no meu lugar esperando eu chegar.

—Oi.- falei

—Preciso te contar uma coisa.

—É importante?

—Muito.

—Fala.

—Sabe aquela tal de Sofia do segundo A?

—Hm, sei.

—Então, ela vai dar uma festa de aniversário à fantasia!!- disse ela toda feliz da vida.

—Nossa, mas que legal...-disse sem vontade.

—Nossa Lu, que empolgação hein. É festa à fantasia, Hello?

—Nada de mais...-Nem tive tempo de continuar, o sinal me interrompeu na hora. O que fez a gente parar de falar e o professor chegar. A aula era Química e eu adorava, então prestava atenção nos mínimos detalhes. E foi assim no final da aula e entrou outro professor que não prestei atenção em nada no que ele dizia. Intervalo. Fiquei na sala lendo meu livro de romance, quando veio um menino até mim e interrompeu minha leitura.

—Humm, gosta de romance?

—O que você acha?

—Talvez sim...-disse o menino que chega  mais perto e senta na minha frente.

—Eu tenho a coleção completa desse livro.

—Bom pra você.

—Você não quer papo mesmo né?

—Não.

—O seu nome é Luíza não é?- perguntou o garoto.

—Isso não te interessa.

—O meu é Matheus.

—O que você quer garoto? Me encher o saco?

—Desde quando você tem saco?- disse ele sorrindo se aproximando mais de mim.

—Ha ha, nossa que engraçado. O que você quer?

—Ok, vou ser direto. Você é minha dupla no trabalho de Geografia, e eu estava pensando em ser lá na minha casa.

—Eu não sei onde você mora.

—Disso eu sei né, então quando a gente for embora você pode ir comigo... Pra eu te mostrar onde fica.

—Hm, tá.

Depois disso Matheus foi embora. Ele era até bonitinho, ele tinha cabelos pretos, olhos pretos e um corpo bonito ( e que corpo hein!).

Quando acabou todas as aulas daquele dia, até tinha esquecido que Matheus ia me mostrar onde era sua casa.

— Vamos?-perguntou Matheus.

—Ah é, tchau gente- falei deixando Victória e Tiago juntos no meio do caminho pra casa.

Percebi que Tiago às vezes olhava para trás espiando a gente, por isso resolvi ignorar.

—Eles são seus amigos?-perguntou Matheus tirando o silêncio.

—É.

A casa de Matheus não era tão longe, ficava dois quarteirões da minha casa.

—É aqui.- respondeu entrando em sua casa.

—Ah sim.- no mesmo instante meu celular vibrou.Tirei ele do meu bolso e era uma mensagem de Gustavo. Putz! Tinha me esquecido de ir lá na pracinha.

Gustavo disse: Já cheguei na praça, estou te aguardando...

Você disse: Daqui a pouco chego aí

Gustavo disse: N demora.

—Quem é?- perguntou Matheus, se inclinando na direção do meu celular. Coloquei meu celular de volta ao meu bolso, ele parou de olhá-lo e ficou me encarando.

—Uma pessoa. Então ok Matheus. Amanhã vou aí, e fazemos esse trabalho. Tchau- dei um beijo em sua bochecha e ele ficou envergonhado.

—Até amanhã.

Fui direto em casa só para deixar minha mochila lá e ir na pracinha. Cheguei na praça! Ufa.

—Demorou, hein.

—Mas cheguei.

—Então Lu, como eu tinha dito ontem.. Eu me mudei de cidade.

—É eu sei.

—Hm, e... Eu queria saber o que você acha... Sei que é uma pergunta idiota mas.. Pode falar.

— O que eu acho? É isso que você quer saber Gustavo? Eu queria saber o motivo de você ter mudado de cidade e só ter me contado isso agora.- falei.

—Eu só fiquei sabendo disso agora, tá? Meus pais falaram isso pra mim, e não falaram o por quê.

—E a gente? Como a gente vai ficar?

—A gente pode continuar a se falar pelo Skype... Pelas redes sociais, ora bolas.

—Não Gustavo.... Você não entende? A gente precisa viver a vida. Não dá pra se falar só pelo Skype... E se a gente se apaixonar por outra pessoa? E aí?

—Isso não vai acontecer, Lu. Eu não vou te trair nem você me trair. Isso é uma promessa, ouviu?

—Você acha que isso vai.... vai dar certo?

—Não só acho como...-me roubou um selinho- Tenho certeza.- terminou a frase lambendo os lábios.

—Então... É isso.

—Como assim isso? Ainda tem mais. Nós vamos no cinema, Lu. Às sete horas da noite. Eu vou te buscar. Fica gata, hein?

—Sério? Mas você... Não ia sair da cidade hoje??

—Meus pais se enrolaram um pouco com a casa. Amanhã à tarde a gente vai..

—Então, até as sete.- falei beijando seus lábios, ele puxava minha boca com força, como se fosse me perder, a qualquer hora.

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